Atualidades
Microdispositivo de baixo custo aprimora tratamento de dor crônica
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Pesquisadores do Departamento de Engenharia Elétrica (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP desenvolveram um sistema completo de Estimulação Cerebral Profunda (DBS, do inglês Deep Brain Stimulation), utilizado como parte de terapia para problemas neurológicos e de movimentação, como dor crônica, Parkinson, tremores, entre outros. Seu grande diferencial é o uso de componentes comerciais de baixo custo para elaborar o protótipo de um microdispositivo que capta os sinais do cérebro e produz os estímulos por meio da geração e emissão de sinais elétricos. O estudo conta com a colaboração de pesquisadores da Universidade do Minho, em Portugal.
A Estimulação Cerebral Profunda (DBS) é um procedimento cirúrgico que envolve a implantação de um dispositivo médico denominado neuroestimulador, que envia impulsos suaves para zonas específicas do cérebro por meio de eletrodos implantados. A corrente elétrica utilizada é muito baixa e é injetada em pontos estratégicos do cérebro, que são, na sua maioria, profundos.
O neuroestimulador, normalmente implantado no peito, é um equipamento com dimensões não maiores que uma caixa de fósforos e possui uma bateria acoplada para prover alimentação e garantir a operação. O procedimento foi autorizado pela Food and Drug Administration (FDA), agência dos Estados Unidos similar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) brasileira, em 1997, em princípio para o tratamento da doença de Parkinson. Após ter sido comprovada sua eficácia, seu uso foi autorizado e ampliado também para o alívio de sintomas associados a perturbações neurológicas e dos movimentos que não é obtido com outras terapias, como dor crônica, doença de Parkinson, distonia, obesidade mórbida, síndrome de Tourette, tremor essencial e o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC).
Contudo, grande parte dos sistemas DBS comerciais possui um limitador. Quem explica é João Paulo Pereira do Carmo, professor e pesquisador do Grupo de Metamateriais, Microondas e Óptica (Gmeta), do Departamento de Engenharia Elétrica da EESC, e coordenador do estudo. “A maioria permite gerar um conjunto muito limitado de formas de onda pré-definidas, sobretudo com a forma retangular. Não é possível gerar outros tipos de ondas nem ajustar dinamicamente os parâmetros de estimulação durante o tratamento, e muito menos adaptar a tecnologia a mudanças nos estados cerebrais”, relata. “Além disso, a maioria dos sistemas de DBS disponíveis só consegue prover sinais de corrente constante e os poucos que permitem ajustar a amplitude da corrente não deixam que isso seja feito por software. Essas limitações nos motivaram ao estudo de desenvolvimento de um sistema mais avançado.”
Parâmetros de estimulação
Para compreender a relevância do trabalho dos pesquisadores da EESC, é necessário aprofundar um pouco mais o entendimento acerca da Estimulação Cerebral Profunda (DBS). Existem dois paradigmas para sua classificação: o DBS em malha aberta (Open-Loop DBS, também conhecido como DBS convencional) e o DBS em malha fechada (Closed-Loop DBS, também conhecido como DBS adaptativo). “No caso do DBS de malha aberta, um neurologista ajusta manualmente os parâmetros de estimulação a cada três a 12 meses após a implantação. Aqui, apenas se injeta pulsos elétricos para estimular determinadas regiões do cérebro. Todavia, existem casos em que a terapia é ineficaz ou causa habituação e, portanto, redução da eficácia”, afirma o professor da EESC.
“Já no caso do DBS em malha fechada, a programação dos parâmetros de estimulação é realizada automaticamente, com base nos biomarcadores medidos e que podem possuir naturezas diversas, como bioelétrica, psicológica, bioquímica, entre outras. O comportamento dos biomarcadores são indicadores imprescindíveis no DBS em malha fechada porque, com base na doença a tratar, ajudam a reconfigurar e adaptar os sinais usados na neuroestimulação”, detalha Carmo. “A grande vantagem é que, ao combinar aquisição de sinais neuronais com neuroestimulação elétrica, permite que a terapia se adapte ao longo do tempo e que um protocolo específico para cada doente possa ser definido, personalizando o tratamento.”
No estudo do Departamento de Engenharia Elétrica da EESC, os pesquisadores desenvolveram um sistema completo de DBS em malha fechada usando componentes comerciais de baixo custo e de um microdispositivo em CMOS de 65 nm da TSMC, contendo os módulos de aquisição de biopotenciais (sinais neuronais) e neuroestimulação para futura produção de uma solução 100% integrada para DBS em malha fechada. No processo de desenvolvimento do sistema, os pesquisadores contaram com a colaboração do neurologista e professor da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), Erich Talamoni Fonoff, e de Eduardo Colombari, professor do Departamento de Fisiologia e Patologia da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara.
Resultados promissores
Os estudos, publicados recentemente nos periódicos científicos Electronics em julho de 2023 e no Journal of Low Power Electronics and Applications em maio deste ano, conceituados periódicos científicos, avançam e já trazem resultados promissores. “Conseguimos desenvolver um microdispositivo e um sistema completo de DBS em malha fechada. Seguimos no avanço da pesquisa que, para além de todas as suas contribuições para a área médica, também traz benefícios na questão socioeconômica, não só tornando o País independente da importação destes dispositivos médicos, como até oferecendo o sistema globalmente, incrementando a utilização da Estimulação Cerebral Profunda em malha fechada”, avalia Carmo.
De acordo com o professor da EESC, entre os próximos passos a serem dados na pesquisa estão a realização de testes in vivo em animais; o refinamento dos protótipos que ainda se encontram no nível de prontidão tecnológica TRL 4 (Technology Readiness Level 4) ou seja, de tecnologia validada ao nível laboratorial (TRL 4: Technology Validated in lab); e a integração de um microdispositivo CMOS completo de CLDBS para implantação. “A engenharia tem conexões muito fortes com a área médica, em especial com dispositivos médicos, e pode contribuir decisivamente no desenvolvimento de soluções que tenham como foco a evolução de terapias e tratamentos para pacientes”, ressalta Carmo.
“A Engenharia Biomédica da EESC tem formado profissionais capazes de fazer a diferença e incrementar parcerias relevantes ligadas ao setor médico. O nosso estudo é um exemplo do potencial da sinergia existente entre essas áreas”, conclui o professor. A pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
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Atualidades
Rede Américas já nasce com um time de peso em Comunicação, Marketing, Estratégia e Digital
Publicado
2 dias atrásem
24/04/2025
Sob a liderança de Luiz Gonzaga Foureaux Neto, Mariane Novais e Paulo Lopes Junior integram o time que vai posicionar a nova marca no mercado e fortalecer a conexão com pacientes, médicos, colaboradores e parceiros
A recém-lançada Rede Américas — a segunda maior rede hospitalar do Brasil — já nasce com um time estratégico experiente e altamente qualificado à frente das áreas de Comunicação, Marketing, Estratégia, Marca e Digital. Luiz Gonzaga Foureaux Neto assume como Vice-Presidente de Estratégia e Marketing e lidera uma equipe de peso com Mariane Novais, Diretora de Comunicação e Marca, e Paulo Lopes Junior, Diretor de Marketing Digital, com foco em Growth e Performance.
Com mais de duas décadas de atuação em grandes empresas dos setores de saúde, educação e varejo, Luiz Gonzaga traz uma sólida trajetória em estratégia corporativa, posicionamento de marca, transformação digital e marketing integrado. Já atuou como VP de Marketing e Educação Digital no Cruzeiro do Sul Educacional, Vitru Educação, Uniasselvi, com passagem ainda pela Ânima Educação e TIM. Na Rede Américas, será responsável por conduzir o posicionamento estratégico da nova marca e ampliar a conexão da companhia com pacientes, parceiros e o ecossistema de saúde.
Fazem parte do time liderado por Gonzaga dois nomes com trajetórias relevantes no mercado. Mariane Novais assume a Diretoria de Comunicação e Marca, trazendo 25 anos de experiência em agências, veículo e grandes empresas como Unimed, TIM, Ânima Educação, além de uma experiência internacional por quatro anos em Portugal, atuando em Marketing para empresas com presença global.
Mariane será responsável pela construção da reputação institucional da Rede Américas, gestão de marca e relacionamento com stakeholders — traduzindo e amplificando a essência da companhia: a Paixão por Cuidar.
Paulo Lopes Junior integra o time como Diretor de Marketing e Digital, com a missão de liderar as estratégias de growth e canais digitais da Rede Américas. Com passagens por empresas de destaque como Vivo e Google, o executivo traz ampla bagagem em estratégia de marketing, canais e dados. Seu papel será essencial para acelerar a presença digital da marca e garantir uma jornada centrada no paciente, com foco em inovação e resultados sustentáveis.
Com 4,5 mil leitos, mais de 30 mil colaboradores e um portfólio que reúne instituições icônicas como o Hospital Samaritano Higienópolis (SP), Nove de Julho (SP), Samaritano Botafogo (RJ), Pró-Cardíaco (RJ), Hospital Brasília (DF) e CHN (RJ), a Rede Américas inicia sua trajetória com um time de alto nível — preparado para construir, desde o primeiro dia, uma marca forte, conectada e com propósito claro: transformar a saúde no Brasil com ética, humanização e excelência assistencial.
Atualidades
16º Seminário UNIDAS reúne líderes da saúde suplementar em Brasília. Confira alguns dos destaques do primeiro dia
Publicado
2 dias atrásem
24/04/2025
Um dos principais encontros da saúde suplementar no país, o 16º Seminário UNIDAS teve início nesta quarta-feira (23), reunindo mais de 1.500 participantes em Brasília, entre presidentes de operadoras de autogestão, autoridades públicas e especialistas do setor. Com o tema “Transparência e Governança Clínica como pilares para a eficiência na Saúde Suplementar”, o evento promovido pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (UNIDAS) propõe discutir soluções práticas para garantir sustentabilidade, qualidade assistencial e responsabilidade no uso dos recursos.
Confira alguns dos destaques abaixo:
Custos em oncologia já representam 16% dos gastos das operadoras de saúde
Os custos relacionados ao tratamento oncológico já representam 16% dos gastos totais das operadoras de saúde no país. Segundo Ádila R. Clares de Andrade, diretora do Núcleo de Inteligência em Saúde da Maida Saúde, cada nova medicação que chega ao mercado gera novas responsabilidades aos gestores e amplia a judicialização por tratamentos off label e medicamentos de alto custo. O tema foi debatido durante o painel “Auditoria Inteligente em Oncologia: Equilíbrio entre Cuidado e Sustentabilidade” no 16º Seminário UNIDAS, realizado pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, em Brasília. O painel “Auditoria Inteligente em Oncologia: Equilíbrio entre Cuidado e Sustentabilidade” foi patrocinado pela MV.
Escolher tratamento adequado reduz custos e amplia sobrevida em oncologia
“Usar o recurso certo para o paciente custa mais barato do que economizar”, afirmou o cirurgião oncológico Fabrício Colacino, sócio da OncoAudit, durante o 16º Seminário UNIDAS, promovido pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, em Brasília. Segundo ele, eliminar desperdícios possibilitou economizar R$ 55 milhões em medicamentos para uma carteira de 225 mil vidas. Colacino destacou que investir na escolha adequada do tratamento não só diminui a judicialização, como melhora a remuneração dos profissionais, a gestão da doença e aumenta a sobrevida do paciente. O painel “Auditoria Inteligente em Oncologia: Equilíbrio entre Cuidado e Sustentabilidade” foi patrocinado pela MV.
Medicina de precisão aumenta sobrevida em casos de câncer de pulmão
O uso da medicina de precisão tem se mostrado decisivo no tratamento do câncer de pulmão, o tipo que mais causa mortes. Segundo Fernando Vidigal, diretor médico da Oncologia Américas, identificar o perfil molecular e os biomarcadores do paciente permite terapias direcionadas mais eficazes e individualizadas. Ele ressaltou durante o painel realizado no 16º Seminário UNIDAS, em Brasília, promovido pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, que pacientes tratados com terapia-alvo têm uma sobrevida significativamente maior, ultrapassando 50 meses em jovens não tabagistas. O painel teve patrocínio da Johnson & Johnson.
Presidente da UNIDAS destaca avanços e reforça protagonismo das Autogestões na abertura do 16º Seminário em Brasília
O presidente da UNIDAS, Mário Jorge, abriu oficialmente o 16º Seminário da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, realizado em Brasília, com um discurso marcado por conquistas e projeções estratégicas para o setor. Entre os avanços celebrados, destacou o reconhecimento das Autogestões como entidades sem fins lucrativos na Reforma Tributária — um marco histórico obtido por meio de intensa articulação institucional junto a parlamentares e com o apoio de entidades como a FEBRAFITE.
Mário Jorge também reforçou o papel essencial das Autogestões no contexto da Saúde Suplementar, sobretudo no enfrentamento ao desperdício e na promoção de um modelo de cuidado mais sustentável e centrado no paciente. “Precisamos repensar a forma como tratamos a saúde, colocando o paciente no centro e combatendo o desperdício que compromete a sustentabilidade do sistema”, afirmou.
O presidente ainda apresentou os números que refletem a dimensão do evento: mais de 1500 inscritos, a presença de 89 instituições de autogestão e um público formado majoritariamente por presidentes, CEOs e tomadores de decisão. A abertura reforçou o compromisso da UNIDAS com o fortalecimento do modelo autogestionário, sua sustentabilidade e a qualificação do debate sobre o futuro da saúde no Brasil.
Presidente da ANS destaca a importância da RN 137 durante abertura do Seminário da UNIDAS
Durante o painel de abertura do 16º Seminário UNIDAS, a Diretora-Presidente Interina da ANS, Carla de Figueiredo Soares, destacou o papel fundamental da Agência Nacional de Saúde Suplementar no enfrentamento dos desafios do setor. “Estamos falando de um dos setores mais difíceis, tanto para regular quanto para estar. Estamos lidando com vidas, com o bem-estar físico e mental das pessoas”, afirmou. Ela ainda destacou que a agência quer promover condições para que todo o setor atue, mas que o centro da atuação da agência é o beneficiário.
Carla ressaltou os avanços recentes da Saúde Suplementar e pontuou que as especificidades das Autogestões demandam atenção regulatória contínua, com destaque para a importância de dar prosseguimento à RN 137, atualmente em consulta pública. “A regulação é viva, e nossa função como regulador é trazer a participação social para a construção da norma”, completou. A resolução faz parte da atual agenda regulatória da ANS, que se encerra em 2025. Segundo Carla, uma nova agenda será construída ainda este ano, com expectativa de ampla colaboração das Autogestões.
ANS reforça importância de diálogo e transparência para o futuro do setor
Carla de Figueiredo Soares, Diretora-Presidente Interina da ANS, encerrou o painel reforçando que é preciso transformar os desafios em oportunidades de aprimoramento. “A cadeia produtiva do setor envolve inúmeros atores, o que exige ainda mais diálogo, participação e transparência”, afirmou. Para ela, a busca por eficiência e sustentabilidade deve partir de uma construção coletiva, com todos os elos da saúde suplementar contribuindo de forma integrada.
Painel de abertura reúne lideranças e reforça papel da governança clínica na eficiência do setor
O painel “Unindo Forças: a visão das entidades sobre a governança clínica e eficiência na saúde suplementar”, realizado durante o 16º Seminário UNIDAS, reuniu representantes de entidades do setor para debater os caminhos da eficiência, a importância do diálogo interinstitucional e o papel estratégico da governança clínica. Os participantes destacaram a urgência na geração e uso de dados confiáveis, a valorização da assistência com foco no paciente e a necessidade de novos modelos de cuidado. O consenso foi claro: o futuro do setor depende de decisões compartilhadas, investimento em inovação e colaboração ativa entre todos os atores da cadeia.
Vice-presidente da CMB destaca importância do diálogo para melhorar eficiência
Flaviano Feu, vice-presidente da CMB, defendeu mudanças práticas para tornar o sistema mais eficiente. Criticou a burocracia excessiva nas auditorias e destacou que a inovação precisa estar na negociação e no cuidado, e não apenas na tecnologia. “Fizemos inovação ao convencer operadoras a pagarem o valor de cirurgia robótica com o preço de uma cirurgia por vídeo”, exemplificou. Também reforçou a importância de envolver o paciente na preservação do plano de saúde e comunicar verdades com mais clareza.
ANAPH defende união entre entidades e alerta para o “custo da desconfiança”
Marco Aurélio Ferreira, presidente da ANAPH, enfatizou a importância da união entre as entidades representativas para promover mudanças estruturais no setor. “Sozinhos, não conseguimos mudar o sistema. Precisamos de diálogo e dados”, afirmou. Apontou que o Brasil vive hoje o “custo da desconfiança”, citando o índice de glosas de 15,9% identificado pelo observatório da entidade. Segundo ele, nenhuma empresa sobrevive com esse nível de perda e é preciso demonstrar aos legisladores o real papel das autogestões.
ABRAMGE defende foco em valor na administração das operadoras
Renato Casarotti, presidente da ABRAMGE, destacou a importância de promover um debate mais profundo sobre a entrega de valor na assistência à saúde e também na administração das operadoras. “Buscar eficiência nos recursos administrativos nos permite investir mais na assistência”, afirmou. Segundo ele, esse equilíbrio é essencial para manter a sustentabilidade do setor e garantir melhores desfechos para os pacientes.
SindHosp cobra modelo assistencial estruturado para o país
Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, afirmou que o Brasil sofre hoje com a ausência de um modelo assistencial claro. “A grande Geni do sistema de saúde não é o fee for service, mas a falta de um modelo de assistência”, provocou. Ele defendeu uma visão integrada que contemple tanto a microgestão da ponta quanto o desenho macro do sistema, e criticou o fato de a medicina privada ainda ser tratada de forma isolada do SUS, o que reduz a eficiência do cuidado no país.
ABRAMED vê na IA e na regulação caminhos para manter a qualidade da medicina
César Nomura, presidente da ABRAMED, ressaltou o papel das agências reguladoras na manutenção da qualidade da medicina no Brasil e destacou a importância da UNIDAS nesse processo. Defensor do uso de inteligência artificial como aliada na construção de um modelo sustentável, ele afirmou que essas tecnologias podem corrigir falhas provocadas por profissionais com formação deficitária. “A regulação precisa incluir essas ferramentas para mantermos a qualidade e cobrirmos nossas deficiências”, completou.
CNSaúde aponta falta de dados como barreira para a eficiência no setor
Durante o painel de abertura do 16º Seminário UNIDAS, o presidente da CNSaúde, Breno Monteiro, afirmou que não é possível discutir ineficiência sem medir indicadores de desempenho. “Estamos longe de termos dados confiáveis na saúde”, disse. Ele ressaltou que o mercado está em recuperação, mas as Autogestões ainda enfrentam desafios, e propôs uma atuação conjunta entre prestadores e Autogestões para buscar a eficiência que outros segmentos da Saúde Suplementar já estão perseguindo.
UNIDAS homenageia filiadas com nota máxima no IDSS 2024
Durante o 16º Seminário UNIDAS, a entidade premiou 31 operadoras filiadas que alcançaram a nota máxima (1,0) no Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), ano-base 2023. A entrega dos certificados foi realizada por João Paulo Reis Neto, Diretor Técnico da UNIDAS e Presidente da CAPESESP.
O IDSS é um indicador anual da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que avalia o desempenho das operadoras de planos de saúde em quatro dimensões: Qualidade em Atenção à Saúde, Garantia de Acesso, Sustentabilidade no Mercado e Gestão de Processos e Regulação. A nota varia de 0 a 1, sendo 1,0 a melhor avaliação possível. No ano-base 2023, a média do setor foi de 0,7805, com 71,3% das operadoras obtendo nota superior a 0,6, classificadas nas duas melhores faixas avaliativas do IDSS. A premiação reforça o compromisso das autogestões com a excelência na gestão e na assistência à saúde, destacando-se no cenário da saúde suplementar brasileira.
Governança clínica é chave para transformar gasto em saúde em valor, afirma especialista
No painel sobre transparência e governança clínica durante o 16º Seminário UNIDAS, o médico e professor da Fundação Dom Cabral Estevão Andrade afirmou que o Brasil precisa evoluir na mensuração de desfechos clínicos em relação ao que se gasta com saúde. “Gastamos muito, mas temos resultados ainda aquém. Precisamos obter melhores resultados clínicos com os recursos já disponíveis”, destacou. Andrade explicou que a governança clínica, conceito originado no Reino Unido e adotado pelo NHS, propõe um padrão baseado em evidências para nortear as decisões médicas. Para ele, esse modelo cria uma cultura de responsabilização e contribui diretamente para a entrega de valor, entendida como a melhor relação entre resultado clínico e custo.
Reconhecimento a apoiadores marca debate sobre Reforma Tributária e autogestões
O segundo painel do 16º Seminário UNIDAS destacou o reconhecimento aos parlamentares que atuaram pela inclusão das autogestões na Reforma Tributária como entidades sem fins lucrativos. O debate contou com a presença do ex-presidente da UNIDAS Anderson Mendes, do senador Efraim Filho e do deputado federal Pedro Westphalen, com moderação de Cleudes Freitas, Diretor de Comunicação da entidade. Os participantes reforçaram o impacto da medida para a sustentabilidade das autogestões e para a preservação do acesso à saúde por milhares de trabalhadores e aposentados. O painel também trouxe alertas sobre os desafios regulatórios, judiciais e estruturais enfrentados pelo setor.
Anderson Mendes destaca justiça no reconhecimento das autogestões na Reforma Tributária
O ex-presidente da UNIDAS, Anderson Mendes, destacou o trabalho intenso nos bastidores para garantir a inserção das autogestões como entidades sem fins lucrativos na Reforma Tributária. “Foi um justo reconhecimento do nosso trabalho pelo parlamento”, afirmou. Ele ressaltou que as autogestões viabilizam o acesso à saúde para milhares de brasileiros por meio das caixas de assistência. Ao lembrar sua atuação na Cassi, Mendes enfatizou a importância do uso responsável dos recursos: “Eu queria poder aprovar tudo, mas a gente precisa usar o recurso de forma responsável. É isso que estamos constantemente discutindo”.
Senador Efraim Filho afirma que isenção para autogestões é justa e necessária
O senador Efraim Filho classificou como “heroica” a conquista das autogestões na Reforma Tributária. “No Brasil de hoje, não pagar imposto é fora do normal. Mas conseguimos mostrar como as autogestões funcionam e como a proposta original traria aumento de custos que recairia sobre os aposentados”, declarou. Para o parlamentar, a medida foi essencial para preservar a saúde financeira do modelo. “Defender as autogestões é defender a vida. E essa é a minha missão”, finalizou.
Deputado Pedro Westphalen defende segurança jurídica e fortalecimento técnico da ANS
O deputado federal Pedro Westphalen destacou que o apoio do parlamento às autogestões é reflexo direto da atuação estruturada da UNIDAS em todo o país, especialmente durante a pandemia. Ele chamou atenção para a necessidade de segurança jurídica no setor e criticou a quantidade de decisões judiciais que obrigam a realização de procedimentos inviáveis. “Precisamos aproximar a realidade da saúde do poder judiciário”, disse. O parlamentar também defendeu a recomposição do corpo técnico da ANS para que a agência reguladora cumpra adequadamente seu papel fiscalizador.
Gonzalo Vecina alerta para novos perfis epidemiológicos e desafios da equidade na saúde
O médico sanitarista, fundador e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Gonzalo Vecina Neto destacou, durante o 16º Seminário UNIDAS, as mudanças no perfil epidemiológico brasileiro e os desafios da saúde pública frente a doenças crônicas e negligenciadas. Segundo ele, 60% das mortes no país hoje são causadas por doenças crônicas não transmissíveis, sendo 35% cardiovasculares e 20% cânceres — que estão em crescimento e tendem a ultrapassar as doenças do coração. Ele também chamou atenção para o retorno de doenças antes controladas, como a febre amarela e a doença de Chagas, além do aumento da violência como fator de mortalidade. “Precisamos lutar contra as enfermidades silenciosas, que comprometem a qualidade de vida das populações mais pobres, muitas vezes sem diagnóstico e sem acesso ao tratamento adequado”, afirmou.
Vecina reforçou a necessidade de um projeto estruturado que organize o acesso da população ao sistema de saúde, com prioridade para a equidade e racionalização da demanda. “A saúde suplementar interna 18% de sua população por ano, enquanto o SUS interna 8% e o NHS, no Reino Unido, 10%. O desafio é equilibrar oferta e demanda com qualidade e justiça”, explicou. Ele ainda criticou o excesso de medicalização e defendeu uma abordagem mais estratégica sobre como tratar doenças raras no âmbito coletivo. “Não deveríamos deixar pessoas com Doença de Duchenne ou AME sem tratamento. Esse é um debate necessário para o futuro da saúde no Brasil.”
Beneficiários destacam proximidade e escuta ativa como diferenciais das autogestões
O painel “O Olhar do Beneficiário: A Importância das Autogestões em Suas Vidas”, realizado durante o 16º Seminário UNIDAS, colocou em evidência a experiência prática de quem está na ponta do cuidado. Fernando Amaral, Diretor de Saúde e Rede de Atendimento da CASSI, destacou que as ações da operadora são fortemente influenciadas pela escuta ativa dos usuários, realizada por meio dos sindicatos e do Conselho de Usuários. “Nosso programa de atenção primária nasceu dessa escuta. Toda a nossa estrutura foi pensada com base nas necessidades reais dos beneficiários em diversas regiões do país”, explicou.
Laercio Luiz Moser, aposentado e beneficiário do SIM Saúde, reforçou o papel ativo do usuário no cuidado com a própria saúde. “Nós temos a responsabilidade de buscar os meios para viver mais e melhor”, afirmou. Para ele, a principal vantagem das autogestões está na facilidade de diálogo direto com as diretorias, o que permite resolver demandas com mais agilidade e sensibilidade. O painel foi moderado por Luciana Dalcanale, Diretora de Treinamento e Desenvolvimento da UNIDAS e Diretora da Vivest.
Sobre Seminário UNIDAS
O Seminário UNIDAS é um evento anual que reúne especialistas, gestores e representantes do setor de saúde suplementar para debater desafios, inovações e tendências da autogestão em saúde. Promovido pela UNIDAS, o encontro busca fomentar o intercâmbio de conhecimento e a construção de soluções sustentáveis para a melhoria da assistência aos beneficiários das operadoras autogeridas.
Sobre a UNIDAS
A UNIDAS – União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde – é uma entidade associativa sem fins lucrativos, representante das operadoras de autogestão do Brasil – segmento da saúde suplementar em que a própria instituição é a responsável pela administração do plano de assistência à saúde oferecido aos seus empregados, servidores ou associados e respectivos dependentes. Atualmente, a UNIDAS congrega cerca de 4,5 milhões de vidas e mais de 100 filiadas nos Estados e no Distrito Federal.
Ciente do seu compromisso de discutir a saúde suplementar, a entidade tem como objetivo fortalecer a competitividade das autogestões, levar soluções e conhecimento para as instituições e atuar permanentemente junto às agências reguladoras – Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ao Ministério da Saúde, ao Congresso Nacional, entre outras instâncias governamentais. Anualmente, dois grandes eventos são promovidos – o seminário e o congresso, ambos com o intuito de difundir conhecimento, promover a troca de informações e incentivar o debate sobre gestão de saúde.
Atualidades
HCN promove campanha de vacinação para profissionais da saúde
Publicado
2 dias atrásem
24/04/2025
A ação visa também destacar a importância das vacinas para a população e lembrar a Semana Mundial da Imunização
Nos dias 09 e 10 de abril, o Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano, unidade do governo de Goiás em Uruaçu, realizou a campanha de vacinação contra Influenza e outras vacinas obrigatórias para os profissionais da saúde.
A ação foi organizada pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NVEH) e pelos Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) do HCN. Com o intuito de zelar pelos profissionais responsáveis por cuidar da saúde da população, a campanha, visando imunizar os colaboradores do hospital, contou também com a parceria da Secretaria Municipal da Saúde de Uruaçu.
Ao todo, foram administradas 588 doses de vacinas nos colaboradores de unidade. Além da dose contra Influenza, foram disponibilizadas também vacinas contra Covid, dTpa (tríplice bacteriana acelular tipo adulto), tríplice viral, hepatite, entre outras, oferecendo a atualização do cartão vacinal.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as campanhas globais de vacinação da segunda metade do século XX são uma das maiores conquistas da humanidade. Em apenas 5 décadas, o cenário se transformou de um mundo onde a morte de uma criança era algo temido por muitos pais, para um mundo onde cada criança vacinada tem a chance de sobreviver e prosperar.
O intuito da campanha realizada pelo HCN é também destacar a importância das vacinas para a população como um todo. Por isso, é importante lembrar também sobre a Semana Mundial da Imunização, comemorada entre os dias 24 e 30 de abril todos os anos.
“A vacinação é uma escolha pela vida. Na Semana de Imunização, reforçamos a importância de proteger a si mesmo e a quem você ama. Prevenir é um gesto de cuidado que pode salvar muitas vidas”, ressalta Fhadya Costa, coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do HCN, unidade administrada pelo Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento – IMED.
Semana Mundial da Imunização
A Semana Mundial da Imunização é realizada visando aumentar a conscientização e a proteção da população contra doenças evitáveis por vacinas. A data foi criada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em 2002, com a denominação de Semana de Vacinação nas Américas. Em 2012, a campanha foi estendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para todo o planeta, tornando-se Semana Mundial de Imunização.
Ainda segundo a OMS, nos últimos anos, o progresso na imunização diminuiu. Embora mais de 4 milhões de crianças tenham sido vacinadas globalmente em 2022, em comparação com 2021, ainda havia 20 milhões de crianças que não receberam uma ou mais vacinas.
Como resultado, o mundo está testemunhando surtos repentinos de difteria e sarampo, doenças que, até agora, estavam praticamente sob controle. Embora a cobertura vacinal global seja boa – com 4 em cada 5 crianças totalmente cobertas – ainda há muito a fazer. Por isso, é fundamental o compromisso de todos, reforçando o benefício e o poder da vacinação e lembrando que as vacinas salvam vidas.

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