Painéis de Sequenciamento de Nova Geração fazem avaliação molecular do 3º tumor com maior incidência entre os brasileiros para aumentar as chances de personalização do cuidado ao paciente
O câncer colorretal é o terceiro tumor com maior incidência tanto nas mulheres quanto nos homens brasileiros, com uma média de 23 mil casos esperados por ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Antes combatido, principalmente, pela quimioterapia, esse tipo de quadro agora utiliza o Sequenciamento de Nova Geração (NGS, do inglês Next Generation Sequencing), um painel genético que avalia o tumor de maneira molecular para definir possibilidades personalizadas de tratamento.
De acordo com a dra. Gabriela Passos, oncologista do Hospital São Lucas Copacabana, que faz parte da Dasa, a quimioterapia costumava ser a opção mais indicada para combater esse tipo de câncer por ser considerada o tratamento padrão mais antigo e eficaz. Porém, foi observado, por meio da oncologia de precisão, que os tumores colorretais apresentam perfis genéticos diferentes, mesmo sendo de localizações iguais. Isso abre portas para novas possibilidades de protocolos de tratamento pensados especialmente para as exigências e características de cada paciente.
“Quando há a confirmação do diagnóstico do câncer colorretal, usamos os painéis NGS para fazer um sequenciamento genético e avaliar melhor o tumor em nível molecular”, explica a especialista. “Esse método faz uma análise das células cancerígenas e de como elas interagem entre si, além de identificar anticorpos específicos que podem combatê-las. Ao associarmos esse anticorpo à quimioterapia, potencializamos a eficácia do tratamento e o tornamos -lo mais efetivo contra aquele tumor.”
Com base nos resultados dos painéis NGS, a equipe oncológica define o sequenciamento de medicações que poderá trazer mais resultados para determinado paciente. Outro aspecto essencial que influencia diretamente o desfecho clínico positivo é o diagnóstico precoce. De acordo com a dra. Gabriela, quanto mais cedo a doença for identificada, mais chances de sucesso o paciente terá em sua recuperação, porém, alguns casos, mesmo com diagnóstico precoce, apresentam biologia molecular tumoral mais agressiva e desafiadora.
“Quando o câncer colorretal é descoberto em fases precoces, o tratamento oncológico tem maior potencial de cura e com melhor prognóstico. No entanto, se identificado em fases mais tardias, por exemplo, no estágio IV, quando o paciente já tem metástase, a doença se torna mais desafiadora, e a proposta de cura, mais difícil de ser atingida. Normalmente, trabalhamos com tratamentos mais a longo prazo”, detalha a oncologista.
Para aumentar as chances de diagnóstico na fase inicial da doença, é importante fazer o rastreio por intermédio da colonoscopia a partir dos 45 anos. Porém, sinais como alterações de trânsito intestinal (prisão de ventre ou diarreia) e sangramento esporádico nas fezes podem indicar desenvolvimento de câncer colorretal. Em estágio mais avançado, além dos sintomas anteriores, o paciente pode apresentar anemia, perda de peso e de apetite, aumento de volume abdominal e dor abdominal.