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Inovação

Futuro da Saúde Virtual: impulsionando a equidade

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A pandemia removeu muitas restrições desnecessárias à saúde virtual e à assistência médica, e a maioria das pessoas adotou esse novo modo de assistência médica virtual, de acordo com um novo relatório de uma força-tarefa da Comissão de Banda Larga para o Desenvolvimento Sustentável, copresidido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Fundação Novartis. O futuro da saúde: impulsionando o acesso e a equidade por meio de políticas inclusivas detalha como os últimos dois anos mudaram o acesso à saúde e assistência médica em 23 países tão diversos quanto Ruanda, Cingapura, Estados Unidos e alguns países da América Latina, como Chile, Uruguai, Colômbia e Brasil.

As soluções virtuais de saúde são aquelas que buscam manter as pessoas saudáveis; já os cuidados médicos tratam aqueles que já estão doentes. O uso de ambos aumentou durante a pandemia. Nos EUA, a porcentagem de chamadas de telessaúde de todas as chamadas de saúde foi 25 vezes maior em janeiro de 2022 em comparação com outubro de 2019.

No Brasil, foram realizadas mais de 2,5 milhões de teleconsultas na pandemia, um aumento de mais de 370% de março de 2020 a setembro de 2021. No Chile, as consultas de telemedicina se multiplicaram por mil entre março e agosto de 2020, revela o estudo. No Uruguai, o governo disponibilizou o aplicativo móvel “Coronavirus UY”, uma plataforma de monitoramento que permite que os cidadãos se conectem com os profissionais de saúde. O estudo registrou que o aplicativo teve mais de 600 mil downloads em 6 meses, entre março e outubro de 2020. Na Colômbia, entre janeiro e setembro de 2020, foi observado um aumento de 117% no número de prestadores de serviços de saúde e assistência que oferecem telemedicina.

“Nos últimos dois anos, vi transformações na saúde e na prestação de cuidados de saúde que pensei que levariam pelo menos uma década”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que copresidiu o Grupo de Trabalho de Saúde e Virtual Medical Care, responsável pelo relatório. “Vimos que os tomadores de decisão estão adotando sistemas de saúde híbridos que combinam serviços virtuais e presenciais. Trata-se de um avanço incrível na área da saúde, há muito esperado e que agora acontece em ritmo acelerado devido à pandemia. No entanto, os países devem introduzir políticas cuidadosas para garantir que toda a sua população possa se beneficiar dessas mudanças”.

O uso de saúde e assistência médica virtuais é popular: pesquisas realizadas nos EUA em 2021 mostram que mais de três quartos dos pacientes desejam que os serviços virtuais sejam parte contínua de seus cuidados de saúde, e que mais de 80% dos provedores pretendem continuar usando a saúde virtual após a pandemia da Covid-19 diminuir. No entanto, muitos países ainda não desenvolveram estruturas consistentes para garantir que os serviços de saúde virtuais funcionem de forma eficaz ao lado dos cuidados de saúde presenciais.O relatório inclui uma análise das políticas de saúde e saúde virtual em 23 países. Esses insights formam a base de um roteiro abrangente que fornece etapas práticas para ajudar os países a garantir que a saúde virtual e a assistência médica impulsionem o acesso e a equidade na saúde. Os formuladores de políticas devem garantir que seus sistemas de saúde integrem totalmente os serviços virtuais para apoiar o acesso inclusivo e igualitário para todos.

“À medida que emergimos da pandemia, há um claro impulso para os formuladores de políticas em todo o mundo aproveitarem para digitalizar ainda mais a saúde e a prestação de serviços de saúde”, disse Ann Aerts, da Novartis Foundation e copresidente do Novartis Foundation Group. “Para garantir que essa implementação seja feita de forma a criar acesso equitativo à saúde e aos cuidados de saúde, é essencial combinar a prestação de serviços de saúde virtual e presencial. Como alguns grupos populacionais podem ter menos acesso a telefones celulares e à Internet, ou níveis mais baixos de alfabetização digital, os países precisam garantir políticas inclusivas e equitativas para integrar ainda mais os serviços virtuais em seus sistemas de saúde mais amplos. Pessoas que precisam de ajuda para acessar ou navegar em serviços de saúde virtuais, por exemplo, precisam de atendimento médico específico.”

O relatório observa que, para alguns grupos, o acesso à Internet pode ser um problema, embora isso esteja mudando rapidamente. A segurança dos dados e a privacidade do paciente são outras áreas que exigem atenção dos formuladores de políticas.

“Para que as pessoas se beneficiem da saúde e dos cuidados virtuais, o acesso equitativo à conectividade digital é essencial. Em todo o mundo, as mulheres têm menos acesso do que os homens”, explicou a Sra. Doreen Bogdan-Martin, Diretora Executiva da Comissão de Banda Larga e Diretora do Escritório de Desenvolvimento de Telecomunicações da União Internacional de Telecomunicações (UIT). “Os dados mais recentes da UIT ilustram claramente que a divisão digital de gênero no uso da internet continua ampla e é mais persistente em países menos desenvolvidos, onde apenas 19% das mulheres usam a internet. Devemos continuar trabalhando juntos para garantir que o acesso à saúde digital seja universal.”


*Faça o download do relatório em: https://broadbandcommission.org/working-groups/virtual-health-and-care/

Atualidades

Alzheimer: Uma Nova Perspectiva sobre a Origem da Doença

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Por décadas, a doença de Alzheimer foi atribuída principalmente ao acúmulo de placas de beta-amiloide no cérebro, conforme proposto pela hipótese da cascata amiloide. No entanto, avanços recentes na neurociência e imunologia sugerem que essa visão pode ser simplista, apontando para uma origem mais complexa envolvendo o sistema imunológico.​

A Hipótese Amiloide: Um Paradigma em Evolução

Desde a identificação do peptídeo beta-amiloide em 1984 por George Glenner e Cai’ne Wong, a comunidade científica concentrou esforços em entender seu papel na patogênese do Alzheimer. Acreditava-se que o acúmulo dessas placas era o principal fator desencadeador da doença. Entretanto, estudos subsequentes revelaram uma correlação fraca entre a quantidade de placas e a gravidade dos sintomas clínicos, sugerindo que outros mecanismos também estão envolvidos PMC.​

Neuroimunidade: O Papel do Sistema Imunológico no Alzheimer

Pesquisas recentes destacam a importância da neuroimunidade na progressão do Alzheimer. O sistema imunológico, especialmente as células da microglia, desempenha um papel crucial na resposta inflamatória cerebral. Em vez de apenas reagir ao acúmulo de beta-amiloide, essas células podem contribuir ativamente para a neurodegeneração quando ativadas de forma crônica PubMed.​

Além disso, evidências sugerem que células T periféricas podem infiltrar-se no cérebro, exacerbando a inflamação e potencialmente acelerando o processo neurodegenerativo PubMed.​

Autoimunidade: Uma Nova Fronteira na Compreensão do Alzheimer

A história da autoimunidade remonta ao início do século XX, quando Paul Ehrlich cunhou o termo “horror autotoxicus” para descrever a aversão do sistema imunológico a atacar o próprio corpo. No entanto, essa visão mudou com a descoberta de autoanticorpos nas décadas seguintes, levando ao reconhecimento de doenças autoimunes como o lúpus e a artrite reumatoide .​Wikipedia+3Wiley Online Library+3The New Yorker+3

No contexto do Alzheimer, pesquisadores estão explorando a possibilidade de que mecanismos autoimunes possam contribuir para a doença. A presença de autoanticorpos e a ativação anormal do sistema imunológico no cérebro sugerem que o Alzheimer pode ter componentes autoimunes, embora essa hipótese ainda esteja em investigação.​


Implicações Terapêuticas e Futuras Direções

A compreensão do Alzheimer como uma doença com componentes imunológicos abre novas possibilidades terapêuticas. Tratamentos que modulam a resposta imunológica, como imunoterapias específicas, estão sendo explorados como alternativas ou complementos às abordagens tradicionais focadas na beta-amiloide.​

Além disso, a identificação de biomarcadores imunológicos pode permitir diagnósticos mais precoces e personalizados, melhorando o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes.​


Conclusão

A visão tradicional do Alzheimer centrada exclusivamente na beta-amiloide está sendo desafiada por novas evidências que destacam o papel do sistema imunológico na doença. Embora ainda haja muito a ser descoberto, essa perspectiva integrada oferece esperança para o desenvolvimento de terapias mais eficazes e uma compreensão mais completa do Alzheimer.​

me de as fontes resumidas para eu adicionar aq no final do texto


Fontes consultadas:

  1. Alzheimer’s Association – Informações atualizadas sobre pesquisas e hipóteses relacionadas à origem e evolução da doença de Alzheimer.
    🔗 www.alz.org
  2. National Center for Biotechnology Information (NCBI) – Estudos sobre o papel da neuroimunidade e inflamação no Alzheimer, com destaque para microglia e infiltração de células T.
    🔗 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36703235
  3. History of Medicine – Wiley Online Library – Histórico e evolução do entendimento sobre doenças autoimunes e suas conexões com processos neurodegenerativos.
    🔗 https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/rai2.12049
  4. PMC – NIH.gov – Revisões sobre a hipótese da cascata amiloide e questionamentos baseados em correlações clínicas e neuropatológicas.
    🔗 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2813509

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Atualidades

Exame de PET-PSMA pode tornar o tratamento de câncer de próstata mais assertivo e igualitário na rede pública de saúde

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Por: Beatriz Leme

Estudo dos casos do AME Barradas, em São Paulo, mostra que a união de esforços de diferentes áreas da saúde pública pode resultar em benefícios tangíveis aos pacientes

O câncer de próstata é o segundo mais frequente no Brasil e no mundo, e o aumento da sua prevalência despertou a necessidade de inovação e normatização das práticas de diagnóstico. Além disso, o aumento da sobrevida global dos pacientes avançados, em função do surgimento de novas opções de tratamento, demanda a necessidade de métodos de imagem mais modernos, que permitam avaliar de forma mais acurada a resposta ao tratamento.

O Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Barradas, situado em São Paulo, foi palco de um estudo inovador. Idealizado por Beatriz Leme, gestora da empresa UDDO/PETCT Diagnósticos Médicos, Rafael Madke, diretor da R2PHARMA, empresa fornecedora de insumos para medicina nuclear e sob a coordenação da  médica nuclear, Anna Carolina Borges, o projeto ofereceu  a mais de 200 pacientes com câncer de próstata, atendidos pela rede pública, o procedimento de PET-CT com PSMA. A iniciativa tinha como objetivo ilustrar a importância da inovação tecnológica no enfrentamento ao câncer, mas também reforçar a necessidade de colaboração multidisciplinar na busca po r soluções que melhorem a qualidade de vida dos pacientes.

A PET-PSMA é uma técnica de imagem avançada que permite a visualização precisa das células malignas da próstata. Sua aplicação apresenta sensibilidade e especificidade superiores em relação aos métodos tradicionais, como a cintilografia óssea e a tomografia computadorizada, promovendo um planejamento terapêutico mais eficaz. Nos pacientes estudados, a utilização da PET-PSMA evidenciou um impacto decisivo no rastreamento e na detecção de recidivas, permitindo identificar focos metastáticos muitas vezes não visíveis em exames convencionais.

Tradicionalmente, muitos pacientes apresentavam níveis elevados de PSA (Antígeno Prostático E specífico) sem que a origem da recaída fosse clara, o que frequentemente resultava em intervenções mais invasivas e menos direcionadas. A introdução da PET-PSMA tornou possível a identificação de áreas metastáticas anteriormente ignoradas, promovendo, assim, um tratamento mais dirigido e, consequentemente, melhores desfechos clínicos. Por outro lado, a PET também se encarregou de descartar a possibilidade de doença avançada, cuja suspeita foi levantada pelos métodos tradicionais também menos específicos, permitindo trazer os pacientes nesse cenário para uma condição de proposta curativa de tratamento.

Além das melhorias nas técnicas de diagnóstico, o estudo realizado nos pacientes SUS-AME Barradas se destacou pela promoção de uma abordagem multidisciplinar no tratamento dos pacientes. A colaboração entre médicos urologistas, oncologistas, radioterapeutas e especialistas em medicina nuclear foi fundamental para oferecer um cuidado integral.

Os resultados dessa iniciativa são promissores e oferecem um vislumbre de um futuro em que o tratamento do câncer de próstata pode ser mais efetivo. A inclusão da PET-PSMA no SUS não apenas pode melhorar a qualidade do atendimento, mas também promove a equidade no acesso a novas tecnologias para a população.

Com o valioso potencial da PET-PSMA, os próximos passos incluem a monitorização contínua dos resultados clínicos e a avaliação do impacto econômico da implementação desta tecnologia no sistema de saúde. A longo prazo, é crucial que as políticas de saúde pública se adaptem para incorporar inovações, garantindo que todos os pacientes, independentemente de sua condição socioeconômica, tenham acesso a diagnósticos precisos e tratamentos eficazes.

Assim, o estudo realizado no AME Barradas representa não apenas um avanço técnico, mas também uma oportunidade única de transformar o manejo do câncer de próstata no Brasil, já que os dados do trabalho retratam a realidade do nosso sistema público, comparando-se com os resultados da literatura internacional. É um passo significativo em direção a um sistema de saúde mais inovador, integrado e humano, que coloca o paciente no centro de todas as decisões e reafirma o compromisso com a qualidade e a equidade no atendimento à saúde.

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Atualidades

Exames genéticos podem reduzir custos no tratamento do câncer e revolucionar a oncologia

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Durante o mês de conscientização sobre o câncer, é essencial destacar como a inovação tecnológica pode transformar o enfrentamento da doença. A medicina genômica tem se consolidado como uma ferramenta poderosa na detecção precoce e no tratamento personalizado do câncer, proporcionando melhores desfechos clínicos e uma significativa redução de custos para pacientes e sistemas de saúde.


A revolução da medicina genômica no tratamento do câncer

Tradicionalmente, os cânceres são classificados e tratados com base no órgão de origem, como mama, pulmão ou próstata. No entanto, essa abordagem não considera as características moleculares específicas de cada tumor, o que pode limitar as opções terapêuticas disponíveis para o paciente.

Estudos recentes sugerem que classificar o câncer apenas pela sua localização pode restringir o acesso dos pacientes a tratamentos mais eficazes, que visam mutações específicas presentes em diferentes tipos de tumores.

Os exames genéticos permitem uma análise detalhada da estrutura molecular dos tumores, identificando mutações responsáveis pelo desenvolvimento do câncer. Com isso, os médicos podem escolher terapias mais precisas e personalizadas, garantindo:

Maior eficácia no tratamento
Redução dos efeitos colaterais
Menos necessidade de internações prolongadas
Diminuição dos custos associados a tratamentos ineficazes


Impacto na detecção precoce e economia para o sistema de saúde

Além de potencializar as chances de cura, os exames genéticos permitem a detecção precoce do câncer, evitando tratamentos mais complexos e caros em estágios avançados da doença.

Com os custos da oncologia crescendo globalmente, a medicina personalizada surge como uma solução viável e sustentável para equilibrar qualidade no atendimento e controle de despesas.

Os benefícios desse modelo incluem:

🔹 Redução do desperdício de recursos com tratamentos genéricos ineficazes
🔹 Diminuição da necessidade de quimioterapia e radioterapia extensivas
🔹 Aprimoramento da qualidade de vida dos pacientes com terapias mais direcionadas


Diretrizes regulatórias impulsionam a adoção dos testes genéticos

A transição para a classificação molecular do câncer está sendo acelerada por novas diretrizes científicas e regulatórias.

📌 A ESMO (European Society for Medical Oncology) já desenvolve recomendações para o uso de marcadores moleculares na escolha de terapias oncológicas.

📌 Nos Estados Unidos, a FDA trabalha para definir quando um medicamento pode ser aprovado com base em uma mutação genética, independentemente do órgão onde o câncer surgiu.

Essas iniciativas são fundamentais para garantir que mais pacientes tenham acesso a terapias inovadoras e altamente personalizadas.


Conclusão

Investir em exames genéticos é investir na saúde e no bem-estar dos pacientes. Ao possibilitar diagnósticos mais precisos e tratamentos personalizados, a medicina genômica traz benefícios que vão além da eficácia clínica:

🔹 Promove uma medicina mais assertiva e eficiente
🔹 Reduz custos desnecessários para os sistemas de saúde
🔹 Aprimora a experiência e qualidade de vida dos pacientes

Neste mês de conscientização sobre o câncer, reforçamos o compromisso com a inovação e a excelência no diagnóstico e tratamento oncológico. O futuro da luta contra o câncer está na precisão da genética, permitindo um tratamento mais eficiente, acessível e humano.


Fonte:
Exames genéticos podem reduzir custos no tratamento do câncer. Publicado em 25/02/2025.
Artigo de Rafael Malagoli, CEO da Bioma Genetics.

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