Geovanni de Morais Lima, coordenador do curso de Nutrição da Braz Cubas, explica quais são as consequências de uma ingestão exagerada de vitaminas no corpo humano
Fundamentais para o bom funcionamento do organismo, as vitaminas são essenciais para a sobrevivência humana. Mas quando se trata de suplementos vitamínicos, o consumo excessivo pode causar diversos males à saúde. O uso dessa suplementação é quase sempre desnecessário para pessoas saudáveis, pois os alimentos naturais fornecem a quantidade que o organismo precisa.
O professor mestre e coordenador do curso de Nutrição do Centro Universitário Braz Cubas, Geovanni de Morais Lima, explica por que o abuso de suplementos vitamínicos pode ser adverso no organismo, principalmente no sistema digestivo, urinário e esquelético, causando sintomas de intoxicação.
“Os sinais e sintomas dependem do abuso de suplemento vitamínico em questão. No caso da riboflavina, também chamada de vitamina B2, quando em excesso pode ocasionar alteração da coloração da urina, passando a apresentar um tom alaranjado. Já o excesso da vitamina B5 (ácido pantotênico) pode resultar em diarreia. O abuso de niacina (vitamina B3), por sua vez, pode aumentar os níveis de ácido úrico no sangue, enquanto o excesso das vitaminas C e D pode levar à formação de cálculos renais.”
A necessidade de suplementação pode e deve ser investigada em atendimento com o nutricionista, que avaliará a sua ingestão habitual de alimentos fontes de vitaminas e poderá investigar sinais e sintomas da deficiência de vitaminas específicas, inclusive através da solicitação de exames laboratoriais.
Para que se evite o risco de superdosagem de vitaminas, Geovanni de Morais Lima aconselha: só quando não é possível alcançar os níveis de vitaminas por meio de alimentação que a suplementação se torna necessária. Isso reduz possíveis eventos adversos associados ao consumo de suplementos vitamínicos.
Funções dos nutrientes
O consumo adequado de nutrientes é vital para a manutenção da saúde e a prevenção de doenças. “A vitamina A é essencial para a visão noturna, auxiliando na adaptação dos olhos a mudança de iluminação do ambiente, além de participar do desenvolvimento dos ossos e da pele. A vitamina D auxilia na absorção do cálcio e previne doenças ósseas, enquanto a vitamina K é importante para a coagulação sanguínea. Já as vitaminas hidrossolúveis, como as vitaminas do complexo B, atuam em muitos processos metabólicos, auxiliando na produção e no armazenamento de energia, além de serem utilizadas na produção de hormônios, enquanto a vitamina C é antioxidante e é importante para a cicatrização de feridas, a integridade das mucosas e a absorção do Ferro”, explica Lima as funções de cada vitamina.
A melhor forma de ingerir vitaminas é através de uma alimentação colorida, porque os alimentos não possuem apenas uma vitamina e essa variedade de nutrientes torna a alimentação mais equilibrada e saudável.
O docente ressalta que os alimentos de origem vegetal são ótimas fontes de vitaminas, por isso é ideal combinar a maior variedade de cores possíveis. “Os vegetais de coloração verde são excelentes fontes das vitaminas C, K e ácido fólico; já os alaranjados são fontes de vitamina C e de betacaroteno; já os vermelhos, violetas e brancos são excelentes fontes de antioxidantes. Alimentos de origem animal são fontes de vitaminas do complexo B, além das vitaminas D e E.”
Tendo isso em vista, o coordenador do curso de Nutrição da Braz Cubas não aconselha a substituição de legumes, frutas e verduras por suplementação vitamínica. “O ideal é que as vitaminas sejam consumidas no contexto de uma alimentação saudável, portanto, através da ingestão adequada de frutas, legumes e verduras. O uso de suplementos, embora pareça ser atrativo, devido à alegação de que trarão benefícios à saúde e prevenirão doenças, deve ser evitado e apenas recomendado quando as necessidades não puderem ser alcançadas através da alimentação.”