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55% das brasileiras desconhece opções de preservação da fertilidade

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A pedido da Merck, o IPEC pesquisou os desafios enfrentados por mulheres brasileiras no planejamento reprodutivo, destacando lacunas no conhecimento sobre fertilidade e preservação. A pesquisa inédita, realizada com mulheres entre 25 e 45 anos, indica que, embora 88% das mulheres tenham informação sobre métodos contraceptivos, apenas 58% entendem alguma coisa sobre a infertilidade, mas carecem de um conhecimento mais estruturando, visto que 55% desconhecem procedimentos como congelamento de óvulos e embriões, por exemplo. Já quando o tema é oncopreservação, 86% das mulheres relatam desconhecimento sobre o tema.

“Precisamos ampliar o diálogo sobre a saúde feminina, planejamento reprodutivo e opções de preservação da fertilidade para as brasileiras. Embora muitas mulheres estejam bem-informadas sobre métodos contraceptivos, o desconhecimento sobre a fertilidade e técnicas como congelamento de óvulos e oncopreservação mostra que ainda temos um caminho a percorrer para que as mulheres estejam de fato empoderadas com informações que possam apoiar suas decisões reprodutivas”, destaca Maria Augusta Bernardini, Diretora Médica da Merck para Brasil e LATAM.

Aconselhamento médico sobre fertilidade

O estudo revelou também que a decisão de procurar ajuda médica muitas vezes ocorre tarde demais. Para 55% das entrevistadas, que já realizaram algum tratamento de fertilidade, a busca por auxílio médico aconteceu ‘tarde demais’, evidenciando uma falta de conscientização sobre a importância do aconselhamento médico precoce sobre fertilidade. Essa falta de diálogo sobre o tema também se reflete na baixa interação com profissionais de saúde: apenas 5% das mulheres afirmaram ter discutido tratamentos para infertilidade e métodos de preservação da fertilidade com seus ginecologistas. Por outro lado, entre as mulheres que realizaram algum tipo de planejamento reprodutivo, 79% relataram uma relação transparente com seus médicos, e 50% afirmaram participar das decisões ao longo do tratamento

“Ao observar esses dados, fica claro que o acesso à informação é um dos primeiros passos para assegurar que as mulheres possam tomar decisões que refletem seus desejos e necessidades”, comenta Melissa Cavagnoli, médica ginecologista e obstetra com especialização em Reprodução Humana. “É preciso garantir que essas questões sejam reconhecidas como pilares fundamentais do bem-estar e da autonomia feminina, permitindo que as mulheres façam escolhas informadas e alinhadas aos seus objetivos de vida.”

Acesso e percepções sobre o custo dos tratamentos

A pesquisa também identificou que 47% das mulheres apontam questões financeiras como um dos principais obstáculos para o acesso a tratamentos de fertilidade. A dificuldade de acesso ao serviço público (25%) e a ausência de cobertura por planos de saúde (21%) também foram citados como barreiras relevantes. Contudo, apesar de 70% afirmarem que o tratamento para fertilidade é totalmente inacessível ou inacessível, 90% nunca solicitaram um orçamento – dado que aparece entre pessoas das classes A/B e C.

“O acesso ao tratamento de fertilidade é uma preocupação legítima para muitas mulheres no Brasil, que enfrentam barreiras significativas tanto no sistema de saúde público quanto no privado, o que contrasta com a realidade de outros países. Os custos desses tratamentos, que normalmente são arcados diretamente pelos pacientes, variam conforme as necessidades e o tipo de procedimento de cada pessoa. É importante que cada indivíduo avalie suas prioridades e possibilidades nesse processo, pois com uma jornada mais assertiva e personalizada é possível reduzir o impacto financeiro e psicológico do tratamento. É por isso que muitas empresas têm buscado apoiar as famílias, oferecendo benefícios que ampliam o acesso a esses tratamentos — um compromisso que assumimos em nosso programa interno que oferece benefícios para o planejamento reprodutivo e que outras organizações também têm adotado”, pontua Stephanie Tenan, Diretora da Unidades de Negócios de Fertilidade na Merck.

Iniciativas de empresas privadas têm buscado diminuir as barreiras de acesso ao tratamento da infertilidade, permitindo que mulheres planejem sua saúde reprodutiva. Além de oferecer um suporte importante, essa ação pode fortalecer a reputação da empresa entre essas profissionais. Nesse contexto, o apoio corporativo também pode influenciar: 41% das mulheres indicaram que escolheriam empregos que ofereçam benefícios para tratamentos de fertilidade, número que sobe para 47% entre aquelas de 25 a 34 anos. “Este dado mostra que as empresas têm um papel fundamental em oferecer suporte que vá além do profissional e considere aspectos essenciais da vida pessoal de seus colaboradores. A criação de políticas que incluam benefícios de fertilidade é um passo em direção a um ambiente de trabalho mais inclusivo e que apoia as escolhas reprodutivas de seus colaboradores”, destaca Franciele Ropelato, Diretora de RH da Merck Brasil.

Informação sobre causas e tratamento

Quando se trata de doenças que afetam a fertilidade, quatro em cada dez mulheres já receberam diagnósticos de condições como síndrome dos ovários policísticos (15%), obesidade (12%), alterações na tireoide (9%), miomas uterinos (8%) e endometriose (6%), sendo a prevalência maior entre mulheres de 36 a 45 anos. Essas condições não apenas desafiam o bem-estar físico, mas também afetam profundamente a saúde emocional e a qualidade de vida dessas mulheres, especialmente em uma fase em que muitas estão planejando ou tentando engravidar.

Por isso, é fundamental que as mulheres recebam orientações adequadas sobre o impacto dessas condições na fertilidade no momento do diagnóstico, para que possam tomar decisões informadas sobre o planejamento reprodutivo e buscar o apoio médico necessário.

Além das questões que afetam a fertilidade feminina, é fundamental considerar que a infertilidade pode ter origens masculinas. Fatores como a qualidade do sêmen, motilidade reduzida e anomalias morfológicas podem impactar a capacidade de concepção. Condições de saúde como diabetes, problemas hormonais, infecções e até mesmo fatores ambientais, como exposição a toxinas, são conhecidos por afetar a saúde reprodutiva dos homens. Portanto, um diagnóstico e tratamento eficazes da infertilidade devem envolver uma avaliação abrangente de ambos os parceiros, assegurando que todas as possíveis causas sejam investigadas e tratadas adequadamente. A conscientização sobre a saúde masculina é, também, essencial para que casais possam tomar decisões informadas em seu planejamento reprodutivo.

A pesquisa mostrou que 52% das mulheres não costumam se informar sobre tratamentos para infertilidade e métodos de preservação da fertilidade, e essa proporção se mantém estável entre as entrevistadas de 25 a 35 anos (52%) e de 36 a 45 anos (53%). Esse dado deve ser considerado à luz das prioridades apontadas na pesquisa: 58% das mulheres valorizam a conquista de um patrimônio, 55% focam no crescimento profissional e 39% priorizam experiências pessoais, como viagens.

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Realização de exames de retina no SUS cresce quase 50%

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O número de exames oftalmológicos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para prevenir doenças da retina registrou crescimento de 49,5% em 2023 com relação a 2019. No ano passado, foram realizados quase 12 milhões de procedimentos deste tipo, o que representa um recorde histórico, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

Em 2019, o Ministério da Saúde aponta a realização de 7,9 milhões de exames. Até agosto de 2024, mais de 9 milhões de exames já haviam sido realizados, apontando para a tendência de um novo marco histórico.

Na avaliação do CBO, este avanço reflete o fortalecimento das políticas de saúde pública e a crescente conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da retinopatia diabética, principal responsável pelo volume de exames de retina realizados no SUS.

O relatório do CBO avaliou os registros dos quatro tipos de exames para o diagnóstico de problemas na retina disponíveis no SUS: biomicroscopia de fundo de olho, mapeamento de retina, retinografia colorida binocular e retinografia fluorescente binocular. O detalhamento dos números mostra que todos estes procedimentos registraram aumento significativo no ano passado.

Em 2019, de janeiro a agosto, por exemplo, foram realizados, em média, cerca de 645 mil exames desses quatro tipos a cada mês. No mesmo período do ano seguinte, esse total baixou para 413 mil mensais. Em 2023, com a normalidade dos atendimentos do SUS já estabelecida, a média ultrapassou 972 mil procedimentos e, em 2024, já supera a marca de 1,1 milhão de exames ao mês.

As mulheres representam a maioria dos pacientes que são submetidos aos exames, conforme mostram os dados analisados pelo CBO. Nos períodos de janeiro a agosto, nos anos de 2019 a 2024, foram feitos 15,5 milhões de testes na população feminina. Outros 11,2 milhões foram aplicados em homens.

Com relação à idade, a maior parte dos exames foi realizada na população com idades acima de 60 anos, com 3,6 milhões de exames em 2024. (Com informações da Agência Brasil)

Créditos: https://medicinasa.com.br/exames-retina-sus/

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Dispositivo da Unicamp permite testar fármacos usados em tratamentos contra o câncer

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Um dos principais desafios enfrentados pelos médicos em tratamentos contra o câncer é identificar os fármacos, as suas concentrações e as suas combinações mais eficazes para eliminar as células cancerígenas do organismo de um paciente. De um modo geral, os médicos seguem um protocolo de escolhas dos quimioterápicos a partir dos resultados das biópsias, receitando, em cada caso, os medicamentos que vão combater as células dos tumores malignos.

Contudo, são comuns os casos de pacientes cujas células oferecem resistência à ação dos quimioterápicos. E essa barreira natural, difícil de ser identificada nas análises das células, torna ineficazes muitos dos tratamentos. Por isso, em geral os testes de eficiência são realizados submetendo os pacientes aos quimioterápicos escolhidos, ação que pode se prolongar durante três ou quatro meses. Caso os testes sejam ineficazes, novas experiências com outros fármacos são realizadas nos meses seguintes. Esse protocolo é repetido até ser encontrado o medicamento mais eficaz. Infelizmente, nem sempre há tempo para alcançar a cura desejada.

Por essas razões, a existência de métodos mais rápidos e precisos para identificar quimioterápicos que eliminem, com eficiência, células cancerígenas é um desejo comum da comunidade médica. Foi com esse objetivo que uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que reuniu especialistas do Instituto de Biologia (IB) e da Faculdade de Engenharia Química (FEQ), desenvolveu um dispositivo para criar uma estratégia de triagem de fármacos e descobrir, de antemão, se um ou mais quimioterápicos terão ação eficaz ou não na eliminação de células cancerígenas.

Um benefício que este dispositivo proporciona é o de acelerar o processo de escolha dos fármacos e ainda apontar as combinações mais eficientes e que possibilitam menores dosagens, oferecendo mais opções aos médicos para indicar os tratamentos com maior chance de sucesso na eliminação de tumores malignos. Essa triagem prévia dos fármacos permite identificar com mais agilidade se haverá ou não resistência das células cancerígenas à ação dos quimioterápicos.

Dispositivo foi desenvolvido com o uso de microtecnologia

Para desenvolver o dispositivo, cuja pesquisa contou com a assessoria da Agência de Inovação da Unicamp (Inova Unicamp) para a proteção de sua propriedade intelectual, os pesquisadores usaram a microfluídica, tecnologia que explora o escoamento em pequenos canais e câmaras e que permite aplicações em áreas como nanotecnologia, biologia celular, entre outras.

Para aplicações na área biológica, tais dispositivos, denominados microchips, são normalmente confeccionados com materiais compatíveis com as células, como polímeros ou silicone, e possuem canais e microrreservatórios interligados onde são alojadas células vivas. Modelos de microchips mais complexos também estão sendo desenvolvidos para replicar as funções dos órgãos humanos em um dispositivo em escala miniaturizada, do tamanho de uma lâmina para microscópio. O objetivo dessa técnica é dispor de modelos em miniatura dos órgãos humanos ou de sistemas de órgãos. Por isso, esses microchips são denominados Organ-on-a-Chip ou sistemas microfisiológicos.

“Eles permitem reproduzir modelos das doenças e podem ser utilizados para compreender ações de doenças, identificar fármacos, dentre inúmeras outras aplicações”, explica a professora da FEQ, Lucimara Gaziola de La Torre, que participou do desenvolvimento do dispositivo. Segundo ela, “os microchips ainda estão em evolução, mas essa tecnologia é, hoje em dia, o que mais se aproxima da realidade humana para simular estudos e facilitar pesquisas de novos medicamentos. Os resultados dessas simulações estão sendo projetados e investigados para que sejam confiáveis, a ponto de dispensarem no futuro os testes de fármacos em animais, acelerando os resultados dos ensaios pré-clínicos, alcançando resultados seguros em menos tempo e com mais precisão”, acrescenta a pesquisadora.

Como é feita a triagem dos fármacos com o chip

La Torre explica que, para as estratégias de triagem dos fármacos, as células cancerígenas podem ser introduzidas nas diferentes microcâmaras presentes no microchip. Em seguida, são injetados nos microchips o meio de cultivo e o quimioterápico. O microchip foi projetado para ser um sistema de alta performance, gerando grande quantidade de resultados em um único experimento, já com as triplicatas. Segundo a pesquisadora, essa é a grande vantagem do emprego de microfluídica em técnicas convencionais de análise, como ela detalha:

“O microdispositivo permite testar concentrações diferentes de fármacos em cada uma dessas microcâmaras, esses ‘pocinhos’, que compõem o microchip. Em seguida, com a aplicação de um gradiente difusivo de concentração, analisamos quais células cancerígenas foram mais sensíveis à ação do fármaco, e em quais concentrações. Dessa forma, conseguimos descobrir não apenas se um quimioterápico é capaz de eliminar uma célula coletada da biópsia, mas também identificamos a concentração mais eficiente”, explica La Torre.

Além dessa possibilidade, a pesquisadora conta que a equipe também já fez testes simultâneos com mais de um fármaco para avaliar a eficácia de sua ação combinada. “Nessas simulações, é preciso verificar se eles terão efeitos sinérgicos ou antagônicos e quais são as concentrações adequadas. Nesses testes cruzados, podemos identificar quais concentrações devem ser evitadas, para um não anular a ação do outro, e quais são as melhores para potencializar o efeito sinérgico dos quimioterápicos, além de outros parâmetros importantes para a área farmacêutica, aumentando assim a chance de sucesso do tratamento”, explica La Torre.

Selagem reversível é um diferencial da tecnologia da Unicamp

Uma característica do dispositivo desenvolvido pelos pesquisadores é a sua selagem reversível, ou seja, o microchip pode ser aberto posteriormente para a análise dos materiais. O mais comum nas pesquisas é que os microchips sejam lacrados, impossibilitando o acesso ao material de pesquisa após os testes.

Segundo La Torre, o uso de um microchip não selado atende a um desejo comum dos biólogos, a quem interessa analisar as células após serem submetidas aos tratamentos com os fármacos. “Por isso optamos por desenvolver um dispositivo que permitisse reverter a selagem após os testes, o que pode proporcionar informações valiosas aos pesquisadores”, conclui a pesquisadora.

Créditos: https://medicinasa.com.br/dispositivo-farmacos/

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ANS firma compromisso para tornar a saúde suplementar mais inclusiva

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Carta assinada durante o CONAHP 2024 visa promover diversidade e equidade no atendimento a beneficiários LGBTQIAPN+ e PCDs, com medidas práticas e educativas para transformar o setor.

PorJuliana Santos

Saúde Suplementar no Brasil deu um passo importante em direção a um sistema mais justo, acessível e inclusivo. Durante o Congresso Nacional de Hospitais Privados (CONAHP) 2024, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), representada pelo presidente Paulo Rebello, e a CEO da TM Jobs, Tânia Machado, assinaram uma carta de intenção e recomendação. O documento reforça o compromisso com políticas de diversidade e inclusão nos serviços de saúde suplementar, buscando atender às necessidades de todos os beneficiários, independentemente de orientação sexual, identidade de gênero, deficiência ou raça. 

Segundo Rebello, o momento simboliza o início de uma transformação necessária para tornar o setor de saúde mais humanizado. “Essa assinatura é o primeiro passo para a construção de um mundo mais empático, onde as adversidades do outro sejam compreendidas. É uma pequena, mas importante contribuição da ANS para um setor que atende 25% da população brasileira, ou seja, 51,4 milhões de pessoas”, afirmou. 

Medidas práticas para inclusão 

Desde 2023, o grupo responsável pela iniciativa trabalha na criação de um formulário com perguntas inclusivas, que permitirá a coleta de dados relevantes dos beneficiários no momento de adesão ao plano de saúde. Esse recurso será essencial para identificar diferentes públicos, compreender tipos específicos de deficiência e determinar as necessidades de acessibilidade e o tom da comunicação adequado para cada pessoa. 

Além disso, uma cartilha está sendo desenvolvida para orientar profissionais sobre como acolher de forma inclusiva a população LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência (PCDs). “Hoje, os beneficiários não se reconhecem nos formulários de inscrição. A falta de dados torna essas populações invisíveis para os serviços de saúde”, destacou Tânia Machado. Ela acrescenta que um atendimento humanizado não só aproxima essas pessoas dos serviços de saúde, mas também é crucial para promover igualdade no setor. 

Desafios e oportunidades 

Dados do Censo de 2010 do IBGE mostram que o Brasil possui 45,6 milhões de pessoas com alguma deficiência, sendo que 12,7 milhões enfrentam comprometimentos significativos e dependem de espaços e serviços acessíveis. Globalmente, populações marginalizadas enfrentam barreiras relacionadas à identidade de gênero, deficiência, orientação sexual e saúde mental. 

Para Tânia Machado, iniciativas como essa são essenciais para combater a exclusão e garantir um atendimento mais justo e eficiente. “Como executiva do setor de saúde, sempre quis deixar um legado de transformação e educação. Essa carta é apenas o começo de um trabalho contínuo com a ANS e outras instituições, visando uma verdadeira mudança”, concluiu.

Créditos: https://www.saudebusiness.com/mercado-da-saude/ans-firma-compromisso-para-tornar-a-saude-suplementar-mais-inclusiva/

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