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O avanço da Inteligência Artificial no rastreio do câncer de mama

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As consultas em clínicas médicas, como as ginecológicas, estão ganhando cada vez mais novidades em termos de aparelhos tecnológicos, fáceis de carregar e de manusear, e que contribuem para o rastreio do câncer de mama, principalmente em mulheres jovens, abaixo dos 40 anos.

Existem evidências científicas que os casos estão aumentando nessa faixa etária, como a pesquisa publicada na revista Nature, que apontou a incidência de câncer de início precoce. Já o The Lancet apontou 1,19 milhão de ocorrências de câncer e 396 mil mortes devido à doença entre pessoas de 15 a 39 anos em todo o mundo, em 2019. As taxas de incidência de alguns tipos de câncer dispararam desde 1990 para pessoas de 15 a 39 anos, sendo o câncer de mama 42%.

Os dados são alarmantes e os pesquisadores apontam fatores desencadeantes, como mudanças no estilo de vida, obesidade, meio ambiente, dieta; reforçam a importância de um aumento da conscientização entre o público e os profissionais de saúde para rastreamento precoce. E é aí que entram esses aparelhos tecnológicos.

Como no Brasil a mamografia é indicada para mulheres acima de 40 anos, esse tipo de aparelho de rastreio, que não emite radiação e não é invasivo, vem se mostrando essencial.

Os cristais líquidos de alta precisão medem as mais leves variações térmicas por meio do contato com as mamas, resultando em dados que são interpretados por algoritmos de inteligência artificial. Dessa forma, essa inteligência artificial é treinada para mapear e comparar as mamas, identificando assimetrias termais que possam representar inflamações e riscos de lesões malignas – mesmo sendo pequenas, a partir de 3 mm -, em estágios precoces, e em mulheres acima de 18 anos. Vale lembrar que o desenvolvimento do tumor está associado a temperaturas mais elevadas no local em que as células cancerígenas crescem.

É uma boa possibilidade para rastrear aquela mulher que foi fazer uma consulta de rotina ou já apresenta alguma queixa. Por serem aparelhos pequenos, que podem ser carregados de um ponto a outro, podem ser utilizados em cidades em que o acesso à mamografia se torna difícil e/ou demorado.

Em tempo: esses aparelhos que usam a inteligência artificial e a termografia de precisão de contato para rastrear o câncer de mama não vão substituir exames de imagem, como a mamografia. Eles chegam para contribuir ainda mais com o diagnóstico precoce e ajudar a salvar vidas.

Por Ronald Lorentziadis

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