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Porto Alegre passa a contar com instituto privado de pesquisa

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Porto Alegre passa a contar como referência nacional e internacional em pesquisa e inovação em saúde. Fundado pelos médicos Paulo Pitrez e Willian Adami e o administrador Ricardo Melo Bastos, o Instituto Ceos tem como parceiro o Hospital Ernesto Dornelles (HED) e pretende atrair estudos clínicos junto às indústrias farmacêuticas, priorizando pesquisas de vacinas e novas terapias para prevenção e combate a doenças complexas, infecciosas e oncológicas. A intenção é que esses tratamentos possam ser oferecidos para toda a população gaúcha, incluindo o Sistema Único de Saúde (SUS).

Em operação piloto desde o início do ano e sede no Tecnopuc, quando se uniu ao Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Ernesto Dornelles, já foram iniciados 27 protocolos de pesquisa, nas mais diversas áreas da Medicina. “Nossa expectativa inicial eram seis protocolos no final do primeiro ano de operação. Em dez meses, chegamos a quase 30 estudos clínicos e temos capacidade para dobrar esse número no próximo ano”, explica Paulo Pitrez, CEO e Diretor de Pesquisa do Instituto Ceos, médico pneumologista pediátrico e pesquisador. Nesse contexto, complementa Pitrez, percebeu-se que o Instituto Ceos está preparado para ser anunciado oficialmente à sociedade. “Queremos salvar vidas e melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças graves, oncológicas e crônico-degenerativas. Essa é nossa missão primordial”, destaca.

O coordenador da Perspectiva Assistencial do HED, Airton Bagatini, explica que a parceria surgiu do alinhamento de propósitos entre as duas instituições e pelo potencial para o desenvolvimento de ações conjuntas em pesquisa, educação e inovação de forma sustentável. “Vimos a oportunidade de unir as competências, esforços e know-how para que o Centro de Pesquisa se torne uma referência nacional e possa contribuir, cada vez mais, para o incremento no volume de protocolos clínicos realizados no Brasil”, conta o médico.

Parceria Internacional

De acordo com Pitrez, a organização atua sobre os três principais pilares para o avanço da saúde no Estado: pesquisa, educação e inovação. A parceria com o Hospital Ernesto Dornelles prevê a gestão da pesquisa clínica dentro da instituição que já contribuiu com diversos projetos para o desenvolvimento e melhoria da saúde no RS e no Brasil.

Destaca-se ainda a parceria com o grupo Equipo Ciencia (iTRIALS), da Argentina, que possui uma vasta experiência em protocolos de grande escala em vacinas. A partir de 2024, esta colaboração trará estudos mundiais da área para a Capital.

Lançamento do Instituto CEOS

Educação médica sem barreiras geográficas

Do ponto de vista da educação, um dos projetos iniciais é o MeSO (Medical Second Opinion), uma plataforma que propicia a conexão de um médico especialista de referência com um colega de área para discussão de casos clínicos de doenças crônicas mais complexas. Essa proposta permite maior assertividade na tomada de decisão sobre o tratamento do paciente, tornando possível a aceleração no processo de disseminação de conhecimento de forma ética e inovadora. Na primeira fase, o projeto focará em asma grave, doenças inflamatórias intestinais crônicas e esclerose múltipla.

Conforme o Diretor de Educação do Instituto e médico, Willian Adami, o potencial para garantir o acesso a tratamentos mais modernos e eficazes para os pacientes, especialmente aqueles que moram mais longe dos grandes centros, é imenso. “Por meio da tecnologia, podemos levar mais conhecimento e informação para salvar vidas e melhorar a qualidade assistencial oferecida. Em um país de proporções continentais como o nosso, com uma Medicina com desenvolvimento cada vez mais veloz, isso é fundamental. Acreditamos no poder da educação e, por isso, ela é um dos nossos pilares”, pondera Adami.

Inovação centrada no paciente

No que diz respeito à participação em negócios inovadores, uma das primeiras iniciativas é com a Oncofriends, startup de duas pacientes que enfrentaram o câncer de mama e criaram um aplicativo móvel para informação e apoio a mulheres de todo o país. O app oferecerá, além de informações sobre a doença, chat interativo, vídeos educativos com especialistas, dicas de saúde, agenda para as usuárias, informações sobre seus direitos devido à doença, entre outras funcionalidades.

“Este é um exemplo de como a tecnologia pode humanizar o atendimento de pacientes com câncer. A inovação pode se dar ainda pelo simples acolhimento ao contexto dessas mulheres e a busca por soluções para melhorar seu dia a dia”, observa Ricardo Bastos, que está à frente da área de negócios inovadores do Instituto Ceos. Para ele, a força de um aplicativo desenvolvido por pacientes, com curadoria científica do Instituto Ceos, é de extrema relevância para benefício direto a outras mulheres que passam pela mesma situação. “O próximo passo será ampliar este modelo para outros tipos de câncer”, adianta o gestor.

A instituição divide-se entre a sede no hub de saúde do Tecnopuc, o BioHub, e no Hospital Ernesto Dornelles, com perspectiva de uma nova área de pesquisa no recém inaugurado Centro Clínico do hospital. O projeto está pronto e em fase de captação de recursos. Com previsão de área física de 600 m², deverá ser o centro com maior operação de pesquisa clínica do Rio Grande do Sul. Para o superintendente executivo do HED, Odacir Rossato, a parceria trará grande impacto para a saúde dos gaúchos e dos brasileiros. “Nós somos pioneiros em diversas inovações técnicas ao longo destes 60 anos. A inovação está no DNA da instituição e o Instituto Ceos é mais uma conquista, aliando tecnologia, profissionais qualificados e assistência humanizada”.

Pitrez destaca que um centro de pesquisas que atenda os mais rigorosos padrões para o desenvolvimento de ensaios clínicos para a indústria nacional e internacional viabiliza a realização de estudos de alta complexidade e com grande volume de pacientes. Isto, garante o especialista, coloca o Rio Grande do Sul no mapa global para o recebimento dos maiores e mais importantes estudos mundiais de novas terapias e vacinas, beneficiando de forma direta a população gaúcha, tanto do sistema público quanto do sistema privado.

“A parceria entre o Instituto Ceos, Hospital Ernesto Dornelles e o grupo argentino Equipo Ciencia (iTRIALS) dá um importante passo em prol da pesquisa clínica brasileira, que, sem dúvida, é o caminho mais eficaz para mudar a história das doenças e prevenir novas pandemias como a que recentemente vivenciamos. Por isso, nos propomos a ser um ambiente de excelência e com a gestão mais moderna nesta área para colocar nosso Estado no mapa mundial da pesquisa clínica e inovação em saúde”, completa o CEO do Instituto.

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USP Desenvolve Sistema Nanotecnológico para Remover Medicamentos da Água Potável e Proteger o Meio Ambiente

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Pesquisadores da Escola Politécnica da USP criaram uma tecnologia inovadora que promete acelerar a degradação de medicamentos, como o paracetamol, presentes em águas residuais e, potencialmente, na água potável. O avanço usa nanomateriais dopados para ampliar a eficiência da fotocatálise, processo que utiliza luz ultravioleta para decompor contaminantes orgânicos.

O paracetamol, amplamente consumido no Brasil com cerca de 500 toneladas anuais, está presente em níveis nanométricos em rios e lagos, representando um desafio crescente para o tratamento de água. Douglas Gouvêa, coordenador do Laboratório de Processos Cerâmicos da Poli-USP, explica que o segredo está na manipulação precisa de nanopartículas de óxido de zinco (ZnO), um semicondutor que, quando “dopado” com cloro, potencializa a reação fotocatalítica sob luz solar.

“Controlar a dopagem do cloro permite aumentar a condutividade elétrica e a reatividade do material, acelerando a degradação do paracetamol e outros poluentes,” detalha Gouvêa. A inovação reside na técnica de lixiviação seletiva, que remove o excesso de cloro da superfície das partículas, concentrando-o nas extremidades e otimizando seu efeito catalítico.

Utilizando ondas ultrassônicas para incorporar o cloro ao ZnO e um rigoroso processo de centrifugação, os cientistas garantem uma eficiência até três vezes maior na decomposição dos micropoluentes em laboratório. André Luiz da Silva, coautor do estudo, reforça que essa nanotecnologia aplicada na escala nanométrica permite maior exposição da superfície reativa, essencial para a fotocatálise.

Os pesquisadores utilizam espectroscopia para analisar a estrutura dos materiais e confirmar a posição do cloro após a lavagem seletiva, assegurando o funcionamento ideal do catalisador. Apesar do uso de substâncias químicas potencialmente tóxicas no processo, a tecnologia é segura, pois os materiais não participam diretamente das reações químicas e não se incorporam aos poluentes.

Aplicações Futuras e Impacto Ambiental

A técnica, publicada na revista ACS Applied Nano Materials, pode ser aplicada em sistemas de tratamento de água residuais para reduzir a contaminação por fármacos antes que eles atinjam os ecossistemas naturais. Os cientistas planejam testar o método para eliminar herbicidas como o glifosato, cuja concentração já se aproxima dos limites seguros definidos para consumo.

“Esse avanço representa um passo fundamental para proteger a saúde pública e o meio ambiente, ao combater a presença silenciosa de poluentes orgânicos na água,” afirma Gouvêa.

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Hospital São Francisco Desenvolve App para Registro Ágil da Evolução do Paciente à Beira-Leito

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Com o objetivo de agilizar e tornar mais eficiente o registro da evolução dos pacientes internados, a equipe de Tecnologia da Informação (TI) do Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF-RJ) desenvolveu um aplicativo inovador. Utilizado via tablet, o app está totalmente integrado ao sistema operacional do hospital, permitindo a inserção de informações em tempo real, diretamente no momento do atendimento à beira-leito.

Michelle Estefânio, gerente de enfermagem do HSF, explica a motivação por trás da solução:
“Registrar a evolução do paciente no prontuário é rotina, mas o processo envolvia muita burocracia. Precisávamos facilitar essa etapa para que os profissionais pudessem dedicar mais atenção ao paciente.”

A ferramenta entrou em operação no último dia 12 de maio, data que marca o Dia Internacional da Enfermagem, simbolizando um avanço na modernização da assistência hospitalar. Para o diretor executivo, Márcio Nunes, o projeto reflete a escuta ativa das necessidades da equipe de enfermagem:
“Simplificar processos sem abrir mão da segurança e qualidade da informação é investir no bem-estar do paciente e na valorização da linha de frente.”

Como Funciona o Aplicativo

O app permite o registro dinâmico e intuitivo de dados essenciais como sinais vitais, administração de medicamentos e balanço hídrico diretamente no prontuário eletrônico. Campos estruturados com checkboxes e textos pré-formatados diminuem drasticamente o tempo de digitação, mantendo a conformidade com normas do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), auditorias e exigências legais.

Além disso, a ferramenta possibilita o registro por imagens: a câmera do tablet é ativada para confirmar o uso correto dos medicamentos prescritos, reforçando a segurança do processo. Pietro Lima, desenvolvedor da equipe de TI, destaca essa funcionalidade como um diferencial importante.

Michelle ressalta o valor do aplicativo para a equipe:
“É um presente para os profissionais durante a Semana da Enfermagem, oferecendo uma ferramenta que torna o cuidado mais humano e menos burocrático.”

Inicialmente implantado na Unidade de Terapia Intensiva, que atende pacientes crônicos e de alta complexidade, o app deverá ser expandido gradualmente para outros setores do hospital, promovendo um padrão de registro mais ágil, centrado no paciente e próximo da rotina dos profissionais.

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SBCO Revela: 90% dos Pacientes Oncológicos Passam por Cirurgia, Mas Investimento em Cirurgias Fica Abaixo de 30% do Total em Oncologia no Brasil

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A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) divulgou dados recentes que destacam o papel central da cirurgia no tratamento do câncer e apontam para o desequilíbrio nos investimentos atuais em Oncologia no Brasil. Aproximadamente 90% dos pacientes oncológicos passam por algum tipo de cirurgia ao longo da sua jornada clínica, seja para diagnóstico, estadiamento, tratamento curativo ou paliativo.

Segundo Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da SBCO, cerca de 60% dos pacientes oncológicos recebem tratamento cirúrgico em algum momento, mais da metade dos cânceres sólidos iniciais são tratados exclusivamente por cirurgia, e 80% dos casos envolvem procedimentos curativos ou paliativos. Apesar disso, os dados do DATASUS mostram que, em 2023, foram investidos R$ 2,77 bilhões em quimioterapia, R$ 1,5 bilhão em cirurgias oncológicas e R$ 665 milhões em radioterapia.

“Há um desequilíbrio claro entre esses três pilares do tratamento do câncer. O investimento global ainda é insuficiente para lidar com a segunda maior causa de morte no mundo,” alerta Pinheiro.

A Necessidade de Ampliação e Redirecionamento dos Investimentos

Além de aumentar os investimentos em todos os setores da Oncologia, o presidente da SBCO reforça a importância de redirecionar os recursos para ações preventivas e de rastreamento, que são comprovadamente eficazes para reduzir a incidência da doença e os custos associados. Atualmente, grande parte dos recursos é destinada a tratamentos avançados, de alto custo e resultados clínicos limitados.

A concentração dos centros de assistência ao câncer no Sul e Sudeste do país também é motivo de preocupação, pois limita o acesso para pacientes de outras regiões, criando desigualdades que impactam diretamente o prognóstico. “O CEP do paciente muitas vezes determina o desfecho da doença,” ressalta Pinheiro.

Caminhos para o Fortalecimento da Oncologia no Brasil

Entre as estratégias recomendadas estão:

  • Fortalecimento da cirurgia oncológica com treinamento contínuo e atualização dos profissionais;
  • Criação e integração de redes hospitalares eficientes, com centralização de casos complexos em centros de referência;
  • Valorização e fortalecimento do SUS, reconhecido como o maior sistema público de saúde do mundo;
  • Melhoria da gestão e governança tanto no sistema público quanto no suplementar;
  • Incentivo à inovação em técnicas, tecnologias e modelos assistenciais para ampliar a eficácia e acessibilidade dos tratamentos.

“Com esses avanços, poderemos oferecer um cuidado mais eficiente, humanizado e acessível, beneficiando milhares de pacientes em todo o país,” conclui Rodrigo Pinheiro.

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