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Inovação

Albert Einstein inaugura Centro de Ensino de Pesquisa

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Mais conhecida como instituição na área da saúde, a sociedade Albert Einstein, que administra o hospital de mesmo nome no Morumbi, em São Paulo, inaugura oficialmente no mês que vem o produto de seu investimento mais agressivo no setor de educação. Ao custo de R$ 700 milhões de reais, o prédio do Centro de Ensino e Pesquisa da entidade passará abrigar a maior parte da estrutura dos três cursos de graduação que a instituição possui, além de outros três criados agora.

O prédio de 44 mil m² de área e oito andares é do tamanho do gramado do estádio do Morumbi (que pode ser visto de seu topo) e é uma obra de grife, assinada pelo arquiteto israelita-americano Moshe Safdie. Desde a semana passada, universitários já começaram a ocupar algumas salas e tirar fotos do átrio interno do edifício, num ambiente com três cúpulas de vidro que cobrem todo o prédio e um jardim interno com mudas de árvores nativas da flora brasileira, que crescerão sob ar-condicionado e controle de umidade.

O Einstein planeja dobrar sua turma de graduação em medicina, hoje com 120 alunos/ano. O prédio suntuoso, segundo o Einstein, se justifica não só pela necessidade de mais espaço, mas pelo intuito de integrar no mesmo ambiente o ensino e a pesquisa da entidade, que estavam até hoje então fragmentados pelo complexo hospitalar e suas unidades educacionais fora do Morumbi.

A partir de 2023

Segundo Luiz Vicente Rizzo, diretor superintendente de pesquisa do Einstein, promovendo a interação entre cientistas da instituição e os universitários, a ideia é antecipara a formação de pesquisadores que hoje compõem o corpo da instituição.

— A gente vai ter uma movimentação muito importante para o pensamento científico, porque no mesmo lugar vamos ter de desde os alunos de graduação até o cientista mais sênior — diz o pesquisador, justificando a construção de paredes de vidro dos novos laboratórios. — A gente vai ter os peixinhos mais jovens passando pelo lado de fora daquele aquário e vendo que legal que é, vão querer entrar.

A incursão do Einstein no setor de educação começou de forma lateral, em 1989, com uma graduação em enfermagem e um curso técnico de nível médio. Depois foram criar os cursos de fisioterapia e medicina (este último com a primeira turma formada no ano passado), a instituição inaugura agora graduações em odontologia, engenharia biomédica e administração.

Segundo Sidney Klajner, presidente do Einstein, a jornada da saúde para a educação não representa um desvio de foco para a fundação.

— O Einstein foi fundado também com a missão geração de conhecimento e na responsabilidade social como forma de entregar saúde à população e a sociedade maior. Isso veio da reunião que fundou a sociedade em 1955 — diz. Klajner afirma também que o prédio deve ajudar a revitalizar o bairro, que vinha sofrendo um processo de esvaziamento.

Muitas das grandes casas do Morumbi em torno do Einstein estão hoje desabitadas e à venda, situação que permitiu à fundação adquirir alguns imóveis e ampliar o espaço hoje usado pelo centro de ensino. Como o bairro não está muito adensado, o Einstein estima que não será difícil acolher a movimentação das 6.000 pessoas que poderão ocupar o prédio diariamente.

Como uma parte razoável do investimento de ensino da instituição saiu de doações, o Einstein diz que pretende manter o atual programa para acolher alunos de renda menor, que hoje é alimentado com um quinto da receita de seu setor de ensino. Isso permite que três a cada dez alunos tenham bolsas de estudo não reembolsáveis que variam de 25% a 100% da mensalidade.

Os alunos com matrícula no valor integral hoje não pagam barato — R$ 9.310 —, mas o valor é próximo ao cobrado por outras faculdades de primeira linha em filantrópicas. A Santa Casa de São Paulo tem mensalidade hoje em R$ 8.605. Faculdades de instituições com fins lucrativos, como a Unisa, têm custos até maiores (R$ 9.892).

Segundo o superintendente de ensino do Einstein, Alexandre Holthausen, a instituição não busca ter um impacto quantitativo na graduação de medicina. Segundo o último censo do ensino superior, só na capital há quase 2.500 vagas abertas para cursos na área, sendo 83% delas em entidades privadas.

A ambição do Einstein é atrair alunos que hoje estão entrando na USP e na Unifesp, os dois mais bem avaliados da capital. Hoje esses dois cursos de medicina acolhem 175 alunos/ano e 120 alunos/ano, respectivamente.

— Hoje, para aqueles alunos que financeiramente podem fazer a escolha, nós claramente estamos na primeira prateleira — diz o médico.

A grande aposta do Einstein, que o diferencia de outras faculdades privadas, é a interação da graduação com o setor de pesquisa. Hoje a instituição capta cerca de R$ 50 milhões ao ano em verbas de agências de fomento nacionais e estrangeiras, mais doações. Outros R$ 50 milhões são investidos pela própria receita.

Com 720 projetos de pesquisa em andamento, só universidades públicas brasileiras se equiparam a esses valores na área médica, e é comum ver pesquisadores do Einstein assinando artigos em publicações de alto padrão ao lado de USP e federais O novo curso de engenharia, segundo a instituição, também é voltado para inovação e pesquisa desde o início, e menos para atuação direta na área clínica.

A ajuda aos graduandos também pode fazer diferença na disputa por bons estudantes. Se o MEC autorizar a expansão de 120 para 240 alunos/ano (e o Einstein mantiver sua cota atual de auxílio à mensalidade), só a turma de bolsistas da instituição será o equivalente a meia classe da Unifesp. A faculdade já fez a solicitação ao ministério e espera acabar um período de moratória para ampliações.

Como a primeira turma de formandos do Einstein ainda não passou por avaliação do Enade, é difícil comparar a qualidade de seu curso com os atuais líderes no setor. Em 2023, os conceitos permitirão uma nova comparação entre as graduações de medicina, e o Einstein saberá se já está entre os primeiros. Mais de 60% da primeira turma já foi aprovada em bons programas de residência, diz Holthausen, o que é um sinal otimista.

Atualidades

Alzheimer: Uma Nova Perspectiva sobre a Origem da Doença

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Por décadas, a doença de Alzheimer foi atribuída principalmente ao acúmulo de placas de beta-amiloide no cérebro, conforme proposto pela hipótese da cascata amiloide. No entanto, avanços recentes na neurociência e imunologia sugerem que essa visão pode ser simplista, apontando para uma origem mais complexa envolvendo o sistema imunológico.​

A Hipótese Amiloide: Um Paradigma em Evolução

Desde a identificação do peptídeo beta-amiloide em 1984 por George Glenner e Cai’ne Wong, a comunidade científica concentrou esforços em entender seu papel na patogênese do Alzheimer. Acreditava-se que o acúmulo dessas placas era o principal fator desencadeador da doença. Entretanto, estudos subsequentes revelaram uma correlação fraca entre a quantidade de placas e a gravidade dos sintomas clínicos, sugerindo que outros mecanismos também estão envolvidos PMC.​

Neuroimunidade: O Papel do Sistema Imunológico no Alzheimer

Pesquisas recentes destacam a importância da neuroimunidade na progressão do Alzheimer. O sistema imunológico, especialmente as células da microglia, desempenha um papel crucial na resposta inflamatória cerebral. Em vez de apenas reagir ao acúmulo de beta-amiloide, essas células podem contribuir ativamente para a neurodegeneração quando ativadas de forma crônica PubMed.​

Além disso, evidências sugerem que células T periféricas podem infiltrar-se no cérebro, exacerbando a inflamação e potencialmente acelerando o processo neurodegenerativo PubMed.​

Autoimunidade: Uma Nova Fronteira na Compreensão do Alzheimer

A história da autoimunidade remonta ao início do século XX, quando Paul Ehrlich cunhou o termo “horror autotoxicus” para descrever a aversão do sistema imunológico a atacar o próprio corpo. No entanto, essa visão mudou com a descoberta de autoanticorpos nas décadas seguintes, levando ao reconhecimento de doenças autoimunes como o lúpus e a artrite reumatoide .​Wikipedia+3Wiley Online Library+3The New Yorker+3

No contexto do Alzheimer, pesquisadores estão explorando a possibilidade de que mecanismos autoimunes possam contribuir para a doença. A presença de autoanticorpos e a ativação anormal do sistema imunológico no cérebro sugerem que o Alzheimer pode ter componentes autoimunes, embora essa hipótese ainda esteja em investigação.​


Implicações Terapêuticas e Futuras Direções

A compreensão do Alzheimer como uma doença com componentes imunológicos abre novas possibilidades terapêuticas. Tratamentos que modulam a resposta imunológica, como imunoterapias específicas, estão sendo explorados como alternativas ou complementos às abordagens tradicionais focadas na beta-amiloide.​

Além disso, a identificação de biomarcadores imunológicos pode permitir diagnósticos mais precoces e personalizados, melhorando o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes.​


Conclusão

A visão tradicional do Alzheimer centrada exclusivamente na beta-amiloide está sendo desafiada por novas evidências que destacam o papel do sistema imunológico na doença. Embora ainda haja muito a ser descoberto, essa perspectiva integrada oferece esperança para o desenvolvimento de terapias mais eficazes e uma compreensão mais completa do Alzheimer.​

me de as fontes resumidas para eu adicionar aq no final do texto


Fontes consultadas:

  1. Alzheimer’s Association – Informações atualizadas sobre pesquisas e hipóteses relacionadas à origem e evolução da doença de Alzheimer.
    🔗 www.alz.org
  2. National Center for Biotechnology Information (NCBI) – Estudos sobre o papel da neuroimunidade e inflamação no Alzheimer, com destaque para microglia e infiltração de células T.
    🔗 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36703235
  3. History of Medicine – Wiley Online Library – Histórico e evolução do entendimento sobre doenças autoimunes e suas conexões com processos neurodegenerativos.
    🔗 https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/rai2.12049
  4. PMC – NIH.gov – Revisões sobre a hipótese da cascata amiloide e questionamentos baseados em correlações clínicas e neuropatológicas.
    🔗 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2813509

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Atualidades

Exame de PET-PSMA pode tornar o tratamento de câncer de próstata mais assertivo e igualitário na rede pública de saúde

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Por: Beatriz Leme

Estudo dos casos do AME Barradas, em São Paulo, mostra que a união de esforços de diferentes áreas da saúde pública pode resultar em benefícios tangíveis aos pacientes

O câncer de próstata é o segundo mais frequente no Brasil e no mundo, e o aumento da sua prevalência despertou a necessidade de inovação e normatização das práticas de diagnóstico. Além disso, o aumento da sobrevida global dos pacientes avançados, em função do surgimento de novas opções de tratamento, demanda a necessidade de métodos de imagem mais modernos, que permitam avaliar de forma mais acurada a resposta ao tratamento.

O Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Barradas, situado em São Paulo, foi palco de um estudo inovador. Idealizado por Beatriz Leme, gestora da empresa UDDO/PETCT Diagnósticos Médicos, Rafael Madke, diretor da R2PHARMA, empresa fornecedora de insumos para medicina nuclear e sob a coordenação da  médica nuclear, Anna Carolina Borges, o projeto ofereceu  a mais de 200 pacientes com câncer de próstata, atendidos pela rede pública, o procedimento de PET-CT com PSMA. A iniciativa tinha como objetivo ilustrar a importância da inovação tecnológica no enfrentamento ao câncer, mas também reforçar a necessidade de colaboração multidisciplinar na busca po r soluções que melhorem a qualidade de vida dos pacientes.

A PET-PSMA é uma técnica de imagem avançada que permite a visualização precisa das células malignas da próstata. Sua aplicação apresenta sensibilidade e especificidade superiores em relação aos métodos tradicionais, como a cintilografia óssea e a tomografia computadorizada, promovendo um planejamento terapêutico mais eficaz. Nos pacientes estudados, a utilização da PET-PSMA evidenciou um impacto decisivo no rastreamento e na detecção de recidivas, permitindo identificar focos metastáticos muitas vezes não visíveis em exames convencionais.

Tradicionalmente, muitos pacientes apresentavam níveis elevados de PSA (Antígeno Prostático E specífico) sem que a origem da recaída fosse clara, o que frequentemente resultava em intervenções mais invasivas e menos direcionadas. A introdução da PET-PSMA tornou possível a identificação de áreas metastáticas anteriormente ignoradas, promovendo, assim, um tratamento mais dirigido e, consequentemente, melhores desfechos clínicos. Por outro lado, a PET também se encarregou de descartar a possibilidade de doença avançada, cuja suspeita foi levantada pelos métodos tradicionais também menos específicos, permitindo trazer os pacientes nesse cenário para uma condição de proposta curativa de tratamento.

Além das melhorias nas técnicas de diagnóstico, o estudo realizado nos pacientes SUS-AME Barradas se destacou pela promoção de uma abordagem multidisciplinar no tratamento dos pacientes. A colaboração entre médicos urologistas, oncologistas, radioterapeutas e especialistas em medicina nuclear foi fundamental para oferecer um cuidado integral.

Os resultados dessa iniciativa são promissores e oferecem um vislumbre de um futuro em que o tratamento do câncer de próstata pode ser mais efetivo. A inclusão da PET-PSMA no SUS não apenas pode melhorar a qualidade do atendimento, mas também promove a equidade no acesso a novas tecnologias para a população.

Com o valioso potencial da PET-PSMA, os próximos passos incluem a monitorização contínua dos resultados clínicos e a avaliação do impacto econômico da implementação desta tecnologia no sistema de saúde. A longo prazo, é crucial que as políticas de saúde pública se adaptem para incorporar inovações, garantindo que todos os pacientes, independentemente de sua condição socioeconômica, tenham acesso a diagnósticos precisos e tratamentos eficazes.

Assim, o estudo realizado no AME Barradas representa não apenas um avanço técnico, mas também uma oportunidade única de transformar o manejo do câncer de próstata no Brasil, já que os dados do trabalho retratam a realidade do nosso sistema público, comparando-se com os resultados da literatura internacional. É um passo significativo em direção a um sistema de saúde mais inovador, integrado e humano, que coloca o paciente no centro de todas as decisões e reafirma o compromisso com a qualidade e a equidade no atendimento à saúde.

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Atualidades

Exames genéticos podem reduzir custos no tratamento do câncer e revolucionar a oncologia

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Durante o mês de conscientização sobre o câncer, é essencial destacar como a inovação tecnológica pode transformar o enfrentamento da doença. A medicina genômica tem se consolidado como uma ferramenta poderosa na detecção precoce e no tratamento personalizado do câncer, proporcionando melhores desfechos clínicos e uma significativa redução de custos para pacientes e sistemas de saúde.


A revolução da medicina genômica no tratamento do câncer

Tradicionalmente, os cânceres são classificados e tratados com base no órgão de origem, como mama, pulmão ou próstata. No entanto, essa abordagem não considera as características moleculares específicas de cada tumor, o que pode limitar as opções terapêuticas disponíveis para o paciente.

Estudos recentes sugerem que classificar o câncer apenas pela sua localização pode restringir o acesso dos pacientes a tratamentos mais eficazes, que visam mutações específicas presentes em diferentes tipos de tumores.

Os exames genéticos permitem uma análise detalhada da estrutura molecular dos tumores, identificando mutações responsáveis pelo desenvolvimento do câncer. Com isso, os médicos podem escolher terapias mais precisas e personalizadas, garantindo:

Maior eficácia no tratamento
Redução dos efeitos colaterais
Menos necessidade de internações prolongadas
Diminuição dos custos associados a tratamentos ineficazes


Impacto na detecção precoce e economia para o sistema de saúde

Além de potencializar as chances de cura, os exames genéticos permitem a detecção precoce do câncer, evitando tratamentos mais complexos e caros em estágios avançados da doença.

Com os custos da oncologia crescendo globalmente, a medicina personalizada surge como uma solução viável e sustentável para equilibrar qualidade no atendimento e controle de despesas.

Os benefícios desse modelo incluem:

🔹 Redução do desperdício de recursos com tratamentos genéricos ineficazes
🔹 Diminuição da necessidade de quimioterapia e radioterapia extensivas
🔹 Aprimoramento da qualidade de vida dos pacientes com terapias mais direcionadas


Diretrizes regulatórias impulsionam a adoção dos testes genéticos

A transição para a classificação molecular do câncer está sendo acelerada por novas diretrizes científicas e regulatórias.

📌 A ESMO (European Society for Medical Oncology) já desenvolve recomendações para o uso de marcadores moleculares na escolha de terapias oncológicas.

📌 Nos Estados Unidos, a FDA trabalha para definir quando um medicamento pode ser aprovado com base em uma mutação genética, independentemente do órgão onde o câncer surgiu.

Essas iniciativas são fundamentais para garantir que mais pacientes tenham acesso a terapias inovadoras e altamente personalizadas.


Conclusão

Investir em exames genéticos é investir na saúde e no bem-estar dos pacientes. Ao possibilitar diagnósticos mais precisos e tratamentos personalizados, a medicina genômica traz benefícios que vão além da eficácia clínica:

🔹 Promove uma medicina mais assertiva e eficiente
🔹 Reduz custos desnecessários para os sistemas de saúde
🔹 Aprimora a experiência e qualidade de vida dos pacientes

Neste mês de conscientização sobre o câncer, reforçamos o compromisso com a inovação e a excelência no diagnóstico e tratamento oncológico. O futuro da luta contra o câncer está na precisão da genética, permitindo um tratamento mais eficiente, acessível e humano.


Fonte:
Exames genéticos podem reduzir custos no tratamento do câncer. Publicado em 25/02/2025.
Artigo de Rafael Malagoli, CEO da Bioma Genetics.

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