Por Michel Goya
É notável que a pandemia da Covid-19 gerou um grande impacto no setor hospitalar brasileiro. No entanto, os desdobramentos dessa fase acabaram gerando oportunidades para o mercado e uma das áreas que mais se destacou – o de OPMEs (Órteses, Próteses e Materiais Especiais).
Dados da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), revelam que o segmento de OPME, em 2022, teve um incremento de 25,6% nas importações e 14,4% nas exportações, comparado ao ano anterior. Os setores cardiovascular, oftalmologia e ortopedia impulsionaram este crescimento.
É importante ressaltar que o setor de OPME é um dos mais caros dentro da cadeia da saúde suplementar. O Instituto de Estudos em Saúde Suplementar (IESS), demonstra que mais de 30% dos custos de uma operadora de plano de saúde estão relacionados à aquisição de OPMEs. Ou seja, é uma área de alto custo.
O que acontece é que, com a pandemia, o sistema de saúde foi pressionado: cirurgias eletivas foram adiadas, novos leitos de UTIs tiveram que ser abertos e tudo teve que ser adaptado em um curto espaço de tempo. Com as dificuldades dos distribuidores e fabricantes fecharem as contas no fim do mês e os operadores logísticos hospitalares entenderem a complexidade da operação de OPMEs, novas possibilidades para antigos problemas tiveram que entrar em cena.
Surge daí uma oportunidade real de negócio. Atualmente, o setor de logística de OPMEs é um dos que mais se destaca dentro da área de saúde. A terceirização da operação logística de OPMEs economiza espaço nos distribuidores, fabricantes e hospitais e proporciona maior segurança aos procedimentos cirúrgicos, graças aos processos de checagem dos produtos e toda a tecnologia envolvida.
Porém, como toda engrenagem que faz parte do grande sistema de saúde do país, é preciso lembrar que a logística de OPMEs deve trabalhar em busca da excelência. O foco principal é atender e equilibrar necessidades individuais de cada distribuidor, importador, fabricante e hospital para que toda a cadeia flua de forma eficiente. O trabalho deve ir muito além da logística hospitalar, o objetivo de todos é garantir a segurança e o bem-estar do paciente.
*Michel Goya é sócio e diretor executivo da OPME Log.