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Medicina Preventiva também se faz com programação e dados

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Por Clay Schulze

Diante do anúncio da autorização da Agência Nacional de Saúde (ANS) para reajuste de alguns tipos de planos de saúde, o debate sobre a “inflação da saúde” e os custos de uma família para manter esse “gasto” dentro do orçamento apareceu com força na imprensa. Representantes das operadoras de saúde explicaram como elas enfrentam a pressão dos custos, mas convenhamos que o grande público não está muito interessado em qualquer movimento que pese no bolso dele.

Por isso a importância das operadoras no gerenciamento interno de suas despesas. Mitigar o que é possível em termos de custos assistenciais também é investir em programas de Medicina Preventiva ou Atenção Integral à Saúde com os beneficiários para evitar que eles evoluam para high users dos serviços médicos. Segundo pesquisa do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 69% dos idosos no Brasil tem pelo menos uma doença crônica e a mudança de hábito é um tema recorrente nas visitas ao médico.

A operacionalização de um programa preventivo pode ser trabalhosa por envolver dados confidenciais de saúde e uma gama de parâmetros para identificar os fatores de risco para comorbidades. As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que representam as principais causas de adoecimento grave e mortes evitáveis no Brasil, abrangem doenças cardiovasculares, incidência de câncer, obesidade, hipertensão, diabetes e doenças respiratórias crônicas. São pacientes que as operadoras de saúde podem rastrear e oferecer programas de mudanças de hábitos que resultam em prevenção de muitas doenças.

Além desses casos, ainda existem públicos especiais, como Saúde da Mulher e Acompanhamento de Gestantes, com protocolos específicos preventivos e de monitoramento (exames anuais e os acompanhamentos devidos de um pré-natal e pós-parto, por exemplo) que ajudam a monitorar uma paciente antes que ela evolua para um quadro de saúde mais sério.

É justamente na compilação, rastreio, identificação e automatização do monitoramento de pacientes que softwares desenhados de forma específica para uso na área de saúde mostram o diferencial logístico que podem agregar ao negócio das operadoras de saúde. Hoje, soluções possuem algoritmos que identificam no banco de dados da operadora aqueles beneficiários que figuram no “grupo de risco” para doenças crônicas evitáveis e as pacientes para o atendimento de programas específico às mulheres.

O rastreio desses pacientes crônicos e sua adesão a programas de atenção primária/medicina preventiva tem impacto direto na racionalização dos custos assistenciais. Como exemplo, vemos aqui operadoras que aplicaram a tecnologia em seus programas de Medicina Preventiva e viram a redução de até 50% do uso dos serviços (consultas, exames, procedimentos, internações e emergência) entre os pacientes adeptos comparados àqueles que recusaram participação nas atividades. E mais: a satisfação dos clientes com o plano ainda aumentou.

Softwares de monitoramento deste tipo também podem ser utilizados por empresas que querem fazer a gestão de saúde dos seus funcionários, diminuindo os custos com afastamentos e tratamento de pacientes graves. Fora todo o escopo de negociação para reajustes de planos de saúde coletivos, que ocorre à parte das autorizações da ANS, sendo realizado diretamente com a operadora diante dos custos dos beneficiários.

Por isso que defendo o papel da transformação digital na saúde para prevenção e melhor gestão, tanto do paciente quanto da operadora. Especialmente essa Medicina Preventiva que se faz com programação e dados, para atuar com assertividade onde se precisa e embasar decisões. Para o beneficiário, ela entrega longevidade e qualidade de vida, reduzindo incidência de doenças crônicas graves. Para a operadora, automatiza e aprimora as práticas de gestão em saúde ao oferecer assistência de maior qualidade e, ao mesmo tempo, racionaliza os custos assistenciais.


*Clay Schulze é gestor de Contas de Saúde da Datainfo para clientes Previva.

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