Dados recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que quase um bilhão de pessoas convivem com transtornos mentais. As informações foram publicadas na última revisão global sobre o tema desde a virada do século. No documento, consta também que o suicídio foi responsável cerca de 1 em cada 100 mortes. No Brasil, a depressão afeta mais de 18 milhões de pessoas. A prospecção da OMS é que em 2030 a doença seja a mais comum do mundo. Diante desse cenário, o diagnóstico preciso e a prescrição de medicamentos corretos se fazem cada vez mais necessários para a preservação e as melhorias da qualidade de vida dos que sofrem algum transtorno mental.
O aumento pela busca de tratamento adequado foi observado pelo DB Molecular, que fornece exames de Farmacogenética, capaz de auxiliar médicos, como psiquiatras, a receitarem o medicamento mais eficaz e com o menor efeito colateral para o tratamento de depressão, psicose, ansiedade e epilepsia. Até julho deste ano, a procura pelo teste foi 79% maior, em comparação ao ano de 2021 inteiro.
O levantamento do DB Molecular, vem constatando o crescimento da realização do exame anualmente. De 2020 para 2021, o aumento foi de 261%, por exemplo. De acordo com Isabella Ortiz, gerente de produto do laboratório e Mestre em Ciência da Saúde, a pandemia da Covid-19 possivelmente tem grande influência nesse aumento.
“A pandemia afetou psicologicamente muitas pessoas. Viver em um cenário de milhares de óbitos diários, medo, incertezas, risco de contaminação e desempregos deixou muitas marcas na população. Nesse período, acompanhamos um crescimento significativo na procura por serviços de apoio psicológico e o exame genético mostrou ser uma ferramenta importante para auxiliar em tratamentos mais eficazes e personalizados”, explica Isabella.
“O exame é um dos meios disponíveis mais eficazes para auxiliar pacientes que já se encontram em tratamento, porém não apresentam resposta, pacientes poli- medicados ou aqueles que apresentam efeitos adversos aos fármacos em uso”, destaca alertando também para a importância de um acompanhamento multidisciplinar com médicos e psicólogos.
Outro fator observado por Isabella é que o exame está se popularizando na Medicina. “Temos observado que o aumento da realização do teste é motivado também pela consciência dos profissionais de saúde, que estão prescrevendo o exame com mais frequência. Em algumas clínicas, já há a incorporação do exame como parte do protocolo terapêutico. Geralmente, ele é feito a partir da indicação médica. É necessário que a prescrição seja cada vez mais comum para que o tratamento adequado seja identificado com rapidez e, consequentemente, gere resultados satisfatórios em um curto espaço de tempo”, explicou.
O período gasto para acertar a medicação correta e os efeitos colaterais dos fármacos incompatíveis podem acarretar, entre outras coisas, o abandono do tratamento. “Apesar da multiplicidade de terapias medicamentosas disponíveis, muitos pacientes apresentam baixa resposta na efetividade do fármaco ou efeitos adversos graves. Isso pode fazer com que eles parem o tratamento sem a recomendação médica, resultando em prognósticos graves, com consequências que poderiam ser evitadas. Nesses casos, o tempo é crucial”, conclui.