Infectologistas explicam maneiras de se prevenir de diversas infecções que podem ser contraídas nos dias de folia
Com o fim de muitas restrições que a pandemia ocasionou, o carnaval, maior festa brasileira que atrai milhares de turistas ao redor do mundo, volta neste ano de 2023 com a promessa de ser intenso. Mas, é preciso tomar alguns cuidados com a saúde, visto que há doenças comuns e graves que podem ser contraídas durante a diversão.
Renato Grinbaum, médico infectologista e professor do curso de Medicina da Universidade Cidade de S. Paulo (Unicid), diz que uma doença clássica e sexualmente transmissível bastante presente no carnaval é o herpes, transmitido por meio do contato com a pele infectada, que pode ser através do fluido oral, secreções da vagina, pênis ou anus.
Além do herpes, há o HIV, Vírus da Imunodeficiência Humana, que ataca o sistema imunológico, causando sintomas como febre, mal-estar, cansaço, dor de cabeça, dentre outros. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), só em 2021, cinco pessoas foram infectadas pelo HIV a cada uma hora no Brasil.
Outra infecção que costuma aparecer bastante nessa época é a mononucleose, mais conhecida como doença do beijo. De acordo com o médico infectologista e professor do curso de Medicina da Universidade de Franca (Unifran), Dr. Rubens Pereira, a infecção é causada pelo vírus Epstein-Barr, que provoca a presença de placas esbranquiçadas na boca, língua e ou na garganta, dor de cabeça constante, febre alta, dores na garganta, cansaço excessivo, mal-estar geral e aparecimento de ínguas no pescoço.
Dentre outras doenças virais, a Covid-19, a influenza (gripe), o herpes, o HPV e a caxumba podem ocasionar quadros respiratórios e intestinais. As hepatites A e E são de transmissão oral e podem ocorrer neste período carnavalesco. Além desses, há ainda as infecções bacterianas, como a sífilis.
Para se divertir com segurança, o infectologista da Unifran aconselha que “o ideal é que se a pessoa estiver doente, resfriada ou com suspeita de alguma infecção, que poupe os amigos foliões e descanse em casa. Caso esteja tudo bem, cuide-se e saiba que o beijo francês (de língua) tem mais chance de transmitir infecções que um simples selinho.”
Os infectologistas ainda recomendam a necessidade de usar de preservativos para evitar Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), além da combinação com a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) e a PEP (Profilaxia Pós-Espoxição), quando indicadas. Essas medidas profiláticas não excluem a necessidade do uso de camisinhas, reforçam os médicos.
Carnaval e a Covid-19
Apesar da redução do número de óbitos e mesmo com o avanço da vacinação, Renato Grinbaum ressalta que não podemos relaxar. “É muito difícil falar em prevenção da Covid-19 depois de dois anos de muito sofrimento, mas as medidas são as mesmas e devem sempre merecer reflexão, e vale lembrar que vacina é muito essencial.”
“Aglomeração e contato com pessoas resfriadas sempre constituem riscos, por esse motivo, higienização das mãos e uso de máscaras são medidas importantes para a contenção do vírus”, ressalta o professor do curso de Medicina da Unicid.
Rubens Pereira conclui dizendo que não é fácil fazer com que as pessoas se cuidem e fiquem em casa, pois elas querem se divertir. Por isso, o uso de máscaras e álcool gel continua valendo e muito. “A vacinação completa é de fundamental importância, pois diminuiu o número de casos graves, de internações e de mortes. Se você está doente, não dê desculpas e fique em casa, evite colocar em risco sua saúde e a das pessoas” finaliza o docente.