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Inovação

Principais tendências para a saúde e healthtechs

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Uma pesquisa realizada pela Sami revelou que 91,1% dos MEIs e PMEs de São Paulo apoiam total ou parcialmente o uso de tecnologia na área da saúde. A maioria, 67,4%, afirma aprovar totalmente o modelo pela eficiência que ele gera ao setor como um todo, bem como a praticidade e agilidade no atendimento e diagnóstico, fatores que impactam diretamente os pacientes. 23,7% disseram apoiar parcialmente, mas só por não conhecer bem ainda os benefícios dessas práticas.

Não à toa, diante dessa alta aprovação, o mercado das healthtechs segue avançando rapidamente no país. Segundo o relatório HealthTech Report 2022, realizado pela Distrito, há mais de mil startups desenvolvendo soluções voltadas à área da saúde no Brasil. Nos últimos cinco anos, os investimentos neste setor somam mais de 992 milhões de dólares. Só a Sami, por exemplo, já recebeu mais de R$ 201 milhões.

De acordo com Vitor Asseituno, médico e presidente da Sami, a empresa, que acaba de completar dois anos de existência e já ultrapassou a marca de 13 mil membros, tem registrado crescimento de cerca de 30% ao mês. “Nossa expectativa é chegar aos 15 mil membros até dezembro, e fechar o ano com faturamento de R$ 60 milhões. O sinistro da Sami está em 69%, graças ao modelo que foca em atenção primária à saúde, e conta com cuidado coordenado via time de saúde – formado por médico, enfermeiro e coordenador”, relata.

Para os próximos anos, Asseituno acredita que o segmento receberá ainda mais investimentos, e que será o momento de fortalecimento de novidades como a telemedicina, ainda em aprendizagem tanto para as empresas quanto para os usuários. “Além do apoio que MEIs e PMEs de São Paulo demonstraram quanto ao uso de tecnologia na saúde, constatamos que os membros Sami – nossos pacientes – estão satisfeitos com o modelo, pois 75% dos atendimentos do time de saúde são digitais, com aprovação que chega a 92%”, reforça.

É grande a importância que as startups de saúde assumiram hoje no país quando o assunto é suprir a demanda do setor. Porém, ela é equivalente aos desafios que aguardam as healthtechs nos próximos anos. O médico e presidente da Sami elenca quais serão, na visão dele, as principais tendências do setor para curto e médio prazo. Confira:

Maturidade do Digital

“A pandemia e as startups aceleraram a adoção de tecnologias na saúde, como a telemedicina. Porém, essa adoção foi, em certa medida, forçada, heterogênea e ainda um pouco desorganizada. Nos próximos anos, devemos ver pessoas mais acostumadas a utilizar essas tecnologias, com ambientes virtuais ainda mais maduros e melhores. A perspectiva é ter um uso que integre a jornada do usuário e não apenas como uma solução episódica”, avalia Vitor Asseituno.

Fusões e Aquisições

“Entendo que, com startups mais maduras, consolidadores tradicionais do setor, fundo de private equity mais experientes, entre outros, é possível que vejamos muitas aquisições e fusões das mais diversas, buscando, de novo, integrar a jornada do usuário, melhorando a experiência e reduzindo custo”, revela o presidente da Sami.

Transparência de Resultados e Custos

“Aqui, talvez seja mais um desejo meu do que uma tendência propriamente dita, mas será muito importante que as empresas, inclusive a Sami, comecem a publicar seus resultados e de seus parceiros, de maneira que todos comecem a entender e utilizar serviços de saúde pela qualidade e resultado que entregam e não pela marca da empresa”, destaca.

Estímulo à mudança de comportamento

“Desde que a Sami lançou um plano de saúde com Gympass integrado – especialmente rede de academias – temos visto mais empresas procurando perceber a saúde e os “cuidados de saúde” de maneira única e ampliada. Ainda faltam muitas possibilidades a serem exploradas e muito para aprendermos das relações entre esses pontos de vida saudável”, finaliza.

Atualidades

Labchecap inaugura avançado centro tecnológico em Salvador

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Labchecap de Salvador (BA) acaba de inaugurar um novo centro tecnológico por meio de soluções integradas da Roche Diagnóstica. Serão oferecidos cerca de 1,8 milhão de testes por mês nas áreas de imunologia, hematologia e bioquímica, com exames de diferentes patologias, como tireoide, perfil hormonal e doenças infecciosas, com equipamentos que unem simplificação e excelência, aumentam a produtividade, levando a resultados mais rápidos e precisos, garantindo mais agilidade, assertividade e segurança no diagnóstico do paciente.

Com 800m2 dedicados à área técnica, o novo centro contará com um fluxo linear e único de automação e maior padronização nos processos com foco na eficiência operacional. Tudo por meio de soluções que possibilitam uma contingência e backup para segurança da operação, previsibilidade do tempo e rastreabilidade das amostras em tempo real para controle.

Parceria visa levar mais acesso a um diagnóstico ágil, preciso e de qualidade para a região, trazendo mais valor e cuidado aos pacientes.

No total, são 18 plataformas da Roche Diagnóstica, com módulos de Imunologia com o equipamento do modelo cobas® pro e801, que aumenta a produtividade por menor tempo de manutenção, consolidando o maior número de testes em um único tubo e permite maior utilização com a grande estabilidade onboard dos reagentes; 2 soluções cobas® p512, automatizando as etapas pré e pós-analíticas, que abrangem os procedimentos executados dentro dos laboratórios, e automação de Hematologia com o equipamento Sysmex XN 9100.

Também traz o novo e inteligente conceito de manutenção auto-operacional que executa automaticamente as tarefas de manutenção em segundo plano e reduz a carga manual diária para zero na unidade analítica cobas® c 503 e as unidades pós-analíticas cobas® p 701 e output module, que são sistemas de arquivamento refrigerados que simplificam a recuperação de amostras e o gerenciamento de testes complementares.

Créditos: https://medicinasa.com.br/estudo-miopia/

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Atualidades

Inovação: criação de cirurgia pioneira no mundo no HCFMUSP

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Por Francisco Cesar Carnevale

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), o maior complexo hospitalar da América Latina, é uma referência mundial em saúde. Este prestígio é resultado de uma combinação de assistência de qualidade, ensino de excelência, pesquisa avançada e investimentos contínuos em inovação e tecnologia. Esses esforços têm permitido o desenvolvimento de tratamentos revolucionários que não apenas melhoram a qualidade de vida dos pacientes, mas também ampliam o acesso à saúde e geram um impacto socioeconômico significativo no Brasil.

A radiologia, tradicionalmente conhecida por seu papel crucial no diagnóstico de diversas condições médicas por meio de exames como raio-X, tomografia e ressonância magnética, tem expandido seu alcance para incluir tratamentos. A radiologia intervencionista, uma subespecialidade terapêutica, utiliza métodos de imagem para realizar cirurgias minimamente invasivas e mais precisas. Esta abordagem proporciona aos pacientes menor risco, recuperação mais rápida e menos dor, comparado aos métodos cirúrgicos tradicionais.

Recentemente, fui surpreendido com a notícia de que serei homenageado em setembro com o prêmio mais importante da Radiologia Intervencionista durante o congresso da CIRSE 2024, em Lisboa. Este título, que avalia profissionais de todo o mundo, está para nós, médicos, como a Bola de Ouro no futebol! Ser o primeiro brasileiro e latino-americano a receber esse prêmio é uma honra indescritível, até porque é o reconhecimento de um trabalho realizado em equipe e um reconhecimento do Brasil como referência em medicina e pesquisa, superando a desconfiança que muitas vezes cerca a produção científica nacional. Sou profundamente grato por isso.

Um dos avanços mais notáveis que desenvolvemos no InRad e, de forma pioneira no Brasil e no mundo, é a técnica de embolização da próstata, uma alternativa inovadora para o tratamento da hiperplasia prostática benigna (HPB). Esta condição, comum entre homens após os 50 anos, geralmente exige a remoção total ou parcial da glândula. A técnica consiste em obstruir as artérias da próstata, bloqueando parcialmente a circulação sanguínea para reduzir seu tamanho e torná-la mais macia. Este procedimento minimamente invasivo melhora significativamente a qualidade de vida dos pacientes ao eliminar os sintomas da HPB e evitar as complicações associadas aos tratamentos tradicionais.

O projeto proporcionou ao Instituto de Radiologia uma projeção internacional e atraiu profissionais do Brasil e do exterior que buscam treinamento para aprender e replicar o procedimento ao redor do mundo.

No InRad, a radiologia intervencionista permite oferecer tratamentos para uma ampla gama de especialidades, incluindo oncologia, ortopedia, transplante de fígado e rim, além de opções terapêuticas em pediatria e ginecologia, como o tratamento de miomas uterinos. Conseguimos atender todos os institutos do complexo, incluindo o InCorICESP, Instituto da Criança e do Adolescente (ICr), Instituto Central e Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOTH).

Realizamos aproximadamente 2 mil cirurgias minimamente invasivas por ano dentro do HCFMUSP, e o impacto social desse trabalho é significativo. Já formamos internamente mais de cem profissionais capacitados a replicar e disseminar as técnicas desenvolvidas aqui, beneficiando não apenas os pacientes do HC, mas também em todo o Brasil.

Crescer e continuar a transformar

A radiologia intervencionista é uma especialidade que demanda e promove inovação, o que a torna extremamente atrativa. Temos aumentado o número de residentes e estamos otimistas em relação ao futuro, já que atuamos em diversos institutos do HC. Além disso, temos a responsabilidade de formar médicos de todo o Brasil, capacitando-os a levar esse conhecimento para suas regiões.

As conquistas que alcançamos até agora são apenas o começo de um caminho promissor. A especialidade tem potencial para transformar a jornada do paciente, oferecendo tratamentos mais eficazes e menos invasivos, que resultam em melhores prognósticos e uma recuperação mais rápida. O reconhecimento internacional que recebemos é um testemunho do impacto positivo que a radiologia intervencionista pode ter na medicina moderna.


*Francisco Cesar Carnevale é Chefe do Serviço de Radiologia Vascular Intervencionista do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da USP, do Instituto do Câncer (ICESP) e professor livre-docente pela Faculdade de Medicina da USP.]

Créditos: https://medicinasa.com.br/radiologia-hcfmusp/

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Atualidades

Uberização: o crescimento do pay per use na saúde brasileira

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Por Graciele Miglio

O sistema de pay per use tem ganhado espaço em diversas áreas, incluindo a saúde, oferecendo uma alternativa flexível e acessível para quem precisa de cuidados médicos. No entanto, o termo “uberização” tem sido erroneamente associado a esse modelo, muitas vezes com uma conotação negativa. É essencial esclarecer que, quando aplicado à saúde, o sistema pay per use não visa precarizar o trabalho dos profissionais ou reduzir a qualidade do atendimento, mas sim democratizar o acesso e oferecer uma opção mais justa tanto para pacientes quanto para médicos.

Os números e estimativas comprovam isso. Especialistas apontam que o sistema de saúde pay per use no Brasil faturou, em 2023, R$ 320 bilhões e as projeções para os próximos dez anos indicam que o mercado de saúde pay per use pode crescer dez vezes em relação ao faturamento atual.

O envelhecimento da população, os altos custos dos planos de saúde e as dificuldades de acesso aos tratamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estão impulsionando a demanda por serviços de saúde privados. Esse cenário apresenta uma oportunidade única para o modelo pay per use, que, se bem estruturado, pode se tornar uma alternativa acessível e viável para milhões de brasileiros.

O sistema pay per use na saúde não deve ser confundido com a “uberização” do setor. Enquanto o primeiro busca ampliar o acesso e garantir justiça tanto para pacientes quanto para médicos, o segundo carrega uma conotação negativa que não se aplica ao contexto da saúde.

Ao adotar o modelo pay per use, estamos caminhando em direção a um sistema mais inclusivo e sustentável, onde todos têm a oportunidade de receber cuidados médicos de qualidade a preços justos. O futuro deste modelo é promissor, mas exige atenção e planejamento para que seu crescimento seja harmonioso e benéfico para todos os envolvidos.


*Graciele Miglio é CEO da Nowmed.

Créditos: https://medicinasa.com.br/saude-uberizacao/

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