68% dos brasileiros possuem pouco ou nenhum conhecimento de que o vírus da gripe pode agravar doenças preexistentes, como doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2, especialmente em idosos. É o que mostra um recente estudo realizado pela Sanofi em parceria com a ALS Perception. Com o objetivo de compreender o conhecimento da população brasileira a respeito dos impactos além da gripe nos idosos, a pesquisa foi realizada em fevereiro de 2024 com pessoas com 40 anos ou mais, das cinco regiões do país, das classes A,B,C,D/E, representando a população brasileira.
Os resultados revelam que 23% dos entrevistados percebem nenhum ou baixo risco associado à escolha de não se vacinar contra a gripe, e 7 em 10 dos brasileiros responsáveis por garantir a vacinação de alguém com mais de 60 anos, afirma não saber quais vacinas eles devem tomar. Além disso, apenas 1/3 dos entrevistados mostraram total conhecimento de que o vírus da gripe pode causar um grande impacto em órgãos vitais, como coração, pulmão e cérebro, principalmente em idosos – população que mais sofre com as complicações da doença.
Segundo dados do Ministério da Saúde, os idosos representaram 65,6% dos óbitos por Influenza no ano passado e 54,9% das hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Quando analisamos aqueles que possuem alguma comorbidade, eles têm ainda mais complicações em decorrência da SRAG causada por Influenza. A letalidade entre aqueles com comorbidades foi 2 vezes maior em comparação aos idosos sem comorbidades.
Apesar disso, o estudo demonstrou um desconhecimento da população da relação entre a gripe e o risco de desenvolver complicações cardiovasculares, como infarto e AVC, por exemplo. Apenas ¼ dos entrevistados afirmou saber sobre os riscos. O equivalente à 43% dos brasileiros acima de 40 anos também afirmaram conhecer o impacto negativo do vírus da gripe na qualidade de vida devido aos sintomas debilitantes e ainda, quase 1/3 dos entrevistados não sabe que existem vacinas específicas para a proteção da população idosa.
“A vacinação é a melhor forma de prevenir a gripe e suas complicações, especialmente entre a população acima de 60 anos, que apresenta um enfraquecimento natural do sistema imune, fenômeno chamado de imunossenescência. No entanto, o que podemos observar é que existe um desconhecimento geral da população sobre os perigos além da gripe, que podem ser fatais para a população idosa, portanto, é essencial disseminarmos informações de qualidade sobre estes impactos na saúde e a importância da vacinação, primordialmente entre os grupos mais vulneráveis, como os idosos”, explica Maisa Kairalla, Médica Geriatra e Membro da Comissão de Imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Ao observarmos os dados por classe social, fica ainda mais evidente o desconhecimento sobre os perigos da doença. 9 a cada 10 pessoas da classe A sabem da recomendação da vacina da gripe para sua faixa etária, contra 2/3 das classes D e E. Além disso, as chances de uma pessoa da classe A ter pleno conhecimento sobre o impacto negativo causado pelo vírus da gripe na qualidade de vida é quase 30 pontos percentuais maior que nas classes D e E. Por fim, 8 a cada 10 pessoas da classe A tem como rotina de saúde manter as vacinas em dia, seguindo as recomendações médicas, diferente da classe D e E, em que esse número é de 6 em 10.
Considerando que o ano de 2023 foi um dos piores anos de cobertura vacinal contra a gripe entre os grupos prioritários, incluindo os idosos – apenas 60,6%, podemos observar por meio da pesquisa informações que ajudam a explicar esse cenário.
“Com a aproximação de mais uma temporada de gripe e já com muitos casos sendo notificados, é necessário mudar esse cenário de queda da cobertura vacinal, garantindo que a população, em especial os grupos prioritários, estejam protegidos contra o vírus Influenza. Os idosos e seus familiares ou cuidadores devem conhecer o calendário vacinal recomendado para essa faixa etária, tanto pelo Ministério da Saúde como pela Sociedade Brasileira de Imunizações para se protegerem da melhor maneira possível”, destaca Juarez Cunha, Médico Pediatra e Diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM).
Atualmente, está disponível no SUS a vacina trivalente, que confere proteção contra três tipos de cepas do vírus. Já na rede privada, a população encontra a vacina quadrivalente, que protege contra quatro cepas do vírus.