Depois da catástrofe climática, estado contabiliza quatro mortes pela doença, transmitida principalmente pelo contato com água ou lama contaminada com a urina de roedores. Saúde confirma 54 casos e investiga outros 800.
Há poucos dias de completar um mês do início das chuvas que inundaram o Rio Grande do Sul, o estado já registrou quatro mortes por leptospirose, doença infecciosa geralmente transmitida pela urina de ratos. Outros quatro óbitos estão em investigação.
Nas últimas semanas, 54 casos da doença foram confirmados pela Secretaria de Saúde do RS, e outros 800 estão em análise.
A causa da morte da primeira vítima, um homem de 67 anos do município de Travesseiro, no Vale do Taquari (uma das áreas severamente atingidas pelas enchentes), foi confirmada na segunda-feira (20/05), três dias depois de ele vir a óbito e oito dias após o registro dos primeiros sintomas, informaram as autoridades gaúchas.
Na terça, a Prefeitura de Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, confirmou a segunda vítima: um homem de 33 anos, também morto em 17 de maio.
As outras duas vítimas são um homem de 56 anos de Cachoeirinha e um homem de 50 anos de Porto Alegre.
Embora a leptospirose seja considerada endêmica no estado – ou seja, em circulação sistemática no ambiente –, episódios como alagamentos aumentam o risco de infecção.
Antes da catástrofe climática que arrasou o estado, dados do Ministério da Saúde contabilizavam, no período de 1º de janeiro até 17 de abril deste ano, 129 casos da doença e seis mortes. Em 2023, foram 477 casos e 25 mortes.
O que é a leptospirose e como ela é transmitida
A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela Leptospira interrogans. Ela é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, principalmente roedores.
Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes. Qualquer pessoa que tiver contato com a água das chuvas ou lama contaminadas poderá se infectar. A bactéria presente na água penetra o corpo humano pela pele ou mucosa.
Bovinos, suínos e cães também podem adoecer e transmitir a leptospirose aos humanos.
Embora na maioria das vezes a leptospirose seja assintomática, o quadro da doença pode evoluir e causar até mesmo a falência de órgãos. Segundo o Ministério da Saúde, a doença apresenta uma letalidade média de 9%.
Quais são os sintomas da doença e o que fazer em caso de suspeita
Os principais sintomas da leptospirose são: febre, dores musculares (principalmente na panturrilha), dor de cabeça, fraqueza, calafrios, vômito e diarreia. Nas formas mais graves geralmente aparece icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos). Infectados também podem apresentar hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória, que podem levar à morte.
Os sintomas surgem normalmente de cinco a 14 dias após a contaminação – ou, eventualmente, em até 30 dias.
Quanto tempo será preciso para reconstruir o RS?
Diante do alto risco de contágio em função das enchentes, a orientação das autoridades gaúchas é buscar atendimento médico imediato já nos primeiros sintomas e relatar se teve contato com alagamentos. Casos suspeitos em áreas que foram alagadas devem iniciar tratamento imediato com antibióticos mediante supervisão médica e, se possível, realizar um exame a partir do sétimo dia do início dos sintomas para confirmar se, de fato, trata-se de leptospirose.
Como é o tratamento
A infecção é tratada com antibióticos, cuja eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas. Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial. Nos casos graves, segundo a Secretária de Saúde do RS, a hospitalização deve ser imediata, para evitar complicações e diminuir o risco de morte. Pacientes não devem se medicar por conta própria, sem a supervisão de um profissional de saúde.
Como se prevenir
Nos locais que tenham sido invadidos por água de chuva, recomenda-se fazer a desinfecção do ambiente com água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%), na proporção de um copo de água sanitária para um balde de 20 litros de água. Durante a limpeza e desinfecção de locais onde houve inundação recente, deve-se também proteger pés e mãos do contato com a água ou lama contaminadas. A luz solar também ajuda a matar a bactéria.
Outras medidas ajudam a evitar a presença de roedores: manter os alimentos guardados em recipientes bem fechados e a cozinha limpa, sem restos de alimentos; retirar as sobras de alimentos ou ração de animais domésticos antes do anoitecer; manter o terreno limpo e evitar entulhos e acúmulo de objetos e lixo nos quintais.
A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que autoriza os médicos de programas de residência a fracionarem suas férias. A proposta segue para o Senado. A medida consta do Projeto de Lei 1732/22, da ex-deputada Soraya Manato. O texto foi aprovado em Plenário com parecer favorável do deputado Luizinho (PP-RJ), que apresentou pequenas mudanças.
A exemplo dos trabalhadores e servidores públicos, os médicos, quando participarem de programas de residência médica, passarão a poder fracionar os 30 dias de férias em períodos mínimos de 10 dias. Para esses médicos residentes, as férias são chamadas de repouso anual.
A rotina exigente dos residentes pode levar ao burnout e à exaustão, na opinião de Luizinho. “Comprometendo não apenas a saúde mental e física dos médicos, mas também a qualidade do atendimento prestado aos pacientes.”
Segundo ele, o fracionamento das férias permitirá que esses profissionais tenham períodos de descanso menos espaçados e façam uma gestão mais flexível do tempo.
Outros profissionais
O texto de Luizinho especifica que os demais profissionais da área de saúde terão o fracionamento do repouso anual disciplinado em regulamento. Ele acatou emenda da deputada Adriana Ventura (Novo-SP). “Os profissionais de saúde merecem essa flexibilidade”, disse a deputada.
Durante o debate do projeto em Plenário, o deputado Eli Borges (PL-TO) defendeu a aprovação. “É o tipo de profissional que não tem dia, não tem hora e faz o seu trabalho de doação de vida para as pessoas”, declarou. (Com informações da Agência Câmara de Notícias)
A empresa curitibana estará com stand exclusivo no evento, que ocorre em Salvador entre os dias 26 e 29 de novembro
A Vuelo Pharma, empresa curitibana especializada em produtos de healthcare com foco em skin care, wound care e wellness — self care, marcará presença no Sobenfee 2024 — um dos maiores eventos de saúde e enfermagem do Brasil.
O congresso, que acontece entre os dias 26 e 29 de novembro, será realizado em Salvador, na Bahia, e irá reunir o IX Congresso Brasileiro de Prevenção e Tratamento de Feridas, o II Congresso Brasileiro de Enfermagem Estética e o XV Congresso Iberolatinoamericano sobre Úlceras e Feridas – SILAUHE.
Com um stand exclusivo, a Vuelo Pharma irá expor e demonstrar seu portfólio de produtos, permitindo que os visitantes conheçam de perto as soluções que a empresa desenvolve para o tratamento de feridas e cuidados com a pele.
“A nossa participação no evento reforça o compromisso da Vuelo com a disseminação de boas práticas e tecnologias de ponta para os profissionais de enfermagem, promovendo a saúde e o bem-estar por meio de produtos de alta qualidade e eficácia”, comenta Thiago Moreschi, CEO da Vuelo.
O Sobenfee 2024 promete reunir especialistas e profissionais renomados do Brasil e da América Latina para discutir uma ampla gama de temas, com destaque para políticas públicas de saúde, segurança do paciente, novas tecnologias em curativos, o papel das práticas integrativas no serviço público, e o impacto do letramento em saúde para a desospitalização de pacientes.
Também serão abordados tópicos críticos como o manejo de lesões em pacientes diabéticos, feridas oncológicas, e a importância dos ambulatórios públicos no atendimento de pacientes com feridas crônicas. “Certamente voltaremos com uma bagagem de aprendizado muito relevante, será uma ótima oportunidade”, finaliza o CEO.
Dra Fernanda Weiler, médica cardiologista do Sírio Libanês de Brasília, fala sobre a pressão alta, uma das doenças cardiovasculares mais comum entre os brasileiros
A hipertensão arterial – que é conhecida popularmente como “pressão alta” – afeta cerca de 27,9% da população brasileira (dados da Vigitel de 2023). E ainda que seja uma doença que atinge boa parte da população, ela é cercada de mitos e verdades que precisam ser esclarecidos.
Dra Fernanda Weiler, médica cardiologista e internacionalmente certificada em Medicina do Estilo de Vida esclarece os principais mitos e as suas verdades a respeito da hipertensão arterial:
Mito 1: “Hipertensão é uma doença que aparece apenas na terceira idade”
A verdade: Dra Fernanda Weiler explica que a hipertensão arterial antes era prevalente em pessoas mais velhas, no entanto, mudanças no estilo de vida – especialmente alimentação e sedentarismo – fizeram com que a doença aumentasse drasticamente inclusive na população mais jovem. “O aumento de consumo de ultraprocessados e a falta de atividade física – bastante comum inclusive em jovens – faz com que a pressão aumente, gerando em muitos um diagnóstico de hipertensão arterial”, diz a médica.
Mito 2: “Hipertensão não tem sintomas, por isso não precisa de tratamento”
A verdade: “Ainda que alguns pacientes sejam realmente assintomáticos, não significa que o organismo não corre riscos, pelo contrário: quem não sente os sintomas clássicos da hipertensão (dores de cabeça, tontura e mal-estar) pode evoluir para um diagnóstico ainda mais sério por conta da falta de tratamento”, explica Fernanda.
Mito 3: “Basta cortar o sal e a pressão normaliza”
A verdade:“Não basta apenas cortar o sal das refeições e seguir se alimentando de ultraprocessados ricos em sódio”, fala a especialista. Para o melhor controle dos níveis pressóricos, além do cuidado com o sal é preciso controlar o que é consumido. Ultraprocessados são ricos em sódio e seu alto consumo pode manter elevada a pressão arterial. A preferência é consumir alimentos naturais e ricos em nutrientes.
Mito 4: “Medicamentos para hipertensão são sempre necessários e devem ser tomados para o resto da vida”
A verdade: Cada caso é um caso a ser avaliado individualmente. “Quando se fala em hipertensão arterial é preciso entender o quão elevada ela está. Casos de hipertensão leve podem – muitas vezes – ser tratados apenas com mudanças no estilo de vida, focando na alimentação saudável, na prática de atividade física e no controle de tóxicos, como tabagismo e etilismo. Outros casos mais severos podem pedir a intervenção medicamentosa mas, vale dizer, que mesmo quando há necessidade do uso de medicação, o paciente precisa melhorar a alimentação e a prática de exercícios. Apenas o remédio não vai, de fato, solucionar o problema, uma vez que a causa não é tratada”, afirma a doutora.
Mito 5: “Quem tem pressão normal não precisa se preocupar com hipertensão”
A verdade: “A pressão arterial varia em seu índice naturalmente ao longo do dia. Durante a prática esportiva ela é naturalmente mais elevada quando comparada ao organismo em repouso. E se ela é variável em atividades corriqueiras, por que não poderia mudar por conta dos hábitos de cada indivíduo?”, questiona a profissional, que continua: “Uma pessoa que passou anos com a pressão arterial considerada normal e que, por exemplo, interrompe as atividades físicas e passa a se alimentar com mais ultraprocessados podem, sim, desenvolver a hipertensão arterial. O mesmo pode acontecer com uma gestante que, a depender dos fatores, pode ter um aumento de pressão que seguirá mesmo depois do parto”, explica Fernanda. “O aconselhado é fazer medidas esporádicas de pressão e buscar ajuda de um especialista ao menor sinal de aumento. Muitas vezes o diagnóstico precoce faz a diferença no tratamento”, finaliza a médica.