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Inovação

Saúde Digital Brasil anuncia criação de painel de indicadores de telessaúde

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A Saúde Digital Brasil (SDB) anunciou a criação de uma iniciativa pioneira na América Latina, que visa reunir os principais indicadores do setor. A ideia é garantir transparência e desenvolver a saúde digital no país. Coordenado por um grupo de trabalho criado pela SDB para selecionar e analisar a pertinência e o valor de indicadores setoriais de saúde digital, o painel trará uma visão global do setor, consolidando informações que norteiam a prática da telessaúde e da telemedicina no Brasil. O objetivo desta iniciativa é unificar a captação da informação de forma homogênea e transformá-la em conhecimento para a sociedade, gestores, profissionais da saúde e a comunidade científica.

Lídia Agia, coordenadora do grupo de trabalho de Indicadores da Saúde Digital Brasil, epidemiologista e consultora de analytics do Hospital Israelita Albert Einstein, considera ser fundamental para provedores de serviços e fornecedores de tecnologia contarem com um painel atualizado que mostre como estão as operações e, ao mesmo tempo, trace um perfil epidemiológico da população, com números do setor, e traga parâmetros que norteiam a prática clínica. Isso inclui entender a jornada dos pacientes dentro dos serviços de saúde e os indicadores das operações. Por exemplo: visualizar quais são os principais diagnósticos via telessaúde.

“É latente a necessidade de informação em saúde digital. Precisamos entender como está esse cenário em números que sejam precisos e nos propiciem uma análise de saúde acurada, fazer avaliações constantes, aprimorar as ofertas e proporcionar uma economia mais sustentável. Sabemos que nosso setor é muito dinâmico e esse conhecimento nos permite tanto imprimir um cuidado de saúde mais eficiente, como preservar aspectos financeiros relevantes do cuidado médico”, ressalta.

Anna Rabha, vice-coordenadora do grupo de trabalho e diretora médica da Tuinda Care, explica que, no país, o conceito de saúde digital fortaleceu-se, com a regulamentação no final de 2022. Adotar medidas padronizadas de captação e interpretação dos dados o mais cedo possível neste processo embasará as futuras políticas institucionais, tanto públicas quanto privadas, sobre como e quais caminhos devem ser seguidos. Além disso, para ela, mais do que ter acesso ao dado, a vantagem é saber o que fazer com ele. “A informação é acessível para todos, individualmente. Ter indicadores é o que torna o conhecimento acessível”.

O painel será construído em parceria com a empresa Controllab. Os associados terão acesso aos seus dados e às informações consolidadas de maneira anonimizada, para que possam fazer um benchmarking do setor. Em um primeiro momento, a ideia é fornecer volumetria e mais inteligência de negócios. Futuramente, o objetivo é que o projeto evolua para um painel de gestão.

Entre os benefícios do painel de indicadores está o de criar oportunidades de negócios que não seriam possíveis sem informações e, consequentemente, ser uma ferramenta para melhorar a qualidade dos serviços e prestação de cuidados, viabilizando um foco na promoção em saúde.

“Abriremos um portal de conhecimento pioneiro na América Latina. Tudo desenvolvido conforme as necessidades dos players, em formato de painel, sempre pensando em garantir transparência e acurácia, com a certeza de que haverá qualidade dos dados e a segurança da informação de acordo com a LGPD. Sem falar que nos dá uma posição estratégica no cenário mundial como prestadores de serviços em saúde digital. Temos um case relevante por aqui”, ressalta Lídia.

Grupo de Trabalho de Indicadores

O Grupo de Trabalho de Indicadores da SDB é mais um grupo de trabalho da Saúde Digital Brasil exclusivo para seus associados, que tem grande importância no cenário atual, em especial, por contar com associados de grande relevância e impacto no setor, além da heterogeneidade de players. Apesar de ter uma composição diversificada, conta majoritariamente com profissionais experientes na análise de dados e informações derivadas de indicadores de saúde.

“Ter um grupo dedicado à criação de indicadores nos habilita a uma análise específica e com qualidade e segurança das métricas em saúde digital, permitindo criar planos de ação futuros para uma saúde mais preditiva e acurada”, finaliza Anna.

Atualidades

Labchecap inaugura avançado centro tecnológico em Salvador

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Labchecap de Salvador (BA) acaba de inaugurar um novo centro tecnológico por meio de soluções integradas da Roche Diagnóstica. Serão oferecidos cerca de 1,8 milhão de testes por mês nas áreas de imunologia, hematologia e bioquímica, com exames de diferentes patologias, como tireoide, perfil hormonal e doenças infecciosas, com equipamentos que unem simplificação e excelência, aumentam a produtividade, levando a resultados mais rápidos e precisos, garantindo mais agilidade, assertividade e segurança no diagnóstico do paciente.

Com 800m2 dedicados à área técnica, o novo centro contará com um fluxo linear e único de automação e maior padronização nos processos com foco na eficiência operacional. Tudo por meio de soluções que possibilitam uma contingência e backup para segurança da operação, previsibilidade do tempo e rastreabilidade das amostras em tempo real para controle.

Parceria visa levar mais acesso a um diagnóstico ágil, preciso e de qualidade para a região, trazendo mais valor e cuidado aos pacientes.

No total, são 18 plataformas da Roche Diagnóstica, com módulos de Imunologia com o equipamento do modelo cobas® pro e801, que aumenta a produtividade por menor tempo de manutenção, consolidando o maior número de testes em um único tubo e permite maior utilização com a grande estabilidade onboard dos reagentes; 2 soluções cobas® p512, automatizando as etapas pré e pós-analíticas, que abrangem os procedimentos executados dentro dos laboratórios, e automação de Hematologia com o equipamento Sysmex XN 9100.

Também traz o novo e inteligente conceito de manutenção auto-operacional que executa automaticamente as tarefas de manutenção em segundo plano e reduz a carga manual diária para zero na unidade analítica cobas® c 503 e as unidades pós-analíticas cobas® p 701 e output module, que são sistemas de arquivamento refrigerados que simplificam a recuperação de amostras e o gerenciamento de testes complementares.

Créditos: https://medicinasa.com.br/estudo-miopia/

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Atualidades

Inovação: criação de cirurgia pioneira no mundo no HCFMUSP

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Por Francisco Cesar Carnevale

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), o maior complexo hospitalar da América Latina, é uma referência mundial em saúde. Este prestígio é resultado de uma combinação de assistência de qualidade, ensino de excelência, pesquisa avançada e investimentos contínuos em inovação e tecnologia. Esses esforços têm permitido o desenvolvimento de tratamentos revolucionários que não apenas melhoram a qualidade de vida dos pacientes, mas também ampliam o acesso à saúde e geram um impacto socioeconômico significativo no Brasil.

A radiologia, tradicionalmente conhecida por seu papel crucial no diagnóstico de diversas condições médicas por meio de exames como raio-X, tomografia e ressonância magnética, tem expandido seu alcance para incluir tratamentos. A radiologia intervencionista, uma subespecialidade terapêutica, utiliza métodos de imagem para realizar cirurgias minimamente invasivas e mais precisas. Esta abordagem proporciona aos pacientes menor risco, recuperação mais rápida e menos dor, comparado aos métodos cirúrgicos tradicionais.

Recentemente, fui surpreendido com a notícia de que serei homenageado em setembro com o prêmio mais importante da Radiologia Intervencionista durante o congresso da CIRSE 2024, em Lisboa. Este título, que avalia profissionais de todo o mundo, está para nós, médicos, como a Bola de Ouro no futebol! Ser o primeiro brasileiro e latino-americano a receber esse prêmio é uma honra indescritível, até porque é o reconhecimento de um trabalho realizado em equipe e um reconhecimento do Brasil como referência em medicina e pesquisa, superando a desconfiança que muitas vezes cerca a produção científica nacional. Sou profundamente grato por isso.

Um dos avanços mais notáveis que desenvolvemos no InRad e, de forma pioneira no Brasil e no mundo, é a técnica de embolização da próstata, uma alternativa inovadora para o tratamento da hiperplasia prostática benigna (HPB). Esta condição, comum entre homens após os 50 anos, geralmente exige a remoção total ou parcial da glândula. A técnica consiste em obstruir as artérias da próstata, bloqueando parcialmente a circulação sanguínea para reduzir seu tamanho e torná-la mais macia. Este procedimento minimamente invasivo melhora significativamente a qualidade de vida dos pacientes ao eliminar os sintomas da HPB e evitar as complicações associadas aos tratamentos tradicionais.

O projeto proporcionou ao Instituto de Radiologia uma projeção internacional e atraiu profissionais do Brasil e do exterior que buscam treinamento para aprender e replicar o procedimento ao redor do mundo.

No InRad, a radiologia intervencionista permite oferecer tratamentos para uma ampla gama de especialidades, incluindo oncologia, ortopedia, transplante de fígado e rim, além de opções terapêuticas em pediatria e ginecologia, como o tratamento de miomas uterinos. Conseguimos atender todos os institutos do complexo, incluindo o InCorICESP, Instituto da Criança e do Adolescente (ICr), Instituto Central e Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOTH).

Realizamos aproximadamente 2 mil cirurgias minimamente invasivas por ano dentro do HCFMUSP, e o impacto social desse trabalho é significativo. Já formamos internamente mais de cem profissionais capacitados a replicar e disseminar as técnicas desenvolvidas aqui, beneficiando não apenas os pacientes do HC, mas também em todo o Brasil.

Crescer e continuar a transformar

A radiologia intervencionista é uma especialidade que demanda e promove inovação, o que a torna extremamente atrativa. Temos aumentado o número de residentes e estamos otimistas em relação ao futuro, já que atuamos em diversos institutos do HC. Além disso, temos a responsabilidade de formar médicos de todo o Brasil, capacitando-os a levar esse conhecimento para suas regiões.

As conquistas que alcançamos até agora são apenas o começo de um caminho promissor. A especialidade tem potencial para transformar a jornada do paciente, oferecendo tratamentos mais eficazes e menos invasivos, que resultam em melhores prognósticos e uma recuperação mais rápida. O reconhecimento internacional que recebemos é um testemunho do impacto positivo que a radiologia intervencionista pode ter na medicina moderna.


*Francisco Cesar Carnevale é Chefe do Serviço de Radiologia Vascular Intervencionista do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da USP, do Instituto do Câncer (ICESP) e professor livre-docente pela Faculdade de Medicina da USP.]

Créditos: https://medicinasa.com.br/radiologia-hcfmusp/

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Uberização: o crescimento do pay per use na saúde brasileira

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Por Graciele Miglio

O sistema de pay per use tem ganhado espaço em diversas áreas, incluindo a saúde, oferecendo uma alternativa flexível e acessível para quem precisa de cuidados médicos. No entanto, o termo “uberização” tem sido erroneamente associado a esse modelo, muitas vezes com uma conotação negativa. É essencial esclarecer que, quando aplicado à saúde, o sistema pay per use não visa precarizar o trabalho dos profissionais ou reduzir a qualidade do atendimento, mas sim democratizar o acesso e oferecer uma opção mais justa tanto para pacientes quanto para médicos.

Os números e estimativas comprovam isso. Especialistas apontam que o sistema de saúde pay per use no Brasil faturou, em 2023, R$ 320 bilhões e as projeções para os próximos dez anos indicam que o mercado de saúde pay per use pode crescer dez vezes em relação ao faturamento atual.

O envelhecimento da população, os altos custos dos planos de saúde e as dificuldades de acesso aos tratamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estão impulsionando a demanda por serviços de saúde privados. Esse cenário apresenta uma oportunidade única para o modelo pay per use, que, se bem estruturado, pode se tornar uma alternativa acessível e viável para milhões de brasileiros.

O sistema pay per use na saúde não deve ser confundido com a “uberização” do setor. Enquanto o primeiro busca ampliar o acesso e garantir justiça tanto para pacientes quanto para médicos, o segundo carrega uma conotação negativa que não se aplica ao contexto da saúde.

Ao adotar o modelo pay per use, estamos caminhando em direção a um sistema mais inclusivo e sustentável, onde todos têm a oportunidade de receber cuidados médicos de qualidade a preços justos. O futuro deste modelo é promissor, mas exige atenção e planejamento para que seu crescimento seja harmonioso e benéfico para todos os envolvidos.


*Graciele Miglio é CEO da Nowmed.

Créditos: https://medicinasa.com.br/saude-uberizacao/

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