Tecnologia

Inteligência artificial no rastreio de demências e doenças cognitivas

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Por Ronald Lorentziadis

A inteligência artificial está ganhando destaque na área da saúde e vem sendo utilizada para o rastreio e monitoramento de doenças neurodegenerativas e demenciais, como o Alzheimer, além de queixas cognitivas, como aquelas relacionadas às questões hormonais da menopausa e até mesmo Covid-19. Nada invasivo: tudo por meio de tablets ou smartphones.

Os algoritmos de inteligência artificial analisam grandes quantidades de parâmetros – mais de 850 simultaneamente – e são treinados para reconhecer alterações específicas, que vão de rastreio ocular, pressão e precisão do dedo na tela, memória espacial (como planejar uma rota), velocidade de movimento, memória prospectiva (aquela ação que ainda vai acontecer, por exemplo), entre outras.

Investir nesse tipo de exame tem sido crescente em muitos países – como Estados Unidos, Japão, Suíça, e outros europeus – pelo aumento na população idosa. Além das evidências científicas, por meio de pesquisas publicadas em periódicos internacionais, mais de 120 mil pessoas já passaram por esses exames, que apresentam certificações, como a Conformité Européenne (CE).

A intenção não é substituir outros exames já consagrados, como a ressonância magnética e a tomografia, mas atuar como uma ferramenta complementar, fornecendo informações valiosas para padrões que podem ser facilmente negligenciados.

Esse sistema ainda tem o respaldo de médicos especialistas e, inclusive, generalistas, para interpretar os resultados. O diagnóstico permite uma conduta terapêutica mais eficaz. Como não é invasivo, pode ser repetido, entre seis meses a um ano, para que o especialista avalie se o tratamento proposto está surtindo efeito ou se outras medidas são necessárias.

No Brasil, essa tecnologia está em crescimento, com o uso em clínicas e hospitais, e também já tem a validação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Embora ainda existam desafios a serem superados, principalmente a ambição de transformar o panorama da saúde brasileiro quando falamos de prevenção, predição e acompanhamento médico. Ao invés de tratarmos as doenças, precisamos nos antecipar e fazer prevenção. E o mercado precisa se movimentar nesse sentido.


*Ronald Lorentziadis é empresário do setor da saúde.

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