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TDAH na infância: Como as atividades artísticas podem influenciar positivamente no tratamento?

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Manifestações do transtorno começam ainda nos primeiros anos de vida e atividades como dança, teatro e pintura podem ser a principal saída para redução dos sintomas, segundo especialista

O TDAH ou Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, é uma das condições mais comuns do Brasil, com cerca de 2 milhões de casos por ano. Para ser ainda mais exato, ao menos 5% da população infantil do mundo é atingida pelo transtorno, de acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção. Mesmo que o TDAH não tenha cura comprovada, é possível realizar o tratamento através de medicamentos como a Ritalina, por exemplo. Acontece que, além de muitos pais evitarem o uso de remédios no caso de crianças e adolescentes, farmácias do país estão sofrendo com a carência de estoque nos últimos meses. Sendo assim, é preciso encarar a possibilidade de tentar outras soluções. 

Porém, antes de definir novas alternativas, é necessário entender qual a origem do problema. Segundo Nathalia Brandão, especialista em psicologia infantil e adolescente há 8 anos e uma das profissionais presentes na plataforma da Baby Concierge, face digital pioneira no universo materno infantil, o TDAH pode começar a se manifestar ainda na infância e, ser decorrente de uma linha hereditária: “O TDAH manifesta-se nos primeiros anos de vida e pode durar até o fim dela. Estudos apontam que é possível uma predisposição genética, considerando a semelhança do comportamento em outros familiares. Vale ressaltar também, que há chances de fatores ambientais influenciarem no diagnóstico e alguns estudos apontam que o uso excessivo de telas digitais pode justificar um possível diagnóstico, mas isso ainda não foi comprovado”. 

Visando contextualizar a condição, Nathalia realiza uma breve análise neurológica: “TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento multifatorial que, de acordo com uma teoria que acredito, não se trata de deficiência intelectual, mas da dificuldade em obter e manter o foco.” Ela também explicita os principais fatores influentes e sintomas da doença: “Pessoas com TDAH, costumam apresentar alterações na região frontal do cérebro, manifestando a redução da capacidade de atenção, dificuldade de seguir instruções, alteração no autocontrole, ansiedade, redução da capacidade de planejamento, dificuldade de memória, de manter-se parado fisicamente em um lugar e esperar sua vez para falar.”

Em relação às formas de tratamento do TDAH, a psicóloga afirma que existe uma saída, exercitada com menos frequência do que deveria: as atividades artísticas podem ser uma das principais maneiras de reduzir os sintomas. “A arte é parceira na procura pelo controle e manejo dos comportamentos e emoções de uma criança ou adolescente. Atividades como essas estimulam os relacionamentos interpessoais, que podem vir a piorar ao longo dos anos devido ao transtorno, além de fortalecerem a criatividade. Praticando, é possível equilibrar os neurotransmissores importantes no cérebro, capazes de expressar sentimentos positivos ligados ao prazer e ao bem-estar”. 

Dentre as opções de programas artísticos, Nathalia ressalta a importância da movimentação do corpo e da mente: “A maneira mais benéfica de trabalhar os sintomas de TDAH de uma criança são atividades como dança, expressão corporal, teatro, música e especialmente a pintura. Aulas e afazeres como estes podem ser eficientes na busca pelo controle do comportamento.” Ela ainda oferece dicas de como convencer os pequenos a desenvolver as tarefas: “Sugiro que os pais participem sempre que possível e tornem algo leve e divertido, sem obrigatoriedade. Evitando que a criança seja pressionada, ela ficará mais satisfeita em realizar as atividades e assim, aumentar sua criatividade e imaginação”. 

Por fim, para reforçar a importância de um diagnóstico médico, a especialista afirma que a identificação incorreta do transtorno acontece com frequência: “É preciso analisar com cautela, pois, hoje vemos uma enxurrada de diagnósticos incorretos, que podem impactar negativamente no tratamento adequado aos sintomas. E, por mais que o diagnóstico seja clínico, caso se dê por uma equipe multidisciplinar, as chances de ser assertivo se tornam bem maiores”. Nathalia ainda explica a diferença entre o comportamento hiperativo e TDAH, além de estabelecer uma forma curiosa de separá-los: “Crianças hiperativas são agitadas e inquietas, o que pode ou não sinalizar um transtorno. Já o TDAH é caracterizado pela combinação da dificuldade de atenção com agitação motora e impulsividade. Para o diagnóstico é preciso também, que o mesmo comportamento aconteça em pelo menos dois ambientes diferentes”. 

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Inca e sociedades médicas divergem quanto rastreamento do câncer de pulmão

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Em debate na Comissão Especial sobre Combate ao Câncer, na Câmara dos Deputados, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e a Aliança contra o Câncer do Pulmão, formada por seis sociedades médicas, divergiram quanto à ênfase no rastreamento entre as estratégias de enfrentamento à doença. Atualmente, o câncer de pulmão é o terceiro mais incidente entre os homens e o quarto entre as mulheres. São cerca de 32 mil novos casos por ano no Brasil e 1,7 milhão no mundo. Cerca de 90% dos casos estão associados ao fumo e os sintomas começam a aparecer em estágio avançado da doença, geralmente acima dos 50 anos de idade.

Por esses motivos, o diretor-geral do Inca, Roberto de Almeida Gil, fez defesa enfática das campanhas de controle do tabagismo e de diagnóstico precoce como “única forma de lidar com aumento dos casos em decorrência do envelhecimento da população”. Ele ressaltou que as políticas públicas de prevenção reduziram a incidência da doença de 35% para 12%, acompanhada de queda na mortalidade sobretudo entre os homens, desde 2005.

Segundo Gil, o rastreamento possui potenciais benefícios e riscos para o paciente. Também há preocupação com índice de resultados falso-positivos em pacientes com tuberculose e outras doenças.  “A gente tem que ter muito cuidado, porque a nossa rede de atenção hoje ainda não está preparada nem para lidar com a doença avançada. A gente tem muitos gargalos. Que um programa de rastreamento não venha estrangular todo um sistema que hoje já está muito estressado”.

Já o presidente de honra da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Carlos Gil Ferreira, admitiu a relevância das campanhas de conscientização, mas disse que as estratégias de rastreamento são “janela de oportunidade para o enfrentamento da doença”.

Tomografias

O diretor científico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT), Daniel Bonomi, lembrou que as práticas antigas de raio-x e exame de escarro foram substituídas por tomografia computadorizada de baixa dose (TCBD), com resultados positivos para diagnóstico e tratamento.

“O mundo tecnológico avançou demais, com investimento e tomografia de baixa dosagem. A pandemia mostrou que a gente tem tomografia suficiente. Basta mudar a dosagem. É simples. E o rastreamento é o começo de uma melhora na medicina respiratória”.

Representantes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) citaram evidências científicas de que o rastreamento “antecipa diagnóstico e reduz a mortalidade”.

As Sociedades Brasileiras de Patologia (SBP) e de Radioterapia (SBRT) também integram a Aliança contra o Câncer de Pulmão, com apoio da Associação Médica Brasileira (AMB).

Projetos

Organizadora do debate, a deputada Flávia Morais (PDT-GO) já é autora do Projeto de Lei 2158/24, que restringe a comercialização de cigarro eletrônico. Ela acaba de oficializar o Projeto Lei 2550/24, com normas para o rastreamento da doença.

“Esse projeto vai estabelecer as diretrizes de rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de pulmão. Hoje nós já temos as leis que tratam desse assunto sobre outros tipos de câncer, como mama e próstata”.

Durante a audiência, médicos apresentaram experiências bem-sucedidas de rastreamento de câncer de pulmão em hospitais de São Paulo e do Rio Grande do Sul, inclusive com pacientes do Sistema Único de Saúde. Em nome do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (CONASS), César Neves, do Paraná, defendeu a prevenção e também mostrou entusiasmo com as estratégias de rastreamento.

“Nós temos que ter uma atenção primária com olhos vigilantes para sintomas muitas vezes incipientes e fazermos a prevenção. E não temos dúvida de que o rastreamento precoce vai mudar a história natural dos pacientes e aliviar também os cofres do combalido sistema público, que gasta muito mais em tratamentos em fase adiantada e em medicina paliativa”.

Neves também defendeu a regulamentação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (Lei 14.758/23), com reforço no papel da atenção primária. (Com informações da Agência Câmara de Notícias)

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Jornada de Saúde Digital reunirá desenvolvedores de tecnologia e gestores

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No próximo dia 26 de julho, das 8h às 18h, a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) realizará, em parceria com a InovaHC e Moso, a Jornada de Saúde Digital. O evento abordará a transformação digital que acontece no setor da saúde e trará uma visão de como as tecnologias avançadas podem aprimorar a qualidade da assistência ao paciente, o suporte aos profissionais de saúde e a eficiência operacional nos cuidados em saúde da população.

A Jornada reunirá profissionais de saúde, gestores, desenvolvedores de tecnologias interessados no tema para conhecerem as mais recentes tendências e os desafios da Saúde Digital. O evento terá palestras, debates, mesas redondas e proporcionará relacionamentos e troca de conhecimentos e experiências.

O evento terá início às 8h com uma sessão de boas-vindas. Às 8h30 começará a primeira apresentação, intitulada “Panorama da Saúde no Brasil: tendências em saúde digital”, que se estenderá até às 10h. As atividades serão retomadas às 10h30 com a palestra “Dados em Saúde: As dores e os desafios da interoperabilidade”, prevista para terminar às 12h.

Às 13h30, será abordado o tema “Soluções de IA na prática clínica: o estado da arte”, com encerramento previsto para às 15h. Às 15h30 haverá a apresentação sobre “Desafios das Soluções e Produtos Digitais em Saúde”, que ocorrerá até às 17:00.


Serviço
Jornada de Saúde Digital
Dia : 26 de julho de 2024
Horário: Das 9h às 18h
Local: InovaHC, Rua Doutor Ovídio Pires de Campos, Cerqueira César, São Paulo, SP
Inscrições aqui.

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Pesquisadores desenvolvem ferramenta para avaliar impacto da perda de olfato após Covid

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Uma pesquisa desenvolveu e validou uma versão em português brasileiro do Questionário de Distúrbios Olfativos (QOD), importante instrumento para avaliação da qualidade de vida de indivíduos com distúrbios olfativos. A perda do olfato pode ser causada pela Covid-19, por outros vírus respiratórios e por doenças neurológicas, como o Parkinson, podendo impactar significativamente no bem-estar dos indivíduos. No Brasil, cerca de 10% das pessoas que têm Covid-19 têm problemas com o olfato por mais de um mês.

A perda de olfato pode causar impactos na saúde mental como ansiedade, depressão, isolamento social, alterações no apetite e no peso, riscos à segurança, impacto na vida profissional e redução da produtividade. Por isso, ter uma ferramenta validada como o QOD ajuda a entender melhor o impacto da perda de olfato e a desenvolver estratégias para melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas.

O QOD foi desenvolvido para avaliar qualitativamente o grau de disfunção olfativa durante as atividades diárias. No estudo, também foi aplicado o questionário de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-bref) e o Teste de Identificação de Olfato, da Universidade da Pensilvânia (UPSIT®), utilizado para quantificar a perda olfativa.

Publicado no periódico Clinics, o trabalho foi coordenado pela pesquisadora Viviane Sampaio Boaventura, da Fiocruz Bahia, e Marco Aurélio Fornazieri, pesquisador da Universidade de Londrina (PR). Foram recrutados para participar da investigação 126 adultos, entre maio de 2018 e agosto de 2022, em Salvador e Londrina. Os dados sociodemográficos e clínicos foram obtidos por meio de questionários aplicados por entrevistadores treinados.

Os pacientes tinham entre 18 e 65 anos com queixa de disfunção olfatória pós-infecciosa por rinite alérgica, sinusite crônica, por causas pós-traumática ou desconhecidas. Os pacientes de Salvador eram mais velhos, menos escolarizados, apresentavam disfunção olfatória grave, tinham pior qualidade de vida em geral e escores mais baixos de qualidade de vida associados ao olfato (QOD), quando comparados aos pacientes de Londrina.

Os pesquisadores concluíram que o questionário desenvolvido para falantes do português brasileiro mostrou-se consistente e confiável, representando um avanço importante, pois estabelece o QOD como um instrumento clínico e científico confiável. O questionário pode ser empregado na população brasileira como um instrumento útil para pesquisa, avaliação médica do paciente e tratamento da perda de olfato. (Com informações da Agência Fiocruz)

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