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Análise de dados como aliada da saúde e bem-estar da população

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Por Gustavo Campana

Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades, segundo define a Organização Mundial de Saúde (OMS). De fato, o “estar saudável” engloba um conjunto amplo e variável de fatores, que serão influenciados pelas condições sociais, econômicas e pessoais de cada indivíduo. Ainda assim, a adoção de hábitos como alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos vai influenciar diretamente no bem-estar e na prevenção de doenças.

Um aliado nesse cenário, que pode parecer improvável, mas vem mudando a realidade de muitos, é o chamado Health Analytics. A área consiste na coleta, armazenamento e uso de dados de saúde do paciente ao longo de sua biografia. São informações como doenças pré-existentes, idade, exames adequados, acompanhamento médico etc. Com isso, é possível, por exemplo, indicar procedimentos necessários de prevenção e diagnóstico, caso a pessoa tenha predisposição a alguma enfermidade ou complicação, por exemplo, entre outros benefícios.

Na medicina moderna, a prevenção e a busca por diagnósticos precoces são temas imperativos, já que em estágios iniciais, as chances de cura e de tratamentos menos agressivos e invasivos são, em geral, maiores. O uso de dados populacionais já é um grande aliado para políticas públicas. Bons exemplos são, por exemplo, a identificação de regiões com grande número de crianças e baixa vacinação. Ou algum local com grande incidência de alguma doença infectocontagiosa. É a partir dessas informações que agentes podem elaborar soluções.

E esse modus operandi também está cada vez mais presente na medicina privada. Na Alliança, empresa diagnóstica presente em todo o país, o setor de Health Analytics é uma das prioridades e vem recebendo investimentos para aperfeiçoar ainda mais sua relação com o usuário. Apenas no primeiro trimestre deste ano, atingimos cerca de 1 milhão de pacientes, dentro de nossa base de dados. São pessoas com doenças crônicas que precisam de acompanhamento constante, mas que não estavam seguindo o tratamento, ou indivíduos com exames de rotina atrasados, e todos foram avisados da necessidade e importância de realizá-los.

Outro aspecto importante do setor de Health Analitycs é a possibilidade do cruzamento de informações para que se chegue a uma visão ainda mais completa sobre aquele paciente. Por exemplo: uma pessoa obesa que more em um local com pouca acessibilidade pode não estar completando seus exames de rotina por dificuldade de locomoção. Ou não está conseguindo praticar exercício pelo mesmo motivo. Os números nos mostram muito além daquilo que está no prontuário: é um quadro completo, que mostra os desafios que o mundo tem pela frente.

Uma das vantagens de nossa política de Health Analytics é também a capilaridade da empresa no país: estamos presentes em todas as regiões e temos um sistema de coleta de informações único e integrado. Isso não só facilita a vida do paciente que queira, por exemplo, ser atendido em algum posto diferente da sua rotina, mas também nos dá uma visão muito mais conectada com a diversidade de nosso imenso país. O que vem nos guiando para direcionar as campanhas de acordo com as particularidades de cada parte do Brasil, respeitando e entendendo as diferenças culturais e socioeconômicas presentes.

A tecnologia é uma importante aliada para a saúde como um todo e também em nossas políticas de cuidado, qualidade e bem-estar, prioridades na empresa. Garantir a conscientização sobre esse tema e estimular a criação de políticas voltadas ao bem-estar da população é primordial para os próximos anos. Novos processos como uso de dados contribuem para uma melhor gestão da saúde, garantindo não apenas a sustentabilidade do setor, mas também promovendo um impacto positivo direto na qualidade de vida dos pacientes.


*Gustavo Campana é vice-presidente Médico da Alliança.

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Paciente com câncer leva até um ano para iniciar o tratamento no setor público

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A pesquisa “Jornada do Paciente com Câncer”, lançada pela ALS BRASIL, com patrocínio da Bristol Myers Squibb, revelou que os pacientes com câncer levam cerca de um ano para iniciar o tratamento no setor público, além do período anterior de identificação de sintomas, que está entre 12 e 24 meses. Esse período de um ano compreende desde o início da busca pela primeira consulta médica até o início efetivo do tratamento.

No início da jornada do paciente, 33% dos entrevistados relataram que os sintomas surgiram entre um e dois anos anteriores, sendo os principais dores intensas, sangramento anormal e presença de nódulos ou tumores. O tempo de espera para a primeira consulta após o surgimento dos sintomas variou: 72% dos entrevistados do setor privado aguardaram de 1 a 3 meses, enquanto no setor público esse período foi de 4 a 6 meses para 15% dos pacientes.

Diagnóstico

Durante a jornada do paciente para receber o diagnóstico, quase todos os respondentes (95%) passaram por até 4 especialistas para obtê-lo, sendo o clínico geral 51% das primeiras consultas. Essa espera varia de acordo com cada tipo de câncer: 78% dos respondentes com câncer de pulmão passam por 1 a 2 médicos/especialistas até chegar no diagnóstico final. Já os cânceres de mama, próstata, colo e pulmão passaram por mais especialistas (média 36% de 3 a 4 especialistas).

No geral, 55% dos pacientes tiveram o diagnóstico entre 1 e 3 meses. O tempo para obter o diagnóstico final varia de acordo com o tipo de câncer e sistema de saúde usados: 34% dos pacientes dizem que o processo desde o aparecimento de sintomas até chegar no diagnóstico final levou de 2 a 3 meses. Esse processo pode ser mais rápido levando até 1 mês (21%), principalmente no sistema privado (36%), ou levar mais de tempo de 4 a 6 meses (22%) no sistema público.

As principais dificuldades no geral são o tempo prolongado para marcação de consultas, agendamento de exames e recebimento dos resultados dos exames (+60%), vulnerabilidade emocional (+40%) e dificuldades financeiras (+30%).

Da primeira consulta até a realização dos primeiros exames, 83% declaram que levou até 3 meses, 44% levaram até 1 mês, entre esta porcentagem, estão principalmente pacientes do sistema privado (63%).

A lentidão no sistema público para a realização de exames faz com que os pacientes optem pela utilização do sistema misto, uso do sistema público e privado. Para 74%, o principal motivo para os exames serem realizados de forma mista foi pela demora do agendamento no sistema público, levando os pacientes a pagarem parte dos exames no sistema particular, e 40% pela falta de cobertura de exames, tanto no público como privado.

“Temos as leis dos 30 dias [que determina esse como prazo máximo para realização de exames diante de suspeita de câncer] e dos 60 dias [tempo limite para início de tratamento, quando confirmado o diagnóstico], mas precisamos fazer com que sejam cumpridas, que o sistema consiga dar respostas. Tem lugares no Brasil em que as pessoas aguardam um ultrassom numa fila de espera de dois anos. As leis são importantes porque facilitam o acesso, mas a gente sabe que são muitas as dificuldades de serem de fato implementadas”, ressalta Marlene Oliveira, fundadora e presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida.

Tratamento

Já na fase do tratamento, em geral 74% receberam em até 3 meses os resultados de exames para poderem iniciar as intervenções necessárias. Para 38% dos pacientes, o tempo entre o recebimento dos resultados de exames até iniciar o tratamento foi de 2 a 3 meses. Já para 51%, no sistema privado, esse tempo reduz para até 1 mês de espera. E no público 27% apenas.

A duração do tratamento varia de acordo com o tipo e estágio do câncer. Entre os pacientes que concluíram o tratamento, cerca de 38% relataram uma duração de até seis meses, enquanto 36% mencionaram um período de 7 a 12 meses.

Em geral, mais de um quarto (28%) dos pacientes que finalizaram o tratamento levaram mais de um ano, especialmente aqueles que fizeram uso de ambos os serviços de saúde (68%) e os diagnosticados com câncer colorretal (50%). No caso dos pacientes atendidos pelo sistema privado, a duração média do tratamento foi de 2 a 3 meses (35%). Enquanto isso, para 55% dos pacientes ainda em tratamento, o período já ultrapassa um ano.

Sobre orientação médica durante o tratamento, 90% dos pacientes com câncer entrevistados se sentiram bem orientados pela equipe médica durante o tratamento, principalmente os do sistema privado (98%). Este número cai para 87% no público.

“No Brasil, temos dois cenários. O do mercado privado e o do público e ambos enfrentam grandes barreiras no tratamento. No âmbito da saúde privada, as operadoras têm um modelo que tem impacto negativo nos pacientes porque as novas tecnologias não são incorporadas e, mesmo quando fazem parte do rol da ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar] e o fornecimento é obrigatório, não são prescritas em razão do custo. No sistema público, por sua vez, os protocolos são limitadíssimos. Temos um modelo único, universal, mas falido. Teria que haver uma reestruturação para que ele se sustente. Hoje, as medicações evoluíram, com novas tecnologias, e o que nós queremos é que o paciente possa ter acesso a elas. No nosso dia a dia, acompanhamos o processo de um medicamento para mieloma múltiplo que foi incorporado no SUS há dois anos e em muitos lugares ainda não é usado. E estamos falando de um produto incorporado com quase 20 anos de atraso. O segredo está em como fazer tudo isso funcionar”, alerta Christine J. T. Battistini, presidente da International Myeloma Foundation Latin America.

Acesso

Em média, 50% declaram que o acesso ao tratamento está dentro do esperado. Em relação às dificuldades ao acesso: 40% tiveram dificuldades ao tratamento completo; 36% à marcação de consultas médicas; 33% à realização de exames; 31% à medicação por infusão; 25% à monitoramento (pós-tratamento); 26% à medicação oral.

Monitoramento

O monitoramento para acompanhar evolução/remissão do câncer varia de 6 a 12 meses para 66% dos casos. Para 38% dos pacientes que já finalizaram seus tratamentos, o monitoramento para acompanhar a evolução/remissão da doença é feito semestralmente e para 28% é feito anualmente, com 9% dos respondentes não realizando o monitoramento.

Durante este período, 70% realizam até 3 exames para monitoramento, 35% dos pacientes realizam apenas 1, principalmente os pacientes com câncer de estômago (67%) e próstata (52%) e do sistema privado (50%). Já 35% realizam de 2 a 3 exames a mais.

“Queremos ressaltar a importância da detecção precoce e da implementação de terapias mais precisas e menos invasivas, visando não apenas o tratamento, mas também a prevenção e a conscientização sobre o câncer. O compromisso da Bristol Myers Squibb com a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e com o avanço da ciência médica é reiterado através do apoio à pesquisa científica, que tem sido crucial para o desenvolvimento de diagnósticos mais precisos e tratamentos eficazes”, comenta Gaetano Crupi, Presidente e Gerente Geral da Bristol Myers Squibb Brasil.

Pesquisa

A pesquisa Jornada do Paciente com Câncer tem como objetivo investigar a jornada do paciente com câncer, tanto no sistema público como privado. As entrevistas ocorreram entre 13 de abril a 26 de maio de 2023 com 300 pacientes de câncer das cinco regiões do Brasil.

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Unimed Vitória e Hcor anunciam parceria em mentoria e capacitação

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Unimed Vitória e o Hcor anunciaram uma parceria inédita com o objetivo de elevar o padrão de excelência dos serviços prestados pela operadora em território capixaba. Ao longo dos próximos meses, os executivos do hospital atuarão junto às lideranças da cooperativa médica na implementação de projetos. Eles fornecerão orientações, mentorias e capacitação profissional nas áreas de “Negócios e Financeiro” e “Médicos e Assistencial”, a fim de potencializar a qualidade dos serviços do Hospital Unimed e da Maternidade Unimed, ambos em Vitória.

“Essas duas unidades já são referências no estado. O Hospital Unimed, possui certificação ONA nível 3, é especializado em atendimentos de alta e média complexidade. A Maternidade está passando por uma série de melhorias em sua estrutura, incluindo a modernização da UTI Neonatal, a renovação dos andares de internação e a ampliação das salas de atendimento. A consultoria do Hcor nos permitirá realizar um intercâmbio de ideias com alguns dos profissionais mais capacitados em gestão hospitalar do país. Isso poderá elevar muito a qualidade do nosso serviço para os nossos pacientes”, afirma a diretora de Recursos Próprios da Unimed Vitória, Adriana Botti.

O CEO do Hcor, Fernando Torelly, reforça que a parceria estratégica representa um marco significativo para a instituição. “Essa colaboração fortalece nossa capacidade de oferecer soluções de gestão ainda mais robustas e inovadoras aos nossos clientes. A Consultoria Hcor traz consigo uma expertise profunda e um histórico comprovado em transformar operações e impulsionar resultados no setor. Juntos, estamos posicionados para enfrentar os desafios complexos do mercado atual de saúde, promovendo excelência operacional e clínica, além de uma experiência aprimorada para pacientes e colaboradores”, declarou o executivo.

Segundo ele, a colaboração não apenas ampliará o impacto no setor, como também abrirá novas oportunidades para inovação e crescimento sustentável. “Estamos ansiosos para começar a trabalhar lado a lado com a Unimed Vitória”.

Mais de R$ 200 milhões em melhorias

A parceria inédita com o Hcor é parte de uma robusta gama de investimentos em gestão, estrutura e tecnologia que estão sendo realizados pela Unimed Vitória em suas unidades, a fim de aprimorar a qualidade dos atendimentos. De acordo com o diretor-presidente da cooperativa, Fabiano Pimentel, juntos, os investimentos chegam a quase R$ 200 milhões.

“Desde 2023, a Unimed Vitória vem adotando uma série de medidas para beneficiar os nossos cooperados, colaboradores e clientes. A parceria com o Hcor era muito esperada, pois nós acreditamos no potencial que duas instituições de grande representatividade têm quando se unem para pensar juntas em novas soluções. Sabemos que o cenário de saúde suplementar é desafiador no Brasil, mas colaborações como essa nos permitem enxergar novos caminhos e nos tornarmos vanguardistas no mercado. É assim que alcançaremos cada vez mais o nosso propósito de garantir o melhor cuidado: com eficiência técnica, valorização das pessoas e humanização dos serviços”, finaliza Pimentel.

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Ministério da Saúde cria programa de incentivo à indústria médica

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Ministério da Saúde publicou duas novas portarias, uma que institui a criação do Programa de Desenvolvimento de Inovação Local (PDIL), que altera a Portaria de Consolidação MS nº 5, de 28 de setembro de 2017 e, outra que destaca as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP).

Para a ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos, que representa mais de 300 indústrias em todo país – essa alteração é um reconhecimento da essencialidade do setor para a saúde brasileira. Além de ser fundamental na prevenção, diagnóstico e tratamento na saúde, o setor, que inclui desde luvas e seringas, desfibriladores, válvulas, implantes cardíacos, ortopédicos e um conjunto gigantesco de outras tecnologias, é também uma área responsável por gerar diversos empregos e mantém a atividade industrial de alta densidade em tecnologia e inovação.

O novo programa visa promover a inovação no setor de saúde em nível local, incentivando o desenvolvimento de novas tecnologias, processos e práticas para melhorar a qualidade dos serviços de saúde oferecidos à população. A nova Portaria GM/MS Nº 4.473, que consta no Diário Oficial da União (DOU), tem como principais objetivos reduzir a vulnerabilidade produtiva e tecnológica, promover a sustentabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS) e ampliar o acesso à saúde.

Já as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) buscam ampliar o acesso a medicamentos e produtos de saúde estratégicos para o SUS e fortalecer o Complexo Econômico-Industrial do país. Para Márcio Bósio, diretor institucional da ABIMO, essa alteração possibilita o setor investir mais em tecnologia, mesmo porque, a vida útil dos dispositivos médicos, em média, é de 18 a 24 meses. “Em comparação com medicamentos, por exemplo, a indústria de dispositivos médicos produz em menor escala e, com essa nova portaria há a possibilidade de reduzir os custos em tecnologia e, assim, torná-la mais acessível, principalmente para o sistema público.”

Um aspecto relevante do PDIL é a possibilidade de contratos com duração superior a cinco anos. Atualmente, o Ministério da Saúde negocia demandas específicas, o que pode impactar a produção do setor que opera em menor escala. Contratos de longo prazo permitirão melhor planejamento e estabilidade para as indústrias de dispositivos médicos.

Além disso, o programa promove alianças estratégicas em saúde, envolvendo cooperação entre empresas públicas e privadas, Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs), instituições públicas, entidades privadas sem fins lucrativos e startups. Essas parcerias visam a realização de projetos de benefício mútuo, focados em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e geração de soluções produtivas e tecnológicas para o SUS, além de promover a transferência e difusão de tecnologias em saúde, o que é essencial para o desenvolvimento da indústria de dispositivos médicos brasileira.

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