Todos os anos, milhares de pessoas esperam na fila de transplantes por doação de um órgão. Só no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, este número é superior a 65 mil, considerado o maior nos últimos 25 anos. Pensando em reduzir essa espera e ajudar aqueles que correm contra o tempo na busca por um transplante, Gabriel Liguori, médico, pesquisador e empreendedor brasileiro de 34 anos, visa a impressão do primeiro coração bioartificial em uma impressora 3D: “Nossa missão é termos um coração artificial em dez anos” afirma o jovem.
Após anos de estudos e dedicação, Gabriel entrou para a faculdade de medicina na Universidade de São Paulo. Devido a sua relação próxima ao Instituto do Coração (InCor), parte do complexo do Hospital da Clínicas onde os médicos da USP fazem residência, ainda quando acadêmico foi convidado a acompanhar seu primeiro transplante de coração. A partir daí só aumentou a certeza de que queria seguir este caminho e mudar a vida de pessoas que dependem da doação de órgãos.
Gabriel passou por estágios em diversos centros médicos, como Harvard Medical School, Maastricht University e no Imperial College London, além de ter sido membro do Instituto do Coração e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular.
Universidade de Groningen e TissueLabs
Por meio de uma bolsa de estudos da Fundação Estudar, iniciou, em 2015, seu doutorado em cirurgia cardiovascular na Universidade de Groningen, dedicando-se a pesquisar engenharia de tecidos e o desenvolvimento de próteses cardiovasculares.
Anos depois, em 2019, fundou a TissueLabs, startup voltada ao desenvolvimento de órgãos e tecidos artificiais, com o objetivo de tornar mais transplantes viáveis. Às pesquisas desenvolvidas, Gabriel foi reconhecido como Forbes Under 30 e MIT Innovator Under 35. Hoje, a plataforma é utilizada por centenas de profissionais em mais de 150 instituições em 25 países para desenvolver seus próprios órgãos e tecidos em laboratório. Diante do progresso, Gabriel visa ser a primeira pessoa no mundo a imprimir um coração transplantável.
“Para além de conquistas, os reconhecimentos são um voto de confiança na missão disruptiva da TissueLabs, que é projetar e fabricar órgãos artificiais para transplante, ao mesmo tempo em que desenvolvemos tecnologias proprietárias para serem compartilhadas com toda a comunidade científica. A criação da nossa plataforma, que capacita pesquisadores ao redor do mundo na engenharia de tecidos, é um passo transformador no desenvolvimento de órgãos para transplantes.” afirma Gabriel Liguori.