De acordo com dados do Ministério da Saúde, duas a cada 1.000 crianças nascidas vivas sofrem de paralisia cerebral
São Paulo, julho de 2024 – A paralisia cerebral compreende um espectro de alterações neurológicas permanentes que comprometem a atividade motora e a postura, causando limitações funcionais, tais como alterações sensoriais, de percepção, cognição, comunicação e comportamentais. Atualmente, duas a cada mil crianças nascidas vivas possuem paralisia cerebral, segundo o Ministério da Saúde. E com isso, buscar a autonomia da criança é um dos objetivos principais dos pais.
Segundo a fisioterapeuta especialista em fisioterapia neurofuncional da criança e do adolescente, Juliana Bilhar, a reabilitação física é fundamental para proporcionar uma melhor qualidade de vida para a criança. “Com a reabilitação, em conjunto com os tratamentos médicos, ela pode frequentar atividades esportivas, escolares e culturais, o que ajuda no desenvolvimento motor”. Um estudo de revisão sistemática na Journal of Pediatric Rehabilitation Medicine analisou 25 estudos diferentes e encontrou que a fisioterapia neurofuncional resultou em uma melhora média de 20% na função motora global em crianças com paralisia cerebral.
Entre as principais atividades desenvolvidas com crianças com paralisia cerebral estão a mobilidade articular e flexibilidade muscular, o fortalecimento muscular, treinos funcionais — seja com andador, na esteira ou na bicicleta —, além da mobilidade precoce. “Com o suporte de peso ou mesmo nos andadores, a criança executa a movimentação corporal de forma ativa”, explica a especialista.
Além disso, estímulos fora do consultório são também fundamentais. Pais, cuidadores e responsáveis são parte central da reabilitação, estimulando a criança com paralisia cerebral por meio de atividades. Juliana Bilhar cita alguns exemplos: Desenhar com giz de cera, jogos de montar, bolas coloridas, brinquedos de encaixe ou jogos de que incentivem a criança a se mover, como morto vivo, pedalada no parque, boliche adaptado, entre outras opções que garantam a diversão e o engajamento. Assim como atividades rítmicas, como o dançar, podem ser muito motivadoras e estimular novas vivências.
“Essas atividades contribuem para a coordenação motora e visomotora, desenvolvendo o raciocínio, o equilíbrio, a agilidade e a concentração. No caso da troca de passos, a criança é estimulada a sustentar o peso e melhorar o controle de tronco, aumentando a força e a e a amplitude dos movimentos”, conclui a fisioterapeuta.
Sobre a Especialista
Juliana Bilhar – CREFITO-3/89213-F – Fisioterapeuta, Doutora e Mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP), especialista em Fisioterapia Neurofuncional pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Doenças Neuromusculares pela Unifesp. Possui também Certificação Internacional – Método Therasuit, formação em Neuromodulação Não Invasiva – HCFMUSP, certificação em Terapia por Contensão Induzida (Universidade do Alabama/AACD), Formação no Conceito Neuroevolutivo Bobath – AconBobath, Curso Básico – General Movements Assessment (2022) e Curso CTF Theratogs – Fisiovital. Instagram: @jubilhar