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Medicina Nuclear pode ser ferramenta para casos graves de epilepsia

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Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que cerca de 50 milhões de pessoas no mundo possuem epilepsia. Já no Brasil, estima-se que a proporção seja de 2% da população. A Secretaria de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, por sua vez, alerta que pelo menos 25% dos pacientes brasileiros diagnosticas com epilepsia apresentam estágio grave. A condição determina a necessidade do uso de medicamentos por toda a vida, uma vez que os episódios são frequentes e incontroláveis. Por esta razão, muitos pacientes são candidatos à intervenção cirúrgica.

A epilepsia pode ser definida como uma condição neurológica em que, durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais elétricos incorretos, causando crises que podem se manifestar em convulsões ou outros sintomas. Durante esses episódios, há um agrupamento de células cerebrais que passam a se comportar de forma super estimulada, levando às manifestações da epilepsia. As consequências dessas crises podem ser neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e também sociais.

A medicina nuclear, por meio de estudos e exames, durante as crises e em seus intervalos, pode garantir maior precisão e eficácia na localização do foco epileptogênico (onde surge a alteração). Segundo a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Cristina Matushita, “a avaliação de focos epileptogênicos é de grande valia, especialmente em casos complexos, de difícil manejo clínico e para os quais a opção de tratamento cirúrgico é indicada. As imagens permitem identificar (ou, ao menos, sugerir com grande acurácia) focos epileptogênicos para que o tratamento seja guiado de forma personalizada”.

Ainda de acordo com a especialista, a medicina nuclear não exerce papel direto no tratamento propriamente dito da epilepsia, mas se mostra uma ferramenta importante para o adequado planejamento terapêutico do paciente. “Não há radiotraçadores que sejam utilizados com o intuito de curar as crises epilépticas. Após o procedimento cirúrgico, caso haja a suspeita de persistência de focos epileptogênicos, novamente a medicina nuclear pode auxiliar na identificação destes focos secundários”.

Os principais exames da medicina nuclear utilizados para a detecção desses pontos originários das crises são a cintilografia de perfusão cerebral, em estados interictal (entre as crises) e ictal (após as crises); e PET-CT neurológico, em estado interictal. Este último apresenta maior definição de imagem, o que permite melhores chances de identificação do foco epileptogênico. “Com o avanço da tecnologia, houve importante aumento na sensibilidade do método. Os atuais exames permitem a obtenção de imagens metabólicas do cérebro, com muito boa definição anatômica e funcional”, explica a vice-presidente da SBMN.

Risco ou contraindicações

Pelo fato de a medicina nuclear realizar exames que se utilizam de radiação, ainda há certo receio por parte de algumas pessoas quanto ao risco ou contraindicações. Cristina Matushita desmistifica essa crença: “Muito se fala da exposição ao material radioativo. Todo método diagnóstico preza pela segurança do paciente. Se há a necessidade de que ele se submeta a qualquer um destes exames que utilizam radiação ionizante, o médico nuclear (ou radiologista, em casos de tomografias) será responsável pela redução dos níveis de exposição de radiação e será capaz de orientar riscos e benefícios em todo o momento”.

Destacando que ainda existem mitos em torno da especialidade, a médica nuclear reforça que a medicina nuclear, de forma geral, não apresenta contraindicações absolutas aos seus exames. “Hipersensibilidade a algum fármaco utilizado pode ser um limitador, embora não haja registros de alergia significativa aos radiotraçadores. Outro limitador são casos em que o paciente não é capaz de ficar parado durante os exames (pacientes claustrofóbicos, que apresentem algum déficit neurológico ou crianças hiperativas), que demoram cerca de 20 a 30 minutos. Uma contraindicação relativa é gestação ou suspeita de gestação. Por utilizar material radioativo, a orientação é sempre a de evitar a exposição de fetos ao material. Em certas situações, entretanto, em que haja maior benefício que o potencial risco associado à exposição do feto ao material radioativo, a medicina nuclear pode ser empregada em mulheres gestantes”, finaliza Cristina Matushita, vice-presidente da SBMN.

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Hospital São Luiz Itaim inaugura Centro Avançado de Endoscopia com foco em alta tecnologia e IA

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Novo centro oferece tratamentos menos invasivos para obesidade, tumores e distúrbios digestivos, com apoio de inteligência artificial e equipe multidisciplinar

O Hospital São Luiz Itaim, da Rede D’Or, inaugurou um moderno Centro Avançado de Endoscopia que promete transformar o cuidado com doenças do trato gastrointestinal. A estrutura une alta tecnologia, inteligência artificial (IA) e procedimentos minimamente invasivos, oferecendo alternativas inovadoras para tratar desde obesidade e diabetes tipo 2 até tumores e complicações pós-operatórias.

Segundo o médico endoscopista Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, responsável técnico pelo serviço, a proposta é clara: “Hoje conseguimos realizar procedimentos que antes exigiam cortes e internações prolongadas, com uma câmera e acesso minimamente invasivo, muitas vezes com alta no mesmo dia.”

Tratamentos modernos com alta precisão

Entre os destaques do novo centro estão técnicas de:

  • Gastroplastia endoscópica – alternativa à cirurgia bariátrica tradicional, realizada por endoscopia para reduzir o estômago;
  • Ablação da mucosa gástrica – aplicação de calor em áreas específicas do estômago para controle da glicose em pacientes com diabetes tipo 2;
  • Dissecção endoscópica da submucosa (ESD) e ressecção endoscópica de parede total (EFTRD) – para remoção de tumores e lesões digestivas de forma precisa, sem cirurgia aberta;
  • POEM e G-POEM – procedimentos para tratar distúrbios digestivos como megaesôfago e gastroparesia;
  • Vacuoterapia endoluminal – técnica inovadora que acelera a cicatrização por meio de pressão negativa aplicada diretamente no local da lesão.

O centro também se destaca por aplicar colangioscopia e ecoendoscopia guiadas por imagem em tempo real, permitindo tratamentos mais seguros para doenças do fígado, pâncreas e vias biliares.

Inteligência artificial a favor da medicina

Um dos diferenciais mais inovadores do centro é a utilização de IA no apoio ao diagnóstico precoce. A tecnologia permite detectar lesões gastrointestinais com maior precisão e agilidade, aumentando as chances de cura e reduzindo a necessidade de cirurgias invasivas.

“Unimos o melhor da medicina com o poder da tecnologia. A inteligência artificial nos permite detectar lesões com mais precisão e rapidez, algo que impacta diretamente no sucesso dos tratamentos”, afirma Fernando Sogayar, diretor-geral do Hospital São Luiz Itaim.

Um marco para o cuidado digestivo no Brasil

A proposta do novo Centro Avançado de Endoscopia é colocar o Hospital São Luiz Itaim na vanguarda do cuidado digestivo no Brasil, integrando assistência, ensino e pesquisa clínica. Com foco na humanização e na precisão, o centro representa um salto qualitativo na forma como condições gastrointestinais serão diagnosticadas e tratadas nos próximos anos.

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Justiça obriga plano de saúde a reembolsar R$ 496 mil por sessões de hemodiálise

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Decisão da 2ª Vara Cível do Butantã considera abusiva a suspensão de reembolso de tratamento vital a paciente com doença renal crônica

Em decisão proferida na última quinta-feira (8), a Justiça de São Paulo determinou que uma operadora de plano de saúde reembolse R$ 496,6 mil a um paciente com doença renal crônica que teve o reembolso de sessões de hemodiálise suspenso de forma unilateral e sem justificativa contratual válida. O caso foi julgado pela juíza Larissa Gaspar Tunala, da 2ª Vara Cível do Butantã.

Segundo os autos, o paciente depende da hemodiafiltração de alto fluxo, realizada cinco vezes por semana, e vinha sendo ressarcido desde 2013. No entanto, a operadora reduziu gradualmente os valores a partir de novembro de 2023, interrompendo completamente os pagamentos em maio de 2024, mesmo sem qualquer alteração contratual ou mudança no tratamento prescrito.

A empresa alegou estar seguindo limites contratuais, mas o argumento foi rechaçado pela magistrada, que classificou como abusiva e ilegal a recusa de reembolso para um tratamento vital à sobrevivência do paciente.

“Se há fraudes, cabe à empresa analisar com o devido cuidado as relações individuais, não penalizando aquele que não tem correlação com os fatos. No limite, importa saber se o autor está sendo tratado e se os valores de reembolso são condizentes com o que se pratica no mercado no mesmo nível de serviços”, afirmou a juíza na sentença.

Cláusulas vagas e livre escolha de prestadores

Outro ponto destacado foi a falta de clareza contratual quanto aos limites de cobertura. A juíza entendeu que o plano de saúde violou os direitos do consumidor ao impor restrições sem transparência e que, mesmo havendo uma rede credenciada, o contrato previa a livre escolha de prestadores.

“Haver rede credenciada é um irrelevante jurídico, pois o contrato permite a livre opção do consumidor”, destacou a magistrada.

Conforto e qualidade de vida preservados

Para a advogada do paciente, Giselle Tapai, especialista em Direito à Saúde, a decisão representa mais do que a garantia de um direito contratual — trata-se de preservar a dignidade e o bem-estar do paciente:

“A decisão permitirá ao beneficiário promover o seu tratamento em clínicas que ofereçam um cuidado diferenciado, como era feito antes do conflito. Ambientes confortáveis, sofisticados e acolhedores impactam positivamente a qualidade de vida do paciente e de sua família”, declarou ao portal Terra.

Precedente relevante para outros casos

A decisão judicial representa um importante precedente para casos semelhantes, nos quais pacientes com doenças crônicas enfrentam dificuldades no custeio de tratamentos contínuos por conta de reembolsos negados ou limitados de forma arbitrária pelas operadoras.

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Correios anunciam plano emergencial para contornar prejuízo bilionário em 2024

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Enfrentando um déficit histórico de R$ 2,6 bilhões em 2024 — quatro vezes maior que o prejuízo de 2023 — os Correios lançaram um pacote de medidas para tentar recuperar o equilíbrio financeiro da estatal. A proposta, divulgada internamente nesta segunda-feira (12), pretende economizar R$ 1,5 bilhão ao longo de 2025 e exige forte adesão dos mais de 86 mil empregados da empresa.

📉 Causas do prejuízo
A estatal atribui a crise principalmente:

  • à queda nas receitas com encomendas internacionais;
  • ao aumento dos custos operacionais, que chegaram a R$ 15,9 bilhões (+ R$ 716 milhões em relação a 2023);
  • aos gastos com pessoal, que subiram de R$ 9,6 bilhões para R$ 10,3 bilhões.

📦 Apenas 15% das mais de 10 mil unidades de atendimento registraram superávit, reforçando o desafio de manter a capilaridade do serviço postal em todos os municípios do país.


📋 Medidas do plano de recuperação:

  1. Redução de jornada de trabalho e salários: de 8h para 6h diárias, com 34h semanais;
  2. Suspensão de férias a partir de junho de 2025, retomando apenas em 2026;
  3. Corte de 20% nos cargos comissionados na sede;
  4. Fim do home office: retorno obrigatório ao trabalho presencial a partir de 23 de junho;
  5. Prorrogação do PDV (Programa de Desligamento Voluntário) até 18 de maio;
  6. Revisão dos planos de saúde com nova rede credenciada e economia prevista de 30%;
  7. Lançamento de um marketplace próprio ainda em 2025;
  8. Captação de R$ 3,8 bilhões com o NDB para modernização e investimento interno.

🚴‍♂️ Investimentos e transição ecológica

Apesar das dificuldades, a estatal afirma manter seu plano de transição sustentável em até 5 anos. Foram investidos R$ 830 milhões em 2024, com destaque para:

  • 50 furgões elétricos;
  • 2.306 bicicletas elétricas e 3.996 convencionais com baú;
  • 1.502 veículos para renovação da frota.

💸 Alerta de liquidez

A empresa consumiu R$ 2,9 bilhões do caixa, restando apenas R$ 249 milhões disponíveis. Isso levou ao atraso de repasses a transportadoras e agências franqueadas, resultando em entregas mais lentas e paralisações parciais dos serviços.


📢 Mensagem da direção

Segundo o documento interno, “cada pequena contribuição dos empregados será essencial para superar os desafios e construir um futuro mais promissor”.

Com o plano de contenção, os Correios tentam evitar nova crise estrutural como a enfrentada em 2016, quando também registraram prejuízo bilionário. A proposta, porém, deve gerar forte resistência dos sindicatos diante da suspensão de direitos e da redução salarial.

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