O câncer de pulmão atinge cerca de 32,5 mil brasileiros a cada ano e é um dos tumores que
mais causam mortes no país: são 28 mil vítimas a cada 365 dias. Um dos maiores desafios para combater a doença é o diagnóstico precoce, já que os tumores crescem sem serem notados até que os sintomas se tornam graves, especialmente em fumantes (a maioria dos atingidos).
Uma nova tecnologia desenvolvida no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, anunciada no início de janeiro pode revolucionar a identificação do câncer. Os bioengenheiros americanos criaram sensores inaláveis que revelam, depois de poucas horas, em um teste de urina, a presença de tumores no pulmão.
Diagnóstico de câncer de pulmão
O novo diagnóstico é baseado em nanosensores que podem ser administrados por um inalador ou nebulizador. Se eles encontrarem proteínas ligadas ao câncer nos pulmões, produzem um sinal que se acumula na urina. A detecção pode ser feita com uma simples tira de teste de papel.
Atualmente, a única abordagem para diagnóstico dos tumores é a tomografia computadorizada (recomendada a todos os fumantes com mais de 50 anos), que indica a dimensão e a gravidade do câncer no pulmão. Porém, é um exame caro e disponível em poucos lugares.
Como funciona o teste?
Bhatia passou a última década desenvolvendo nanosensores para diagnóstico de câncer e outras doenças. Neste estudo, ela e seus colegas exploraram a possibilidade de usá-los como uma alternativa mais acessível ao rastreamento por tomografia computadorizada para câncer de pulmão.
Os sensores são feitos de nanopartículas de polímero revestidas com um receptor. Quando encontra enzimas chamadas proteases, que costumam ser hiperativas em tumores, eles se descolam dos sensores, eventualmente se acumulando na urina e sendo excretados do corpo.
Para colocar o sensor dentro do corpo, os pesquisadores criaram duas formulações: uma solução que pode ser aerossolizada e administrada com um nebulizador, e um pó seco inspirado por meio de um inalador.
Os cientistas projetaram a tira para detectar até quatro códigos de DNA diferentes, cada um indicando a presença de um sub-tipo dos tumores do pulmão. Não é necessário pré-tratamento ou processamento da amostra de urina e os resultados podem ser lidos cerca de 20 minutos após a obtenção da amostra.
Teste de precisão em ratos
Os pesquisadores testaram o sistema de diagnóstico em camundongos geneticamente modificados para desenvolver tumores pulmonares semelhantes aos observados em humanos. Os sensores foram administrados 7,5 semanas após o início da formação dos tumores, momento comparável ao estágio 1 ou 2 do câncer em humanos.
Eles descobriram que os sensores poderiam detectar tumores pulmonares em estágio inicial com precisão semelhante à dos exames de imagem. A tecnologia, porém, ainda precisa ser testada em humanos para avaliar a eficácia e a necessidade de modificações.
Para os pesquisadores, há esperança que os sensores ofereçam uma melhoria no rastreio, obtendo resultados durante uma única visita ao médico e acelerando o combate ao câncer em todos os níveis.
Em um cenário de crescente atenção às necessidades de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a Bradesco Saúde celebra os avanços do seu Programa de Acolhimento, desenvolvido com foco na personalização e qualidade do cuidado prestado. Em um ano de implementação, a operadora de saúde duplicou sua rede de atendimento especializada, alcançando mais de 570 prestadores credenciados em todo o país.
Lançado em 2024, o programa oferece uma Central Exclusiva de Atendimento, que funciona como ponto de acolhimento e triagem inicial, orientando os pacientes e suas famílias sobre os caminhos adequados de cuidado e acompanhamento clínico. A jornada do beneficiário é monitorada pela operadora, garantindo suporte contínuo e especializado.
Resultados expressivos no primeiro ano
Entre março de 2024 e março de 2025, o programa especializado para TEA registrou aproximadamente 12 mil acionamentos, beneficiando mais de 5 mil pacientes. De acordo com levantamento da Bradesco Saúde, 70% das demandas foram para o sexo masculino e 30% para o feminino. Além disso, 42% dos pacientes atendidos estavam na faixa etária de 0 a 5 anos, público no qual o diagnóstico e as intervenções precoces são especialmente relevantes.
“O programa tem sido bem-sucedido na sua proposta de proporcionar o cuidado adequado aos pacientes diagnosticados com o TEA. Temos como pilares o acolhimento humanizado às famílias, protocolos integrados e parcerias com redes especializadas”, destaca Fernando Pedro, superintendente sênior de Gestão de Rede da Bradesco Saúde.
Compromisso com o cuidado humanizado
A expansão da rede e o modelo de acompanhamento reforçam o compromisso da Bradesco Saúde com uma abordagem centrada no paciente, especialmente em um tema tão sensível como o TEA. Ao investir em uma estrutura dedicada, a operadora contribui não apenas para a melhoria da qualidade de vida dos beneficiários, mas também para a conscientização da sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce, do apoio às famílias e da inclusão.
A iniciativa integra a estratégia da empresa de inovação no cuidado em saúde, alinhada aos princípios da medicina personalizada e baseada em valor. Ao promover ações integradas e especializadas, a Bradesco Saúde avança em sua missão de proporcionar mais acesso, qualidade e eficiência assistencial no setor de saúde suplementar.
Com o objetivo de fortalecer a atenção primária e qualificar a gestão da informação no Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde lançou novos sites dedicados à Estratégia e-SUS APS, ao Painel e-SUS APS e ao Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab). As plataformas reúnem funcionalidades essenciais para o uso adequado das ferramentas digitais, além de conteúdos voltados à capacitação técnica e apoio à implementação nos municípios.
A iniciativa integra o esforço do governo federal para reduzir o tempo de espera no SUS e aprimorar o cuidado prestado aos usuários, conforme destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Segundo ele, a modernização dos sistemas de informação em saúde é um dos pilares para acelerar o acesso aos serviços, monitorar indicadores e facilitar a tomada de decisões baseadas em evidências.
Ferramentas disponíveis nos novos hotsites
Os hotsites disponibilizam recursos estratégicos para apoiar os profissionais no uso dos sistemas, tais como:
Downloads para instalação do Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC);
Orientações para instalação e uso do Painel e-SUS APS;
Manuais técnicos e materiais de apoio à implantação;
Linha do tempo com principais entregas e versões;
Biblioteca de vídeos explicativos e de apoio;
Ambiente de treinamento com dados simulados (XML);
Integração direta com a plataforma de educação permanente Educa e-SUS APS;
Canal de suporte técnico e seção de novidades;
Blog com atualizações e notícias da área.
O que é a Estratégia e-SUS APS
Liderada pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps), a Estratégia e-SUS APS visa reestruturar a gestão da informação na atenção primária por meio da informatização qualificada dos serviços. A proposta é criar um novo modelo de gestão de dados em saúde, promovendo mais eficiência e rastreabilidade nos atendimentos.
A principal inovação recente é o Painel e-SUS APS, plataforma que permite o monitoramento em tempo real de indicadores populacionais e clínicos. A solução oferece suporte direto à tomada de decisão em saúde, possibilitando que equipes realizem intervenções mais rápidas e eficazes no cuidado dos pacientes.
Educação permanente para os profissionais
Para apoiar a implementação e a melhoria contínua dos sistemas, o Ministério da Saúde também disponibilizou o Educa e-SUS APS, uma plataforma gratuita de educação permanente. O ambiente oferece cursos, treinamentos e materiais atualizados para profissionais de saúde, gestores e equipes de tecnologia, com foco no uso eficiente das ferramentas e na aplicação prática dos dados para a gestão da atenção primária.
Com essas novas iniciativas, o Ministério da Saúde reforça o compromisso com um SUS mais digital, eficiente e integrado, contribuindo para uma gestão pública mais transparente e centrada na saúde das pessoas.
Um estudo internacional liderado pela Stanford Medicine, nos Estados Unidos, trouxe evidências promissoras sobre o impacto positivo da vacinação contra herpes zóster na saúde cerebral de idosos. Segundo a pesquisa, publicada na prestigiada revista Nature, o imunizante foi associado a uma redução de 20% no risco de desenvolvimento de demência, incluindo Alzheimer.
A pesquisa teve como base os registros de saúde de idosos no País de Gales, onde uma política de vacinação restritiva — permitindo a aplicação da vacina apenas para pessoas com 79 anos completos em 1º de setembro de 2013 — criou um “experimento natural”. Os pesquisadores, então, compararam grupos vacinados e não vacinados com perfis semelhantes ao longo de sete anos.
“A situação permitiu um estudo observacional robusto com dados reais e controle adequado de variáveis como idade e estado de saúde”, destacou o professor Pascal Geldsetzer, autor sênior do estudo.
O elo entre vírus latentes e doenças neurodegenerativas
O herpes zóster, conhecido popularmente como cobreiro, é causado pela reativação do vírus varicela-zóster, o mesmo que provoca a catapora. Após a infecção inicial, o vírus permanece dormente no sistema nervoso e pode ser reativado décadas depois, especialmente em idosos com imunidade reduzida. Além de causar dores intensas e erupções cutâneas, ele também pode desencadear inflamações crônicas nos nervos.
Essas inflamações — em especial quando envolvem o sistema nervoso central — vêm sendo estudadas como possíveis fatores de risco para doenças como a demência e o Alzheimer.
Como a vacina pode proteger o cérebro
A principal hipótese para os efeitos neuroprotetores da vacina contra o herpes zóster é a redução da neuroinflamação. Ao evitar a reativação do vírus, o organismo sofre menos episódios inflamatórios, preservando melhor as funções cerebrais ao longo do tempo. Além disso, os pesquisadores sugerem que a vacina possa gerar uma resposta imunológica mais ampla, fortalecendo o sistema imune contra infecções silenciosas que impactam a cognição.
Mulheres e pessoas com doenças autoimunes ou alergias, que normalmente apresentam respostas imunológicas mais fortes, mostraram benefícios ainda mais expressivos na pesquisa.
“A inflamação é prejudicial para diversas doenças crônicas, incluindo a demência. Impedir reativações virais pode ser uma forma eficaz de proteger o cérebro no longo prazo”, reforça Geldsetzer.
Um novo caminho para prevenção da demência
Com mais de 55 milhões de pessoas afetadas pela demência no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e com o aumento da expectativa de vida global, a descoberta acende uma luz sobre novas estratégias de prevenção.
A demência, especialmente a do tipo Alzheimer, ainda não tem cura, e os tratamentos disponíveis são limitados. Assim, iniciativas de prevenção ganham relevância, e a vacinação pode ser uma aliada inesperada e poderosa — não apenas contra o herpes zóster, mas também na proteção da saúde neurológica.
A pesquisa também reforça a necessidade de ampliar o acesso à vacina, especialmente em países em desenvolvimento, onde o envelhecimento populacional se acelera e os recursos para tratar doenças neurodegenerativas são limitados.