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52% dos casos de câncer de mama estão em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais

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Na somatória da incidência dos quatro estados da região Sudeste do país, a projeção é que sejam registrados 39.330 novos casos de câncer de mama em cada ano do biênio 2024/2025, totalizando assim 78.660 mulheres sudestinas recebendo o diagnóstico da doença no período. A maioria (52%) das notificações de câncer de mama no Sudeste ocorrem no estado de São Paulo. Também é de 52% a carga de câncer de mama registrada em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais em comparação com o total de casos do país. A maior prevalência da região (a segunda maior do país) é observada no Rio de Janeiro, com 70,57 casos para cada 100 mil pessoas. Os dados são de levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) nos dados oficiais do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

A SBCO analisa que os números são reflexo de fatores estruturais. As regiões Sul e Sudeste possuem uma maior concentração de hospitais de alta complexidade, de especialistas, de centros de referência e unidades de saúde bem equipados, além de receberem uma maior parcela do orçamento de saúde, com isso, há uma logística que propicia a realização de diagnósticos. Em regiões com menos recursos, é maior a probabilidade de subnotificação, conforme mostra relatório da Lancet Commission.

O câncer de mama, doença que representa três em cada dez casos de câncer nas mulheres brasileiras, é o mais comum em mais de 157 países. No Brasil, a projeção para 2024 e 2025, é que 73.610 mulheres, em cada um destes anos, devem receber o diagnóstico de câncer de mama. Em todo o mundo, são registrados 2,3 milhões de novos anuais, com projeção de saltar para 2,9 milhões em 2035, o que representa um aumento de 27% no número absoluto de casos na próxima década. No período, a projeção é que a mortalidade anual por câncer de mama passe de 666 mil para 888 mil, um aumento de 33%. O câncer de mama não é exclusivo das mulheres. Cerca de 0,5% a 1% dos casos ocorrem em homens. Isso representa 1 caso em homem a cada 100 a 200 casos em mulheres.

Os dados acima, referenciados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) e os levantamentos Cancer Today e Cancer Tomorrow da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS), precisam ser vistos além dos números, alerta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), que reforça a importância da campanha Outubro Rosa para a conscientização sobre a doença, estimulando, junto à população, medidas para prevenção primária (evitar que a doença ocorra, por exemplo, com adoção de estilo de vida saudável), prevenção secundária (diagnóstico precoce) e terciária (início do tratamento em prazo adequado, com qualidade).

“A estratégia mais inteligente a ser adotada por todos é a do incentivo à prevenção. A redução do número de casos nacional e globalmente de câncer de mama passa por uma dieta equilibrada, prática de atividade física, redução e manutenção do peso, limitação do consumo de bebidas alcoólicas e não fumar. Com isso, se reduz a incidência e menos mulheres vão receber o diagnóstico e vir a necessitar de tratamento”, observa o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e titular do Hospital de Base, de Brasília.

“O diagnóstico precoce é fundamental para reduzir o impacto físico, emocional e financeiro do tratamento, mas hoje é possível falar em ganho de tempo e qualidade de vida também para as mulheres que descobrem a doença em fase mais avançada. Todas estão inseridas e estão abraçadas pela campanha Outubro Rosa”, afirma a médica mastologista Fabiana Baroni Makdissi, membro da Comissão de Mulheres Cirurgiãs da SBCO e líder do Centro de Referência de Tumores da Mama do A.C.Camargo Cancer Center.

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