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Cinco Anos de COVID-19: Como a Maior Pandemia da Nossa Geração Transformou o Mundo

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No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarava oficialmente a COVID-19 como uma pandemia global. Na época, a doença já havia se espalhado por mais de 100 países, com milhares de mortes registradas. Cinco anos depois, a crise sanitária que paralisou o planeta deixou marcas profundas e irreversíveis em áreas como saúde, ciência, economia e política.

A COVID-19 não apenas testou os sistemas de saúde e governos, mas também expôs desigualdades, acelerou avanços científicos e redefiniu comportamentos sociais. Como o mundo mudou nesses cinco anos? Estamos mais preparados para futuras pandemias? E quais são os desafios que ainda persistem?


A Primeira Grande Onda e o Caos Global

No início de 2020, a principal estratégia adotada pelos países foi o lockdown e o distanciamento social. O objetivo era “achatar a curva” de transmissão do vírus, garantindo que os sistemas de saúde pudessem absorver o impacto dos casos graves.

O mundo viu cidades inteiras fecharem suas portas, empresas e escolas adotarem o trabalho remoto e a rotina diária ser completamente transformada. O medo da infecção e a incerteza sobre o futuro geraram impactos profundos na saúde mental, resultando em aumento da ansiedade, depressão e transtornos psicológicos.

Ao longo dos meses, conforme mais informações sobre a transmissão do vírus se tornaram conhecidas, o uso de máscaras e medidas de ventilação passaram a ser reforçadas. Ainda assim, os sistemas de saúde entraram em colapso em diversos países, e a escassez de insumos como respiradores e oxigênio marcou tragicamente a pandemia, como visto em cidades como Manaus, que enfrentou um dos momentos mais críticos da crise.


A Revolução das Vacinas e o Desafio da Imunização

Antes da COVID-19, o desenvolvimento de uma vacina era um processo que levava, em média, dez anos. No entanto, com a pandemia, o mundo testemunhou a mais rápida criação e distribuição de vacinas da história.

As vacinas de mRNA, como as da Pfizer/BioNTech e Moderna, e as de vetor viral, como AstraZeneca e Janssen, foram desenvolvidas, testadas e aprovadas em menos de 12 meses. A primeira aplicação foi feita no Reino Unido, em dezembro de 2020, dando início à maior campanha de vacinação da história.

Contudo, a distribuição das vacinas evidenciou desigualdades globais. Países ricos garantiram rapidamente doses para suas populações, enquanto nações mais pobres enfrentaram atrasos. Em julho de 2021, 80% da população mundial tinha acesso a apenas 5% das vacinas produzidas, enquanto os países mais desenvolvidos concentravam 95% do estoque.

Além disso, a hesitação vacinal e a disseminação de fake news sobre imunização prejudicaram os esforços globais, levando a novas ondas da doença e à necessidade de doses de reforço para manter a proteção contra variantes emergentes.


Impactos Econômicos e Desigualdades Aprofundadas

A COVID-19 desencadeou a maior recessão econômica global desde a Grande Depressão. O PIB mundial encolheu 3,4% em 2020, e milhões de pessoas perderam seus empregos.

Trabalhadores informais e populações vulneráveis foram os mais afetados, sem proteção social suficiente para enfrentar a crise. Enquanto países desenvolvidos investiram trilhões de dólares em pacotes de estímulo, economias emergentes e pobres tiveram dificuldade em se recuperar.

Outro impacto duradouro foi a popularização do trabalho remoto, que se tornou a norma em diversas empresas. No entanto, essa mudança criou novas desigualdades, já que muitos trabalhadores não tinham a possibilidade de trabalhar de casa, aumentando ainda mais a disparidade de renda e acesso a oportunidades.


A Política Durante e Depois da Pandemia

A pandemia ampliou divisões políticas e sociais. Em muitos países, a crise foi tratada com desinformação, negacionismo e conflitos internos, prejudicando a resposta governamental.

No Brasil, a falta de um plano nacional coordenado resultou em atrasos na vacinação, crises hospitalares e um número de mortes superior a 700 mil. Em contrapartida, países como a Nova Zelândia adotaram uma resposta rápida e coordenada, garantindo taxas de mortalidade significativamente mais baixas.

A desconfiança nas instituições cresceu. Pesquisas mostram que a confiança nos governos caiu drasticamente, especialmente entre os mais jovens, que enfrentaram desafios como perda de empregos e incerteza sobre o futuro.

Além disso, o cenário pós-pandemia viu um crescimento do populismo e do extremismo político, com eleitores cada vez mais desconfiados de políticos tradicionais e inclinados a discursos polarizados.


Mudanças na Ciência e na Saúde Pública

Apesar do caos inicial, a pandemia gerou avanços científicos sem precedentes. O desenvolvimento de vacinas e medicamentos antivirais aconteceu em tempo recorde, e novas tecnologias, como a inteligência artificial aplicada à saúde, passaram a ser exploradas com mais intensidade.

A crise também reforçou a importância de sistemas de vigilância epidemiológica mais robustos. A OMS e governos de vários países passaram a monitorar potenciais pandemias futuras, criando redes internacionais de cooperação para evitar crises sanitárias de grande escala.

Entretanto, especialistas alertam que o mundo ainda não está preparado para uma nova pandemia. Muitos países desmantelaram suas infraestruturas emergenciais criadas durante a COVID-19, e o financiamento para pesquisas sobre coronavírus foi reduzido, o que pode comprometer respostas futuras a novas ameaças.


O Mundo Pós-Pandemia: O Que Aprendemos?

Cinco anos depois, a pandemia de COVID-19 ainda deixa cicatrizes. Ela transformou nossas relações sociais, o ambiente de trabalho, a economia e a saúde pública. Algumas mudanças vieram para ficar, enquanto outras já foram esquecidas.

Entre os principais aprendizados, podemos destacar:

A importância da ciência e da vacinação na prevenção de doenças.
A necessidade de sistemas de saúde resilientes, que possam lidar com crises inesperadas.
A urgência de combater fake news e desinformação sobre saúde pública.
O impacto das desigualdades no acesso a recursos essenciais.
A necessidade de cooperação global para prevenir e mitigar futuras pandemias.

Por outro lado, o esquecimento da pandemia já começa a aparecer. Muitas medidas eficazes de contenção foram abandonadas, e a falta de um plano global para crises sanitárias ainda preocupa especialistas.

A COVID-19 provou que o mundo pode se unir em momentos de crise, mas também revelou fragilidades que precisam ser enfrentadas para que o futuro seja mais preparado e justo para todos. A pergunta que fica é: aprendemos a lição ou repetiremos os mesmos erros?

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Pesquisadoras brasileiras criam pomada cicatrizante com fungo da Caatinga que evita queloides

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Um avanço promissor na área da biotecnologia brasileira está prestes a transformar o tratamento de feridas e cirurgias. Pesquisadoras do Instituto Butantan, em parceria com a start-up BiotechnoScience Farmacêutica, desenvolveram uma pomada cicatrizante a partir de um fungo da Caatinga capaz de acelerar a regeneração da pele e evitar a formação de queloides.

O produto é resultado de mais de uma década de pesquisa com o fungo Exserohilum rostratum, presente exclusivamente no bioma nordestino da Caatinga — o único 100% brasileiro. A substância demonstrou ação regeneradora eficaz, além de não induzir a formação de cicatrizes elevadas, comuns em processos de cicatrização problemáticos.

“A pomada auxilia no processo natural de cicatrização, estimulando a produção de colágeno no tecido e promovendo uma regeneração mais uniforme, sem queloides”, explica Tainah Colombo Gomes, pesquisadora e CEO da BiotechnoScience.

Os testes pré-clínicos conduzidos em laboratório mostraram que a fórmula é segura para uso tópico e mais eficaz que pomadas cicatrizantes já disponíveis no mercado. O estudo revelou ainda que a pomada aumenta significativamente a produção de colágeno, substância essencial para a recuperação da pele.

A descoberta teve início em 2010, com os trabalhos das pesquisadoras Ana Olívia Souza e Durvanei Augusto Maria, do Laboratório de Desenvolvimento e Inovação do Instituto Butantan. Inicialmente, a equipe avaliava o fungo pelo seu potencial antimicrobiano e capacidade de destruir células tumorais. Foi durante essas investigações que surgiu a hipótese de aplicação na cicatrização de feridas.

“Uma das moléculas identificadas no fungo mostrou potencial na regeneração celular, que é essencial para a cicatrização”, relata Ana Olívia.

Em 2018, após os resultados positivos dos testes, o Instituto Butantan registrou pedido de patente da formulação cicatrizante no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A tecnologia poderá ser licenciada para a BiotechnoScience, com previsão de pagamento de royalties ao Butantan, garantindo o retorno do investimento público na pesquisa.

“Tudo o que o Butantan investiu será ressarcido. Esse modelo permite alavancar a tecnologia, garantir a inovação e fomentar o surgimento de empresas capazes de acelerar o desenvolvimento do produto”, destaca Cristiano Gonçalves, gerente de Inovação e Licenciamento Tecnológico do Butantan.

O projeto destaca não apenas a inovação científica, mas também a valorização da biodiversidade brasileira como fonte de soluções sustentáveis e eficazes na saúde. A expectativa é que, nos próximos anos, o produto esteja disponível para uso comercial, com potencial impacto no tratamento de feridas cirúrgicas, queimaduras e traumas cutâneos — sem as cicatrizes indesejadas.

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Maioria dos serviços do SUS geridos por OSS possui selos de qualidade, aponta levantamento nacional

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Um novo levantamento divulgado nesta terça-feira (10) revela que 68,9% dos serviços de saúde do SUS sob gestão das principais Organizações Sociais de Saúde (OSS) do país possuem algum tipo de acreditação de qualidade. O dado reforça o avanço da cultura de excelência e segurança assistencial no setor público brasileiro.

A pesquisa foi conduzida pelo Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (Ibross), em parceria com o Instituto Ética Saúde (IES) e a Organização Nacional de Acreditação (ONA). A amostra analisada envolveu 219 serviços de saúde, entre hospitais, ambulatórios, UPAs, UBSs, laboratórios e outras unidades geridas por associadas do Ibross — o que representa 12% do universo de 1,8 mil equipamentos sob gestão de OSS no Brasil. Juntas, essas organizações associadas são responsáveis por cerca de 50% de todos os serviços geridos por OSS no país.

Para Gilvane Lolato, gerente geral de Operações da ONA, o resultado comprova o compromisso crescente das OSS com a qualidade:

“A cada ano, os órgãos públicos estão mais focados em oferecer segurança e humanização. Isso é essencial, pois a maioria da população depende desse sistema. Nossos processos promovem a melhoria contínua, garantindo cuidados mais confiáveis, eficientes e humanizados.”

Segundo os dados, 56,6% das unidades acreditadas receberam o selo da própria ONA, enquanto as demais contam com certificações internacionais como JCI (Joint Commission International), Qmentum e ACSA. A maioria dessas certificações foi obtida nos últimos cinco anos (76% do total), enquanto 14% foram concedidas há entre seis e dez anos, e 10% há mais de uma década.

A pesquisa também mostra avanços consistentes em capacitação e segurança. Entre os serviços avaliados:

  • 99% possuem programas de segurança do paciente
  • 97,3% implementaram programas de capacitação de colaboradores
  • 95,4% adotam protocolos clínicos e fluxos de trabalho padronizados
  • 88,6% promovem treinamentos periódicos sobre segurança assistencial

A distribuição geográfica dos serviços pesquisados mostra concentração em São Paulo (50,7%), seguido por Minas Gerais (25%), Pernambuco (11%), Ceará (6,4%), Goiás (3,7%) e Bahia (3,2%).

Para Sergio Daher, presidente do Ibross, os resultados reforçam o papel das OSS na qualificação do SUS:

“Os números mostram que estamos no caminho certo para transformar um cenário de desafios em uma jornada de qualificação contínua. A pesquisa oferece base estratégica para ações estruturantes que elevem a confiança da população no sistema público.”

Daher destaca ainda que o levantamento permitiu identificar gargalos e oportunidades estratégicas em diferentes regiões, promovendo o fortalecimento do modelo de OSS como vetor de melhoria no atendimento à população.

Com dados robustos e abrangência nacional, o estudo não apenas reconhece o esforço das organizações sociais, como também contribui para o planejamento de políticas públicas mais assertivas, com foco em qualidade, segurança e impacto real na saúde pública brasileira.

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Casa de Saúde Menino Jesus de Praga revoluciona assistência com Central de Monitoramento Remoto

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Com foco em inovação assistencial, a Casa de Saúde Menino Jesus de Praga, referência no cuidado de pacientes com deficiências e lesões neurológicas de média e alta complexidade, implementou uma Central de Monitoramento Remoto de sinais vitais — iniciativa que vem transformando a segurança clínica e a eficiência operacional da instituição.

Antes da novidade, a resposta a eventos críticos era marcada por uma corrida contra o tempo: ao soar um alarme, a equipe precisava localizar fisicamente o paciente e avaliar a gravidade da situação. Agora, com o sistema remoto, a identificação imediata do paciente, sua localização e o nível de gravidade são acessados em tempo real. O tempo médio de resposta caiu de 1 minuto e 25 segundos para apenas 2,5 a 5 segundos.

A Central é composta por 16 monitores multiparâmetros integrados, permitindo vigilância contínua do estado clínico dos pacientes, com destaque para a rápida detecção de crises convulsivas, uma das intercorrências mais comuns na instituição.

Além da agilidade, a ferramenta fortaleceu a colaboração entre médicos, enfermeiros, técnicos e fisioterapeutas respiratórios, promovendo atendimentos mais coordenados, preventivos e eficazes. A visão integrada do quadro clínico permite que a equipe mobilize, com antecedência, os profissionais mais indicados para cada situação.

Outro avanço relevante foi a implementação do Documento de Conduta para Tomada de Decisão com Suporte do SAMU, que organiza e rastreia todas as intercorrências, registrando data, motivo, condutas adotadas e desfecho clínico — recurso valioso para auditorias internas e melhoria contínua da assistência.

Curiosamente, o impacto tecnológico veio com investimento mínimo. A instituição já dispunha dos monitores necessários e contou com o apoio da fabricante para a integração dos sistemas. A aquisição de um computador, uma TV e suporte de parede completaram a infraestrutura necessária.

Diante dos resultados positivos, a Casa de Saúde decidiu expandir a cobertura da Central para outros ambientes clínicos, como o salão de terapias e os consultórios médicos. O próximo passo é ambicioso: monitoramento preditivo para pacientes de baixa complexidade, com dispositivos vestíveis e inteligência artificial para antecipar sinais de deterioração clínica.

A iniciativa reafirma o compromisso da Casa de Saúde Menino Jesus de Praga com a inovação centrada no cuidado humanizado, e se posiciona como exemplo inspirador para outras instituições que buscam qualidade assistencial com sustentabilidade.

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