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Inovação

Tratamento minimamente invasivo para câncer de fígado ganha nova tecnologia

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Após aprovação da ANS, radioembolização tem sua aplicação ampliada com o lançamento da TheraSphere, tecnologia da Boston Scientific

A Boston Scientific do Brasil acaba de lançar uma nova tecnologia para radioembolização, técnica voltada ao tratamento de câncer de fígado. Trata-se da TheraSphere, uma forma de terapia localizada, pois a radiação é administrada diretamente no tumor, minimizando os efeitos colaterais em outras partes do corpo.

A maior evolução com essa tecnologia, que a torna única, é a dosagem personalizada para cada paciente, fazendo com que o tratamento seja muito mais preciso. Estudos clínicos realizados com mais de 1.000 pacientes em todo o mundo comprovam a eficácia da radioembolização hepática, que já foi realizada em mais de 100.000 tratamentos. Segundo esses estudos, a técnica pode ajudar a diminuir o tamanho do tumor, controlar o avanço da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

“A solução de baseia em microesferas de vidro, carregadas com Ytrio-90, um radionuclídeo betaemissor puro que, quando injetado diretamente no tumor, emite radiação, realizando uma radioterapia seletiva interna da lesão”, explica Flavio Toledo, diretor da Unidade de Negócios de Intervenções Periféricas da Boston Scientific do Brasil.

Assim como diversas outras terapias para tratamento de câncer, espera-se que a TheraSphere esteja disponível tanto na rede privada quanto na pública. “Temos uma expectativa muito grande de poder beneficiar ainda mais pacientes no Brasil. Entramos no caminho para seguir os modelos internacionais, como os Estados Unidos”, expõe Charles Edouard Zurstrassen, médico especialista em Radiologia Intervencionista.

Mortalidade por câncer de fígado no Brasil dobrou

Nos últimos 25 anos, a taxa de mortalidade por câncer de fígado no Brasil dobrou, saindo de 2,8 e chegando a 5,9 a cada 100 mil habitantes, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A doença pode ser causada por diversos fatores, como o consumo excessivo de álcool, infecção por vírus da hepatite B ou C, obesidade, diabetes e outras doenças hepáticas crônicas.

Em setembro do ano passado, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) incluiu a radioembolização para hepatocarcinoma celular (HCC) no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, tornando obrigatória a cobertura pelas operadoras de saúde.

“A radioembolização é altamente eficaz no controle do câncer hepático, já que a principal causa de morte nesses casos é a falência do fígado, podendo aumentar as chances de sobrevivência e melhorar a qualidade de vida. Para se ter ideia de sua importância, 14 mil pacientes recebem esse tratamento por ano nos Estados Unidos”, destaca Zurstrassen.

Na rede pública de saúde, a radioembolização ainda não está disponível, mas, segundo o especialista, pode ser, desde que haja interesse e até uma negociação com as empresas que fornecem a tecnologia.

“Vale lembrar que nem todos os pacientes são indicados para a radioembolização. A tecnologia é voltada para aqueles com Hepatocarcinoma Celular (HCC), que corresponde a aproximadamente 75% dos cânceres localizados no fígado”, conta Toledo.

Zurstrassen complementa que também há indicação para tratar metástases hepáticas, ou seja, cânceres que se originaram em outros lugares, mas que se alojaram no fígado, principalmente o colorretal. “No caso do HCC, a indicação é para aquele paciente não candidato à cirurgia – por conta do tamanho ou da localização do tumor – e à quimioterapia. Quanto às metástases colorretais, a tecnologia também serve para os pacientes não candidatos à cirurgia ou cuja quimioterapia não apresentou taxa de resposta”, acrescenta o médico.

Projeções para o futuro

Falando de futuro, o diretor da Unidade de Negócios de Intervenções Periféricas da Boston Scientific do Brasil diz que a expectativa é que cada vez mais os tratamentos sejam menos invasivos, mais focados, precisos e eficazes, com reduzidas reações adversas para o paciente. “O pipeline futuro da terapia deverá vir com outras e novas indicações como glioblastoma em cérebro e carcinoma de próstata”, ressalta Toledo.

Zurstrassen acrescenta que, nesse momento, fala-se muito da associação da radioembolização com a imunoterapia ou com a quimioterapia. “O sinergismo dos efeitos é avaliado para proporcionar um melhor controle do câncer hepático. Há bastante entusiasmo com os resultados. O câncer hepático já ganhou muito em comparação ao que nós tínhamos há 10 anos”, finaliza.

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Labchecap inaugura avançado centro tecnológico em Salvador

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Labchecap de Salvador (BA) acaba de inaugurar um novo centro tecnológico por meio de soluções integradas da Roche Diagnóstica. Serão oferecidos cerca de 1,8 milhão de testes por mês nas áreas de imunologia, hematologia e bioquímica, com exames de diferentes patologias, como tireoide, perfil hormonal e doenças infecciosas, com equipamentos que unem simplificação e excelência, aumentam a produtividade, levando a resultados mais rápidos e precisos, garantindo mais agilidade, assertividade e segurança no diagnóstico do paciente.

Com 800m2 dedicados à área técnica, o novo centro contará com um fluxo linear e único de automação e maior padronização nos processos com foco na eficiência operacional. Tudo por meio de soluções que possibilitam uma contingência e backup para segurança da operação, previsibilidade do tempo e rastreabilidade das amostras em tempo real para controle.

Parceria visa levar mais acesso a um diagnóstico ágil, preciso e de qualidade para a região, trazendo mais valor e cuidado aos pacientes.

No total, são 18 plataformas da Roche Diagnóstica, com módulos de Imunologia com o equipamento do modelo cobas® pro e801, que aumenta a produtividade por menor tempo de manutenção, consolidando o maior número de testes em um único tubo e permite maior utilização com a grande estabilidade onboard dos reagentes; 2 soluções cobas® p512, automatizando as etapas pré e pós-analíticas, que abrangem os procedimentos executados dentro dos laboratórios, e automação de Hematologia com o equipamento Sysmex XN 9100.

Também traz o novo e inteligente conceito de manutenção auto-operacional que executa automaticamente as tarefas de manutenção em segundo plano e reduz a carga manual diária para zero na unidade analítica cobas® c 503 e as unidades pós-analíticas cobas® p 701 e output module, que são sistemas de arquivamento refrigerados que simplificam a recuperação de amostras e o gerenciamento de testes complementares.

Créditos: https://medicinasa.com.br/estudo-miopia/

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Inovação: criação de cirurgia pioneira no mundo no HCFMUSP

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Por Francisco Cesar Carnevale

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), o maior complexo hospitalar da América Latina, é uma referência mundial em saúde. Este prestígio é resultado de uma combinação de assistência de qualidade, ensino de excelência, pesquisa avançada e investimentos contínuos em inovação e tecnologia. Esses esforços têm permitido o desenvolvimento de tratamentos revolucionários que não apenas melhoram a qualidade de vida dos pacientes, mas também ampliam o acesso à saúde e geram um impacto socioeconômico significativo no Brasil.

A radiologia, tradicionalmente conhecida por seu papel crucial no diagnóstico de diversas condições médicas por meio de exames como raio-X, tomografia e ressonância magnética, tem expandido seu alcance para incluir tratamentos. A radiologia intervencionista, uma subespecialidade terapêutica, utiliza métodos de imagem para realizar cirurgias minimamente invasivas e mais precisas. Esta abordagem proporciona aos pacientes menor risco, recuperação mais rápida e menos dor, comparado aos métodos cirúrgicos tradicionais.

Recentemente, fui surpreendido com a notícia de que serei homenageado em setembro com o prêmio mais importante da Radiologia Intervencionista durante o congresso da CIRSE 2024, em Lisboa. Este título, que avalia profissionais de todo o mundo, está para nós, médicos, como a Bola de Ouro no futebol! Ser o primeiro brasileiro e latino-americano a receber esse prêmio é uma honra indescritível, até porque é o reconhecimento de um trabalho realizado em equipe e um reconhecimento do Brasil como referência em medicina e pesquisa, superando a desconfiança que muitas vezes cerca a produção científica nacional. Sou profundamente grato por isso.

Um dos avanços mais notáveis que desenvolvemos no InRad e, de forma pioneira no Brasil e no mundo, é a técnica de embolização da próstata, uma alternativa inovadora para o tratamento da hiperplasia prostática benigna (HPB). Esta condição, comum entre homens após os 50 anos, geralmente exige a remoção total ou parcial da glândula. A técnica consiste em obstruir as artérias da próstata, bloqueando parcialmente a circulação sanguínea para reduzir seu tamanho e torná-la mais macia. Este procedimento minimamente invasivo melhora significativamente a qualidade de vida dos pacientes ao eliminar os sintomas da HPB e evitar as complicações associadas aos tratamentos tradicionais.

O projeto proporcionou ao Instituto de Radiologia uma projeção internacional e atraiu profissionais do Brasil e do exterior que buscam treinamento para aprender e replicar o procedimento ao redor do mundo.

No InRad, a radiologia intervencionista permite oferecer tratamentos para uma ampla gama de especialidades, incluindo oncologia, ortopedia, transplante de fígado e rim, além de opções terapêuticas em pediatria e ginecologia, como o tratamento de miomas uterinos. Conseguimos atender todos os institutos do complexo, incluindo o InCorICESP, Instituto da Criança e do Adolescente (ICr), Instituto Central e Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOTH).

Realizamos aproximadamente 2 mil cirurgias minimamente invasivas por ano dentro do HCFMUSP, e o impacto social desse trabalho é significativo. Já formamos internamente mais de cem profissionais capacitados a replicar e disseminar as técnicas desenvolvidas aqui, beneficiando não apenas os pacientes do HC, mas também em todo o Brasil.

Crescer e continuar a transformar

A radiologia intervencionista é uma especialidade que demanda e promove inovação, o que a torna extremamente atrativa. Temos aumentado o número de residentes e estamos otimistas em relação ao futuro, já que atuamos em diversos institutos do HC. Além disso, temos a responsabilidade de formar médicos de todo o Brasil, capacitando-os a levar esse conhecimento para suas regiões.

As conquistas que alcançamos até agora são apenas o começo de um caminho promissor. A especialidade tem potencial para transformar a jornada do paciente, oferecendo tratamentos mais eficazes e menos invasivos, que resultam em melhores prognósticos e uma recuperação mais rápida. O reconhecimento internacional que recebemos é um testemunho do impacto positivo que a radiologia intervencionista pode ter na medicina moderna.


*Francisco Cesar Carnevale é Chefe do Serviço de Radiologia Vascular Intervencionista do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da USP, do Instituto do Câncer (ICESP) e professor livre-docente pela Faculdade de Medicina da USP.]

Créditos: https://medicinasa.com.br/radiologia-hcfmusp/

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Uberização: o crescimento do pay per use na saúde brasileira

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Por Graciele Miglio

O sistema de pay per use tem ganhado espaço em diversas áreas, incluindo a saúde, oferecendo uma alternativa flexível e acessível para quem precisa de cuidados médicos. No entanto, o termo “uberização” tem sido erroneamente associado a esse modelo, muitas vezes com uma conotação negativa. É essencial esclarecer que, quando aplicado à saúde, o sistema pay per use não visa precarizar o trabalho dos profissionais ou reduzir a qualidade do atendimento, mas sim democratizar o acesso e oferecer uma opção mais justa tanto para pacientes quanto para médicos.

Os números e estimativas comprovam isso. Especialistas apontam que o sistema de saúde pay per use no Brasil faturou, em 2023, R$ 320 bilhões e as projeções para os próximos dez anos indicam que o mercado de saúde pay per use pode crescer dez vezes em relação ao faturamento atual.

O envelhecimento da população, os altos custos dos planos de saúde e as dificuldades de acesso aos tratamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estão impulsionando a demanda por serviços de saúde privados. Esse cenário apresenta uma oportunidade única para o modelo pay per use, que, se bem estruturado, pode se tornar uma alternativa acessível e viável para milhões de brasileiros.

O sistema pay per use na saúde não deve ser confundido com a “uberização” do setor. Enquanto o primeiro busca ampliar o acesso e garantir justiça tanto para pacientes quanto para médicos, o segundo carrega uma conotação negativa que não se aplica ao contexto da saúde.

Ao adotar o modelo pay per use, estamos caminhando em direção a um sistema mais inclusivo e sustentável, onde todos têm a oportunidade de receber cuidados médicos de qualidade a preços justos. O futuro deste modelo é promissor, mas exige atenção e planejamento para que seu crescimento seja harmonioso e benéfico para todos os envolvidos.


*Graciele Miglio é CEO da Nowmed.

Créditos: https://medicinasa.com.br/saude-uberizacao/

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