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O impacto psicológico das barreiras sociais para autistas e cuidadores

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66% das pessoas com autismo já pensaram em suicídio, aponta estudo

O mês de setembro é marcado pela campanha do Setembro Amarelo, dedicada à conscientização e prevenção do suicídio. Entre os temas cruciais abordados durante o período, destaca-se a saúde mental de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que enfrentam desafios únicos em todas as fases da vida. Além dos autistas, os cuidadores, principalmente as mães, também vivenciam pressões significativas que afetam diretamente seu bem-estar psicológico.

Não é de hoje que as pessoas com autismo enfrentam barreiras sociais e emocionais desde a infância, o que pode levar ao isolamento e ao agravamento de condições psicológicas. Segundo o estudo “Cuidando de quem cuida: um panorama sobre as famílias e o autismo no Brasil”, realizado pela Genial Care, 29% das pessoas com TEA sofrem de transtornos de ansiedade, e 4% apresentam distúrbios do sono, epilepsia ou Transtorno Opositivo-Desafiador. Esses dados destacam como as adversidades cotidianas podem afetar a qualidade de vida dos autistas. 

Outro obstáculo significativo enfrentado durante a adolescência e a vida adulta é a busca por empregos, que pode gerar sérios problemas devido à constante luta pela inclusão no mercado de trabalho. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 85% dos autistas permanecem fora do mercado de trabalho, contribuindo para o número de 1,7 milhão de desempregados no Brasil, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). A dificuldade em conseguir um emprego agrava ainda mais os sentimentos de frustração e exclusão social, impactando diretamente a saúde mental.

Dados da National Autistic Society indicam que 66% das pessoas com TEA já pensaram em suicídio, e 35% já planejaram ou tentaram se suicidar, destacando o impacto profundo das dificuldades diárias na saúde psicológica. Pessoas com TEA têm até quatro vezes mais chances de desenvolver depressão ao longo da vida. O estudo “Retratos do Autismo no Brasil”, da Genial Care, apontou que 49% dos autistas já apresentaram comportamentos de autolesão ou automutilação, e 7% tentaram tirar a própria vida. 

Em suma, o ‘preço’ de ser uma pessoa autista no Brasil é alto, multifacetado e muitas vezes injusto. Enfrentar obstáculos em todas as áreas da vida, desde o acesso ao diagnóstico até a inclusão no mercado de trabalho, é uma batalha contínua e exaustiva mentalmente. 

“Apoiar cada jornada, especialmente na comunidade autista, é uma necessidade urgente. Os números não deixam dúvidas: o risco de lidar com desafios de saúde mental é significativamente maior entre pessoas com TEA, reforçando a importância de uma atenção coletiva. O impacto acumulado da exclusão social, da dificuldade de inserção no mercado de trabalho e da falta de suporte adequado afeta não apenas a saúde mental dos autistas, mas também de suas famílias”, afirma a Diretora Clínica da Genial Care, Alice Tufolo.

No entanto, o bem-estar psicológico de uma criança ou adulto com TEA está diretamente ligada ao ambiente ao seu redor. A criação de redes de suporte, desde escolas preparadas até empresas mais inclusivas, pode fazer uma enorme diferença na qualidade de vida dessas pessoas e de suas famílias. 

O outro lado da jornada: a saúde mental dos cuidadores

Embora o foco esteja crescendo nas dificuldades enfrentadas pelos autistas, os cuidadores, especialmente as mães atípicas, também sofrem impactos emocionais profundos.  Conforme o estudo “Cuidando de quem cuida: um panorama sobre as famílias e o autismo no Brasil”, da Genial Care, 86% das pessoas cuidadoras de crianças com TEA são as próprias mães, e 68% dos cuidadores relataram dificuldades em encontrar tempo para cuidar de si e descansar, o que compromete diretamente a sua estabilidade mental e bem-estar.

Para quem vive uma maternidade atípica, as responsabilidades podem ser ainda mais complicadas, pois os tratamentos contínuos dos filhos demandam mais tempo na vida dessas mães. Segundo o estudo da Genial Care, 47% delas sentem-se culpadas pela condição de seus filhos. Esse sentimento de culpa também afeta 36% dos outros cuidadores. A sobrecarga emocional combinada com a falta de tempo para autocuidado prejudica a saúde psicológica, tornando necessário o desenvolvimento de redes de apoio e programas de acolhimento.

A presença de um sistema de apoio, formada por familiares, amigos, profissionais de saúde e grupos especializados, oferece às mães suporte emocional, recursos práticos e informações valiosas sobre o autismo. Esse grupo torna as decisões menos pesadas e proporciona solidariedade, fortalecendo-as para superar desafios e celebrar conquistas. Ao compartilhar experiências, as mães se sentem compreendidas e menos isoladas, criando um ambiente essencial para o bem-estar de toda a família e o desenvolvimento de seus filhos.

A orientação parental é essencial para apoiar o desenvolvimento de crianças com autismo, proporcionando aos pais ferramentas e conhecimento para lidar com os desafios diários. Pais bem informados podem desempenhar um papel fundamental no ensino de habilidades e comportamentos que facilitam a autonomia e o crescimento da criança. É necessário que eles se sintam preparados e seguros, pois a insegurança pode impactar negativamente o desenvolvimento infantil. Por isso, etapas como educação sobre o autismo, comunicação aberta com profissionais, definição de metas claras e consistência nas rotinas são muito importantes.

Além de focar no desenvolvimento da criança, a orientação parental também cuida da saúde emocional dos pais. “A orientação parental auxilia os cuidadores a entenderem melhor os comportamentos desafiadores de seus filhos e a lidar com suas próprias emoções. A inclusão do autocuidado e a criação de uma rede de apoio são aspectos essenciais para garantir que os cuidadores tenham o suporte necessário para promover o bem-estar de toda a família”, ressalta Alice.

Nesse cenário, falar sobre saúde emocional de forma aberta e acessível é imprescindível para desmistificar o tema e promover intervenções eficazes. O Setembro Amarelo serve como um lembrete de que cuidar da saúde mental é essencial para todos, especialmente para os que enfrentam os desafios diários do autismo, direta ou indiretamente. 

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Os desafios psicológicos na era digital

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De acordo com uma análise realizada pelo Global Burden of Disease Study (GDB), os transtornos mentais afetam de maneira significativa a vida de crianças e jovens entre 5 e 24 anos. Estima-se que uma em cada dez pessoas dessa faixa etária conviva com ao menos um transtorno mental diagnosticável, aponta estudo publicado na JAMA Psychiatry.

O suicídio do jovem Sewell Setzer, adolescente de 14 anos, trouxe um novo olhar sobre a saúde mental de jovens em todo o mundo. O adolescente, que sofria de dificuldades emocionais e tinha uma dependência de uma plataforma de inteligência artificial, a Character.AI — que permite interações com chatbots de personagens de filmes e séries —, usava a plataforma para se comunicar com uma versão digital da personagem Daenerys Targaryen, de Game of Thrones. A mãe de Sewell, Megan Garcia, alegou em processo judicial que a plataforma incentivou o suicídio, uma vez que, durante as conversas, o jovem expressou pensamentos suicidas.

Esse caso trágico alerta para os riscos do isolamento emocional proporcionado por tecnologias como os chatbots. “A troca com uma máquina, por mais sofisticada que seja, nunca vai substituir a complexidade do contato humano”, afirma Ana Matos, psicanalista e autora de O Caminho para o Inevitável Encontro Consigo Mesmo. “Especialmente para os adolescentes, que estão em fase de formação de identidade, o apoio psicológico adequado é crucial para ajudá-los a lidar com seus conflitos internos de maneira saudável e construtiva.”

A psicanalista e filósofa explica que o contato com profissionais treinados oferece não apenas um espaço seguro para expressar emoções, mas também orientações essenciais para o desenvolvimento emocional e a compreensão de como lidar com as novas tecnologias.

O uso crescente de tecnologias digitais entre jovens pode agravar problemas de saúde mental, especialmente em contextos vulneráveis. A interação com personagens virtuais pode parecer um alívio temporário, mas cria um falso senso de conexão, afastando o adolescente de ajuda real. “A falta de acompanhamento terapêutico pode intensificar sentimentos de desesperança e solidão, pois as tecnologias não têm a capacidade de compreender e responder ao sofrimento humano da mesma forma que um profissional capacitado faria”, afirma Ana Matos.

Além do suporte profissional, é fundamental que pais, educadores e plataformas digitais se conscientizem sobre o impacto que essas ferramentas podem ter na saúde mental dos jovens. O caso de Sewell destaca a importância de monitorar o uso dessas tecnologias e incentivar diálogos abertos sobre saúde emocional. “A prevenção é sempre o primeiro passo”, afirma a psicanalista. “Garantir que os adolescentes tenham acesso a acompanhamento terapêutico contínuo pode ser a chave para evitar tragédias como essa.”

A tragédia de Sewell Setzer expõe de maneira dolorosa os riscos do uso desenfreado de tecnologias imersivas, sublinhando a urgência de um acompanhamento psicológico adequado, especialmente entre os jovens. “Não podemos subestimar o poder de uma escuta atenta e de um diálogo profundo. O apoio humano é essencial para superar as adversidades da vida. Assim como não podemos superestimar o poder da tecnologia, especialmente a inteligência artificial”, afirma Ana Matos, lembrando que, no final, é a conexão real e empática que oferece mais do que recursos e ferramentas. “A verdadeira cura vem do acolhimento da dor de forma humana e do afeto necessário para lidar e superar o sofrimento emocional.” finaliza a profissional. 

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Diabetes e neuropatia: Prevenção e diagnóstico precoce são fundamentais para evitar complicações graves

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Condição que provoca dores incapacitantes e, em casos extremos, pode levar à amputação, pode ser tratada com alternativas inovadoras, como a estimulação medular, segundo neurocirurgião da Unicamp especialista em dor crônica

A conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do Diabetes Mellitus (DM) é fundamental para combater uma das condições crônicas mais prevalentes no mundo. O controle adequado dos níveis de glicose é essencial para evitar complicações graves, como as neuropatias diabéticas, reforçando a necessidade de atenção contínua à saúde.

As neuropatias em decorrência da doença, que afeta 10,2% da população brasileira, de acordo com o último Vigitel¹ (sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, desenvolvido pelo Ministério da Saúde do Brasil), costumam ser subdiagnosticadas e subtratadas. Elas se caracterizam pela disfunção nos nervos, com danos a um único nervo periférico ou a um grupo deles, como mãos e pés.

O neurocirurgião funcional especialista em dor crônica e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Dr. Marcelo Valadares, explica que a neuropatia periférica diabética é o tipo mais comum de complicação nos nervos causado pelo diabetes. “A condição afeta os nervos de forma ampla, simétrica (igual dos dois lados), principalmente nas extremidades do corpo, e vai se agravando com o tempo. Em muitos casos, pode permanecer assintomática por anos”, afirma.

A forma aguda ou crônica é conhecida como neuropatia periférica diabética dolorosa, com dores na área afetada que piora em repouso e durante o sono, mas melhora com a atividade física. “Pode se tornar uma dor incapacitante e afetar negativamente a rotina, o sono e o humor do indivíduo. O tratamento é individualizado e é comum que o paciente experimente diversas opções que não produzem o efeito desejado enquanto convive com as dores”, complementa.

Quando a sensação de dor e tato é afetada, ocorre perda de sensibilidade nas extremidades, tornando-as mais vulneráveis a feridas e úlceras. “A falta de sensibilidade faz com que pequenos ferimentos passem despercebidos e evoluam para infecções graves, que podem exigir amputação nos casos mais severos. Por isso, a conscientização é essencial para evitar esses desfechos”, alerta o especialista.

No Brasil, o diabetes é o principal responsável por amputações não traumáticas de pernas, pés e dedos dos pés, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

Tratamentos podem gerenciar a dor

Uma vez estabelecida, a complicação é irreversível. Os tratamentos disponíveis² têm como objetivo retardar a progressão dos sintomas e evitar a perda de qualidade de vida do indivíduo.

O controle do diabetes é um passo necessário para frear os sintomas. Em alguns casos, é preciso adicionar um tratamento restaurador, que inclui fisioterapia e vitaminas que fortalecem e protegem os nervos.

Pacientes com dores neuropáticas severas frequentemente necessitam de tratamentos com medicamentos controlados, cuja eficácia no alívio da dor crônica é amplamente comprovada por estudos e ensaios clínicos. Entre as opções recomendadas estão alguns tipos de antidepressivos, como os tricíclicos e os duais, além de anticonvulsivantes e da pregabalina, que atuam diretamente nos mecanismos nervosos envolvidos, ajudando a modular e reduzir os sinais de dor.

De forma complementar ou quando os tratamentos convencionais não proporcionam alívio satisfatório, a estimulação da medula espinhal pode ser recomendada. A implantação de um pequeno dispositivo envia impulsos elétricos para os nervos ao longo da medula espinhal, que interrompem os sinais de dor entre a medula e o cérebro. “Há pacientes que voltam a ter uma vida ativa e plena, e é fundamental continuar o tratamento para o diabetes mellitus”, explica o Dr. Marcelo.

Fontes:

1 – https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigitel/vigitel-brasil-2023-vigilancia-de-fatores-de-risco-e-protecao-para-doencas-cronicas-por-inquerito-telefonico/view

2 – https://diretriz.diabetes.org.br/prevencao-diagnostico-e-tratamento-da-neuropatia-periferica-diabetica/#ref4

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Recorte Brasileiro de estudo da HP revela que personalização no ambiente de trabalho é diferencial para retenção de talentos

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HP Work Relationship Index destaca que flexibilidade e a capacidade de personalizar o ambiente de trabalho são determinantes para melhorar a produtividade e reduzir o turnover no Brasil

A personalização do ambiente de trabalho está se tornando um dos principais fatores para a retenção de talentos e o bem-estar dos trabalhadores no Brasil, de acordo com o novo Índice de Relacionamento com o Trabalho da HP Inc. (NYSE: HPQ). O estudo aponta que 92% dos trabalhadores brasileiros estão dispostos a abrir mão de parte de seu salário em troca de mais flexibilidade e personalização no trabalho, destacando uma mudança nas prioridades focadas em bem-estar e qualidade de vida.

Segundo Ricardo Kamel, diretor geral da HP Inc. no Brasil, “A personalização não é apenas uma questão de preferências individuais, mas uma estratégia poderosa para aumentar a satisfação dos colaboradores e reduzir a rotatividade. Em setores como TI e finanças, onde a competição por talentos é intensa, oferecer um ambiente de trabalho adaptável pode ser o diferencial para atrair e reter os melhores profissionais.”

A personalização como fator-chave para retenção

O estudo global da HP, que ouviu 15.600 trabalhadores em 12 países, incluindo o Brasil, revelou que a flexibilidade e a capacidade de personalizar o ambiente de trabalho são determinantes para melhorar a produtividade e reduzir o turnover:

  • 77% dos trabalhadores brasileiros afirmam que a personalização do ambiente de trabalho contribui diretamente para seu bem-estar.
  • Mas apenas 52% dizem que sua experiência de trabalho atual é personalizada para suas preferências.

Com a crescente demanda por profissionais qualificados em áreas como tecnologia e finanças, onde a rotatividade é alta, as empresas brasileiras estão percebendo a importância de oferecer condições de trabalho personalizadas que atendam às necessidades de seus colaboradores. “A personalização vai além de horários flexíveis. Envolve oferecer opções de trabalho híbrido, adaptar ferramentas tecnológicas e até personalizar os benefícios oferecidos para criar um ambiente que realmente motive e valorize o colaborador,” comenta Kamel.

O futuro do ambiente de trabalho personalizado

Os resultados do Índice de Relacionamento com o Trabalho mostram que empresas que investem na personalização do ambiente de trabalho estão mais bem posicionadas para não apenas reter talentos, mas também aumentar o engajamento e a inovação. Em um cenário onde o bem-estar e a qualidade de vida se tornam prioridades, a personalização desponta como um diferencial competitivo.

Para mais informações sobre o Índice de Relacionamento com o Trabalho HP, visite o website do WRI e para acessar o relatório completo, por favor visite a HP Newsroom.

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