Residentes e integrantes do programa de fellowship em Patologia da Rede D´Or, e os profissionais da área já em atuação nos hospitais e laboratórios do grupo, contam agora com o PATHPrimer. A plataforma, da Elsevier, permite estudar e testar conhecimentos com mais eficiência e acessar informação científica que contribui para o avanço na carreira, numa das especialidades que mais ganham importância no Brasil, um dos países mais promissores em medicina diagnóstica do mundo.
De acordo com Antonio Hugo Campos, médico patologista da Rede D´Or e do Instituto D´Or, onde também atua como coordenador dos programas de residência médica e de aprimoramento (fellowship) em Patologia, a ferramenta tem um forte potencial para a área de ensino do grupo. “Temos a filosofia de empoderar os residentes com os recursos mais avançados para que possam aprender e estudar com autonomia, em paralelo às aulas formais. A plataforma atende bem a esse objetivo, além de possibilitar a avaliação do conhecimento adquirido a partir de testes qualificados, estudos de caso, imagens de referência e soluções de diagnóstico para patologia anatômica e clínica”, diz Hugo.
A qualidade desse aprendizado, segundo ele, tem a ver com uma característica da residência da Rede D´Or, que treina os profissionais não só para atuarem como patologistas que leem exames e emitem diagnósticos, mas para assumirem outras possibilidades de carreira: pesquisa em patologia, indústria farmacêutica, docência. “O campo para o patologista é muito grande. Procuramos ensinar de forma que, ao concluírem a residência, eles sejam capazes de trabalhar na área que for mais interessante para cada um”.
Benefícios
Entre os vários benefícios para a Patologia, essas ferramentas auxiliam na padronização dos laudos por compilarem as melhores evidências científicas, facilitando a comparação entre exames anteriores e a orientação de condutas na interação entre o patologista clínico e o médico solicitante. Além disso, a informação científica atualizada e confiável, selecionada por curadores qualificados em cada área e com acesso aos textos originais, atende a um dos grandes desafios dos profissionais contemporâneos: acompanhar o ritmo frenético das novas descobertas em saúde.
O investimento em pesquisa própria, que no grupo fica a cargo do Instituto D’Or, tem sido ampliado para atender, também, à área de diagnóstico molecular, que está em acelerada evolução nos últimos anos com suas técnicas de alta sensibilidade e rapidez na detecção de doenças genéticas, hematológicas, infecciosas e neoplásicas. “É uma sinergia entre a área de diagnóstico e a área de pesquisa. Se as coisas funcionam da maneira ideal, as duas áreas ganham: a pesquisa pode gerar novas ferramentas para o diagnóstico e o diagnóstico auxiliar na realização de novas pesquisas”, ressalta.
Outra iniciativa da Rede D´Or é o projeto de Patologia Digital. Ele envolve uma grande reforma do laboratório do grupo, que há cinco anos integra todas as unidades paulistas do grupo, principalmente o Hospital São Luiz Jabaquara, que o abriga, na zona sul de São Paulo. Além dos profissionais de patologia da rede, o laboratório conta com um time especializado de técnicos de biologia molecular, de biologia química e de patologia para atender a demanda de aproximadamente 35 mil exames por mês, que englobam patologia cirúrgica, citopatologia, hematologia e citometria de fluxo, exame de congelação, exame Waaler Rose, imuno-histoquímica e patologia molecular.
“Com a expansão, o laboratório será uma referência na América Latina. Poderemos oferecer uma gama de exames que hoje, dependendo do caso, ainda precisam ser enviados para fora do país. Tudo isso reflete na qualidade da assistência que o paciente recebe. Como médicos patologistas, nosso foco é realizar o melhor diagnóstico, no tempo adequado, que possibilite o melhor tratamento”, conclui.
Por décadas, a doença de Alzheimer foi atribuída principalmente ao acúmulo de placas de beta-amiloide no cérebro, conforme proposto pela hipótese da cascata amiloide. No entanto, avanços recentes na neurociência e imunologia sugerem que essa visão pode ser simplista, apontando para uma origem mais complexa envolvendo o sistema imunológico.
A Hipótese Amiloide: Um Paradigma em Evolução
Desde a identificação do peptídeo beta-amiloide em 1984 por George Glenner e Cai’ne Wong, a comunidade científica concentrou esforços em entender seu papel na patogênese do Alzheimer. Acreditava-se que o acúmulo dessas placas era o principal fator desencadeador da doença. Entretanto, estudos subsequentes revelaram uma correlação fraca entre a quantidade de placas e a gravidade dos sintomas clínicos, sugerindo que outros mecanismos também estão envolvidos PMC.
Neuroimunidade: O Papel do Sistema Imunológico no Alzheimer
Pesquisas recentes destacam a importância da neuroimunidade na progressão do Alzheimer. O sistema imunológico, especialmente as células da microglia, desempenha um papel crucial na resposta inflamatória cerebral. Em vez de apenas reagir ao acúmulo de beta-amiloide, essas células podem contribuir ativamente para a neurodegeneração quando ativadas de forma crônica PubMed.
Além disso, evidências sugerem que células T periféricas podem infiltrar-se no cérebro, exacerbando a inflamação e potencialmente acelerando o processo neurodegenerativo PubMed.
Autoimunidade: Uma Nova Fronteira na Compreensão do Alzheimer
A história da autoimunidade remonta ao início do século XX, quando Paul Ehrlich cunhou o termo “horror autotoxicus” para descrever a aversão do sistema imunológico a atacar o próprio corpo. No entanto, essa visão mudou com a descoberta de autoanticorpos nas décadas seguintes, levando ao reconhecimento de doenças autoimunes como o lúpus e a artrite reumatoide .Wikipedia+3Wiley Online Library+3The New Yorker+3
No contexto do Alzheimer, pesquisadores estão explorando a possibilidade de que mecanismos autoimunes possam contribuir para a doença. A presença de autoanticorpos e a ativação anormal do sistema imunológico no cérebro sugerem que o Alzheimer pode ter componentes autoimunes, embora essa hipótese ainda esteja em investigação.
Implicações Terapêuticas e Futuras Direções
A compreensão do Alzheimer como uma doença com componentes imunológicos abre novas possibilidades terapêuticas. Tratamentos que modulam a resposta imunológica, como imunoterapias específicas, estão sendo explorados como alternativas ou complementos às abordagens tradicionais focadas na beta-amiloide.
Além disso, a identificação de biomarcadores imunológicos pode permitir diagnósticos mais precoces e personalizados, melhorando o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes.
Conclusão
A visão tradicional do Alzheimer centrada exclusivamente na beta-amiloide está sendo desafiada por novas evidências que destacam o papel do sistema imunológico na doença. Embora ainda haja muito a ser descoberto, essa perspectiva integrada oferece esperança para o desenvolvimento de terapias mais eficazes e uma compreensão mais completa do Alzheimer.
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Fontes consultadas:
Alzheimer’s Association – Informações atualizadas sobre pesquisas e hipóteses relacionadas à origem e evolução da doença de Alzheimer. 🔗 www.alz.org
National Center for Biotechnology Information (NCBI) – Estudos sobre o papel da neuroimunidade e inflamação no Alzheimer, com destaque para microglia e infiltração de células T. 🔗 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36703235
Estudo dos casos do AME Barradas, em São Paulo, mostra que a união de esforços de diferentes áreas da saúde pública pode resultar em benefícios tangíveis aos pacientes
O câncer de próstata é o segundo mais frequente no Brasil e no mundo, e o aumento da sua prevalência despertou a necessidade de inovação e normatização das práticas de diagnóstico. Além disso, o aumento da sobrevida global dos pacientes avançados, em função do surgimento de novas opções de tratamento, demanda a necessidade de métodos de imagem mais modernos, que permitam avaliar de forma mais acurada a resposta ao tratamento.
O Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Barradas, situado em São Paulo, foi palco de um estudo inovador. Idealizado por Beatriz Leme, gestora da empresa UDDO/PETCT Diagnósticos Médicos, Rafael Madke, diretor da R2PHARMA, empresa fornecedora de insumos para medicina nuclear e sob a coordenação da médica nuclear, Anna Carolina Borges, o projeto ofereceu a mais de 200 pacientes com câncer de próstata, atendidos pela rede pública, o procedimento de PET-CT com PSMA. A iniciativa tinha como objetivo ilustrar a importância da inovação tecnológica no enfrentamento ao câncer, mas também reforçar a necessidade de colaboração multidisciplinar na busca po r soluções que melhorem a qualidade de vida dos pacientes.
A PET-PSMA é uma técnica de imagem avançada que permite a visualização precisa das células malignas da próstata. Sua aplicação apresenta sensibilidade e especificidade superiores em relação aos métodos tradicionais, como a cintilografia óssea e a tomografia computadorizada, promovendo um planejamento terapêutico mais eficaz. Nos pacientes estudados, a utilização da PET-PSMA evidenciou um impacto decisivo no rastreamento e na detecção de recidivas, permitindo identificar focos metastáticos muitas vezes não visíveis em exames convencionais.
Tradicionalmente, muitos pacientes apresentavam níveis elevados de PSA (Antígeno Prostático E specífico) sem que a origem da recaída fosse clara, o que frequentemente resultava em intervenções mais invasivas e menos direcionadas. A introdução da PET-PSMA tornou possível a identificação de áreas metastáticas anteriormente ignoradas, promovendo, assim, um tratamento mais dirigido e, consequentemente, melhores desfechos clínicos. Por outro lado, a PET também se encarregou de descartar a possibilidade de doença avançada, cuja suspeita foi levantada pelos métodos tradicionais também menos específicos, permitindo trazer os pacientes nesse cenário para uma condição de proposta curativa de tratamento.
Além das melhorias nas técnicas de diagnóstico, o estudo realizado nos pacientes SUS-AME Barradas se destacou pela promoção de uma abordagem multidisciplinar no tratamento dos pacientes. A colaboração entre médicos urologistas, oncologistas, radioterapeutas e especialistas em medicina nuclear foi fundamental para oferecer um cuidado integral.
Os resultados dessa iniciativa são promissores e oferecem um vislumbre de um futuro em que o tratamento do câncer de próstata pode ser mais efetivo. A inclusão da PET-PSMA no SUS não apenas pode melhorar a qualidade do atendimento, mas também promove a equidade no acesso a novas tecnologias para a população.
Com o valioso potencial da PET-PSMA, os próximos passos incluem a monitorização contínua dos resultados clínicos e a avaliação do impacto econômico da implementação desta tecnologia no sistema de saúde. A longo prazo, é crucial que as políticas de saúde pública se adaptem para incorporar inovações, garantindo que todos os pacientes, independentemente de sua condição socioeconômica, tenham acesso a diagnósticos precisos e tratamentos eficazes.
Assim, o estudo realizado no AME Barradas representa não apenas um avanço técnico, mas também uma oportunidade única de transformar o manejo do câncer de próstata no Brasil, já que os dados do trabalho retratam a realidade do nosso sistema público, comparando-se com os resultados da literatura internacional. É um passo significativo em direção a um sistema de saúde mais inovador, integrado e humano, que coloca o paciente no centro de todas as decisões e reafirma o compromisso com a qualidade e a equidade no atendimento à saúde.
Durante o mês de conscientização sobre o câncer, é essencial destacar como a inovação tecnológica pode transformar o enfrentamento da doença. A medicina genômica tem se consolidado como uma ferramenta poderosa na detecção precoce e no tratamento personalizado do câncer, proporcionando melhores desfechos clínicos e uma significativa redução de custos para pacientes e sistemas de saúde.
A revolução da medicina genômica no tratamento do câncer
Tradicionalmente, os cânceres são classificados e tratados com base no órgão de origem, como mama, pulmão ou próstata. No entanto, essa abordagem não considera as características moleculares específicas de cada tumor, o que pode limitar as opções terapêuticas disponíveis para o paciente.
Estudos recentes sugerem que classificar o câncer apenas pela sua localização pode restringir o acesso dos pacientes a tratamentos mais eficazes, que visam mutações específicas presentes em diferentes tipos de tumores.
Os exames genéticos permitem uma análise detalhada da estrutura molecular dos tumores, identificando mutações responsáveis pelo desenvolvimento do câncer. Com isso, os médicos podem escolher terapias mais precisas e personalizadas, garantindo:
✅ Maior eficácia no tratamento ✅ Redução dos efeitos colaterais ✅ Menos necessidade de internações prolongadas ✅ Diminuição dos custos associados a tratamentos ineficazes
Impacto na detecção precoce e economia para o sistema de saúde
Além de potencializar as chances de cura, os exames genéticos permitem a detecção precoce do câncer, evitando tratamentos mais complexos e caros em estágios avançados da doença.
Com os custos da oncologia crescendo globalmente, a medicina personalizada surge como uma solução viável e sustentável para equilibrar qualidade no atendimento e controle de despesas.
Os benefícios desse modelo incluem:
🔹 Redução do desperdício de recursos com tratamentos genéricos ineficazes 🔹 Diminuição da necessidade de quimioterapia e radioterapia extensivas 🔹 Aprimoramento da qualidade de vida dos pacientes com terapias mais direcionadas
Diretrizes regulatórias impulsionam a adoção dos testes genéticos
A transição para a classificação molecular do câncer está sendo acelerada por novas diretrizes científicas e regulatórias.
📌 A ESMO (European Society for Medical Oncology) já desenvolve recomendações para o uso de marcadores moleculares na escolha de terapias oncológicas.
📌 Nos Estados Unidos, a FDA trabalha para definir quando um medicamento pode ser aprovado com base em uma mutação genética, independentemente do órgão onde o câncer surgiu.
Essas iniciativas são fundamentais para garantir que mais pacientes tenham acesso a terapias inovadoras e altamente personalizadas.
Conclusão
Investir em exames genéticos é investir na saúde e no bem-estar dos pacientes. Ao possibilitar diagnósticos mais precisos e tratamentos personalizados, a medicina genômica traz benefícios que vão além da eficácia clínica:
🔹 Promove uma medicina mais assertiva e eficiente 🔹 Reduz custos desnecessários para os sistemas de saúde 🔹 Aprimora a experiência e qualidade de vida dos pacientes
Neste mês de conscientização sobre o câncer, reforçamos o compromisso com a inovação e a excelência no diagnóstico e tratamento oncológico. O futuro da luta contra o câncer está na precisão da genética, permitindo um tratamento mais eficiente, acessível e humano.
Fonte: Exames genéticos podem reduzir custos no tratamento do câncer. Publicado em 25/02/2025. Artigo de Rafael Malagoli, CEO da Bioma Genetics.