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Santa Joana desenvolve ferramenta de Big Data e IA para casos de pré-eclâmpsia

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O Hospital e Maternidade Santa Joana, referência em gestações de risco e de alta complexidade, desenvolveu uma ferramenta de Big Data e Inteligência Artificial visando o apoio à decisão e ao manejo de casos graves de pré-eclâmpsia. A tecnologia contribuiu para a reduzir os casos de reinternação de pacientes acometidas pela doença, além de casos de politratamento e hemoderivados.

Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de mortalidade materna no Brasil retornou aos patamares pré-pandemia: após atingir a taxa de 117 mortes por 100 mil nascidos vivos em 2021, voltou a 57 —índice similar ao ano de 2019. Entretanto, ainda está longe da meta da Organização Mundial da Saúde (OMS). A média mundial é de 223 mortes para cada 100 mil partos e a taxa de morte materna da Europa Ocidental é de 8 para cada 100 mil partos.

“Desde 2022 nossa taxa de morte materna, que já era uma das menores do mundo, é zero. Isso reforça que o cuidado, treinamento médico, protocolos, bem como ferramentas de apoio à decisão podem de fato impactar diretamente na saúde do paciente”, explica Eduardo Cordioli, diretor médico de Obstetrícia do Grupo Santa Joana.

Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), a hipertensão na gestação é a maior causa de morte materna no Brasil, representando em torno de 35% dos óbitos a cada 100 mil nascidos. Além disso, as gestantes hipertensas têm mais risco de terem pré-eclâmpsia.

“A hipertensão e pré-eclâmpsia são o principal flagelo de saúde materna em nosso país. Cerca de 40% das pacientes que são internadas na UTI Semi-Intensiva da Instituição são mulheres acometidas com crises hipertensivas, tanto hipertensão crônica quanto pré-eclâmpsia. Por isso, é muito importante que o cuidado e a prevenção comecem no pré-natal”, destaca.

A pré-eclâmpsia é o aumento da pressão arterial a partir da 20ª semana de gestação, que pode acometer mulheres que normalmente apresentam ou não problemas de hipertensão. O quadro pode evoluir para um quadro grave da pré-eclâmpsia, sendo que sintomas são dor de cabeça, inchaço, retenção de líquidos, pressão alta e presença de proteína na urina. A evolução desse quadro pode levar à eclâmpsia, que causa convulsão, e à síndrome HELLP, com complicações com alto potencial de gravidade e risco de vida para o binômio mãe-bebê.

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Hospital Moinhos de Vento inaugura ambulatório de Medicina de Estilo de Vida com foco em saúde integral e longevidade

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O Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, deu um passo significativo na promoção de saúde preventiva com a inauguração de seu novo Ambulatório de Medicina de Estilo de Vida e Longevidade Saudável. O espaço, que já está em funcionamento, tem como objetivo oferecer uma abordagem interdisciplinar e baseada em evidências para tratar e prevenir doenças crônicas por meio de mudanças sustentáveis no estilo de vida.

A iniciativa é liderada pelo médico clínico Alexander Daudt, certificado pelo American College of Lifestyle Medicine. O projeto une assistência, ensino e pesquisa, e conta com uma equipe multiprofissional composta por médicos, nutricionistas, psicólogos, psiquiatras e educadores físicos. Juntos, eles constroem planos de cuidado personalizados para pacientes que desejam melhorar sua qualidade de vida ou prevenir e tratar condições como diabetes, hipertensão, depressão, obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis.

“O grande diferencial da Medicina de Estilo de Vida é tratar a causa das doenças, e não apenas os sintomas. Fatores como sedentarismo, má alimentação, sono ruim e estresse crônico são responsáveis pela maioria dos problemas crônicos da nossa sociedade”, afirma Daudt.

A proposta do ambulatório vai além de consultas médicas. O programa inclui ciclos de palestras, oficinas práticas, atividades físicas orientadas, cursos abertos e encontros sobre espiritualidade, culinária saudável, yoga e mindfulness. A jornada do paciente é estruturada em torno dos seis pilares da Medicina do Estilo de Vida: alimentação saudável, atividade física regular, sono de qualidade, gerenciamento do estresse, abandono de substâncias nocivas e conexões sociais saudáveis.

Segundo o CEO do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini, o novo serviço representa uma mudança cultural no modelo assistencial.

“Estamos falando de uma medicina que transforma a forma de cuidar. Saímos de um modelo centrado na doença para um cuidado que valoriza a prevenção, a autonomia e o bem-estar do paciente como um todo”, ressalta Parrini.

A estratégia responde a uma necessidade urgente: de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 70% das mortes no mundo estão relacionadas a doenças crônicas que, em sua maioria, poderiam ser evitadas por mudanças no estilo de vida. Estudos indicam que até 90% dos casos de diabetes tipo 2, 80% dos infartos e 50% dos AVCs são passíveis de prevenção com rotinas mais saudáveis.

Aberto tanto a pacientes com doenças crônicas quanto àqueles que desejam prevenir essas condições, o novo ambulatório reforça o papel do Moinhos de Vento como referência nacional em inovação assistencial, promoção da saúde e medicina centrada na pessoa.

Para mais informações sobre agendamentos e funcionamento do ambulatório, acesse o site oficial do Hospital Moinhos de Vento.

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Inflação Diagnóstica: o desafio da assistência após a explosão das IAs na medicina

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Por Guilherme Hummel – Coordenador Científico da Hospitalar Hub

Você está preparado para morrer por falta de diagnóstico? Provavelmente sim. Mas estaria preparado para morrer por excesso deles? Em um paradoxo cada vez mais real, a medicina contemporânea enfrenta a transição do subdiagnóstico para o hiperdiagnóstico — uma era em que se sabe muito, mas se faz pouco. A ascensão das inteligências artificiais (IAs) na área da saúde inaugura um cenário inédito: o da inflação diagnóstica diante de um sistema de saúde cronicamente hipoassistido.

Segundo dados globais, 47% da população mundial ainda não tem acesso a exames diagnósticos básicos. No entanto, esse mesmo cenário está sendo transformado pela incorporação acelerada de IAs médicas — com mais de 500 algoritmos aprovados pela FDA, 75% voltados para radiologia diagnóstica. A IA promete detecção precoce, medicina personalizada e intervenções mais eficazes. Mas o que acontece quando o número de diagnósticos ultrapassa, com folga, a capacidade assistencial dos sistemas de saúde?

A Era da Superdetecção

Casos reais e recentes demonstram o poder dessas ferramentas:

  • O uso de redes neurais para prever resistência antimicrobiana com precisão;
  • A análise de imagens oncológicas por IA, antecipando respostas terapêuticas;
  • Diagnósticos de DPOC com IA em cinco minutos, substituindo a espirometria;
  • Biópsias líquidas que identificam mutações genéticas em tempo real;
  • Plataformas como o MELD Graph detectando epilepsia que escapa aos radiologistas;
  • Testes cognitivos como o Pensive-AI detectando demência em menos de 5 minutos.

Estes exemplos evidenciam uma revolução diagnóstica sem precedentes. Mas à medida que o diagnóstico se torna mais rápido, preciso e acessível, emerge uma consequência inevitável: a demanda exponencial por tratamento.

Diagnóstico sem tratamento é só ansiedade

Diagnosticar é abrir portas. Mas se não há recursos, médicos, leitos ou infraestrutura suficientes para lidar com o volume de novas descobertas clínicas, o que se ganha em eficiência se perde em impacto prático. Como ressalta o autor, “cada diagnóstico adicional gera uma demanda subsequente de recursos terapêuticos”.

Um exemplo emblemático vem do Reino Unido. Em 2024, o governo britânico investiu £15,5 milhões em IA para acelerar a radioterapia. No entanto, em 2025, parte do financiamento foi cortada. Estima-se que isso acrescentará 500 mil dias às filas de espera. Um paradoxo cruel: a IA acelera a entrada dos pacientes no sistema, mas a capacidade de atendimento permanece a mesma — ou até diminui.

Techtopia versus Tecnotopia

Essa crise emergente nos convida a distinguir dois futuros possíveis. Um é a Techtopia: um mundo tecnologicamente brilhante, mas incapaz de sustentar a própria inovação. A outra é a Tecnotopia: um progresso real, onde a tecnologia se integra à capacidade real dos sistemas de saúde, promovendo acesso, assistência e efetividade.

A IA diagnóstica, portanto, não pode ser apenas um “bibelô high-tech” em hospitais. Deve ser compreendida como estratégia — não vitrine. Sem o planejamento correspondente em oferta assistencial, a tecnologia corre o risco de ser mais um fator de pressão sobre redes já saturadas.

E se todos forem diagnosticados?

A cena descrita pelo autor, em que milhões de pessoas são vacinadas e diagnosticadas simultaneamente com apenas uma coleta de saliva e fluido nasal, não é ficção científica. A IA pode identificar dezenas de doenças em minutos, entregando laudos em tempo real. Mas quem atenderá esse novo paciente, agora sabidamente doente? A IA desobstrui a porta de entrada, mas congestiona a porta da assistência.

Assim, os sistemas de saúde enfrentam uma hipótese incômoda: a IA, ao funcionar perfeitamente no diagnóstico, escancara as fragilidades crônicas da assistência. O risco não é que faltem diagnósticos, mas que sobrem pacientes sem tratamento.

Planejamento é mandatório

Para evitar esse colapso paradoxal, será preciso:

  1. Expandir drasticamente a capacidade assistencial: mais médicos, mais leitos, mais centros cirúrgicos.
  2. Automatizar não apenas o diagnóstico, mas também o cuidado: robôs cirúrgicos, triagens automatizadas, assistentes virtuais de acompanhamento.
  3. Reorganizar fluxos assistenciais com base em IA: usando LLMs (Large Language Models) e agentes autônomos para coordenar jornadas de cuidado.
  4. Revisar prioridades clínicas: estabelecendo novos critérios de acesso à terapia conforme o impacto e risco real.

O alerta é claro: a falha em planejar o futuro da assistência pode transformar a IA diagnóstica de solução em problema.

Como conclui o autor, os sistemas de saúde insistem em cuidar de um mundo que já não existe. O novo mundo é hiperdiagnosticado. Mas ainda carece de um plano assistencial à altura da nova inteligência que o habita.

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Células-tronco mostram potencial terapêutico para tratar lesões ósseas em pacientes com osteoporose

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Pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp), da USP, avançaram em uma das frentes mais promissoras da medicina regenerativa: o uso de células-tronco para tratar lesões ósseas em pacientes com osteoporose. Publicado na revista Life Sciences, o estudo revelou que células-tronco mesenquimais — células multipotentes com capacidade de se diferenciar em tecidos como ossos, cartilagens e músculos — são capazes de promover a formação de tecido ósseo mesmo em organismos acometidos por osteoporose.

Embora já se conheça o potencial das células-tronco mesenquimais em condições normais, seu uso em tecidos debilitados pela osteoporose representa um desafio adicional. Isso porque a doença afeta diretamente a função dessas células, dificultando sua proliferação e sua habilidade de se diferenciar em osteoblastos — células responsáveis pela formação do tecido ósseo.

Cocultura e testes em animais revelam interações celulares complexas

Nos experimentos in vitro, os cientistas avaliaram a interação entre células-tronco saudáveis e células osteoporóticas em um ambiente de cocultura. “Uma das interações mais relevantes para o sucesso da terapia celular é a forma como as células saudáveis são recepcionadas pelas células afetadas pela doença”, explica o professor Adalberto Luiz Rosa, líder do estudo.

A pesquisa revelou que as células-tronco osteoporóticas apresentam capacidade regenerativa reduzida — um déficit que pode ser parcialmente restaurado pela presença de células saudáveis. Curiosamente, também se verificou o efeito reverso: células saudáveis tiveram seu desempenho prejudicado ao interagirem com células osteoporóticas.

Em testes in vivo, os cientistas criaram defeitos ósseos em ratos com osteoporose e, após duas semanas, aplicaram células-tronco da medula óssea de ratos jovens e saudáveis. Os resultados indicaram formação significativa de tecido ósseo, embora a permanência das células no local tenha sido menor em organismos com a doença — apenas cinco dias, em comparação com até 14 dias em tecidos saudáveis.

Desafios aumentam em pacientes com comorbidades

Outro ponto importante do estudo foi a constatação de que doenças sistêmicas como diabetes e hipertensão também reduzem a eficácia da terapia celular. Isso reforça a complexidade de tratamentos em pacientes com múltiplas comorbidades. “Apesar dos desafios, os resultados demonstram que a regeneração é possível e viável”, afirma o professor Rosa.

Futuro promissor e novas possibilidades terapêuticas

Embora o tratamento ainda não proporcione a regeneração completa das lesões ósseas, os pesquisadores enxergam um futuro promissor. “Nossa perspectiva é que no futuro a terapia com células-tronco e seus derivados possa se tornar uma alternativa clínica eficaz e acessível para pacientes com osteoporose”, diz Rosa.

Além do tratamento, os resultados abrem possibilidades de aplicação preventiva. Pesquisas em andamento indicam que essa abordagem pode reforçar áreas mais frágeis do esqueleto, diminuindo o risco de fraturas em pacientes com maior predisposição à perda de massa óssea.

A pesquisa da USP reforça a importância dos investimentos em ciência translacional — que transforma descobertas laboratoriais em aplicações clínicas — e destaca o potencial das terapias celulares como aliadas no enfrentamento de doenças crônicas que impactam a qualidade de vida da população idosa.

Conteúdo USP: https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-preto/celulas-tronco-mostram-potencial-para-tratar-lesoes-osseas-em-pessoas-com-osteoporose/

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