A Unicamp inaugurou no dia 28/06/2022, o mais moderno Instituto de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço (IOU) do Brasil. Instalado em uma área de 11 mil m² no campus de Barão Geraldo, em Campinas, o centro também irá abrigar setores de ensino e pesquisa, em um modelo inédito no País.
“É um orgulho para a Unicamp um instituto como esse, único na América Latina. Não há meia dúzia desses em todo o mundo”, disse seu diretor, Agrício Crespo, professor titular da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. “O prédio é inteiramente dedicado às doenças da cabeça e pescoço, surdez profunda e câncer de cabeça e pescoço”, explicou.
O IOU foi planejado para realizar anualmente 200 mil consultas médicas, 88,6 mil exames de apoio diagnóstico e 4,3 mil cirurgias. Será o principal centro médico-hospitalar para uma população estimada de 7 milhões de habitantes de 90 cidades da região de Campinas.
“Além de centro de assistência, o IOU também é um centro de formação de recursos humanos qualificados. Nosso laboratório de treinamento de cirurgias de alta complexidade será referência para toda a América Latina”, garante Crespo.
O Instituto foi idealizado pela Divisão de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da Unicamp, pioneira na cirurgia do câncer de laringe por método minimamente invasivo. Como hospital-escola, receberá aproximadamente 130 estudantes de medicina e fonoaudiologia da Unicamp por ano, além de residentes de todo o país.
“Seremos também um centro de pesquisa por meio do nosso laboratório de genômica, que se dedicará à genética da surdez profunda e ao câncer de cabeça e pescoço. Neste tipo de pesquisa, o IOU terá relevância internacional”, prevê o professor.
“Teremos 70% de atendimento de pacientes do SUS e 30% de pacientes privados, como a lei permite, e como fazem o Instituto do Coração em São Paulo e tantos outros. Mas a renda gerada pelo atendimento da saúde suplementar será inteiramente revertida para a melhoria do atendimento do SUS. É uma instituição sem fins lucrativos”, explica.
Reitor
“O IOU não é apenas um orgulho para a Universidade, ele é a prova da nossa intensa relação com a sociedade”, disse o reitor da Unicamp, Antonio Meirelles. Para ele, o IOU poderá inspirar inovações no setor de saúde.
“Queremos pensar a saúde não apenas como assistência ou atendimento, queremos um projeto que reúna também empresas da área de equipamentos hospitalares e de desenvolvimento de medicamentos. Vemos na Universidade a organizadora de uma grande atividade de inovação, com estruturas assistenciais e também empresas inovadoras”, explica.
“O IOU é o primeiro dos nossos desafios de fazer a diferença na assistência pública, aproximando a inovação das necessidades da população”, finalizou.
Presente na inauguração, o governador Rodrigo Garcia informou que foram investidos R$ 33 milhões na construção do Instituto que, segundo ele, o custeio será feito pelo governo estadual. “Estamos destinando R$ 12 milhões para o início de operação do Instituto. Esperamos que a partir do segundo semestre ele passe a atender a população da região”, disse Garcia.
Na cerimônia de inauguração, também estiveram presentes o secretário estadual de Saúde, Jean Gorenstein, e o prefeito de Campinas, Dário Saadi, além de prefeitos de cidades da região e deputados estaduais e federais.
Ministério Público do Trabalho
Os recursos para a construção do IOU tiveram origem em uma das maiores tragédias ambientais do Brasil, conhecida como “Caso Shell”. A justiça constatou a negligência das empresas na proteção dos trabalhadores de uma fábrica de agrotóxicos em Paulínia, região metropolitana de Campinas, entre 1975 e 1993. Em 2013, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) homologou o maior acordo da história da Justiça do Trabalho do país – R$ 200 milhões -, celebrado entre o MPT, a Raízen Combustíveis (Shell) e a Basf.
A conciliação encerrou a ação civil pública movida pelo MPT em 2007.
Mais de mil pessoas se beneficiaram do acordo, que abrangeu os trabalhadores contratados pelas empresas, terceirizados e autônomos que prestaram serviços a elas, e os filhos de todos eles nascidos durante ou após a execução do trabalho na planta.
“Concluímos hoje a última inauguração dos nossos projetos. Fizemos cinco prédios, dois barcos-hospitais e duas lanchas já em operação no Amazonas, atendendo ribeirinhos, indígenas e quilombolas”, disse o Procurador do Trabalho, Ronaldo Lira.
O Centro Infantil de Investigações Hematológicas Dr. Domingos Boldrini e a Fundação de Pesquisas Médicas de Ribeirão Preto (Fupeme) também receberam verbas indenizatórias do Caso Shell.
Juíza
A juíza Maria Inês Targa, que iniciou a ação indenizatória, compareceu à inauguração do IOU e, em discurso emocionado, lembrou as pessoas que morreram ou tiveram danos severos à saúde devido ao contato com material contaminante.
“Recebo a homenagem com emoção, mas não em meu nome, e sim no das 62 pessoas que morreram”, disse. “Foram 62 pessoas que faleceram no curso da ação judicial. Muitas delas foram minhas reclamantes na Vara do Trabalho. Com o passar do tempo, percebia que eram suas famílias que vinham às audiências. E, com elas, eu chorava também”, revelou.
A ação aberta pelo MPT tramitou na Vara de Paulínia e depois, em 2º grau, no Tribunal Regional do Trabalho de Campinas, antes de ser finalizada no TST.
IOU em números
200 mil consultas médicas/ano
88.668 exames de apoio diagnóstico/ano
4.320 cirurgias de portes variados/ano
7.000 m2 de construção, em terreno de 11.000 m2
30 consultórios médicos e para terapias complementares
18 estações de treinamento em cirurgias videoendoscópicas e microcirurgias
Na medicina moderna, a busca por métodos, que aceleram e melhoram a recuperação pós-cirúrgica, tornou-se uma prioridade para médicos e pacientes. Entre as opções que vêm ganhando destaque está a oxigenoterapia hiperbárica, uma técnica que envolve a inalação de oxigênio puro em um ambiente de alta pressão. Embora já consolidado no tratamento de queimaduras e feridas graves, a OHB demonstrou um potencial significativo para transformar o processo de cicatrização pós-operatória e reduzir complicações.
Benefícios na Recuperação Pós-Cirúrgica
O uso da oxigenoterapia hiperbárica como complemento ao pós-operatório apresenta benefícios específicos que influenciam positivamente o tratamento, incluindo:
Redução do Inchaço e da Inflamação: O aumento de oxigênio estimula uma resposta anti-inflamatória no corpo, ajudando a diminuir edema (inchaço) nas áreas operadas.
Aceleração da Cicatrização: A OHB promove uma melhor vascularização dos tecidos, diminuindo o tempo de cicatrização, especialmente em cirurgias de grande porte ou em pacientes com dificuldades no processo de cura.
Prevenção de Infecções: Ambientes com alta concentração de oxigênio inibem o nível de crescimento bacteriano que podem ocorrer em infecções pós-operatórias. Isso auxilia na prevenção de infecções graves.
Apoio à Regeneração Tecidual: Pacientes, que passaram por cirurgias reconstrutivas ou ortopédicas, podem se beneficiar da OHB o que estimula o reparo celular e a regeneração de tecidos.
Vale ressaltar que o Conselho Federal de Medicina (CFM) possui recomendações para o uso da OHB. Caso tenha dúvidas, acesse o link da resolução.
Quem pode se beneficiar?
A oxigenoterapia hiperbárica é indicada para diversos tipos de pacientes, incluindo aqueles que passaram por cirurgias plásticas, ortopédicas, cardíacas e até mesmo neurológicas. Em casos onde há histórico de má circulação, diabetes, ou condições que dificultam o processo de cicatrização, a OHB se torna uma aliada poderosa para evitar complicações e encurtar o tempo de recuperação.
Recomendações e Cuidados
Embora os benefícios sejam claros, o tratamento deve ser feito sob orientação médica. Cada paciente é avaliado individualmente, considerando fatores como histórico médico, tipo de cirurgia e condições preexistentes. É fundamental que a terapia seja acompanhada por profissionais especializados, garantindo um tratamento seguro e eficaz.
A oxigenoterapia hiperbárica vem se destacando como uma técnica valiosa para a recuperação pós-cirúrgica, oferecendo benefícios que vão desde a redução de inchaço e inflamação até a prevenção de infecções e aceleração da cicatrização. Para pacientes que enfrentam cirurgias complexas ou possuem condições que dificultam a cura, a OHB pode ser um diferencial que favorece uma recuperação mais rápida e segura. Investir nessa tecnologia representa não apenas um avanço na medicina pós-operatória, mas também uma oportunidade de proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes em sua jornada de recuperação
*José Branco é Presidente na Sociedade Médica de Oxigenoterapia Hiperbárica, faz parte da Direção Executiva do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente, atua como Diretor Técnico do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e é Diretor Médico da CLOUDSAÚDE.
A Abcis – Associação Brasileira CIO Saúde homenageou os profissionais que contribuíram para o desenvolvimento da tecnologia da informação na saúde em 2024 com o prêmio “Notáveis do Ano”. A cerimônia aconteceu em um jantar especial, na última semana, em São Paulo, durante o 2º Congresso de Tecnologia da Abcis.
A premiação é um reconhecimento público às lideranças que se destacaram ao utilizar tecnologia para transformar o setor de saúde, sempre com foco na melhoria do cuidado ao paciente, segundo Vitor Ferreira, presidente da Abcis e gerente de TI do Hospital Nossa Senhora Sabará.
“Reconhecemos e valorizamos profissionais que promovem a inovação tecnológica sem perder de vista o bem-estar do paciente, oferecendo soluções eficazes e humanizadas”, enfatizou.
A Abcis reafirmou seu compromisso de fomentar a colaboração entre agentes transformadores da saúde, promovendo padrões, boas práticas e frameworks voltados à digitalização e à modernização do setor. Para 2025, a associação planeja intensificar seus esforços na criação de um ecossistema de fornecedores confiáveis e na disseminação de metodologias inovadoras. “Convocamos todos os profissionais do setor a se juntarem a essa jornada de transformação. Temos grandes desafios e uma longa caminhada pela frente”, completou Ferreira.
Premiadospela Abcis
Veja os 12 líderes reconhecidos pelo prêmio:
Ailton Brandão – Diretor de TI (CIO) Dados e Digital do Hospital Sírio-Libanês
Alex Julian – CIO da Kora Saúde
Allef do Carmo – CIO do Hospital São Camilo
Atualpa Aguiar – Diretor de TI e Inteligência Digital do CURA Group
Carlos Sacomani – CMIO do Hospital AC Camargo
Cassio Teixeira Menezes – CISO
Jorge Stakowiak – Diretor de TI da Dasa
Milton Vieira – CIO da AFIP
Felipe Cabral – Gerente Médico de Saúde Digital do Hospital Moinhos de Vento
Thiago Cachello – CIO do Hospital Alemão Oswaldo Cruz
Wagner Rosa – Head de Infraestrutura e Cybersecurity
Josi Amaral – Assessora da ABCIS
Veja destaques do 2º Congresso Abcis, que ocorreu no Hcor.
A conversão da área técnica no Rio Grande do Sul vai ampliar a capacidade do Lab-to-Lab Pardini, atendendo a mais de 200 cidades e ampliando a oferta de exames no Sul.
O Lab-to-Lab Pardini, unidade B2B do Grupo Fleury, revelou uma importante atualização durante a 19ª edição do Congresso Gaúcho de Análises Clínicas (Congrelab 2024), realizada nos dias 22 e 23 de novembro, no Centro de Eventos da PUC, no Rio Grande do Sul. A planta produtiva anteriormente dedicada exclusivamente ao Laboratório Weinmann será convertida para atender os clientes do Lab-to-Lab Pardini no Sul do Brasil, com previsão de início das operações em meados de 2025.
Expansão da capacidade e acesso ampliado
A conversão da planta técnica vai ampliar a capacidade produtiva da rede na região Sul, aumentando o acesso da população a um portfólio diversificado de exames. Atualmente, o Lab-to-Lab Pardini já realiza cerca de 20 milhões de exames anuais. Com a nova estrutura, esse número pode chegar a 35 milhões, contribuindo para a democratização do acesso a exames de alta complexidade.
O Congrelab é organizado pela LAS Laboratórios Associados, que reúne mais de 90 laboratórios nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, sendo 40 deles parceiros do Lab-to-Lab Pardini.
Impacto do modelo Lab-to-Lab
O modelo Lab-to-Lab transformou o mercado ao permitir que a amostra viaje até o laboratório, eliminando a necessidade de deslocamento do paciente para exames de alta complexidade. Há 30 anos, era comum que pacientes precisassem se deslocar para grandes centros, como Porto Alegre ou São Paulo, para realizar esses exames. Hoje, a robusta rede de parceiros oferece maior praticidade para pacientes e médicos, com resultados ágeis e acesso ampliado.
Fernando Ramos, diretor da unidade de negócios Lab-to-Lab do Grupo Fleury, destaca que a terceirização de exames permite uma entrega mais rápida de laudos, além de expandir o portfólio disponível para laboratórios parceiros, abrangendo exames de baixa, média e alta complexidade.
Sul do Brasil como prioridade
Com 1.042 clientes na região Sul, o Lab-to-Lab Pardini identificou grande potencial de crescimento. Além da nova planta em Porto Alegre, o Grupo Fleury está reformando a unidade técnica de Itajaí, Santa Catarina, para dobrar sua capacidade. A região Sul é responsável por 14% do faturamento e 16% do volume de exames realizados pelo negócio Lab-to-Lab.
No Rio Grande do Sul, a nova planta contará com mais de 30 rotas logísticas, reduzindo o tempo médio de transporte de amostras em até 60%, chegando a 99% na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Crescimento do mercado B2B
Em 2024, o segmento de Medicina Diagnóstica B2B representou 23,5% da receita do Grupo Fleury, com um aumento de 61,7% na receita bruta em relação ao mesmo período de 2023. O Lab-to-Lab é responsável por 45% do volume de exames processados e 20% do faturamento.