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Tecnologia

Saúde digital transforma setor de tecnologia médica

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O setor de tecnologia médica (MedTech) passa por um intenso processo de transformação devido ao crescimento da saúde digital e às mudanças nas expectativas dos clientes, que cada vez mais buscam cuidados como, quando e onde quiserem. É o que mostra o novo estudo da Accenture e AdvaMed. O estudo “Digital Health and MedTech — New Signals for Transformation” é baseado em uma pesquisa global realizada com mais de 150 executivos de MedTech e mostra uma mudança nos modelos tradicionais de cuidados com a saúde.

Os dados mostram que um número crescente de líderes adota a saúde digital como parte essencial de sua abordagem a fim de melhorar os resultados dos pacientes. Entre os entrevistados, 75% afirmaram que a expansão dos ambientes de atendimento mudará significativamente a estratégia de longo prazo e modelos de negócios de suas empresas.

“O setor encontra-se em uma encruzilhada. Está passando por pressões e disrupções inéditos, incluindo desafios de acessibilidade, mudanças nas expectativas dos pacientes e uma enxurrada de dados de saúde”, explica Tim Durst, diretor da Accenture e líder do setor de tecnologia médica global na prática de Life Sciences da companhia. “Com uma compreensão única da ação terapêutica, de pacientes e provedores, bem como insights obtidos a partir dos dispositivos digitais nas mãos dos pacientes, as empresas do setor de MedTech têm tudo para liderar a transformação rumo a uma saúde digital. Mas será impossível avançar sem a base digital adequada, capaz de aproveitar todos esses insights e criar uma solução de saúde digital abrangente”, defende o diretor.

O relatório observa que o desenvolvimento dos produtos, serviços e programas certos para pacientes e provedores ainda é um obstáculo, citando a complexidade da implementação e a falta dos parceiros ideais como principais desafios. Além disso, 86% dos executivos afirmaram que tecnologia e colaboração são fundamentais para lidar com esses desafios.

O estudo identificou as cinco principais tendências que impulsionarão o crescimento futuro do setor MedTech:

O paciente consumidor: Os cuidados com a saúde não são mais uma interação unidirecional, com o paciente apenas na extremidade receptora. Hoje em dia, é necessário haver engajamento contínuo entre paciente, provedor e pagador. Ao todo, 70% dos executivos afirmaram que o fenômeno do paciente consumidor é muito relevante e afetará significativamente a estratégia de longo prazo de suas empresas.

Cuidados a qualquer momento, em qualquer lugar: Cada vez mais, os cuidados com a saúde estão saindo dos hospitais e chegando aos ambulatórios e residências dos pacientes, uma vez que os consumidores esperam cada vez mais receber atendimento como, onde e quando quiserem. Segundo os executivos de MedTech entrevistados para o relatório, embora os produtos tradicionais continuem gerando receita, a expansão do atendimento para novos ambientes já é uma parte fundamental de suas estratégias de crescimento.

A ascensão da saúde digital: Os líderes do setor estão priorizando a saúde digital, desenvolvendo recursos internamente por meio de investimentos em P&D, tecnologia, digital e novos modelos de negócios. Também estão adquirindo ativos para expansão do pipeline em áreas terapêuticas e adição de novos recursos para inovar mais rapidamente ou alcançar clientes de novas formas. Quase todos (99%) os executivos indicaram que o desenvolvimento e a comercialização de soluções de Saúde Digital ganharam força nos últimos dois anos.

Convergência de setores: A ascensão do digital na saúde também está dando força a negócios não tradicionais. O sucesso futuro dessas empreitadas depende da convergência de diversos setores para o desenvolvimento de produtos e serviços em todo o espectro do cuidado, segundo 86% dos executivos.

Novos caminhos regulatórios: Em alguns casos, a saúde digital pode ficar fora dos limites dos caminhos regulatórios estabelecidos para tecnologias não testadas, o que exigirá novas abordagens do setor. Entre os entrevistados, 87% apontaram as regulamentações governamentais como uma ameaça e um obstáculo para seus negócios. Um dos principais motivos seria a natureza mutável das diretrizes regulatórias, já que a função dos órgãos responsáveis envolve acompanhar o surgimento de tecnologias novas e emergentes, garantindo sua segurança e eficácia.

“Os membros da AdvaMed estão na vanguarda da inovação e da melhoria dos resultados de saúde dos pacientes. Estamos testemunhando alguns dos avanços mais empolgantes na saúde digital”, afirma Scott Whitaker, presidente e CEO da AdvaMed. “As descobertas da pesquisa nos ajudarão a planejar o futuro do setor e garantir que possamos prosperar e crescer para atender às necessidades dos pacientes que dependem de dispositivos médicos diariamente”, reforça o executivo.

O estudo

A Accenture entrevistou 150 executivos sênior do setor de MedTech do mundo todo (Alemanha, EUA, Japão, Países Baixos, Reino Unido e Suíça). Os entrevistados foram distribuídos igualmente em 30 empresas de tecnologia médica com receita global média de US$ 10 bilhões em 2021. Dois terços dos entrevistados tinham entre 11 e 20 anos de experiência no setor. A Accenture também entrevistou mais de 30 executivos C-suite e outros executivos sênior dos setores de tecnologia médica e farmacêutica no Centro de Excelência em Saúde Digital da AdvaMed para confirmar os resultados da pesquisa e obter insights mais profundos. Além disso, os pesquisadores analisaram 100 acordos de fusões e aquisições e mais de 600 lançamentos de produtos de um subconjunto de empresas de tecnologia médica que ocorreram entre janeiro de 2019 e março de 2022.

Atualidades

Alzheimer: Uma Nova Perspectiva sobre a Origem da Doença

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Por décadas, a doença de Alzheimer foi atribuída principalmente ao acúmulo de placas de beta-amiloide no cérebro, conforme proposto pela hipótese da cascata amiloide. No entanto, avanços recentes na neurociência e imunologia sugerem que essa visão pode ser simplista, apontando para uma origem mais complexa envolvendo o sistema imunológico.​

A Hipótese Amiloide: Um Paradigma em Evolução

Desde a identificação do peptídeo beta-amiloide em 1984 por George Glenner e Cai’ne Wong, a comunidade científica concentrou esforços em entender seu papel na patogênese do Alzheimer. Acreditava-se que o acúmulo dessas placas era o principal fator desencadeador da doença. Entretanto, estudos subsequentes revelaram uma correlação fraca entre a quantidade de placas e a gravidade dos sintomas clínicos, sugerindo que outros mecanismos também estão envolvidos PMC.​

Neuroimunidade: O Papel do Sistema Imunológico no Alzheimer

Pesquisas recentes destacam a importância da neuroimunidade na progressão do Alzheimer. O sistema imunológico, especialmente as células da microglia, desempenha um papel crucial na resposta inflamatória cerebral. Em vez de apenas reagir ao acúmulo de beta-amiloide, essas células podem contribuir ativamente para a neurodegeneração quando ativadas de forma crônica PubMed.​

Além disso, evidências sugerem que células T periféricas podem infiltrar-se no cérebro, exacerbando a inflamação e potencialmente acelerando o processo neurodegenerativo PubMed.​

Autoimunidade: Uma Nova Fronteira na Compreensão do Alzheimer

A história da autoimunidade remonta ao início do século XX, quando Paul Ehrlich cunhou o termo “horror autotoxicus” para descrever a aversão do sistema imunológico a atacar o próprio corpo. No entanto, essa visão mudou com a descoberta de autoanticorpos nas décadas seguintes, levando ao reconhecimento de doenças autoimunes como o lúpus e a artrite reumatoide .​Wikipedia+3Wiley Online Library+3The New Yorker+3

No contexto do Alzheimer, pesquisadores estão explorando a possibilidade de que mecanismos autoimunes possam contribuir para a doença. A presença de autoanticorpos e a ativação anormal do sistema imunológico no cérebro sugerem que o Alzheimer pode ter componentes autoimunes, embora essa hipótese ainda esteja em investigação.​


Implicações Terapêuticas e Futuras Direções

A compreensão do Alzheimer como uma doença com componentes imunológicos abre novas possibilidades terapêuticas. Tratamentos que modulam a resposta imunológica, como imunoterapias específicas, estão sendo explorados como alternativas ou complementos às abordagens tradicionais focadas na beta-amiloide.​

Além disso, a identificação de biomarcadores imunológicos pode permitir diagnósticos mais precoces e personalizados, melhorando o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes.​


Conclusão

A visão tradicional do Alzheimer centrada exclusivamente na beta-amiloide está sendo desafiada por novas evidências que destacam o papel do sistema imunológico na doença. Embora ainda haja muito a ser descoberto, essa perspectiva integrada oferece esperança para o desenvolvimento de terapias mais eficazes e uma compreensão mais completa do Alzheimer.​

me de as fontes resumidas para eu adicionar aq no final do texto


Fontes consultadas:

  1. Alzheimer’s Association – Informações atualizadas sobre pesquisas e hipóteses relacionadas à origem e evolução da doença de Alzheimer.
    🔗 www.alz.org
  2. National Center for Biotechnology Information (NCBI) – Estudos sobre o papel da neuroimunidade e inflamação no Alzheimer, com destaque para microglia e infiltração de células T.
    🔗 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36703235
  3. History of Medicine – Wiley Online Library – Histórico e evolução do entendimento sobre doenças autoimunes e suas conexões com processos neurodegenerativos.
    🔗 https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/rai2.12049
  4. PMC – NIH.gov – Revisões sobre a hipótese da cascata amiloide e questionamentos baseados em correlações clínicas e neuropatológicas.
    🔗 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2813509

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Atualidades

Exame de PET-PSMA pode tornar o tratamento de câncer de próstata mais assertivo e igualitário na rede pública de saúde

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Por: Beatriz Leme

Estudo dos casos do AME Barradas, em São Paulo, mostra que a união de esforços de diferentes áreas da saúde pública pode resultar em benefícios tangíveis aos pacientes

O câncer de próstata é o segundo mais frequente no Brasil e no mundo, e o aumento da sua prevalência despertou a necessidade de inovação e normatização das práticas de diagnóstico. Além disso, o aumento da sobrevida global dos pacientes avançados, em função do surgimento de novas opções de tratamento, demanda a necessidade de métodos de imagem mais modernos, que permitam avaliar de forma mais acurada a resposta ao tratamento.

O Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Barradas, situado em São Paulo, foi palco de um estudo inovador. Idealizado por Beatriz Leme, gestora da empresa UDDO/PETCT Diagnósticos Médicos, Rafael Madke, diretor da R2PHARMA, empresa fornecedora de insumos para medicina nuclear e sob a coordenação da  médica nuclear, Anna Carolina Borges, o projeto ofereceu  a mais de 200 pacientes com câncer de próstata, atendidos pela rede pública, o procedimento de PET-CT com PSMA. A iniciativa tinha como objetivo ilustrar a importância da inovação tecnológica no enfrentamento ao câncer, mas também reforçar a necessidade de colaboração multidisciplinar na busca po r soluções que melhorem a qualidade de vida dos pacientes.

A PET-PSMA é uma técnica de imagem avançada que permite a visualização precisa das células malignas da próstata. Sua aplicação apresenta sensibilidade e especificidade superiores em relação aos métodos tradicionais, como a cintilografia óssea e a tomografia computadorizada, promovendo um planejamento terapêutico mais eficaz. Nos pacientes estudados, a utilização da PET-PSMA evidenciou um impacto decisivo no rastreamento e na detecção de recidivas, permitindo identificar focos metastáticos muitas vezes não visíveis em exames convencionais.

Tradicionalmente, muitos pacientes apresentavam níveis elevados de PSA (Antígeno Prostático E specífico) sem que a origem da recaída fosse clara, o que frequentemente resultava em intervenções mais invasivas e menos direcionadas. A introdução da PET-PSMA tornou possível a identificação de áreas metastáticas anteriormente ignoradas, promovendo, assim, um tratamento mais dirigido e, consequentemente, melhores desfechos clínicos. Por outro lado, a PET também se encarregou de descartar a possibilidade de doença avançada, cuja suspeita foi levantada pelos métodos tradicionais também menos específicos, permitindo trazer os pacientes nesse cenário para uma condição de proposta curativa de tratamento.

Além das melhorias nas técnicas de diagnóstico, o estudo realizado nos pacientes SUS-AME Barradas se destacou pela promoção de uma abordagem multidisciplinar no tratamento dos pacientes. A colaboração entre médicos urologistas, oncologistas, radioterapeutas e especialistas em medicina nuclear foi fundamental para oferecer um cuidado integral.

Os resultados dessa iniciativa são promissores e oferecem um vislumbre de um futuro em que o tratamento do câncer de próstata pode ser mais efetivo. A inclusão da PET-PSMA no SUS não apenas pode melhorar a qualidade do atendimento, mas também promove a equidade no acesso a novas tecnologias para a população.

Com o valioso potencial da PET-PSMA, os próximos passos incluem a monitorização contínua dos resultados clínicos e a avaliação do impacto econômico da implementação desta tecnologia no sistema de saúde. A longo prazo, é crucial que as políticas de saúde pública se adaptem para incorporar inovações, garantindo que todos os pacientes, independentemente de sua condição socioeconômica, tenham acesso a diagnósticos precisos e tratamentos eficazes.

Assim, o estudo realizado no AME Barradas representa não apenas um avanço técnico, mas também uma oportunidade única de transformar o manejo do câncer de próstata no Brasil, já que os dados do trabalho retratam a realidade do nosso sistema público, comparando-se com os resultados da literatura internacional. É um passo significativo em direção a um sistema de saúde mais inovador, integrado e humano, que coloca o paciente no centro de todas as decisões e reafirma o compromisso com a qualidade e a equidade no atendimento à saúde.

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Índice de Adoção de IA na Saúde: o ponto de virada da inteligência artificial no setor

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A saúde global vive um ponto de inflexão com a ascensão da inteligência artificial generativa (GenAI). Em parceria com a Amazon Web Services (AWS) e a Bain & Company, a Bessemer Venture Partners realizou um estudo com mais de 400 executivos de operadoras, hospitais e indústrias farmacêuticas, apresentando um panorama inédito sobre como o setor está incorporando a IA – desde testes iniciais até a implementação em larga escala.

Transformação acelerada, sem incentivos governamentais

Diferente da digitalização dos prontuários eletrônicos, impulsionada por políticas públicas nos anos 2000, a adoção da GenAI ocorre de forma espontânea, estratégica e com velocidade surpreendente. Hoje, 95% dos executivos veem a IA como uma tecnologia transformadora para a saúde, com 85% dos líderes hospitalares afirmando que ela irá remodelar a tomada de decisões clínicas nos próximos três a cinco anos.

Orçamentos crescentes e protagonismo da liderança

A pesquisa revelou que 60% dos executivos já destinam mais orçamento à IA do que ao próprio setor de TI. A maioria das decisões parte diretamente do C-level, refletindo o caráter estratégico da tecnologia. Ainda assim, apenas 30% dos projetos-piloto com GenAI são implementados em produção – um reflexo de desafios como segurança de dados, preparo das bases informacionais e integração com sistemas legados.

Startups ganham espaço, mas precisam provar seu valor

Apesar do entusiasmo com startups, apenas 15% dos projetos atuais envolvem soluções desenvolvidas por elas. Mesmo assim, 64% dos executivos estão abertos à co-desenvolver soluções com empresas emergentes, desde que apresentem resultados claros e ROI mensurável. O relatório enfatiza que o diferencial das startups será oferecer aplicações mais especializadas, com profundo conhecimento do workflow clínico e integração sistêmica.

Índice AI Dx: os caminhos para vencer no setor

O relatório introduz o “AI Dx Index”, que avalia 59 funções específicas ao longo da cadeia de valor da saúde (chamadas de jobs-to-be-done), classificando-as por três critérios:

  • Oportunidade: intensidade do problema e grau de manualidade atual.
  • Adoção: estágio médio de desenvolvimento da IA para cada caso.
  • Estratégia de desenvolvimento: quem está liderando a criação (startups, times internos ou fornecedores consolidados).

Entre os principais casos de sucesso em adoção, destacam-se ferramentas como escribas automatizados, suporte à prescrição, triagem por imagem e IA para documentação clínica. Esses casos ilustram como a IA está ganhando tração com soluções práticas, centradas em produtividade.

A armadilha dos pilotos e o desafio da escalabilidade

Um dos maiores riscos identificados é o “limbo dos POCs” (provas de conceito). Muitas soluções permanecem em fase experimental por falta de ROI claro, resistência interna ou ausência de processos de escalabilidade. Startups precisam antecipar essas barreiras, trabalhando com métricas claras (como tempo economizado, redução de erros, aumento de produtividade clínica) e com a participação ativa das áreas de TI e jurídico dos clientes.

Co-desenvolvimento: a nova regra do jogo

A era da IA não será definida apenas por compras de soluções prontas, mas pela colaboração estratégica. Ao invés de replicar modelos tradicionais de venda, startups e hospitais começam a co-desenvolver ferramentas adaptadas à sua realidade. Essa abordagem estreita o vínculo entre tecnologia e prática clínica, garantindo adoção mais efetiva.

Para o futuro: integração e impacto real

A adoção de IA na saúde já não é uma promessa distante. Ela está em curso, redefinindo o atendimento, diagnóstico e operação das instituições. O sucesso, no entanto, dependerá da capacidade de escalar com segurança, gerar valor comprovado e transformar workflows de ponta a ponta.

O relatório completo do Healthcare AI Adoption Index está disponível em inglês no site da Bessemer Venture Partners. Para acompanhar essa evolução, acesse bvp.com ou entre em contato diretamente com os autores do estudo: steve@bvp.com ou sguerra@bvp.com.

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