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Órteses, próteses e materiais especiais ficam 0,39% mais caros em abril

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O preço de órteses, próteses e materiais especiais utilizados por hospitais teve o sétimo aumento consecutivo em abril, com avanço de 0,39%. As altas são registradas em um momento sensível, frente à crise enfrentada pelos planos de saúde, que registraram prejuízo operacional de R$ 11,5 bilhões em abril, de acordo com a ANS (Agência Nacional de Saúde). Desenvolvido em parceria pela Fipe e pela Bionexo, o Índice OPME monitora os preços de produtos transacionados entre fornecedores e hospitais na plataforma Opmenexo, responsável por cerca de 2 mil cotações diárias de preços para mais de 20 mil itens do segmento.

A alta de 0,39% nos preços mostra uma aceleração em relação aos aumentos registrados nos dois meses anteriores – 0,12% em fevereiro e 0,29% em março. Dessa forma, o I-OPME passa a acumular uma alta nominal de 0,99% em 2023, e um avanço de 2.41% nos últimos 12 meses.

Comparativamente, a variação mensal do índice foi inferior à inflação ao consumidor, medida pelo IPCA/IBGE (+0,61%), e à variação dos preços de medicamentos para hospitais medida pelo IPM-H (+3,21%). Por outro lado, a variação do índice que acompanha os preços de órteses, próteses e materiais especiais superou o resultado mensal do IGP-M/FGV (-0,95%) e da taxa de câmbio (-3,68%).

“O sétimo avanço consecutivo do índice evidencia uma tendência de valorização recente de órteses, próteses e materiais especiais – superando, inclusive a variação dos preços de medicamentos para hospitais nos últimos 12 meses -, com destaque para produtos categorizados nas seguintes especialidades: cabeça e pescoço, sistema cardiocirculatório, musculoesquelético e articulações”, diz Bruno Oliva, economista da Fipe.

Quase todas as especialidades acompanharam o movimento de alta, com exceção dos produtos voltados ao sistema urinário (-0,17%). As especialidades que registraram aumento foram: cabeça e pescoço (+1.16%); sistema digestivo e anexos (+1,01%); e sistema cardiocirculatório (+0,59%).

No acumulado dos últimos 12 meses, o comportamento médio do I-OPME por especialidade foi: cabeça e pescoço (+5,07%); sistema musculoesquelético e articulações (+4,42%); sistema cardiocirculatório (+3,57%); sistema nervoso central e periférico (+1,71%); sistema genital e reprodutor (-0,67%); sistema urinário (-0,96%); e sistema digestivo e anexos (-1,17%).

Série Histórica

Desde o início de sua série histórica – considerando o intervalo temporal entre janeiro de 2017 e março de 2023 –, o Índice OPME registra uma desvalorização de 1%.

A queda revelada nos preços de próteses, órteses e materiais especiais no período destacado pode ser explicada pela retração dos preços de transações relacionadas às seguintes especialidades: sistema cardiocirculatório (-10,18%); sistema genital e reprodutor (-3,02%); e sistema urinário (-2,31%). No cálculo do índice, os resultados negativos se sobrepuseram à valorização histórica de produtos das especialidades: cabeça e pescoço (+17,27%); sistema musculoesquelético e articulações (+4,27%); sistema nervoso central e periférico (+3,14%); e sistema digestivo e anexos (+0,24%).

Por dentro do índice

O Índice de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (índice OPME) é resultado da parceria entre Fipe e Bionexo, e nasce como o primeiro indicador dedicado a analisar o comportamento de preços de produtos e materiais transacionados entre fornecedores e hospitais no mercado brasileiro. A cada mês e para cada material, calcula-se um índice que indique a variação de seu preço em relação ao mês de referência, levando em consideração variáveis que podem ser relevantes para determinar o preço, entre elas: 1) quantidade de itens requisitados no mercado; 2) discriminador de produto (já que pode-se ter múltiplos produtos em uma mesma família); 3) localização do hospital e do fornecedor; 4) convênio; e 5) procedimento de urgência.

Os produtos são agrupados em oito especialidades e ponderados de acordo com uma cesta de valor total transacionado na plataforma Opmenexo. O Índice OPME consolida o comportamento dos índices dos preços de cada especialidade.

Apesar de estar correlacionado a outros indicadores, o Índice OPME não mensura ou influencia o comportamento de preços de produtos e materiais no varejo. Ele não reflete diretamente em mudanças ou substituições tecnológicas, nem tem relação direta com os custos de hospitais e planos de saúde. Os dados apontam tendências de preços para negociações entre fornecedores e instituições hospitalares

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