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Amanda Spina assume a presidência do Conselho Diretor da Interfarma

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Amanda Spina acaba de ser eleita presidente do Conselho Diretor da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa). É a primeira vez que o Conselho da entidade será presidido por uma mulher, em 34 anos de existência. Presidente da J&J Innovative Medicine, a executiva construiu sua trajetória profissional promovendo a igualdade de gênero e diversidade nas empresas em que atuou. “Minha trajetória até aqui foi impulsionada pela compreensão profunda desses valores [Diversidade, Equidade e Inclusão] e pela implementação de estratégias que promovem a diversidade em todos os níveis organizacionais”, afirma.

Para Amanda, sua atuação à frente do Conselho Diretor seguirá comprometida com a excelência, a inovação e o impacto positivo na sociedade. “Com os avanços da ciência, temos uma oportunidade única de trazer sobrevida e até a cura. Precisamos que estas inovações cheguem ao país de forma rápida e que os pacientes possam ter acesso a elas. (…) Continuaremos firmes no propósito da Interfarma, como entidade comprometida com a excelência, a inovação e o impacto positivo na sociedade, deixando um legado de integridade, responsabilidade e respeito”, explica.

Leia abaixo a entrevista completa concedida pela Amanda Spina.

Você acaba de ser eleita presidente do Conselho Diretor da Interfarma. Com 34 anos de existência, é a primeira vez que a Associação tem uma mulher como presidente do Conselho e sua eleição aconteceu um dia antes do Dia Internacional da Mulher. O que te incentiva a alcançar lideranças institucionais e ampliar seu escopo de atuação?

Acredito no potencial transformador da indústria farmacêutica para enfrentar os desafios de saúde no país.

É motivo de orgulho poder continuar a contribuir com a Interfarma em conjunto com meus colegas da indústria, tendo como principal propósito transformar a vida dos pacientes brasileiros por meio do acesso a novas tecnologias, medicamentos e tratamentos.

E foi exatamente com esse propósito que a Interfama surgiu. Buscamos não apenas impulsionar o crescimento e a inovação do setor, mas também contribuir para o desenvolvimento da economia brasileira como um todo, promovendo práticas éticas, responsáveis e inclusivas e com diálogo constante entre os diversos atores do setor.

Me sinto orgulhosa de ser a primeira mulher a assumir essa posição, às vésperas do Dia Internacional da Mulher. Com mais equidade, podemos contribuir ainda mais para a sociedade.

Na sua opinião, quais são os principais desafios e as perspectivas do setor farmacêutico de pesquisa para o biênio 2024-2026, período no qual estará à frente do Conselho Diretor da Interfarma?

Assumo esta posição em um momento tão especial quanto desafiador. Mais do que nunca, a ciência vem avançando em uma velocidade incrível e trazendo soluções transformadoras para os pacientes. A evolução das tecnologias, o uso de inteligência artificial na pesquisa clínica, a medicina personalizada, tudo isso abre novas possibilidades para o desenvolvimento de medicamentos mais eficazes e personalizados. Hoje já podemos começar a falar de cura de pacientes para determinadas patologias que até pouco tempo eram incuráveis.

Ao mesmo tempo, temos muitas discussões acontecendo, seja na saúde suplementar ou no setor público. Neste sentido, queremos garantir um ambiente propício à inovação e ao investimento no país, e para isso, precisamos avançar – em conjunto com diversos parceiros do setor da Saúde – em agendas que impulsionem a inovação, avançando em Pesquisa Clínica, Propriedade Intelectual, segurança jurídica na regulação do mercado como um todo, entre outras.

Qual marca você quer deixar na presidência do Conselho Diretor da Interfarma?

Com os avanços da ciência, temos uma oportunidade única de trazer sobrevida e até a cura. Precisamos que estas inovações cheguem ao país de forma rápida e que os pacientes possam ter acesso a elas, por meio de um número crescente de pesquisas clínicas e por meio do sistema de saúde nacional, público ou privado.

Continuaremos firmes no propósito da Interfarma, como entidade comprometida com a excelência, a inovação e o impacto positivo na sociedade, deixando um legado de integridade, responsabilidade e respeito.

Durante este mês, por causa do Dia Internacional da Mulher, a liderança feminina fica em evidência, como forma de incentivar que cada vez mais mulheres cheguem aos mais altos postos do mercado de trabalho. Como foi sua trajetória profissional até alcançar cargos de liderança?

Sou muito curiosa e adoro aprender coisas novas. Com isso, construí minha carreira passando por áreas diversas e sempre disposta a aprender algo novo. Gosto de desafios e de estabelecer conversas que tragam pontos de vista diferentes para uma melhor solução, de forma colaborativa.

Vejo que estamos avançando com o tema de gênero na Saúde, mas ainda estamos distantes do equilíbrio, que é o ideal. A Diversidade, Equidade e Inclusão são pautas que devem estar na agenda estratégica das empresas e ser tratada como vantagem competitiva (todas, não apenas gênero). É por isso que minha trajetória até aqui foi impulsionada pela compreensão profunda desses valores e pela implementação de estratégias que promovem a diversidade em todos os níveis organizacionais.

Empresas que abraçam a diversidade trazem melhores resultados e são mais inovadoras. Elas têm uma gama mais ampla de perspectivas e experiências para resolver problemas complexos e atender às necessidades do setor.

Como você vê o futuro da atuação das mulheres em cargos de liderança no setor farmacêutico?

As mulheres são maioria no país, com 51,5% da população. Nas universidades brasileiras, mais da metade dos estudantes são mulheres. Quando olhamos para o mercado de trabalho, estamos evoluindo, mas ainda há muito por fazer já que o nível de ocupação dos homens em 2022 foi de 63%, enquanto entre as mulheres esse índice era de 46%.

O nosso setor está um pouco à frente na questão da representatividade feminina. No entanto, a concentração de mulheres ainda está em cargos gerenciais e abaixo. Sabemos da importância de ampliar a presença feminina nos cargos de liderança sênior.

Alcançar a igualdade de gênero em todos os nossos negócios significa aumentar a nossa vantagem competitiva e impulsionar o futuro da saúde humana. E não só! Levantamento da McKinsey mostra que atingir a igualdade de gênero poderia adicionar mais de 12 trilhões de dólares ao PIB global, melhorando a produtividade nos negócios e os resultados financeiros.

Quanto mais ambientes diversos, maiores são nossas chances de encontrar soluções para os desafios, seja no setor de saúde ou fora dele.

Quais ações são necessárias para aumentar o número de mulheres em cargos de liderança no mercado em geral?

Creio que o equilíbrio entre os gêneros é o ideal, além de termos mais diversidade com outras vozes e perspectivas. É preciso mais intencionalidade e fazer com que as pautas de DE&I estejam na agenda estratégica das empresas e isso deve vir acompanhado de metas mensuráveis​​para acompanhar os avanços das mulheres nas empresas.

É importante que as empresas adotem uma abordagem holística e sustentada, comprometendo-se a longo prazo com a promoção da igualdade de gênero e a diversidade em todos os níveis das organizações.

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USP Desenvolve Sistema Nanotecnológico para Remover Medicamentos da Água Potável e Proteger o Meio Ambiente

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Pesquisadores da Escola Politécnica da USP criaram uma tecnologia inovadora que promete acelerar a degradação de medicamentos, como o paracetamol, presentes em águas residuais e, potencialmente, na água potável. O avanço usa nanomateriais dopados para ampliar a eficiência da fotocatálise, processo que utiliza luz ultravioleta para decompor contaminantes orgânicos.

O paracetamol, amplamente consumido no Brasil com cerca de 500 toneladas anuais, está presente em níveis nanométricos em rios e lagos, representando um desafio crescente para o tratamento de água. Douglas Gouvêa, coordenador do Laboratório de Processos Cerâmicos da Poli-USP, explica que o segredo está na manipulação precisa de nanopartículas de óxido de zinco (ZnO), um semicondutor que, quando “dopado” com cloro, potencializa a reação fotocatalítica sob luz solar.

“Controlar a dopagem do cloro permite aumentar a condutividade elétrica e a reatividade do material, acelerando a degradação do paracetamol e outros poluentes,” detalha Gouvêa. A inovação reside na técnica de lixiviação seletiva, que remove o excesso de cloro da superfície das partículas, concentrando-o nas extremidades e otimizando seu efeito catalítico.

Utilizando ondas ultrassônicas para incorporar o cloro ao ZnO e um rigoroso processo de centrifugação, os cientistas garantem uma eficiência até três vezes maior na decomposição dos micropoluentes em laboratório. André Luiz da Silva, coautor do estudo, reforça que essa nanotecnologia aplicada na escala nanométrica permite maior exposição da superfície reativa, essencial para a fotocatálise.

Os pesquisadores utilizam espectroscopia para analisar a estrutura dos materiais e confirmar a posição do cloro após a lavagem seletiva, assegurando o funcionamento ideal do catalisador. Apesar do uso de substâncias químicas potencialmente tóxicas no processo, a tecnologia é segura, pois os materiais não participam diretamente das reações químicas e não se incorporam aos poluentes.

Aplicações Futuras e Impacto Ambiental

A técnica, publicada na revista ACS Applied Nano Materials, pode ser aplicada em sistemas de tratamento de água residuais para reduzir a contaminação por fármacos antes que eles atinjam os ecossistemas naturais. Os cientistas planejam testar o método para eliminar herbicidas como o glifosato, cuja concentração já se aproxima dos limites seguros definidos para consumo.

“Esse avanço representa um passo fundamental para proteger a saúde pública e o meio ambiente, ao combater a presença silenciosa de poluentes orgânicos na água,” afirma Gouvêa.

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Hospital São Francisco Desenvolve App para Registro Ágil da Evolução do Paciente à Beira-Leito

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Com o objetivo de agilizar e tornar mais eficiente o registro da evolução dos pacientes internados, a equipe de Tecnologia da Informação (TI) do Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF-RJ) desenvolveu um aplicativo inovador. Utilizado via tablet, o app está totalmente integrado ao sistema operacional do hospital, permitindo a inserção de informações em tempo real, diretamente no momento do atendimento à beira-leito.

Michelle Estefânio, gerente de enfermagem do HSF, explica a motivação por trás da solução:
“Registrar a evolução do paciente no prontuário é rotina, mas o processo envolvia muita burocracia. Precisávamos facilitar essa etapa para que os profissionais pudessem dedicar mais atenção ao paciente.”

A ferramenta entrou em operação no último dia 12 de maio, data que marca o Dia Internacional da Enfermagem, simbolizando um avanço na modernização da assistência hospitalar. Para o diretor executivo, Márcio Nunes, o projeto reflete a escuta ativa das necessidades da equipe de enfermagem:
“Simplificar processos sem abrir mão da segurança e qualidade da informação é investir no bem-estar do paciente e na valorização da linha de frente.”

Como Funciona o Aplicativo

O app permite o registro dinâmico e intuitivo de dados essenciais como sinais vitais, administração de medicamentos e balanço hídrico diretamente no prontuário eletrônico. Campos estruturados com checkboxes e textos pré-formatados diminuem drasticamente o tempo de digitação, mantendo a conformidade com normas do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), auditorias e exigências legais.

Além disso, a ferramenta possibilita o registro por imagens: a câmera do tablet é ativada para confirmar o uso correto dos medicamentos prescritos, reforçando a segurança do processo. Pietro Lima, desenvolvedor da equipe de TI, destaca essa funcionalidade como um diferencial importante.

Michelle ressalta o valor do aplicativo para a equipe:
“É um presente para os profissionais durante a Semana da Enfermagem, oferecendo uma ferramenta que torna o cuidado mais humano e menos burocrático.”

Inicialmente implantado na Unidade de Terapia Intensiva, que atende pacientes crônicos e de alta complexidade, o app deverá ser expandido gradualmente para outros setores do hospital, promovendo um padrão de registro mais ágil, centrado no paciente e próximo da rotina dos profissionais.

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SBCO Revela: 90% dos Pacientes Oncológicos Passam por Cirurgia, Mas Investimento em Cirurgias Fica Abaixo de 30% do Total em Oncologia no Brasil

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A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) divulgou dados recentes que destacam o papel central da cirurgia no tratamento do câncer e apontam para o desequilíbrio nos investimentos atuais em Oncologia no Brasil. Aproximadamente 90% dos pacientes oncológicos passam por algum tipo de cirurgia ao longo da sua jornada clínica, seja para diagnóstico, estadiamento, tratamento curativo ou paliativo.

Segundo Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da SBCO, cerca de 60% dos pacientes oncológicos recebem tratamento cirúrgico em algum momento, mais da metade dos cânceres sólidos iniciais são tratados exclusivamente por cirurgia, e 80% dos casos envolvem procedimentos curativos ou paliativos. Apesar disso, os dados do DATASUS mostram que, em 2023, foram investidos R$ 2,77 bilhões em quimioterapia, R$ 1,5 bilhão em cirurgias oncológicas e R$ 665 milhões em radioterapia.

“Há um desequilíbrio claro entre esses três pilares do tratamento do câncer. O investimento global ainda é insuficiente para lidar com a segunda maior causa de morte no mundo,” alerta Pinheiro.

A Necessidade de Ampliação e Redirecionamento dos Investimentos

Além de aumentar os investimentos em todos os setores da Oncologia, o presidente da SBCO reforça a importância de redirecionar os recursos para ações preventivas e de rastreamento, que são comprovadamente eficazes para reduzir a incidência da doença e os custos associados. Atualmente, grande parte dos recursos é destinada a tratamentos avançados, de alto custo e resultados clínicos limitados.

A concentração dos centros de assistência ao câncer no Sul e Sudeste do país também é motivo de preocupação, pois limita o acesso para pacientes de outras regiões, criando desigualdades que impactam diretamente o prognóstico. “O CEP do paciente muitas vezes determina o desfecho da doença,” ressalta Pinheiro.

Caminhos para o Fortalecimento da Oncologia no Brasil

Entre as estratégias recomendadas estão:

  • Fortalecimento da cirurgia oncológica com treinamento contínuo e atualização dos profissionais;
  • Criação e integração de redes hospitalares eficientes, com centralização de casos complexos em centros de referência;
  • Valorização e fortalecimento do SUS, reconhecido como o maior sistema público de saúde do mundo;
  • Melhoria da gestão e governança tanto no sistema público quanto no suplementar;
  • Incentivo à inovação em técnicas, tecnologias e modelos assistenciais para ampliar a eficácia e acessibilidade dos tratamentos.

“Com esses avanços, poderemos oferecer um cuidado mais eficiente, humanizado e acessível, beneficiando milhares de pacientes em todo o país,” conclui Rodrigo Pinheiro.

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