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Inovação

SUS! Saúde em forma digital

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Um em cada três pacientes do SUS na cidade de São Paulo já usa a saúde de forma digital. É o que aponta balanço feito com base nos dados do aplicativo e-saúdeSP, ferramenta da Prefeitura de São Paulo criada em 2020, logo após o início da pandemia de Covid-19. Segundo a Duosystem, empresa responsável pelo desenvolvimento da plataforma digital, o e-saúdeSP atingiu a marca de 2,3 milhões de usuários cadastrados em dois anos, o que representa 30% da população SUS-dependente na capital paulista. A solução também ultrapassou mais de 12 milhões de acessos no período.

Através do e-saúdeSP, os cidadãos da cidade de São Paulo podem contar com todos os seus dados clínicos e seu histórico de passagens pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como laudos de exames laboratoriais e de imagem, consultas e receitas realizadas nos equipamentos de saúde do município, diretamente no celular. Para se ter ideia, até o momento, a plataforma está em uso em mais de 1,5 mil unidades de saúde municipais para o apoio à prática de telemedicina, integrada a outros 18 sistemas, acumulando mais de 230 milhões de registros de atendimento, 40,6 milhões de exames laboratoriais e 2 milhões de exames de imagem.

Na plataforma, o usuário também tem acesso ao @covid, uma área especial que faz o acolhimento de pacientes com suspeitas ou dúvidas sobre a Covid-19 e permite ainda, a realização de uma teleconsulta com um profissional de saúde, se for indicado.

Para estimular o paciente no autocuidado, o app também dispõe do serviço “Minha Saúde”, onde o cidadão pode informar dados sobre a sua saúde, como: alergias, registros de pressão arterial e outras informações. Além disso, o e-saúdeSP conta com sua carteira de vacinação disponível na ferramenta, com o registro de todas as doses de vacinas tomadas, como a contra Covid-19, febre amarela, tríplice viral, entre outras. Já são 102,2 milhões de registros de vacinação.

Adicionalmente, o passaporte da vacina foi outro diferencial apresentado no e-saúdeSP. Para se ter ideia, durante o lançamento desta funcionalidade no app, em 01 de setembro de 2021, foram registrados mais de 37 mil novos cadastros em um único dia. A utilização da ferramenta na capital, ampliou a oferta, melhorou as condições de acesso e aprimorou a qualidade dos serviços do SUS para a população da cidade de São Paulo.

“Nossa missão é seguir aliando inteligência à tecnologia, para garantir inovação e a melhor experiência ao acesso e a gestão em saúde”, destaca o presidente da companhia, João Paulo Campi.

O alcance do projeto e-Saúde SP apresenta ampla escala de assistência a todas as unidades de saúde do município de São Paulo. Inclusive, o aplicativo foi destaque recentemente, no AI4HealthyCities 2022 (Inteligência Artificial para Cidades Saudáveis 2022), evento que aconteceu na cidade de Basiléia, na Suíça.

Inovação

Principais práticas antiéticas, fraudes e ilegalidades na saúde

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Estudo analisou canais de denúncias, informações extraídas de prestações de contas, relatos formais e informais de profissionais da saúde e pacientes.

As 25 atitudes oportunistas no mercado da saúde mais identificadas pelo Instituto Ética Saúde (IES) foram tabuladas em um estudo inédito da entidade, de acordo com o grau de prejudicialidade e de frequência no setor da saúde.

As práticas antiéticas, fraudes e ilegalidades mais frequentes nos oito anos mapeados foram: pagamento de propinas a profissionais de saúde vinculados à indicação de produtos; pagamento de despesas profissionais de saúde em eventos de terceiros; patrocínio indevido de eventos de terceiros; presentes e brindes sem cunho científico em troca de indicação de produtos; informalidade nas remessas de comodato e consignação de produtos e equipamentos médicos.

Foram consideradas mais prejudiciais, ou seja, com alto impacto a curto, médio e longo prazos na cadeia econômica do setor saúde, incluindo riscos à segurança do paciente: pagamentos de propinas a profissionais de saúde, disfarçados de descontos financeiros; profissionais médicos praticando atos mercantilistas vedados pelos órgãos reguladores; empresas sem CNAE do setor de saúde comercializando dispositivos médicos – covid-19 (flexibilização da pandemia pelo governo); pagamento inadequado de materiais cirúrgicos, com incentivo à reesterilização de produtos de uso único; fraudes em cobranças de material utilizado – troca de material efetivamente comercializado; falsificação de produtos cirúrgicos; fraudes em registros de materiais – produtos sem registro da Anvisa; fraudes em concessão de leitos do SUS – covid-19.

Filipe Venturini Signorelli, diretor executivo do Instituto Ética Saúde, explica que o estudo tem o objetivo de disseminar conhecimento sobre as más práticas para profissionais do setor, terceiros interessados (que atuam indiretamente no setor da saúde) e pacientes, com a natureza primária de sensibilização e educação. “Precisamos fomentar as denúncias e informações para aqueles que podem agir de forma preventiva e coercitiva no combate a tais práticas nocivas à sustentabilidade da saúde. É preciso uma atuação conjunta, via Instituto e órgãos estatais reguladores, para maior imputação e apuração das responsabilidades, além da identificação dos infratores e de eventuais punições”.

O estudo informa como as práticas prejudiciais ao setor são executadas por profissionais oportunistas. “São pessoas mal-intencionadas, antiéticas, corruptas, ou seja, criminosas e desprovidas de caráter e compromisso real com a sustentabilidade econômica do setor e com a vida do paciente. Muitas dessas práticas não são crimes tipificados pela lei, mas configuram condutas claramente prejudiciais, e isso é ponto pacífico, o diálogo ético e a responsabilidade social são urgentes para que o setor não seja sufocado pelo custo excessivo”, finaliza o diretor executivo.

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Atualidades

Formação de profissionais de saúde para trabalhar fora do Brasil

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Com a alta demanda dos Estados Unidos e países europeus por profissionais da área de saúde, as universidades brasileiras estão diante de uma janela de oportunidade única para formatar currículos flexíveis e globais, alinhados com instituições internacionais de ensino, e criar condições para que os diplomas sejam válidos no Brasil e no exterior.

Além das aulas tradicionais, a formação para atuação internacional deve contar ainda com o uso de equipamentos de inteligência artificial, prática comum em outros países, e oferta de estágios em hospitais e empresas no exterior, entre outros diferenciais em relação à graduação tradicional.

Tecnologia de ponta embarcada e corpo docente composto por mestres e doutores, no entanto, tornaram-se pré-requisitos, e não mais diferenciais, para os cursos de saúde no país. É possível – e necessário – ir além.

O domínio da linguagem técnico-profissional do país para o qual se deseja emigrar é uma das principais carências dos profissionais brasileiros da saúde que desejam trabalhar fora. Para suprir essa lacuna, faz-se necessário ofertar na grade curricular, por exemplo, módulos de inglês instrumental desde o início da graduação.

A aprendizagem também pode ser baseada em técnicas modernas e internacionalmente reconhecidas, como o desafio para times (TBL – Team Based Learning), problematização e estudos de casos reais (PBL – Problem Based Learning).

Segundo levantamento do Baker Institute for Public Policy, da Rice University, entre 2007 e 2021, o número de trabalhadores na área de saúde nos Estados Unidos passou de 14,5 milhões para 18,5 milhões, e a proporção de imigrantes que trabalham no setor aumentou de 14,22% para 16,52%.

Olhando apenas para os profissionais médicos, um estudo da IHS Markit de 2021 estima que os EUA poderão enfrentar uma escassez de 37.800 a 124.000 dessa mão de obra até 2034, com déficits tanto nos cuidados primários como nos cuidados especializados. Entre as estratégias para suprir a escassez de trabalhadores na área de saúde no país está justamente o recrutamento de trabalhadores estrangeiros.

Segundo registros dos Conselhos de Medicina, o número de médicos no Brasil mais que dobrou nos últimos 20 anos, passando de aproximadamente 200 mil em 2000 para cerca de 550 mil. Já o número de profissionais de enfermagem registrados atualmente, segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), é de cerca de 3 milhões, o que inclui técnicos, auxiliares e enfermeiros. Apenas enfermeiros são mais de 725 mil. Além de atenderem ao sistema de saúde nacional, há oportunidades de exportarmos parte dessa mão de obra qualificada.

Em 2022, o governo alemão assinou um contrato com o Cofen que permite ao país europeu contratar profissionais brasileiros. A estimativa era que fossem selecionados 700 enfermeiros por ano por meio da parceria.

As oportunidades que podem ser geradas pelas instituições de ensino superior brasileiras para atuação de egressos no exterior extrapolam não só os cursos de Medicina e Enfermagem, mas também demais formações da área da saúde, como Psicologia, Odontologia, Nutrição, Fisioterapia e Fonoaudiologia. É importante que, desde a faculdade, os futuros profissionais tenham consciência da importância do trabalho em equipe e visão integrada entre as profissões do setor.

Precisamos, portanto, preparar melhor nossos alunos para os desafios globais da área da saúde, com enfoque em habilidades que sejam reconhecidas internacionalmente. Isso possibilita não só espaços de trabalho no exterior, mas também amplia as opções de atuação no Brasil. As oportunidades estão batendo à nossa porta.

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Inovação

Brasileiro cria projeto para impressão do primeiro coração bioartificial em impressora 3D

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Todos os anos, milhares de pessoas esperam na fila de transplantes por doação de um órgão. Só no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, este número é superior a 65 mil, considerado o maior nos últimos 25 anos. Pensando em reduzir essa espera e ajudar aqueles que correm contra o tempo na busca por um transplante, Gabriel Liguori, médico, pesquisador e empreendedor brasileiro de 34 anos, visa a impressão do primeiro coração bioartificial em uma impressora 3D: “Nossa missão é termos um coração artificial em dez anos” afirma o jovem.

Após anos de estudos e dedicação, Gabriel entrou para a faculdade de medicina na Universidade de São Paulo. Devido a sua relação próxima ao Instituto do Coração (InCor), parte do complexo do Hospital da Clínicas onde os médicos da USP fazem residência, ainda quando acadêmico foi convidado a acompanhar seu primeiro transplante de coração. A partir daí só aumentou a certeza de que queria seguir este caminho e mudar a vida de pessoas que dependem da doação de órgãos.

Gabriel passou por estágios em diversos centros médicos, como Harvard Medical School, Maastricht University e no Imperial College London, além de ter sido membro do Instituto do Coração e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular.

Universidade de Groningen e TissueLabs

Por meio de uma bolsa de estudos da Fundação Estudar, iniciou, em 2015, seu doutorado em cirurgia cardiovascular na Universidade de Groningen, dedicando-se a pesquisar engenharia de tecidos e o desenvolvimento de próteses cardiovasculares.

Anos depois, em 2019, fundou a TissueLabs, startup voltada ao desenvolvimento de órgãos e tecidos artificiais, com o objetivo de tornar mais transplantes viáveis. Às pesquisas desenvolvidas, Gabriel foi reconhecido como Forbes Under 30 e MIT Innovator Under 35. Hoje, a plataforma é utilizada por centenas de profissionais em mais de 150 instituições em 25 países para desenvolver seus próprios órgãos e tecidos em laboratório. Diante do progresso, Gabriel visa ser a primeira pessoa no mundo a imprimir um coração transplantável.

“Para além de conquistas, os reconhecimentos são um voto de confiança na missão disruptiva da TissueLabs, que é projetar e fabricar órgãos artificiais para transplante, ao mesmo tempo em que desenvolvemos tecnologias proprietárias para serem compartilhadas com toda a comunidade científica. A criação da nossa plataforma, que capacita pesquisadores ao redor do mundo na engenharia de tecidos, é um passo transformador no desenvolvimento de órgãos para transplantes.” afirma Gabriel Liguori.

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