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6 entre 10 médicos não especialistas receitam antidepressivos

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A depressão é uma doença mais prevalente em quem tem diabetes do que na população geral e essa condição está associada também com maior risco cardiovascular. Partindo dessa premissa, a pergunta: quando seu paciente com diabetes ou doenças cardiovasculares apresenta suspeita de transtorno depressivo, o que você faz? Mais de um terço dos médicos afirmam tratar ou que gostariam de tratar a depressão. Esse é um dos dados trazidos na pesquisa de percepção “RECEITA DE MÉDICO: o que pensa quem cuida de diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares”, liderado pelo endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, pesquisador da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto e que envolve um setor de inteligência composto pelo DIACORDIS, ENDODEBATE e Editora Clannad.

Entre os 654 especialistas que responderam a pesquisa de percepção, 27,9% responderam que tratam esses pacientes por serem capacitados para isso. Outros 7,1% afirmam que não tratam apenas por não terem capacitação, mas que gostariam de ser capacitados. Outros dados que requerem atenção são que 40% dos entrevistados não encaminham o paciente a um especialista em saúde mental; 12% explicam os riscos da depressão e pedem a seus pacientes que eles tenham ânimo para sair da crise depressiva e 62,2% indicam medicamentos antidepressivos.

Diante destes números, comenta Barra Couri, é necessário que algumas ponderações sejam feitas. “Endocrinologistas e cardiologistas devem tratar a depressão? Há espaço para educação continuada desses especialistas? Ou o caminho mais interessante seria estreitar o diálogo entre clínicos que cuidam do diabetes e dos problemas cardiovasculares e psiquiatras”, reflete.

Perfil dos entrevistados 

O questionário foi aplicado durante o Congresso ENDODEBATE 2022 e, em menos de 30 dias, teve a adesão de 654 respondentes de 17 especialidades, que atuam nas cinco regiões do país. A análise quantitativa e qualitativa contemplou as categorias geral, endocrinologistas e cardiologistas. Nesta amostra, a maioria dos médicos atende principalmente pacientes das classes A e B, sendo que 401 (61,3%) atuam exclusivamente na rede privada (particular e convênio) e apenas 36 médicos (5,5%) atuam exclusivamente no SUS. Os demais (217/33,2%) conciliam o SUS com atendimento aos pacientes de convênios e particular. Este perfil da amostragem é considerado no momento de interpretação do resultado.

Os dados completos serão apresentados em encontro exclusivo para a imprensa no dia 26 de outubro, véspera do DIACORDIS 2022, evento que acontece de 27 a 29 de outubro no Hotel Bourbon Convention Ibirapuera, em São Paulo. A análise trazida no relatório RECEITA DE MÉDICO passa também por temas como diabetes, obesidade, doença gordurosa do fígado, hipertensão, dislipidemias e doenças cardiovasculares. “Perguntamos também sobre temas frequentes no nosso dia-a-dia, como doença renal crônica, climatério e compulsão alimentar”, ressalta Carlos Couri.

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