Região Centro-Oeste foi a que mais apresentou incidência da doença, com 1.867 casos por 100 mil habitantes
No Brasil, o número de casos de dengue aumentou 189,1% nos últimos dois anos, segundo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. Os dados consideram os registros da doença até o mês de setembro, e mostram um crescimento significativo em comparação com o mesmo período do ano passado, com 1.337.413 casos prováveis de dengue no país.
Anualmente, a dengue tropical atinge de 50 a 80 milhões de pessoas, em mais de 100 países. Pesquisas indicam que os locais mais suscetíveis para a proliferação da doença são os grandes reservatórios, como caixas d’água, galões e tonéis (muito comum para o armazenamento de água para o uso doméstico em locais dotados de infraestrutura urbana precária). As temperaturas mais quentes, com chuvas ocasionais, também oferecem condições ideais para a proliferação do Aegypti, que transmite além da dengue, a zika, chikungunya e a febre amarela.
Neste ano, a região Centro-Oeste foi a que apresentou a maior taxa de incidência da dengue, com 1.867,3 casos por 100 mil habitantes, seguida pela região Sul (1.018/100 mil hab), Sudeste (494.4/100 mil hab), Nordeste (398.5/100 mil hab) e Norte (227,6/100 mil hab). Os municípios que apresentaram os maiores registros de casos prováveis foram: Brasília, com 62.265 casos, Goiânia (49.675) e Joinville (21.365).
A dengue é uma doença transmitida pela picada infectada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti. O ciclo de transmissão ocorre da seguinte forma: a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água cerca de uma semana. Após esse período, se transformam em mosquitos adultos, com altas chances de contaminação.
Fernando Silva, CEO da PWTech, startup voltada para a purificação de água contaminada, explica que o aumento dos casos é um reflexo da falta de fiscalização e preocupação com a prevenção do Aegypti. “Hoje, a dengue deixou de ser uma doença semanal. Com a falta de medidas preventivas adequadas, ela se tornou comum o ano inteiro, principalmente, em épocas de chuvas”, explica.
“A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, eliminando recipientes com água parada. Verifique se a caixa d’água está fechada, tampe bem as lixeiras, coloque areia nos pratos de plantas, cubra as piscinas e proteja todos os reservatórios de água. Dessa forma, é possível combater o aumento de casos de dengue”, reforça Silva.
Sobre a PWTECH
Fundada em 2019, a PWTech é uma startup brasileira voltada para a purificação de água contaminada. A solução foi desenvolvida em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Escola Politécnica da USP, e funciona de forma simples: basta conectar o equipamento na água e ligá-lo que, em poucos minutos, a água já sai pronta para ser consumida.
O sistema de tratamento de água esteve presente em crises humanitárias como a Guerra da Ucrânia e nos desastres naturais no Haiti, Tonga e Madagascar. No Brasil, a startup desenvolveu projetos de saneamento básico no Nordeste e na Ilha de Bororé, em São Paulo. Ao todo, 260 mil pessoas tiveram acesso à água potável graças à solução.