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SBTH e Unicamp iniciam projeto inédito de registros de trombose

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Antecipando às ações alusivas ao Dia Mundial da Trombose, lembrado anualmente em 13 de outubro para alertar e informar sobre a doença, a Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia (SBTH), o Hemocentro da Faculdade de Medicina da Universidade de Campinas (Unicamp) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) se uniram e anunciam o início oficial do Centro de Doenças Tromboembólicas (CDT) do Hemocentro da Unicamp. O CDT tem como missão estabelecer registros brasileiros de trombose venosa, os primeiros do gênero no País.

“Atualmente, não dispomos de dados epidemiológicos robustos sobre trombose venosa na população brasileira e muitas das estratégias em relação à política pública são baseadas em dados ‘importados’ de outros países, que têm perfis étnicos e socioeconômicos diferentes. Além disso, com os registros brasileiros de trombose venosa, o País poderá conhecer o custo do tratamento desta doença, o que será um grande avanço sobre o melhor custo-benefício no Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirma Joyce M. Annichino, médica hematologista, professora e coordenadora da área clínica e laboratorial de Doenças Tromboembólicas do Hemocentro da Unicamp, vice-presidente da SBTH e uma das especialistas porta-vozes do Dia Mundial de Trombose, no Brasil.

Para a concretização do projeto, que conta com aportes da Fapesp e da Pró-Reitoria de Pesquisa da Unicamp no montante de R$ 4 milhões ao longo de cinco anos, os três parceiros constituíram uma rede formada por 14 hospitais, instituições de ensino superior e profissionais de saúde de seis municípios paulistas, para desenvolver três grandes registros de trombose venosa, incluindo crianças hospitalizadas, pacientes com câncer e casos agudos da doença. A iniciativa também tem apoio das indústrias farmacêutica e de meias elásticas, de empresas de diagnóstico laboratorial em hemostasia e de uma startup em biomateriais.

Inicialmente com abrangência no estado de São Paulo, nos municípios de Barretos, Botucatu, Campinas, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e São Paulo, com a observação de mais de 10 mil pacientes, estes parceiros ligados por meio do CDT promoverão o desenvolvimento e acompanhamento de três registros prospectivos observacionais de 1 mil pacientes com trombose venosa aguda, durante 24 meses, em nove hospitais de cinco cidades; 15 mil internações de crianças hospitalizadas sob risco de trombose venosa, ao longo de 12 meses, em dez centros hospitalares de seis municípios; e mil pacientes com câncer, uma condição com elevado risco de trombose venosa, durante um ano, em dez hospitais de seis cidades paulistas.

Os centros hospitalares participantes do projeto inédito de registros observacionais de trombose venosa no Brasil são o Hospital das Clínicas-Unicamp, o Hemocentro-Unicamp, o CAISM-Unicamp, o Hospital da PUC-Campinas, o Hospital Dr. Domingos Boldrini, todos em Campinas; o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina-Unesp, em Botucatu; o Hospital de Base da Fundação da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto; o Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch-M’Boi Mirim, o Hospital Municipal da Vila Santa Catarina, o Hospital Santa Marcelina de Itaquera, o Hospital das Clínicas-USP, o Hospital Universitário-Unifesp, todos eles na capital paulista; o Hospital de Amor, em Barretos; e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em Ribeirão Preto.

Como parte de análise dos dados dos primeiros registros observacionais de trombose venosa no Brasil, o CDT em parceria com a Faculdade de Engenharia Química, utilizando análises de inteligência artificial, pretende desenvolver escores de predição de recorrência de trombose, de síndrome pós-trombótica (SPT) e óbito na trombose venosa profunda (TVP) aguda; escores de predição de tromboembolismo venoso (TEV) e óbito em pacientes com câncer; e escores de predição de TEV em crianças hospitalizadas.

Segundo a professora-doutora Joyce M. Annichino, o CDT também constituirá um biobanco com amostras biológicas para estudos futuros sobre tromboses, atuará no desenvolvimento conjunto de aplicativos para conduta na TVP, promoverá cursos educacionais para população em geral e pacientes e, para profissionais da saúde, aportará um laboratório de controle de qualidade externa para hemostasia.

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Hospital São Luiz Itaim inaugura Centro Avançado de Endoscopia com foco em alta tecnologia e IA

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Novo centro oferece tratamentos menos invasivos para obesidade, tumores e distúrbios digestivos, com apoio de inteligência artificial e equipe multidisciplinar

O Hospital São Luiz Itaim, da Rede D’Or, inaugurou um moderno Centro Avançado de Endoscopia que promete transformar o cuidado com doenças do trato gastrointestinal. A estrutura une alta tecnologia, inteligência artificial (IA) e procedimentos minimamente invasivos, oferecendo alternativas inovadoras para tratar desde obesidade e diabetes tipo 2 até tumores e complicações pós-operatórias.

Segundo o médico endoscopista Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, responsável técnico pelo serviço, a proposta é clara: “Hoje conseguimos realizar procedimentos que antes exigiam cortes e internações prolongadas, com uma câmera e acesso minimamente invasivo, muitas vezes com alta no mesmo dia.”

Tratamentos modernos com alta precisão

Entre os destaques do novo centro estão técnicas de:

  • Gastroplastia endoscópica – alternativa à cirurgia bariátrica tradicional, realizada por endoscopia para reduzir o estômago;
  • Ablação da mucosa gástrica – aplicação de calor em áreas específicas do estômago para controle da glicose em pacientes com diabetes tipo 2;
  • Dissecção endoscópica da submucosa (ESD) e ressecção endoscópica de parede total (EFTRD) – para remoção de tumores e lesões digestivas de forma precisa, sem cirurgia aberta;
  • POEM e G-POEM – procedimentos para tratar distúrbios digestivos como megaesôfago e gastroparesia;
  • Vacuoterapia endoluminal – técnica inovadora que acelera a cicatrização por meio de pressão negativa aplicada diretamente no local da lesão.

O centro também se destaca por aplicar colangioscopia e ecoendoscopia guiadas por imagem em tempo real, permitindo tratamentos mais seguros para doenças do fígado, pâncreas e vias biliares.

Inteligência artificial a favor da medicina

Um dos diferenciais mais inovadores do centro é a utilização de IA no apoio ao diagnóstico precoce. A tecnologia permite detectar lesões gastrointestinais com maior precisão e agilidade, aumentando as chances de cura e reduzindo a necessidade de cirurgias invasivas.

“Unimos o melhor da medicina com o poder da tecnologia. A inteligência artificial nos permite detectar lesões com mais precisão e rapidez, algo que impacta diretamente no sucesso dos tratamentos”, afirma Fernando Sogayar, diretor-geral do Hospital São Luiz Itaim.

Um marco para o cuidado digestivo no Brasil

A proposta do novo Centro Avançado de Endoscopia é colocar o Hospital São Luiz Itaim na vanguarda do cuidado digestivo no Brasil, integrando assistência, ensino e pesquisa clínica. Com foco na humanização e na precisão, o centro representa um salto qualitativo na forma como condições gastrointestinais serão diagnosticadas e tratadas nos próximos anos.

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Justiça obriga plano de saúde a reembolsar R$ 496 mil por sessões de hemodiálise

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Decisão da 2ª Vara Cível do Butantã considera abusiva a suspensão de reembolso de tratamento vital a paciente com doença renal crônica

Em decisão proferida na última quinta-feira (8), a Justiça de São Paulo determinou que uma operadora de plano de saúde reembolse R$ 496,6 mil a um paciente com doença renal crônica que teve o reembolso de sessões de hemodiálise suspenso de forma unilateral e sem justificativa contratual válida. O caso foi julgado pela juíza Larissa Gaspar Tunala, da 2ª Vara Cível do Butantã.

Segundo os autos, o paciente depende da hemodiafiltração de alto fluxo, realizada cinco vezes por semana, e vinha sendo ressarcido desde 2013. No entanto, a operadora reduziu gradualmente os valores a partir de novembro de 2023, interrompendo completamente os pagamentos em maio de 2024, mesmo sem qualquer alteração contratual ou mudança no tratamento prescrito.

A empresa alegou estar seguindo limites contratuais, mas o argumento foi rechaçado pela magistrada, que classificou como abusiva e ilegal a recusa de reembolso para um tratamento vital à sobrevivência do paciente.

“Se há fraudes, cabe à empresa analisar com o devido cuidado as relações individuais, não penalizando aquele que não tem correlação com os fatos. No limite, importa saber se o autor está sendo tratado e se os valores de reembolso são condizentes com o que se pratica no mercado no mesmo nível de serviços”, afirmou a juíza na sentença.

Cláusulas vagas e livre escolha de prestadores

Outro ponto destacado foi a falta de clareza contratual quanto aos limites de cobertura. A juíza entendeu que o plano de saúde violou os direitos do consumidor ao impor restrições sem transparência e que, mesmo havendo uma rede credenciada, o contrato previa a livre escolha de prestadores.

“Haver rede credenciada é um irrelevante jurídico, pois o contrato permite a livre opção do consumidor”, destacou a magistrada.

Conforto e qualidade de vida preservados

Para a advogada do paciente, Giselle Tapai, especialista em Direito à Saúde, a decisão representa mais do que a garantia de um direito contratual — trata-se de preservar a dignidade e o bem-estar do paciente:

“A decisão permitirá ao beneficiário promover o seu tratamento em clínicas que ofereçam um cuidado diferenciado, como era feito antes do conflito. Ambientes confortáveis, sofisticados e acolhedores impactam positivamente a qualidade de vida do paciente e de sua família”, declarou ao portal Terra.

Precedente relevante para outros casos

A decisão judicial representa um importante precedente para casos semelhantes, nos quais pacientes com doenças crônicas enfrentam dificuldades no custeio de tratamentos contínuos por conta de reembolsos negados ou limitados de forma arbitrária pelas operadoras.

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Correios anunciam plano emergencial para contornar prejuízo bilionário em 2024

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Enfrentando um déficit histórico de R$ 2,6 bilhões em 2024 — quatro vezes maior que o prejuízo de 2023 — os Correios lançaram um pacote de medidas para tentar recuperar o equilíbrio financeiro da estatal. A proposta, divulgada internamente nesta segunda-feira (12), pretende economizar R$ 1,5 bilhão ao longo de 2025 e exige forte adesão dos mais de 86 mil empregados da empresa.

📉 Causas do prejuízo
A estatal atribui a crise principalmente:

  • à queda nas receitas com encomendas internacionais;
  • ao aumento dos custos operacionais, que chegaram a R$ 15,9 bilhões (+ R$ 716 milhões em relação a 2023);
  • aos gastos com pessoal, que subiram de R$ 9,6 bilhões para R$ 10,3 bilhões.

📦 Apenas 15% das mais de 10 mil unidades de atendimento registraram superávit, reforçando o desafio de manter a capilaridade do serviço postal em todos os municípios do país.


📋 Medidas do plano de recuperação:

  1. Redução de jornada de trabalho e salários: de 8h para 6h diárias, com 34h semanais;
  2. Suspensão de férias a partir de junho de 2025, retomando apenas em 2026;
  3. Corte de 20% nos cargos comissionados na sede;
  4. Fim do home office: retorno obrigatório ao trabalho presencial a partir de 23 de junho;
  5. Prorrogação do PDV (Programa de Desligamento Voluntário) até 18 de maio;
  6. Revisão dos planos de saúde com nova rede credenciada e economia prevista de 30%;
  7. Lançamento de um marketplace próprio ainda em 2025;
  8. Captação de R$ 3,8 bilhões com o NDB para modernização e investimento interno.

🚴‍♂️ Investimentos e transição ecológica

Apesar das dificuldades, a estatal afirma manter seu plano de transição sustentável em até 5 anos. Foram investidos R$ 830 milhões em 2024, com destaque para:

  • 50 furgões elétricos;
  • 2.306 bicicletas elétricas e 3.996 convencionais com baú;
  • 1.502 veículos para renovação da frota.

💸 Alerta de liquidez

A empresa consumiu R$ 2,9 bilhões do caixa, restando apenas R$ 249 milhões disponíveis. Isso levou ao atraso de repasses a transportadoras e agências franqueadas, resultando em entregas mais lentas e paralisações parciais dos serviços.


📢 Mensagem da direção

Segundo o documento interno, “cada pequena contribuição dos empregados será essencial para superar os desafios e construir um futuro mais promissor”.

Com o plano de contenção, os Correios tentam evitar nova crise estrutural como a enfrentada em 2016, quando também registraram prejuízo bilionário. A proposta, porém, deve gerar forte resistência dos sindicatos diante da suspensão de direitos e da redução salarial.

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