Conecte-se conosco

Atualidades

Cinco Anos de COVID-19: Como a Maior Pandemia da Nossa Geração Transformou o Mundo

Publicado

em

No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarava oficialmente a COVID-19 como uma pandemia global. Na época, a doença já havia se espalhado por mais de 100 países, com milhares de mortes registradas. Cinco anos depois, a crise sanitária que paralisou o planeta deixou marcas profundas e irreversíveis em áreas como saúde, ciência, economia e política.

A COVID-19 não apenas testou os sistemas de saúde e governos, mas também expôs desigualdades, acelerou avanços científicos e redefiniu comportamentos sociais. Como o mundo mudou nesses cinco anos? Estamos mais preparados para futuras pandemias? E quais são os desafios que ainda persistem?


A Primeira Grande Onda e o Caos Global

No início de 2020, a principal estratégia adotada pelos países foi o lockdown e o distanciamento social. O objetivo era “achatar a curva” de transmissão do vírus, garantindo que os sistemas de saúde pudessem absorver o impacto dos casos graves.

O mundo viu cidades inteiras fecharem suas portas, empresas e escolas adotarem o trabalho remoto e a rotina diária ser completamente transformada. O medo da infecção e a incerteza sobre o futuro geraram impactos profundos na saúde mental, resultando em aumento da ansiedade, depressão e transtornos psicológicos.

Ao longo dos meses, conforme mais informações sobre a transmissão do vírus se tornaram conhecidas, o uso de máscaras e medidas de ventilação passaram a ser reforçadas. Ainda assim, os sistemas de saúde entraram em colapso em diversos países, e a escassez de insumos como respiradores e oxigênio marcou tragicamente a pandemia, como visto em cidades como Manaus, que enfrentou um dos momentos mais críticos da crise.


A Revolução das Vacinas e o Desafio da Imunização

Antes da COVID-19, o desenvolvimento de uma vacina era um processo que levava, em média, dez anos. No entanto, com a pandemia, o mundo testemunhou a mais rápida criação e distribuição de vacinas da história.

As vacinas de mRNA, como as da Pfizer/BioNTech e Moderna, e as de vetor viral, como AstraZeneca e Janssen, foram desenvolvidas, testadas e aprovadas em menos de 12 meses. A primeira aplicação foi feita no Reino Unido, em dezembro de 2020, dando início à maior campanha de vacinação da história.

Contudo, a distribuição das vacinas evidenciou desigualdades globais. Países ricos garantiram rapidamente doses para suas populações, enquanto nações mais pobres enfrentaram atrasos. Em julho de 2021, 80% da população mundial tinha acesso a apenas 5% das vacinas produzidas, enquanto os países mais desenvolvidos concentravam 95% do estoque.

Além disso, a hesitação vacinal e a disseminação de fake news sobre imunização prejudicaram os esforços globais, levando a novas ondas da doença e à necessidade de doses de reforço para manter a proteção contra variantes emergentes.


Impactos Econômicos e Desigualdades Aprofundadas

A COVID-19 desencadeou a maior recessão econômica global desde a Grande Depressão. O PIB mundial encolheu 3,4% em 2020, e milhões de pessoas perderam seus empregos.

Trabalhadores informais e populações vulneráveis foram os mais afetados, sem proteção social suficiente para enfrentar a crise. Enquanto países desenvolvidos investiram trilhões de dólares em pacotes de estímulo, economias emergentes e pobres tiveram dificuldade em se recuperar.

Outro impacto duradouro foi a popularização do trabalho remoto, que se tornou a norma em diversas empresas. No entanto, essa mudança criou novas desigualdades, já que muitos trabalhadores não tinham a possibilidade de trabalhar de casa, aumentando ainda mais a disparidade de renda e acesso a oportunidades.


A Política Durante e Depois da Pandemia

A pandemia ampliou divisões políticas e sociais. Em muitos países, a crise foi tratada com desinformação, negacionismo e conflitos internos, prejudicando a resposta governamental.

No Brasil, a falta de um plano nacional coordenado resultou em atrasos na vacinação, crises hospitalares e um número de mortes superior a 700 mil. Em contrapartida, países como a Nova Zelândia adotaram uma resposta rápida e coordenada, garantindo taxas de mortalidade significativamente mais baixas.

A desconfiança nas instituições cresceu. Pesquisas mostram que a confiança nos governos caiu drasticamente, especialmente entre os mais jovens, que enfrentaram desafios como perda de empregos e incerteza sobre o futuro.

Além disso, o cenário pós-pandemia viu um crescimento do populismo e do extremismo político, com eleitores cada vez mais desconfiados de políticos tradicionais e inclinados a discursos polarizados.


Mudanças na Ciência e na Saúde Pública

Apesar do caos inicial, a pandemia gerou avanços científicos sem precedentes. O desenvolvimento de vacinas e medicamentos antivirais aconteceu em tempo recorde, e novas tecnologias, como a inteligência artificial aplicada à saúde, passaram a ser exploradas com mais intensidade.

A crise também reforçou a importância de sistemas de vigilância epidemiológica mais robustos. A OMS e governos de vários países passaram a monitorar potenciais pandemias futuras, criando redes internacionais de cooperação para evitar crises sanitárias de grande escala.

Entretanto, especialistas alertam que o mundo ainda não está preparado para uma nova pandemia. Muitos países desmantelaram suas infraestruturas emergenciais criadas durante a COVID-19, e o financiamento para pesquisas sobre coronavírus foi reduzido, o que pode comprometer respostas futuras a novas ameaças.


O Mundo Pós-Pandemia: O Que Aprendemos?

Cinco anos depois, a pandemia de COVID-19 ainda deixa cicatrizes. Ela transformou nossas relações sociais, o ambiente de trabalho, a economia e a saúde pública. Algumas mudanças vieram para ficar, enquanto outras já foram esquecidas.

Entre os principais aprendizados, podemos destacar:

A importância da ciência e da vacinação na prevenção de doenças.
A necessidade de sistemas de saúde resilientes, que possam lidar com crises inesperadas.
A urgência de combater fake news e desinformação sobre saúde pública.
O impacto das desigualdades no acesso a recursos essenciais.
A necessidade de cooperação global para prevenir e mitigar futuras pandemias.

Por outro lado, o esquecimento da pandemia já começa a aparecer. Muitas medidas eficazes de contenção foram abandonadas, e a falta de um plano global para crises sanitárias ainda preocupa especialistas.

A COVID-19 provou que o mundo pode se unir em momentos de crise, mas também revelou fragilidades que precisam ser enfrentadas para que o futuro seja mais preparado e justo para todos. A pergunta que fica é: aprendemos a lição ou repetiremos os mesmos erros?

Atualidades

Rede Américas já nasce com um time de peso em Comunicação, Marketing, Estratégia e Digital

Publicado

em

Sob a liderança de Luiz Gonzaga Foureaux Neto, Mariane Novais e Paulo Lopes Junior integram o time que vai posicionar a nova marca no mercado e fortalecer a conexão com pacientes, médicos, colaboradores e parceiros

A recém-lançada Rede Américas — a segunda maior rede hospitalar do Brasil — já nasce com um time estratégico experiente e altamente qualificado à frente das áreas de Comunicação, Marketing, Estratégia, Marca e Digital. Luiz Gonzaga Foureaux Neto assume como Vice-Presidente de Estratégia e Marketing e lidera uma equipe de peso com Mariane Novais, Diretora de Comunicação e Marca, e Paulo Lopes Junior, Diretor de Marketing Digital, com foco em Growth e Performance. 

Com mais de duas décadas de atuação em grandes empresas dos setores de saúde, educação e varejo, Luiz Gonzaga traz uma sólida trajetória em estratégia corporativa, posicionamento de marca, transformação digital e marketing integrado. Já atuou como VP de Marketing e Educação Digital no Cruzeiro do Sul Educacional, Vitru Educação, Uniasselvi, com passagem ainda pela Ânima Educação e TIM. Na Rede Américas, será responsável por conduzir o posicionamento estratégico da nova marca e ampliar a conexão da companhia com pacientes, parceiros e o ecossistema de saúde. 

Fazem parte do time liderado por Gonzaga dois nomes com trajetórias relevantes no mercado. Mariane Novais assume a Diretoria de Comunicação e Marca, trazendo 25 anos de experiência em agências, veículo e grandes empresas como Unimed, TIM, Ânima Educação, além de uma experiência internacional por quatro anos em Portugal, atuando em Marketing para empresas com presença global.  

Mariane será responsável pela construção da reputação institucional da Rede Américas, gestão de marca e relacionamento com stakeholders — traduzindo e amplificando a essência da companhia: a Paixão por Cuidar. 

Paulo Lopes Junior integra o time como Diretor de Marketing e Digital, com a missão de liderar as estratégias de growth e canais digitais da Rede Américas. Com passagens por empresas de destaque como Vivo e Google, o executivo traz ampla bagagem em estratégia de marketing, canais e dados. Seu papel será essencial para acelerar a presença digital da marca e garantir uma jornada centrada no paciente, com foco em inovação e resultados sustentáveis. 

Com 4,5 mil leitos, mais de 30 mil colaboradores e um portfólio que reúne instituições icônicas como o Hospital Samaritano Higienópolis (SP), Nove de Julho (SP), Samaritano Botafogo (RJ), Pró-Cardíaco (RJ), Hospital Brasília (DF) e CHN (RJ), a Rede Américas inicia sua trajetória com um time de alto nível — preparado para construir, desde o primeiro dia, uma marca forte, conectada e com propósito claro: transformar a saúde no Brasil com ética, humanização e excelência assistencial. 

Continue Lendo

Atualidades

16º Seminário UNIDAS reúne líderes da saúde suplementar em Brasília. Confira alguns dos destaques do primeiro dia 

Publicado

em

Um dos principais encontros da saúde suplementar no país, o 16º Seminário UNIDAS teve início nesta quarta-feira (23), reunindo mais de 1.500 participantes em Brasília, entre presidentes de operadoras de autogestão, autoridades públicas e especialistas do setor. Com o tema “Transparência e Governança Clínica como pilares para a eficiência na Saúde Suplementar”, o evento promovido pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (UNIDAS) propõe discutir soluções práticas para garantir sustentabilidade, qualidade assistencial e responsabilidade no uso dos recursos.  

Confira alguns dos destaques abaixo: 

Custos em oncologia já representam 16% dos gastos das operadoras de saúde 

Os custos relacionados ao tratamento oncológico já representam 16% dos gastos totais das operadoras de saúde no país. Segundo Ádila R. Clares de Andrade, diretora do Núcleo de Inteligência em Saúde da Maida Saúde, cada nova medicação que chega ao mercado gera novas responsabilidades aos gestores e amplia a judicialização por tratamentos off label e medicamentos de alto custo. O tema foi debatido durante o painel “Auditoria Inteligente em Oncologia: Equilíbrio entre Cuidado e Sustentabilidade” no 16º Seminário UNIDAS, realizado pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, em Brasília. O painel “Auditoria Inteligente em Oncologia: Equilíbrio entre Cuidado e Sustentabilidade” foi patrocinado pela MV. 

Escolher tratamento adequado reduz custos e amplia sobrevida em oncologia 

“Usar o recurso certo para o paciente custa mais barato do que economizar”, afirmou o cirurgião oncológico Fabrício Colacino, sócio da OncoAudit, durante o 16º Seminário UNIDAS, promovido pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, em Brasília. Segundo ele, eliminar desperdícios possibilitou economizar R$ 55 milhões em medicamentos para uma carteira de 225 mil vidas. Colacino destacou que investir na escolha adequada do tratamento não só diminui a judicialização, como melhora a remuneração dos profissionais, a gestão da doença e aumenta a sobrevida do paciente. O painel “Auditoria Inteligente em Oncologia: Equilíbrio entre Cuidado e Sustentabilidade” foi patrocinado pela MV. 

Medicina de precisão aumenta sobrevida em casos de câncer de pulmão   

O uso da medicina de precisão tem se mostrado decisivo no tratamento do câncer de pulmão, o tipo que mais causa mortes. Segundo Fernando Vidigal, diretor médico da Oncologia Américas, identificar o perfil molecular e os biomarcadores do paciente permite terapias direcionadas mais eficazes e individualizadas. Ele ressaltou durante o painel realizado no 16º Seminário UNIDAS, em Brasília, promovido pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, que pacientes tratados com terapia-alvo têm uma sobrevida significativamente maior, ultrapassando 50 meses em jovens não tabagistas. O painel teve patrocínio da Johnson & Johnson. 

Presidente da UNIDAS destaca avanços e reforça protagonismo das Autogestões na abertura do 16º Seminário em Brasília 

O presidente da UNIDAS, Mário Jorge, abriu oficialmente o 16º Seminário da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, realizado em Brasília, com um discurso marcado por conquistas e projeções estratégicas para o setor. Entre os avanços celebrados, destacou o reconhecimento das Autogestões como entidades sem fins lucrativos na Reforma Tributária — um marco histórico obtido por meio de intensa articulação institucional junto a parlamentares e com o apoio de entidades como a FEBRAFITE. 

Mário Jorge também reforçou o papel essencial das Autogestões no contexto da Saúde Suplementar, sobretudo no enfrentamento ao desperdício e na promoção de um modelo de cuidado mais sustentável e centrado no paciente. “Precisamos repensar a forma como tratamos a saúde, colocando o paciente no centro e combatendo o desperdício que compromete a sustentabilidade do sistema”, afirmou. 

O presidente ainda apresentou os números que refletem a dimensão do evento: mais de 1500 inscritos, a presença de 89 instituições de autogestão e um público formado majoritariamente por presidentes, CEOs e tomadores de decisão. A abertura reforçou o compromisso da UNIDAS com o fortalecimento do modelo autogestionário, sua sustentabilidade e a qualificação do debate sobre o futuro da saúde no Brasil. 

Presidente da ANS destaca a importância da RN 137 durante abertura do Seminário da UNIDAS 

Durante o painel de abertura do 16º Seminário UNIDAS, a Diretora-Presidente Interina da ANS, Carla de Figueiredo Soares, destacou o papel fundamental da Agência Nacional de Saúde Suplementar no enfrentamento dos desafios do setor. “Estamos falando de um dos setores mais difíceis, tanto para regular quanto para estar. Estamos lidando com vidas, com o bem-estar físico e mental das pessoas”, afirmou. Ela ainda destacou que a agência quer promover condições para que todo o setor atue, mas que o centro da atuação da agência é o beneficiário.  

Carla ressaltou os avanços recentes da Saúde Suplementar e pontuou que as especificidades das Autogestões demandam atenção regulatória contínua, com destaque para a importância de dar prosseguimento à RN 137, atualmente em consulta pública. “A regulação é viva, e nossa função como regulador é trazer a participação social para a construção da norma”, completou. A resolução faz parte da atual agenda regulatória da ANS, que se encerra em 2025. Segundo Carla, uma nova agenda será construída ainda este ano, com expectativa de ampla colaboração das Autogestões. 

ANS reforça importância de diálogo e transparência para o futuro do setor 

Carla de Figueiredo Soares, Diretora-Presidente Interina da ANS, encerrou o painel reforçando que é preciso transformar os desafios em oportunidades de aprimoramento. “A cadeia produtiva do setor envolve inúmeros atores, o que exige ainda mais diálogo, participação e transparência”, afirmou. Para ela, a busca por eficiência e sustentabilidade deve partir de uma construção coletiva, com todos os elos da saúde suplementar contribuindo de forma integrada. 

Painel de abertura reúne lideranças e reforça papel da governança clínica na eficiência do setor 

O painel “Unindo Forças: a visão das entidades sobre a governança clínica e eficiência na saúde suplementar”, realizado durante o 16º Seminário UNIDAS, reuniu representantes de entidades do setor para debater os caminhos da eficiência, a importância do diálogo interinstitucional e o papel estratégico da governança clínica. Os participantes destacaram a urgência na geração e uso de dados confiáveis, a valorização da assistência com foco no paciente e a necessidade de novos modelos de cuidado. O consenso foi claro: o futuro do setor depende de decisões compartilhadas, investimento em inovação e colaboração ativa entre todos os atores da cadeia. 

Vice-presidente da CMB destaca importância do diálogo para melhorar eficiência 

Flaviano Feu, vice-presidente da CMB, defendeu mudanças práticas para tornar o sistema mais eficiente. Criticou a burocracia excessiva nas auditorias e destacou que a inovação precisa estar na negociação e no cuidado, e não apenas na tecnologia. “Fizemos inovação ao convencer operadoras a pagarem o valor de cirurgia robótica com o preço de uma cirurgia por vídeo”, exemplificou. Também reforçou a importância de envolver o paciente na preservação do plano de saúde e comunicar verdades com mais clareza. 

ANAPH defende união entre entidades e alerta para o “custo da desconfiança” 

Marco Aurélio Ferreira, presidente da ANAPH, enfatizou a importância da união entre as entidades representativas para promover mudanças estruturais no setor. “Sozinhos, não conseguimos mudar o sistema. Precisamos de diálogo e dados”, afirmou. Apontou que o Brasil vive hoje o “custo da desconfiança”, citando o índice de glosas de 15,9% identificado pelo observatório da entidade. Segundo ele, nenhuma empresa sobrevive com esse nível de perda e é preciso demonstrar aos legisladores o real papel das autogestões. 

ABRAMGE defende foco em valor na administração das operadoras 

Renato Casarotti, presidente da ABRAMGE, destacou a importância de promover um debate mais profundo sobre a entrega de valor na assistência à saúde e também na administração das operadoras. “Buscar eficiência nos recursos administrativos nos permite investir mais na assistência”, afirmou. Segundo ele, esse equilíbrio é essencial para manter a sustentabilidade do setor e garantir melhores desfechos para os pacientes. 

SindHosp cobra modelo assistencial estruturado para o país 

Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, afirmou que o Brasil sofre hoje com a ausência de um modelo assistencial claro. “A grande Geni do sistema de saúde não é o fee for service, mas a falta de um modelo de assistência”, provocou. Ele defendeu uma visão integrada que contemple tanto a microgestão da ponta quanto o desenho macro do sistema, e criticou o fato de a medicina privada ainda ser tratada de forma isolada do SUS, o que reduz a eficiência do cuidado no país. 

ABRAMED vê na IA e na regulação caminhos para manter a qualidade da medicina 

César Nomura, presidente da ABRAMED, ressaltou o papel das agências reguladoras na manutenção da qualidade da medicina no Brasil e destacou a importância da UNIDAS nesse processo. Defensor do uso de inteligência artificial como aliada na construção de um modelo sustentável, ele afirmou que essas tecnologias podem corrigir falhas provocadas por profissionais com formação deficitária. “A regulação precisa incluir essas ferramentas para mantermos a qualidade e cobrirmos nossas deficiências”, completou. 

CNSaúde aponta falta de dados como barreira para a eficiência no setor 

Durante o painel de abertura do 16º Seminário UNIDAS, o presidente da CNSaúde, Breno Monteiro, afirmou que não é possível discutir ineficiência sem medir indicadores de desempenho. “Estamos longe de termos dados confiáveis na saúde”, disse. Ele ressaltou que o mercado está em recuperação, mas as Autogestões ainda enfrentam desafios, e propôs uma atuação conjunta entre prestadores e Autogestões para buscar a eficiência que outros segmentos da Saúde Suplementar já estão perseguindo. 

UNIDAS homenageia filiadas com nota máxima no IDSS 2024 

Durante o 16º Seminário UNIDAS, a entidade premiou 31 operadoras filiadas que alcançaram a nota máxima (1,0) no Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), ano-base 2023. A entrega dos certificados foi realizada por João Paulo Reis Neto, Diretor Técnico da UNIDAS e Presidente da CAPESESP. 

O IDSS é um indicador anual da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que avalia o desempenho das operadoras de planos de saúde em quatro dimensões: Qualidade em Atenção à Saúde, Garantia de Acesso, Sustentabilidade no Mercado e Gestão de Processos e Regulação. A nota varia de 0 a 1, sendo 1,0 a melhor avaliação possível. No ano-base 2023, a média do setor foi de 0,7805, com 71,3% das operadoras obtendo nota superior a 0,6, classificadas nas duas melhores faixas avaliativas do IDSS. A premiação reforça o compromisso das autogestões com a excelência na gestão e na assistência à saúde, destacando-se no cenário da saúde suplementar brasileira. 

Governança clínica é chave para transformar gasto em saúde em valor, afirma especialista   

No painel sobre transparência e governança clínica durante o 16º Seminário UNIDAS, o médico e professor da Fundação Dom Cabral Estevão Andrade afirmou que o Brasil precisa evoluir na mensuração de desfechos clínicos em relação ao que se gasta com saúde. “Gastamos muito, mas temos resultados ainda aquém. Precisamos obter melhores resultados clínicos com os recursos já disponíveis”, destacou. Andrade explicou que a governança clínica, conceito originado no Reino Unido e adotado pelo NHS, propõe um padrão baseado em evidências para nortear as decisões médicas. Para ele, esse modelo cria uma cultura de responsabilização e contribui diretamente para a entrega de valor, entendida como a melhor relação entre resultado clínico e custo. 

Reconhecimento a apoiadores marca debate sobre Reforma Tributária e autogestões 

O segundo painel do 16º Seminário UNIDAS destacou o reconhecimento aos parlamentares que atuaram pela inclusão das autogestões na Reforma Tributária como entidades sem fins lucrativos. O debate contou com a presença do ex-presidente da UNIDAS Anderson Mendes, do senador Efraim Filho e do deputado federal Pedro Westphalen, com moderação de Cleudes Freitas, Diretor de Comunicação da entidade. Os participantes reforçaram o impacto da medida para a sustentabilidade das autogestões e para a preservação do acesso à saúde por milhares de trabalhadores e aposentados. O painel também trouxe alertas sobre os desafios regulatórios, judiciais e estruturais enfrentados pelo setor. 

Anderson Mendes destaca justiça no reconhecimento das autogestões na Reforma Tributária 

O ex-presidente da UNIDAS, Anderson Mendes, destacou o trabalho intenso nos bastidores para garantir a inserção das autogestões como entidades sem fins lucrativos na Reforma Tributária. “Foi um justo reconhecimento do nosso trabalho pelo parlamento”, afirmou. Ele ressaltou que as autogestões viabilizam o acesso à saúde para milhares de brasileiros por meio das caixas de assistência. Ao lembrar sua atuação na Cassi, Mendes enfatizou a importância do uso responsável dos recursos: “Eu queria poder aprovar tudo, mas a gente precisa usar o recurso de forma responsável. É isso que estamos constantemente discutindo”. 

Senador Efraim Filho afirma que isenção para autogestões é justa e necessária 

O senador Efraim Filho classificou como “heroica” a conquista das autogestões na Reforma Tributária. “No Brasil de hoje, não pagar imposto é fora do normal. Mas conseguimos mostrar como as autogestões funcionam e como a proposta original traria aumento de custos que recairia sobre os aposentados”, declarou. Para o parlamentar, a medida foi essencial para preservar a saúde financeira do modelo. “Defender as autogestões é defender a vida. E essa é a minha missão”, finalizou. 

Deputado Pedro Westphalen defende segurança jurídica e fortalecimento técnico da ANS 

O deputado federal Pedro Westphalen destacou que o apoio do parlamento às autogestões é reflexo direto da atuação estruturada da UNIDAS em todo o país, especialmente durante a pandemia. Ele chamou atenção para a necessidade de segurança jurídica no setor e criticou a quantidade de decisões judiciais que obrigam a realização de procedimentos inviáveis. “Precisamos aproximar a realidade da saúde do poder judiciário”, disse. O parlamentar também defendeu a recomposição do corpo técnico da ANS para que a agência reguladora cumpra adequadamente seu papel fiscalizador. 

Gonzalo Vecina alerta para novos perfis epidemiológicos e desafios da equidade na saúde 

O médico sanitarista, fundador e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Gonzalo Vecina Neto destacou, durante o 16º Seminário UNIDAS, as mudanças no perfil epidemiológico brasileiro e os desafios da saúde pública frente a doenças crônicas e negligenciadas. Segundo ele, 60% das mortes no país hoje são causadas por doenças crônicas não transmissíveis, sendo 35% cardiovasculares e 20% cânceres — que estão em crescimento e tendem a ultrapassar as doenças do coração. Ele também chamou atenção para o retorno de doenças antes controladas, como a febre amarela e a doença de Chagas, além do aumento da violência como fator de mortalidade. “Precisamos lutar contra as enfermidades silenciosas, que comprometem a qualidade de vida das populações mais pobres, muitas vezes sem diagnóstico e sem acesso ao tratamento adequado”, afirmou. 

Vecina reforçou a necessidade de um projeto estruturado que organize o acesso da população ao sistema de saúde, com prioridade para a equidade e racionalização da demanda. “A saúde suplementar interna 18% de sua população por ano, enquanto o SUS interna 8% e o NHS, no Reino Unido, 10%. O desafio é equilibrar oferta e demanda com qualidade e justiça”, explicou. Ele ainda criticou o excesso de medicalização e defendeu uma abordagem mais estratégica sobre como tratar doenças raras no âmbito coletivo. “Não deveríamos deixar pessoas com Doença de Duchenne ou AME sem tratamento. Esse é um debate necessário para o futuro da saúde no Brasil.” 

Beneficiários destacam proximidade e escuta ativa como diferenciais das autogestões   

O painel “O Olhar do Beneficiário: A Importância das Autogestões em Suas Vidas”, realizado durante o 16º Seminário UNIDAS, colocou em evidência a experiência prática de quem está na ponta do cuidado. Fernando Amaral, Diretor de Saúde e Rede de Atendimento da CASSI, destacou que as ações da operadora são fortemente influenciadas pela escuta ativa dos usuários, realizada por meio dos sindicatos e do Conselho de Usuários. “Nosso programa de atenção primária nasceu dessa escuta. Toda a nossa estrutura foi pensada com base nas necessidades reais dos beneficiários em diversas regiões do país”, explicou. 

Laercio Luiz Moser, aposentado e beneficiário do SIM Saúde, reforçou o papel ativo do usuário no cuidado com a própria saúde. “Nós temos a responsabilidade de buscar os meios para viver mais e melhor”, afirmou. Para ele, a principal vantagem das autogestões está na facilidade de diálogo direto com as diretorias, o que permite resolver demandas com mais agilidade e sensibilidade. O painel foi moderado por Luciana Dalcanale, Diretora de Treinamento e Desenvolvimento da UNIDAS e Diretora da Vivest. 

Sobre Seminário UNIDAS 

O Seminário UNIDAS é um evento anual que reúne especialistas, gestores e representantes do setor de saúde suplementar para debater desafios, inovações e tendências da autogestão em saúde. Promovido pela UNIDAS, o encontro busca fomentar o intercâmbio de conhecimento e a construção de soluções sustentáveis para a melhoria da assistência aos beneficiários das operadoras autogeridas. 

Sobre a UNIDAS   

A UNIDAS – União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde – é uma entidade associativa sem fins lucrativos, representante das operadoras de autogestão do Brasil – segmento da saúde suplementar em que a própria instituição é a responsável pela administração do plano de assistência à saúde oferecido aos seus empregados, servidores ou associados e respectivos dependentes. Atualmente, a UNIDAS congrega cerca de 4,5 milhões de vidas e mais de 100 filiadas nos Estados e no Distrito Federal.   

Ciente do seu compromisso de discutir a saúde suplementar, a entidade tem como objetivo fortalecer a competitividade das autogestões, levar soluções e conhecimento para as instituições e atuar permanentemente junto às agências reguladoras – Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ao Ministério da Saúde, ao Congresso Nacional, entre outras instâncias governamentais. Anualmente, dois grandes eventos são promovidos – o seminário e o congresso, ambos com o intuito de difundir conhecimento, promover a troca de informações e incentivar o debate sobre gestão de saúde. 

Continue Lendo

Atualidades

HCN promove campanha de vacinação para profissionais da saúde

Publicado

em

A ação visa também destacar a importância das vacinas para a população e lembrar a Semana Mundial da Imunização

Nos dias 09 e 10 de abril, o Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano, unidade do governo de Goiás em Uruaçu, realizou a campanha de vacinação contra Influenza e outras vacinas obrigatórias para os profissionais da saúde.

A ação foi organizada pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NVEH) e pelos Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) do HCN. Com o intuito de zelar pelos profissionais responsáveis por cuidar da saúde da população, a campanha, visando imunizar os colaboradores do hospital, contou também com a parceria da Secretaria Municipal da Saúde de Uruaçu.

Ao todo, foram administradas 588 doses de vacinas nos colaboradores de unidade. Além da dose contra Influenza, foram disponibilizadas também vacinas contra Covid, dTpa (tríplice bacteriana acelular tipo adulto), tríplice viral, hepatite, entre outras, oferecendo a atualização do cartão vacinal.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as campanhas globais de vacinação da segunda metade do século XX são uma das maiores conquistas da humanidade. Em apenas 5 décadas, o cenário se transformou de um mundo onde a morte de uma criança era algo temido por muitos pais, para um mundo onde cada criança vacinada tem a chance de sobreviver e prosperar.

O intuito da campanha realizada pelo HCN é também destacar a importância das vacinas para a população como um todo. Por isso, é importante lembrar também sobre a Semana Mundial da Imunização, comemorada entre os dias 24 e 30 de abril todos os anos.

“A vacinação é uma escolha pela vida. Na Semana de Imunização, reforçamos a importância de proteger a si mesmo e a quem você ama. Prevenir é um gesto de cuidado que pode salvar muitas vidas”, ressalta Fhadya Costa, coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do HCN, unidade administrada pelo Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento – IMED.

Semana Mundial da Imunização

A Semana Mundial da Imunização é realizada visando aumentar a conscientização e a proteção da população contra doenças evitáveis por vacinas. A data foi criada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em 2002, com a denominação de Semana de Vacinação nas Américas. Em 2012, a campanha foi estendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para todo o planeta, tornando-se Semana Mundial de Imunização.

Ainda segundo a OMS, nos últimos anos, o progresso na imunização diminuiu. Embora mais de 4 milhões de crianças tenham sido vacinadas globalmente em 2022, em comparação com 2021, ainda havia 20 milhões de crianças que não receberam uma ou mais vacinas.

Como resultado, o mundo está testemunhando surtos repentinos de difteria e sarampo, doenças que, até agora, estavam praticamente sob controle. Embora a cobertura vacinal global seja boa – com 4 em cada 5 crianças totalmente cobertas – ainda há muito a fazer. Por isso, é fundamental o compromisso de todos, reforçando o benefício e o poder da vacinação e lembrando que as vacinas salvam vidas.

Continue Lendo

Mais Vistos