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Você imagina a saúde sem tecnologia? Uma análise da década

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Por Bruno Borghi

Há 10 anos, em 2013, a tecnologia na área de saúde estava evoluindo, mas algumas das tecnologias e práticas que temos hoje ainda estavam em estágios iniciais de desenvolvimento ou não eram tão amplamente adotadas. Por exemplo, os registros médicos eram armazenados em papel. O uso de registros eletrônicos começava a crescer, mas a adoção completa de sistemas eletrônicos de registro ainda não era generalizada.

Segundo a consultoria Global Health Intelligence, existem 7.488 hospitais no Brasil, dos quais apenas 400 possuem recursos tecnológicos, segundo a ABCIS – Associação Brasileira CIO Saúde. Uma pesquisa realizada pelo Datafolha no início de 2021 mostra que o setor de saúde é o que menos investe em tecnologia. Somente 23% das companhias do segmento possuem departamento de cibersegurança, embora 58% delas admitam que já foram alvo de fraude e ataques digitais com alta e média frequência.

Neste cenário, são muitas as oportunidades de melhoria. O primeiro passo rumo à digitalização é a implementação de uma infraestrutura de conectividade bem planejada, com novas tecnologias que possam otimizar o desempenho das redes e proporcionar a interação do paciente ao seu tratamento, consulta e médico, seguindo o propósito da Saúde 5.0, em que o paciente é o protagonista e está no centro do sistema.

Entre os principais temas precisamos destacar a interoperabilidade, que é a capacidade dos sistemas de saúde de compartilhar informações de forma segura e eficiente. Ela é fundamental para melhorar a qualidade do atendimento, reduzir erros médicos e aumentar a eficiência do sistema de saúde.

Embora a análise de dados e a inteligência artificial já fossem utilizadas na área da saúde, os avanços tecnológicos que temos atualmente, se compararmos com outros setores, estão em estágios iniciais. A capacidade de processar grandes volumes de dados e obter insights significativos ainda não é tão desenvolvida.

Além da armazenagem, a nuvem já permitia que profissionais de saúde acessassem dados e aplicativos de saúde a partir de qualquer local, desde que tivessem conexão com a internet. Isso possibilitava um maior acesso e flexibilidade no trabalho, embora a conectividade e a interoperabilidade entre diferentes sistemas e instituições de saúde é um desafio. A falta de padrões e a interoperabilidade limitada dificulta (ainda dificulta) a troca eficiente e segura de dados entre sistemas diferentes. Importante ressaltar que, ao longo dos anos, a computação em nuvem na área de saúde evoluiu significativamente em termos de adoção, recursos e segurança. Atualmente, é amplamente utilizada para uma variedade de aplicações na área de saúde, como armazenamento e compartilhamento de dados, análise de dados, telemedicina e aplicativos de saúde.

Como a nuvem fornece poder computacional escalável, permite que algoritmos de inteligência artificial e aprendizado de máquina analisem grandes conjuntos de dados de saúde. Isso pode levar a insights valiosos para o diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças. Ela também facilita o compartilhamento de informações entre profissionais de saúde e instituições, permitindo uma colaboração mais eficiente e rápida. Isso é especialmente útil em casos de atendimento emergencial, consultas remotas e segundas opiniões médicas.

Destaco ainda que a nuvem possibilita a implementação de soluções de telemedicina, permitindo que os pacientes sejam atendidos remotamente por meio de videoconferência, compartilhamento de imagens e troca de informações médicas. Isso é especialmente útil para pacientes em áreas remotas ou com dificuldade de acesso a serviços médicos. Ela é também utilizada para hospedar aplicativos e plataformas de saúde, que podem fornecer serviços como monitoramento remoto de pacientes, lembretes de medicação, gerenciamento de saúde e bem-estar, entre outros.

Portanto, não dá para falar de saúde sem tecnologia. Ela leva os hospitais, laboratórios e consultórios para além do comum, pois sendo um negócio, a eficiência de atendimento, rapidez e a automação de processos contribui para médicos, enfermeiros, técnicos e pacientes a uma melhoria de atendimento, e, consequentemente, maior satisfação. Por fim, o engajamento dos pacientes é um tema crucial. Com o aumento da conscientização dos pacientes sobre a importância de sua própria saúde, é essencial que as empresas de tecnologia em saúde desenvolvam soluções que possam ajudar os pacientes a gerenciar sua saúde de forma eficaz e engajada.


*Bruno Borghi é senior account manager na Beyondsoft Brasil.

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