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Neurogram lança masterclass sobre inteligência artificial na Neuro-UTI

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Especialistas discutem avanços no diagnóstico e tratamento de pacientes críticos na Neuro-UTI, com base na parceria inédita entre Neurogram e Mayo Clinic, o maior hospital do mundo

No Brasil, as Neuro-UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) enfrentam desafios constantes no monitoramento e tratamento de doentes críticos, como crises epilépticas, com uma grande carência de modelos preditivos que auxiliem os médicos no manejo desses casos complexos. A falta de precisão nas ferramentas atuais e a ausência de predição eficaz são problemas recorrentes para os profissionais de saúde intensivistas, impactando diretamente nos desfechos clínicos dos pacientes.

Neurogram, startup dedicada à pesquisa em inteligência artificial aplicada à saúde cerebral, lança sua primeira masterclass intitulada “A Inteligência Artificial na Neuro-UTI: Avanços no Diagnóstico e Tratamento” com o propósito de conectar profissionais da saúde que buscam se atualizar sobre as melhores práticas e inovações no cuidado neurológico intensivo. A aula será conduzida pela neurologista e neurointensivista Gisele Sampaio, do Hospital Albert Einstein, pelo neurologista e neurointensivista Daniel Paes Santos, da Sinapse/Rede D’Or, e pelo neurologista e neurofisiologista. Lécio Figueira, do Hospital das Clínicas da USP, trio renomado de especialistas no estudo das doenças neurológicas críticas.

A masterclass será no estilo TED Talk (Tecnologia, Entretenimento e Design), com a primeira e segunda aula apresentando os desafios e as novas fronteiras da Neuro-UTI e a terceira sobre diagnóstico e tratamento de epilepsia da UTI, todas apoiadas na inteligência artificial como estratégia para o manejo de doentes críticos. Além das aulas, haverá um debate sobre os assuntos abordados, mediado pelos neurologistas e neurofisiologistas Heitor Éttori, cofundador e Board Member, e Elaine Keiko Fujisão, Chief Medical Officer, ambos da Neurogram e pioneiros em pesquisa de inteligência artificial aplicada ao cérebro no Brasil.

Na sequência, a ação ainda conta com uma mentoria individual sobre ferramentas avançadas para auxílio ao diagnóstico neurológico. Durante essa mentoria, os neurologistas Heitor e Elaine apresentarão a plataforma da Neurogram e discutirão casos clínicos e farmacológicos com os mentorados.

A inédita parceria entre a Neurogram e a Mayo Clinic, considerada o maior hospital do mundo segundo o ranking ”World’s Best Hospitals” da Newsweek, deu origem a essa masterclass. A healthtech Neurogram será a primeira companhia a ter acesso aos dados de EEG (eletroencefalograma) da Mayo Clinic, com o objetivo de desenvolver uma inteligência artificial que auxilia na previsão de epilepsia e status epiléticos em leitos de UTI. Com essa parceria, a Neurogram se tornará a detentora do maior banco de dados neurológicos do mundo, revolucionando a pesquisa em neurologia e neurociência. O propósito é atender neurologistas, neurofisiologistas e pesquisadores no diagnóstico de doenças neurológicas.

Éttori explica que os inscritos terão acesso a uma combinação única de expertise acadêmica e insights práticos aplicados diretamente nas Neuro-UTIs, além de se aprofundar nas soluções baseadas em inteligência artificial, com relatos dos maiores especialistas do Brasil em epilepsia e cuidado intensivo, que vão compartilhar suas experiências do Hospital Albert Einstein, USP e Sinapse/Rede D’Or..

O executivo enfatiza que as aulas abordarão os desafios do manejo neurológico na UTI, com ênfase no monitoramento de pacientes em estado crítico e grave. “Além disso, discutirá questões estruturais e a urgente necessidade de reduzir o tempo de internação, aumentar a precisão dos diagnósticos e as estratégias para melhorar os desfechos clínicos a partir de dados”.

Na aula magna, a neurologista Dra. Gisele traçará um panorama das UTIs no Brasil, apresentando a situação crítica enfrentada pelos profissionais ao lidar com pacientes neurológicos em estado grave. ”Serão discutidas as questões estruturais e a necessidade urgente de reduzir o tempo de internação e aumentar a precisão dos diagnósticos. Além disso, serão apresentados casos de pacientes com complicações complexas e as dificuldades na gestão dessas crises, com foco nas limitações tecnológicas atuais”, reforça Éttori.

O uso da Inteligência Artificial como uma ferramenta promissora para solucionar problemas críticos, como a falta de precisão no monitoramento de crises neurológicas, está entre os tópicos que serão abordados na masterclass, com exemplos de estudos recentes, serão demonstrados os benefícios da implementação de IA no diagnóstico e no tratamento.

De acordo com a Chief Medical Officer da Neurogram, a masterclass será um mergulho profundo na medicina de precisão em pacientes críticos internados na UTI. “O neurologista Dr. Daniel trará à tona as dificuldades no monitoramento contínuo e a imprevisibilidade dessas crises, focando em novas abordagens preditivas. Também irá explorar o uso de dados históricos dos pacientes, que podem ser um fator-chave para prever crises”, detalha Elaine.

A executiva ainda salienta que a aula magna do Dr. Lécio mostrará como a IA pode revolucionar a maneira como abordamos o diagnóstico e o tratamento de epilepsia, adaptando-se à individualidade de cada paciente. “A Inteligência Artificial possibilita não apenas a detecção precoce de condições complexas, como também permite uma abordagem totalmente personalizada, ao considerar um conjunto abrangente de dados clínicos e genéticos dos pacientes. Isso significa que, com a IA, podemos identificar padrões únicos em cada indivíduo, ajustando os fármacos e terapias de forma mais precisa e eficaz”, esclarece. 

Dessa forma, reforça a Chief Medical Officer da Neurogram, “otimizamos o tratamento de acordo com as necessidades específicas do paciente, elevando significativamente a qualidade dos cuidados e melhorando os resultados clínicos. Isso reduz complicações e aumenta a eficácia terapêutica”.

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O futuro do armazenamento de imagens médicas no Brasil

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Por Ricardo Prudêncio

A gestão de imagens médicas no Brasil enfrenta desafios crescentes, especialmente em relação à infraestrutura necessária para garantir o armazenamento seguro e eficiente desses dados. Desde 1983, o padrão DICOM (Digital Imaging and Communications in Medicine) se consolidou como o formato ideal para exames como ultrassonografias, raios X, mamografias, tomografias, ressonâncias magnéticas e PET/CTs. Contudo, o volume crescente de informações médicas, geradas diariamente, tornou o armazenamento e a gestão desses dados cada vez mais complexos e dispendiosos. Segundo a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), a telerradiologia tem se desenvolvido cada vez mais no país, gerando valor para toda a cadeia de saúde. Além disso, o mercado global de diagnóstico por imagem projeta um crescimento anual de aproximadamente 8-10% nos próximos cinco anos, alcançando um valor estimado entre 40 a 50 bilhões de dólares até 2028.

A necessidade de modernizar o armazenamento de dados e reduzir os custos crescentes no setor de saúde tem impulsionado a adoção de soluções em nuvem em todo o mundo. O mercado global de armazenamento em nuvem na saúde deve alcançar US$ 153,1 bilhões até 2030, com um crescimento anual de 15,8%. Esse cenário deixa claro que não se trata apenas de uma inovação isolada, mas uma transformação global, com a promessa de enfrentar os desafios modernos de segurança, eficiência e escalabilidade no setor de saúde.

Quando comecei a trabalhar com sistemas de PACS em 2010, vi de perto a realidade das instituições de saúde brasileiras. Era comum encontrar grandes salas dedicadas apenas a servidores de TI, ocupando espaço valioso e exigindo manutenções constantes. Em muitos casos, era preciso alugar áreas externas para garantir que, em caso de desastre, os dados estivessem minimamente protegidos. Isso representava um custo alto e um risco considerável, tanto financeiro quanto operacional.

A nuvem, então, surge como uma alternativa revolucionária a esses antigos métodos de armazenamento. Com sistemas de arquivamento e comunicação de imagens (PACS) em nuvem, os custos associados a infraestrutura física, manutenção e atualização de servidores são substancialmente reduzidos. E há um benefício crucial: a escalabilidade. À medida que a demanda cresce, a nuvem se adapta, permitindo o armazenamento de dados de maneira flexível, sem a necessidade de investimentos adicionais em hardware.

Mesmo com esses avanços, a realidade é que muitas instituições de saúde ainda permanecem apegadas a soluções cliente-servidor e armazenamento local. Essa resistência à mudança geralmente está enraizada em modelos de negócios ultrapassados e na falta de inovação de certos fornecedores de tecnologia. Infelizmente, essa postura limita o potencial de modernização e expõe as instituições a riscos operacionais e financeiros evitáveis.

Mas, migrar para a nuvem envolve mais do que simplesmente modernizar a infraestrutura. Há questões fundamentais que precisam ser abordadas para que essa transição seja realmente bem-sucedida. Como a equipe de TI lida com os altos custos iniciais e contínuos? Como será garantida a segurança dos dados sensíveis dos pacientes? Existe um plano robusto para recuperação de desastres que proteja informações críticas? E, conforme a demanda cresce, como o sistema será escalado para suportar o aumento no volume de dados?

Além disso, a mobilidade e o acesso remoto exigem uma adaptação cuidadosa da equipe médica. Em um país como o Brasil, onde o número de médicos radiologistas é limitado, especialmente nas áreas mais remotas, como a equipe médica pode contar com um sistema que permita diagnósticos rápidos e precisos, sem comprometer a qualidade do atendimento? Essas são perguntas que destacam a importância de uma análise cuidadosa e de uma implementação estratégica de soluções em nuvem.

Quando falamos de PACS em nuvem, os benefícios vão muito além da redução de custos. A segurança dos dados, por exemplo, é um aspecto essencial. Provedores de nuvem como a Amazon Web Services (AWS) projetam suas infraestruturas para atender aos mais altos padrões de conformidade e segurança, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil e a HIPAA nos Estados Unidos. Esse tipo de proteção é vital para as instituições de saúde, que lidam diariamente com dados sensíveis de seus pacientes.

Outro ponto importante é a mobilidade. Em emergências ou em áreas remotas, onde especialistas locais podem ser escassos, o acesso rápido às imagens e laudos é essencial para garantir diagnósticos ágeis e precisos. Além disso, a continuidade do negócio é garantida em casos de desastres naturais, como as enchentes recentes no Rio Grande do Sul, que destruíram servidores e resultaram na perda de dados críticos. O armazenamento em nuvem protege essas informações e assegura a continuidade das operações, oferecendo uma camada de segurança que o armazenamento local simplesmente não consegue alcançar.

Mesmo com todos esses benefícios, algumas instituições ainda optam por soluções híbridas, armazenando dados recentes localmente e transferindo apenas arquivos mais antigos para a nuvem. Essa abordagem, embora econômica à primeira vista, pode prejudicar a eficiência dos profissionais de saúde, dificultando o acesso rápido a históricos de pacientes e ainda comprometendo o diagnóstico. A decisão de migrar para um PACS em nuvem vai muito além do porte ou do orçamento da instituição; trata-se de uma busca por eficiência, segurança e excelência no atendimento ao paciente. Para garantir um sistema de saúde moderno e sustentável no Brasil, é fundamental que as instituições reavaliem seus modelos de armazenamento e gestão de imagens médicas, adotando tecnologias que estejam em sintonia com as demandas contemporâneas.

A modernização do armazenamento de imagens médicas não é uma escolha, mas uma necessidade imperativa para o setor de saúde brasileiro. A nuvem é um caminho sólido nessa direção, proporcionando benefícios tangíveis que impactam positivamente tanto as instituições quanto os pacientes.


*Ricardo Prudêncio é Country Manager da Eden no Brasil.

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Atividade física é caminho para quem quer parar de fumar

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Exercícios melhoram o condicionamento e liberam substâncias que aliviam sintomas da abstinência

Com benefícios que vão além do condicionamento do corpo, a atividade física contribui significativamente para quem deseja parar de fumar, aliviando os sintomas físicos e psicológicos da abstinência e ajudando a reduzir o hábito em momentos de ócio.

Segundo Carolina Salim, pneumologista do A.C. Camargo Cancer Center, o esporte pode oferecer uma “injeção” natural de bem-estar que alivia sintomas das crises de abstinência gerados pela dependência da nicotina, como dores de cabeça e irritabilidade, e até substitui a sensação de bem estar proporcionada pela substância em quem é fumante. 

“O esporte libera substâncias no corpo que ajudam a reduzir a necessidade do cigarro, como a serotonina e a endorfina. É comum que muitos pacientes relatem que, após o exercício, passam várias horas sem sentir sequer vontade de fumar”, afirma.

Segundo Daniel Carlos, treinador da Smart Fit, outro benefício da atividade física nesse processo é a melhora de desempenho nos treinos, que deixa mais evidente os malefícios que o cigarro causa no organismo e a importância de parar.  

“O cigarro prejudica muito os sistemas respiratório e cardiovascular. Isso faz com que quem fuma sinta mais cansaço durante os exercícios físicos. Quando a pessoa para de fumar e percebe que o treino fica mais fácil, os benefícios tornam-se mais evidentes e funcionam como incentivo para manter-se longe do cigarro”, explica.

Salim reforça que, embora importante, a atividade física é apenas uma parte do processo. Abandonar o cigarro demanda uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir suporte psicológico, ajustes alimentares e, em alguns casos, o uso de medicamentos. 

A médica também alerta que fumantes interessados em começar a treinar como parte dessa jornada devem realizar testes físicos antes de iniciar os exercícios, além de sempre realizar as atividades com o acompanhamento de um profissional de educação física.

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A importância do estadiamento na estratégia para tratar o câncer

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Quando se trata do câncer, existem diversos termos que, até então, eram desconhecidos pelo paciente. Um deles é o estadiamento, fundamental no momento do diagnóstico.

Pensando em esclarecer melhor o assunto foi que desenvolvi este conteúdo. Afinal, o que é o estadiamento do câncer?

Consiste no processo de verificar a extensão da doença quando ela é diagnosticada. Ou seja, analisar qual a extensão do câncer, já que uma das suas características é se disseminar localmente ou à distância.

O estadiamento considera vários fatores, incluindo subtipo do tumor, tamanho, se está localizado apenas na região de origem ou já se espalhou pelos gânglios linfáticos ou órgãos distantes.

Qual a importância de termos esse conhecimento?

O estadiamento do câncer é fundamental para a definição de estratégias de tratamento. Por exemplo, se um tumor de mama está confinado somente na região de origem, pode ser indicada cirurgia em conjunto com outros tratamentos, como quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e terapia-alvo.

Em contrapartida, se no momento do diagnóstico já houver metástases em outros órgãos, o procedimento cirúrgico pode não ser recomendado, apenas outros protocolos para o controle da doença.

Além disso, ele também é um importante indicador do prognóstico do paciente, nos ajudando a prever a probabilidade de cura, recuperação e sobrevida. Ou seja, ele fornece informações valiosas que permitem aos profissionais de saúde oferecerem um tratamento personalizado e mais eficaz, aumentando as chances de sucesso e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Como é feito o estadiamento?

Normalmente é realizado por meio de uma combinação de diferentes exames, por exemplo: ressonância magnética, tomografia computadorizada, cintilografia óssea e PET-CT.

Em alguns casos, marcadores tumorais como o PSA no câncer de próstata fazem parte da avaliação de risco inicial. O resultado da biópsia também faz parte dessa avaliação, pois fornece o grau de agressividade do tumor e isso é usado na avaliação inicial e classificação de risco (próstata, mama).

Se o tratamento cirúrgico é feito de forma upfront, ou seja, antes dos demais tratamentos, ele fornece informações relevantes no estadiamento que chamamos patológico. Isso porque o médico patologista consegue definir com precisão, examinando a peça cirúrgica que foi retirada, a medida do tumor, o grau de invasão, a quantidade e forma de disseminação pelos linfonodos.

Com base nos resultados, o câncer é classificado em estágios, que normalmente variam entre 1 e 4, com estágio 1 quando a doença é inicial, e com estágio 4 quando está avançada, ou seja, metastática. Existe também o estágio 0, ou seja, um tumor mais precoce que o estágio 1, e que ainda não tem potencial de invasão e disseminação de outros órgãos e tecidos.

Vale ressaltar que existem diversos sistemas de estadiamento usados para diferentes tipos de neoplasias. Por exemplo, o sistema TNM é geralmente utilizado para tumores sólidos, levando em conta o tamanho do tumor primário (T), se o câncer se espalhou para os gânglios linfáticos (N) ou já se disseminou para outras partes do corpo (M).

Conhecer o estadiamento dos diferentes tipos de neoplasias é essencial para garantir aos pacientes o tratamento mais adequado. Por isso, é parte significativa no momento do diagnóstico.

*  Fernanda Ronchi é professora de Oncologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) e responsável técnica do serviço de Oncologia Clínica e do Centro de Pesquisas do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM).

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