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Biotimize inaugura laboratório para desenvolver insumos biológicos ativos

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A Biotimize, empresa brasileira focada no desenvolvimento de processos para produção de biofármacos, inaugurou o primeiro laboratório prestador de serviços no Brasil apto a desenvolver vacinas e medicamentos biológicos a partir de células vivas. Localizado em Piracicaba (SP), o espaço é operado sob Boas Práticas de Laboratório (BPL), garantindo base para a geração de dados pré-clínicos confiáveis ​​visando submissões regulatórias, e habilitado com níveis de biossegurança 1 e 2.

Esse será o primeiro laboratório no país operar no modelo “as a service”, ou seja, capaz de prestar serviços para diferentes universidades e empresas sob condições BPL, e o único a atuar com produção ponta a ponta a partir de bactérias, leveduras, células de mamíferos e vírus.

“O fato de o Brasil não contar com uma CDMO impacta diretamente na cadeia produtiva, com universidades, startups e empresas enfrentando enormes dificuldades no desenvolvimento de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) biológico”, comenta Fernando Barbosa, CEO da Biotimize. “Ter que buscar isso fora do país significa mais burocracia, mais tempo e mais custos, fazendo com que muitas pesquisas promissoras deixem de evoluir ou evoluam fora do Brasil, deixando de beneficiar quem mais precisa”.

A Biotimize também anunciou o início da construção de um novo Centro de P&D biológico e uma plataforma de produção de lotes clínicos e comerciais com certificação de Boas Práticas de Fabricação (BPF). A estrutura BPF, com foco na produção de proteínas recombinantes oriundas de células de mamíferos, será a única na América do Sul a oferecer solução completa para o desenvolvimento de um medicamento biológico, compreendendo pesquisa e desenvolvimento, produção, finalização e estrutura para caracterização. O projeto tem o suporte da Sthorm, centro de inteligência brasileiro que se dedica ao desenvolvimento tecnológico e às descobertas científicas para resolver problemas globais.

“Esse é um marco significativo em nossa jornada para promover a inovação e excelência na fabricação de produtos farmacêuticos e biotecnológicos no Brasil. Estamos avançando para que o país seja autossuficiente em todas as fases desse ecossistema, atraindo investimentos, retendo talentos e desenvolvendo localmente produtos que podem chegar mais rápido a quem precisa, impactando diretamente na saúde pública e democratizando o acesso à ciência e à cura”, completa Fernando.

Forma sintética do Zika vírus contra tumores cerebrais

Um dos primeiros projetos do novo laboratório da Biotimize é a produção do lote inicial (fase 0) do tratamento, desenvolvido pela Vyro Biotherapeutics, que utiliza o Zika vírus modificado para atacar tumores cerebrais. Segundo Carolini Kaid, pesquisadora e fundadora da Vyro, é a primeira vez no mundo que esse tipo de vírus é alterado de forma segura e eficaz, destruindo o tumor sem afetar as células saudáveis. Após resultados promissores em fase pré-clínica, a Vyro se prepara para iniciar os testes em seres humanos, inicialmente com um grupo de pacientes com glioblastoma recorrente – doença maligna no sistema nervoso central que acomete mais de 300 mil pessoas em todo o mundo e ainda carece de terapias eficazes.

Sobre a produção local em parceria com a Biotimize, Kaid celebra. “Normalmente, o Brasil exporta matéria-prima, a preço baixo, e recebe de volta a tecnologia elaborada, a um preço alto. Poder viabilizar a produção desse tratamento no Brasil significa ampliar o acesso da nossa população a uma terapia inovadora e a um custo muito mais baixo, além de garantir que a tecnologia fique no país. Assim, passamos a exportar o conhecimento, fortalecendo o ecossistema nacional de inovação e permitindo que outras tecnologias se desenvolvam”.

Marina Domenech, fundadora da SAIL for Health, empresa responsável pelo apoio na estratégia regulatória e na articulação para captação de investimentos para o projeto, conta que isso pode servir de modelo para outras startups e biotechs. “Temos, no Brasil, um cenário muito favorável à inovação científica, mas muitas vezes algumas lacunas fazem com que essa inovação não consiga sair do laboratório e chegar ao mercado”.

Para ela, o Programa de Inovação Radical promovido pela Abiquifi – Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos, quando a SAIL capacitou startups e biotechs para identificar e resolver essas lacunas desde as fases iniciais, foi fundamental para esse avanço no cenário da saúde. “Biotimize e Vyro avançaram paralelamente no desenvolvimento da tecnologia e na conformidade regulatória. Como resultado, teremos, pela primeira vez, uma CDMO certificada com os mais altos níveis de biossegurança e sob os requisitos de Boas Práticas tanto da Anvisa quanto das principais agências regulatórias de todo o mundo e uma biotech realizando todas as etapas do desenvolvimento clínico dentro do país, fortalecendo a relevância do Brasil no cenário global de saúde e inovação”.

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Inca e sociedades médicas divergem quanto rastreamento do câncer de pulmão

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Em debate na Comissão Especial sobre Combate ao Câncer, na Câmara dos Deputados, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e a Aliança contra o Câncer do Pulmão, formada por seis sociedades médicas, divergiram quanto à ênfase no rastreamento entre as estratégias de enfrentamento à doença. Atualmente, o câncer de pulmão é o terceiro mais incidente entre os homens e o quarto entre as mulheres. São cerca de 32 mil novos casos por ano no Brasil e 1,7 milhão no mundo. Cerca de 90% dos casos estão associados ao fumo e os sintomas começam a aparecer em estágio avançado da doença, geralmente acima dos 50 anos de idade.

Por esses motivos, o diretor-geral do Inca, Roberto de Almeida Gil, fez defesa enfática das campanhas de controle do tabagismo e de diagnóstico precoce como “única forma de lidar com aumento dos casos em decorrência do envelhecimento da população”. Ele ressaltou que as políticas públicas de prevenção reduziram a incidência da doença de 35% para 12%, acompanhada de queda na mortalidade sobretudo entre os homens, desde 2005.

Segundo Gil, o rastreamento possui potenciais benefícios e riscos para o paciente. Também há preocupação com índice de resultados falso-positivos em pacientes com tuberculose e outras doenças.  “A gente tem que ter muito cuidado, porque a nossa rede de atenção hoje ainda não está preparada nem para lidar com a doença avançada. A gente tem muitos gargalos. Que um programa de rastreamento não venha estrangular todo um sistema que hoje já está muito estressado”.

Já o presidente de honra da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Carlos Gil Ferreira, admitiu a relevância das campanhas de conscientização, mas disse que as estratégias de rastreamento são “janela de oportunidade para o enfrentamento da doença”.

Tomografias

O diretor científico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT), Daniel Bonomi, lembrou que as práticas antigas de raio-x e exame de escarro foram substituídas por tomografia computadorizada de baixa dose (TCBD), com resultados positivos para diagnóstico e tratamento.

“O mundo tecnológico avançou demais, com investimento e tomografia de baixa dosagem. A pandemia mostrou que a gente tem tomografia suficiente. Basta mudar a dosagem. É simples. E o rastreamento é o começo de uma melhora na medicina respiratória”.

Representantes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) citaram evidências científicas de que o rastreamento “antecipa diagnóstico e reduz a mortalidade”.

As Sociedades Brasileiras de Patologia (SBP) e de Radioterapia (SBRT) também integram a Aliança contra o Câncer de Pulmão, com apoio da Associação Médica Brasileira (AMB).

Projetos

Organizadora do debate, a deputada Flávia Morais (PDT-GO) já é autora do Projeto de Lei 2158/24, que restringe a comercialização de cigarro eletrônico. Ela acaba de oficializar o Projeto Lei 2550/24, com normas para o rastreamento da doença.

“Esse projeto vai estabelecer as diretrizes de rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de pulmão. Hoje nós já temos as leis que tratam desse assunto sobre outros tipos de câncer, como mama e próstata”.

Durante a audiência, médicos apresentaram experiências bem-sucedidas de rastreamento de câncer de pulmão em hospitais de São Paulo e do Rio Grande do Sul, inclusive com pacientes do Sistema Único de Saúde. Em nome do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (CONASS), César Neves, do Paraná, defendeu a prevenção e também mostrou entusiasmo com as estratégias de rastreamento.

“Nós temos que ter uma atenção primária com olhos vigilantes para sintomas muitas vezes incipientes e fazermos a prevenção. E não temos dúvida de que o rastreamento precoce vai mudar a história natural dos pacientes e aliviar também os cofres do combalido sistema público, que gasta muito mais em tratamentos em fase adiantada e em medicina paliativa”.

Neves também defendeu a regulamentação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (Lei 14.758/23), com reforço no papel da atenção primária. (Com informações da Agência Câmara de Notícias)

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Jornada de Saúde Digital reunirá desenvolvedores de tecnologia e gestores

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No próximo dia 26 de julho, das 8h às 18h, a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) realizará, em parceria com a InovaHC e Moso, a Jornada de Saúde Digital. O evento abordará a transformação digital que acontece no setor da saúde e trará uma visão de como as tecnologias avançadas podem aprimorar a qualidade da assistência ao paciente, o suporte aos profissionais de saúde e a eficiência operacional nos cuidados em saúde da população.

A Jornada reunirá profissionais de saúde, gestores, desenvolvedores de tecnologias interessados no tema para conhecerem as mais recentes tendências e os desafios da Saúde Digital. O evento terá palestras, debates, mesas redondas e proporcionará relacionamentos e troca de conhecimentos e experiências.

O evento terá início às 8h com uma sessão de boas-vindas. Às 8h30 começará a primeira apresentação, intitulada “Panorama da Saúde no Brasil: tendências em saúde digital”, que se estenderá até às 10h. As atividades serão retomadas às 10h30 com a palestra “Dados em Saúde: As dores e os desafios da interoperabilidade”, prevista para terminar às 12h.

Às 13h30, será abordado o tema “Soluções de IA na prática clínica: o estado da arte”, com encerramento previsto para às 15h. Às 15h30 haverá a apresentação sobre “Desafios das Soluções e Produtos Digitais em Saúde”, que ocorrerá até às 17:00.


Serviço
Jornada de Saúde Digital
Dia : 26 de julho de 2024
Horário: Das 9h às 18h
Local: InovaHC, Rua Doutor Ovídio Pires de Campos, Cerqueira César, São Paulo, SP
Inscrições aqui.

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Pesquisadores desenvolvem ferramenta para avaliar impacto da perda de olfato após Covid

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Uma pesquisa desenvolveu e validou uma versão em português brasileiro do Questionário de Distúrbios Olfativos (QOD), importante instrumento para avaliação da qualidade de vida de indivíduos com distúrbios olfativos. A perda do olfato pode ser causada pela Covid-19, por outros vírus respiratórios e por doenças neurológicas, como o Parkinson, podendo impactar significativamente no bem-estar dos indivíduos. No Brasil, cerca de 10% das pessoas que têm Covid-19 têm problemas com o olfato por mais de um mês.

A perda de olfato pode causar impactos na saúde mental como ansiedade, depressão, isolamento social, alterações no apetite e no peso, riscos à segurança, impacto na vida profissional e redução da produtividade. Por isso, ter uma ferramenta validada como o QOD ajuda a entender melhor o impacto da perda de olfato e a desenvolver estratégias para melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas.

O QOD foi desenvolvido para avaliar qualitativamente o grau de disfunção olfativa durante as atividades diárias. No estudo, também foi aplicado o questionário de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-bref) e o Teste de Identificação de Olfato, da Universidade da Pensilvânia (UPSIT®), utilizado para quantificar a perda olfativa.

Publicado no periódico Clinics, o trabalho foi coordenado pela pesquisadora Viviane Sampaio Boaventura, da Fiocruz Bahia, e Marco Aurélio Fornazieri, pesquisador da Universidade de Londrina (PR). Foram recrutados para participar da investigação 126 adultos, entre maio de 2018 e agosto de 2022, em Salvador e Londrina. Os dados sociodemográficos e clínicos foram obtidos por meio de questionários aplicados por entrevistadores treinados.

Os pacientes tinham entre 18 e 65 anos com queixa de disfunção olfatória pós-infecciosa por rinite alérgica, sinusite crônica, por causas pós-traumática ou desconhecidas. Os pacientes de Salvador eram mais velhos, menos escolarizados, apresentavam disfunção olfatória grave, tinham pior qualidade de vida em geral e escores mais baixos de qualidade de vida associados ao olfato (QOD), quando comparados aos pacientes de Londrina.

Os pesquisadores concluíram que o questionário desenvolvido para falantes do português brasileiro mostrou-se consistente e confiável, representando um avanço importante, pois estabelece o QOD como um instrumento clínico e científico confiável. O questionário pode ser empregado na população brasileira como um instrumento útil para pesquisa, avaliação médica do paciente e tratamento da perda de olfato. (Com informações da Agência Fiocruz)

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