Atualidades

OMS aponta que medicamentos como Ozempic e Mounjaro podem conter a pandemia global de obesidade

Publicado

on

O cenário da obesidade no mundo exige atenção imediata. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um bilhão de pessoas enfrentam sobrepeso ou obesidade, condição associada a doenças crônicas como diabetes tipo 2, hipertensão e problemas cardiovasculares. Nesse contexto, a introdução de fármacos inovadores, como o Ozempic (semaglutida) e o Mounjaro (tirzepatida), é vista como um potencial ponto de inflexão na luta contra o excesso de peso, inaugurando uma nova era de prevenção, controle e até reversão da pandemia global de obesidade.

A eficácia dos novos medicamentos
Essas substâncias atuam, em sua maioria, sobre o sistema endócrino, regulando hormônios ligados ao apetite, à saciedade e ao metabolismo da glicose. Ensaios clínicos têm demonstrado resultados animadores: pacientes tratados com semaglutida ou tirzepatida conseguem perdas de peso significativas, muitas vezes superiores a 15% do peso corporal inicial, além de melhor controle glicêmico. Esses números vão além do resultado estético, trazendo benefícios concretos para a redução de riscos associados ao excesso de gordura, como a menor probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2 ou complicações cardiovasculares.

Impacto na saúde pública e na economia
A obesidade não é apenas uma questão individual; trata-se de um desafio sistêmico. De acordo com estimativas da OMS, o sobrepeso e a obesidade estão relacionados a pelo menos 2,8 milhões de mortes por ano em todo o mundo. Do ponto de vista econômico, a carga financeira sobre sistemas de saúde e seguradoras também é expressiva, englobando custos com internações, cirurgias, medicamentos para doenças associadas, afastamentos do trabalho e perda de produtividade.

Ao oferecer uma ferramenta farmacológica eficaz para controle do peso, os novos tratamentos podem ajudar a aliviar a pressão sobre hospitais, consultórios médicos e estruturas de atendimento. A possibilidade de prevenir complicações reduz, a longo prazo, os custos globais da obesidade, contribuindo para economias mais resilientes e sociedades mais saudáveis.

Complemento a estratégias já existentes
Apesar do entusiasmo com os resultados preliminares, especialistas enfatizam que tais medicamentos não substituem a necessidade de políticas públicas abrangentes. A obesidade é um fenômeno multifatorial, influenciado pelo acesso a alimentos ultraprocessados, ambientes que dificultam a prática de atividades físicas, desigualdades socioeconômicas e culturais, entre outros fatores.

Assim, o tratamento com Ozempic ou Mounjaro deve ser complementar a uma estratégia mais ampla, que inclui educação alimentar, promoção do exercício físico, tributação inteligente de produtos nocivos à saúde, rotulagem clara de alimentos e intervenções no ambiente urbano para facilitar o deslocamento ativo, como ciclovias e calçadas seguras.

Perspectivas futuras
A OMS enxerga os novos medicamentos como uma oportunidade real de reduzir a taxa de sobrepeso e obesidade, desacelerar o aumento de doenças crônicas e prolongar a expectativa de vida com qualidade. No entanto, o acesso equitativo a esses tratamentos ainda é um desafio. Para que a solução seja global, será necessário não apenas desenvolver diretrizes internacionais claras, mas também garantir preços acessíveis, distribuição adequada e investimento em pesquisas de longo prazo.

Caso as tecnologias sejam integradas a políticas abrangentes de saúde, combinando inovação farmacológica com promoção de hábitos saudáveis e ambientes favoráveis, há potencial para uma transformação profunda nos indicadores de saúde pública. Nesse cenário, a obesidade deixa de ser uma fatalidade e passa a ser uma condição controlável, impulsionando a humanidade a um futuro com menos sofrimento, custos menores e maior bem-estar.


Fonte: Época Negócios – OMS: Medicamentos como Ozempic e Mounjaro podem interromper e reverter a pandemia global de obesidade

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Vistos

Sair da versão mobile