A Rede D’or, grupo privado de saúde do país, e o IDOR (Instituto D’or de Pesquisa e Ensino) iniciou na cidade de São Paulo, as operações do mais completo e moderno laboratório de biologia molecular do país, com exames inéditos na América Latina para os pacientes com câncer. Com investimentos de R$ 80 milhões, a estrutura disponibiliza equipamentos únicos do Brasil e realiza os mais avançados testes moleculares, contribuindo para a individualização do tratamento oncológico e proporcionando maior agilidade nos resultados de exames.
No local é possível, por exemplo, a realização de análises para identificação precoce de doença residual mínima, por meio do teste de biópsia líquida, o que permitirá antecipar uma possível recidiva de câncer. Antes as amostras precisavam ser enviadas ao exterior e os resultados levavam até 45 dias para ficarem prontos. Com o teste disponível in house, será possível obter o resultado em, no máximo, uma semana.
O teste de biópsia líquida permite detectar precocemente a presença de um genoma tumoral na circulação sanguínea e suas mutações mais frequentes. O novo laboratório de biologia molecular da Rede D’or e do IDOR é o primeiro a realizar a genômica de célula tumoral isolada (análise célula por célula, para comparação entre elas).
O serviço também disponibiliza um serviço de biologia ou patologia espacial, permitindo a análise do “ecossistema” tumoral como um todo, o que contribui para a definição de novas condutas terapêuticas para os pacientes oncológicos.
A nova estrutura também oferece perfil de metilação para classificação de sarcomas, teste de sequenciamento germinativo para genes de predisposição ao câncer baseado em RNA e rastreamento de câncer em pacientes assintomáticos portadores de síndrome de predisposição hereditária ao câncer, a partir de análise de DNA tumoral circulante.
O laboratório é dotado de um parque altamente tecnológico, com equipamentos para análises celulares e moleculares, tais como microscopia confocal, sequenciamento de nova geração Genexus (Thermo Fisher), sequenciamento de nova geração Illumina NovaSeq 6000, scanner de microarrays (Illumina iScan) e RNA Digital – Biologia Espacial (Nanostring).
O Genexus traz um ganho importante para a qualidade e agilidade dos diagnósticos oncológicos, permitindo caracterizar molecularmente os diferentes tipos de câncer em prazos muito mais curtos, viabilizando a adoção de terapias-alvo indicadas.
O laboratório funciona em um prédio de três pavimentos, situado no bairro do Jabaquara, na zona sul da capital paulista, em um espaço de 700 metros quadrados. Conta com 40 patologistas, cerca de 90 analistas de laboratório e 60 profissionais administrativos. A estrutura foi preparada para atender aos 73 hospitais e 55 clínicas oncológicas da Rede D’or, localizadas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia e no Distrito Federal.
“Trata-se de um centro focado em assistência e em pesquisas que podem contribuir para o aperfeiçoamento do tratamento oncológico em todo o Brasil. Com os recursos oferecidos pelo novo laboratório, estamos prontos para oferecer uma seleção cada vez mais precisa dos melhores tratamentos para os pacientes com câncer e, ao mesmo tempo, estamos ajudando toda a sociedade”, afirma Paulo Hoff, presidente da Oncologia D’Or e pesquisador do IDOR.
“A estrutura desenvolvida para o laboratório contribuirá para agilizar o diagnóstico e, consequentemente, o tratamento. Além disso, irá proporcionar a individualização do tratamento para cada paciente, já que os exames disponibilizados no novo laboratório permitem estudar os processos moleculares que ocorrem nas células cancerígenas e permitem o acompanhamento de alterações que levam ao desenvolvimento do câncer”, destaca Fernando Soares, diretor médico da Anatomia Patológica da Rede D’Or e membro do comitê de classificação de tumores da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Paulo Hoff lembra que, ainda que pareçam iguais, os tumores se comportam de forma diferente em cada pessoa, tanto na progressão quanto na resposta ao tratamento. O tratamento oncológico evoluiu, nos últimos anos, com foco na personalização. “Com o auxílio da patologia molecular, podemos selecionar terapias que atuem predominantemente sobre as células tumorais e preservem as normais, evitando efeitos colaterais indesejáveis nos pacientes”, observa.
O presidente da Oncologia D’or ainda ressalta que a análise molecular pode detectar a presença mínima residual de células cancerígenas depois da aplicação de uma terapia, o que ajuda a determinar se o tratamento está sendo eficaz ou se é necessário modificar a estratégia terapêutica.
Novo centro oferece tratamentos menos invasivos para obesidade, tumores e distúrbios digestivos, com apoio de inteligência artificial e equipe multidisciplinar
O Hospital São Luiz Itaim, da Rede D’Or, inaugurou um moderno Centro Avançado de Endoscopia que promete transformar o cuidado com doenças do trato gastrointestinal. A estrutura une alta tecnologia, inteligência artificial (IA) e procedimentos minimamente invasivos, oferecendo alternativas inovadoras para tratar desde obesidade e diabetes tipo 2 até tumores e complicações pós-operatórias.
Segundo o médico endoscopista Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, responsável técnico pelo serviço, a proposta é clara: “Hoje conseguimos realizar procedimentos que antes exigiam cortes e internações prolongadas, com uma câmera e acesso minimamente invasivo, muitas vezes com alta no mesmo dia.”
Tratamentos modernos com alta precisão
Entre os destaques do novo centro estão técnicas de:
Gastroplastia endoscópica – alternativa à cirurgia bariátrica tradicional, realizada por endoscopia para reduzir o estômago;
Ablação da mucosa gástrica – aplicação de calor em áreas específicas do estômago para controle da glicose em pacientes com diabetes tipo 2;
Dissecção endoscópica da submucosa (ESD) e ressecção endoscópica de parede total (EFTRD) – para remoção de tumores e lesões digestivas de forma precisa, sem cirurgia aberta;
POEM e G-POEM – procedimentos para tratar distúrbios digestivos como megaesôfago e gastroparesia;
Vacuoterapia endoluminal – técnica inovadora que acelera a cicatrização por meio de pressão negativa aplicada diretamente no local da lesão.
O centro também se destaca por aplicar colangioscopia e ecoendoscopia guiadas por imagem em tempo real, permitindo tratamentos mais seguros para doenças do fígado, pâncreas e vias biliares.
Inteligência artificial a favor da medicina
Um dos diferenciais mais inovadores do centro é a utilização de IA no apoio ao diagnóstico precoce. A tecnologia permite detectar lesões gastrointestinais com maior precisão e agilidade, aumentando as chances de cura e reduzindo a necessidade de cirurgias invasivas.
“Unimos o melhor da medicina com o poder da tecnologia. A inteligência artificial nos permite detectar lesões com mais precisão e rapidez, algo que impacta diretamente no sucesso dos tratamentos”, afirma Fernando Sogayar, diretor-geral do Hospital São Luiz Itaim.
Um marco para o cuidado digestivo no Brasil
A proposta do novo Centro Avançado de Endoscopia é colocar o Hospital São Luiz Itaim na vanguarda do cuidado digestivo no Brasil, integrando assistência, ensino e pesquisa clínica. Com foco na humanização e na precisão, o centro representa um salto qualitativo na forma como condições gastrointestinais serão diagnosticadas e tratadas nos próximos anos.
Decisão da 2ª Vara Cível do Butantã considera abusiva a suspensão de reembolso de tratamento vital a paciente com doença renal crônica
Em decisão proferida na última quinta-feira (8), a Justiça de São Paulo determinou que uma operadora de plano de saúde reembolse R$ 496,6 mil a um paciente com doença renal crônica que teve o reembolso de sessões de hemodiálise suspenso de forma unilateral e sem justificativa contratual válida. O caso foi julgado pela juíza Larissa Gaspar Tunala, da 2ª Vara Cível do Butantã.
Segundo os autos, o paciente depende da hemodiafiltração de alto fluxo, realizada cinco vezes por semana, e vinha sendo ressarcido desde 2013. No entanto, a operadora reduziu gradualmente os valores a partir de novembro de 2023, interrompendo completamente os pagamentos em maio de 2024, mesmo sem qualquer alteração contratual ou mudança no tratamento prescrito.
A empresa alegou estar seguindo limites contratuais, mas o argumento foi rechaçado pela magistrada, que classificou como abusiva e ilegal a recusa de reembolso para um tratamento vital à sobrevivência do paciente.
“Se há fraudes, cabe à empresa analisar com o devido cuidado as relações individuais, não penalizando aquele que não tem correlação com os fatos. No limite, importa saber se o autor está sendo tratado e se os valores de reembolso são condizentes com o que se pratica no mercado no mesmo nível de serviços”, afirmou a juíza na sentença.
Cláusulas vagas e livre escolha de prestadores
Outro ponto destacado foi a falta de clareza contratual quanto aos limites de cobertura. A juíza entendeu que o plano de saúde violou os direitos do consumidor ao impor restrições sem transparência e que, mesmo havendo uma rede credenciada, o contrato previa a livre escolha de prestadores.
“Haver rede credenciada é um irrelevante jurídico, pois o contrato permite a livre opção do consumidor”, destacou a magistrada.
Conforto e qualidade de vida preservados
Para a advogada do paciente, Giselle Tapai, especialista em Direito à Saúde, a decisão representa mais do que a garantia de um direito contratual — trata-se de preservar a dignidade e o bem-estar do paciente:
“A decisão permitirá ao beneficiário promover o seu tratamento em clínicas que ofereçam um cuidado diferenciado, como era feito antes do conflito. Ambientes confortáveis, sofisticados e acolhedores impactam positivamente a qualidade de vida do paciente e de sua família”, declarou ao portal Terra.
Precedente relevante para outros casos
A decisão judicial representa um importante precedente para casos semelhantes, nos quais pacientes com doenças crônicas enfrentam dificuldades no custeio de tratamentos contínuos por conta de reembolsos negados ou limitados de forma arbitrária pelas operadoras.
Enfrentando um déficit histórico de R$ 2,6 bilhões em 2024 — quatro vezes maior que o prejuízo de 2023 — os Correios lançaram um pacote de medidas para tentar recuperar o equilíbrio financeiro da estatal. A proposta, divulgada internamente nesta segunda-feira (12), pretende economizar R$ 1,5 bilhão ao longo de 2025 e exige forte adesão dos mais de 86 mil empregados da empresa.
📉 Causas do prejuízo A estatal atribui a crise principalmente:
à queda nas receitas com encomendas internacionais;
ao aumento dos custos operacionais, que chegaram a R$ 15,9 bilhões (+ R$ 716 milhões em relação a 2023);
aos gastos com pessoal, que subiram de R$ 9,6 bilhões para R$ 10,3 bilhões.
📦 Apenas 15% das mais de 10 mil unidades de atendimento registraram superávit, reforçando o desafio de manter a capilaridade do serviço postal em todos os municípios do país.
📋 Medidas do plano de recuperação:
Redução de jornada de trabalho e salários: de 8h para 6h diárias, com 34h semanais;
Suspensão de férias a partir de junho de 2025, retomando apenas em 2026;
Corte de 20% nos cargos comissionados na sede;
Fim do home office: retorno obrigatório ao trabalho presencial a partir de 23 de junho;
Prorrogação do PDV (Programa de Desligamento Voluntário) até 18 de maio;
Revisão dos planos de saúde com nova rede credenciada e economia prevista de 30%;
Lançamento de um marketplace próprio ainda em 2025;
Captação de R$ 3,8 bilhões com o NDB para modernização e investimento interno.
🚴♂️ Investimentos e transição ecológica
Apesar das dificuldades, a estatal afirma manter seu plano de transição sustentável em até 5 anos. Foram investidos R$ 830 milhões em 2024, com destaque para:
50 furgões elétricos;
2.306 bicicletas elétricas e 3.996 convencionais com baú;
1.502 veículos para renovação da frota.
💸 Alerta de liquidez
A empresa consumiu R$ 2,9 bilhões do caixa, restando apenas R$ 249 milhões disponíveis. Isso levou ao atraso de repasses a transportadoras e agências franqueadas, resultando em entregas mais lentas e paralisações parciais dos serviços.
📢 Mensagem da direção
Segundo o documento interno, “cada pequena contribuição dos empregados será essencial para superar os desafios e construir um futuro mais promissor”.
Com o plano de contenção, os Correios tentam evitar nova crise estrutural como a enfrentada em 2016, quando também registraram prejuízo bilionário. A proposta, porém, deve gerar forte resistência dos sindicatos diante da suspensão de direitos e da redução salarial.