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Inovação: Você sabia que é possível prever a nota do IDSS?

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Por Diana Jardim

Quando a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) publica a nota do IDSS (Índice de Desempenho da Saúde Suplementar) todo mercado entra em alvoroço para comparar os resultados das operadoras, a mídia divulga as melhores e piores notas, mas pouco se fala sobre os bastidores deste grande programa da agência.

No dinâmico e competitivo cenário da saúde suplementar brasileira, em que constantemente a sinistralidade e altos preços são pauta das discussões, há importantes iniciativas tentando mudar a lógica financeira e hospitalocêntrica do mercado, o IDSS é um excelente exemplo. Criado em 2004 pela ANS, e ao longo destes vinte anos tem se transformado e evoluído, permitindo que a ANS estimule a melhor gestão das operadoras, acessando e auditando informações detalhadas da assistência prestada e a saúde financeira das operadoras, bem como balizando normas mais assertivas e servindo como referência para escolha dos clientes pelos planos de saúde melhor avaliados.

IDSS um olhar pelo retrovisor

O Programa de Qualificação de Operadoras (PQO) é uma inciativa desenvolvida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para avalição anual do desempenho das operadoras de planos de saúde. Tem como objetivos o estímulo da qualidade setorial e a redução da assimetria de informação, promovendo maior poder de escolha para o beneficiário e oferecendo subsídios para a melhoria da gestão das operadoras e das ações regulatórias da ANS. O IDSS faz parte deste programa, e é calculado por meio de um conjunto de indicadores definidos pela ANS e permanentemente avaliados para o aprimoramento do Programa.

Entretanto, o IDSS é bastante complexo, pois considera uma ampla gama de informações, desde a qualidade do atendimento e a estrutura da rede de serviços até a gestão financeira, passando inclusive pela satisfação dos beneficiários. Cada aspecto exige atenção e esforços constantes para garantir a conformidade com os padrões da ANS, tornando o processo de acompanhamento e avaliação uma tarefa árdua.

O que, talvez muita gente não saiba, é que a apuração e publicação do IDSS são sempre retrospectivos, isto é, embora se refiram ao ano de divulgação, baseiam-se em dados do ano anterior. As operadoras enviam suas informações periodicamente, mas a agência divulga o cálculo do IDSS apenas no ano seguinte, sem que haja previsibilidade da nota ao longo do ano, ou ações proativas para mitigar pontos críticos de impacto na nota e nas informações fornecidas. Então a nota que vemos hoje, é uma fotografia do passado, estática e sem photoshop.

A avaliação do desempenho das operadoras de planos de saúde envolve uma análise abrangente, que combina dados fornecidos pelas próprias operadoras e informações dos sistemas nacionais de saúde, com destaque para o Monitoramento TISS (Troca de Informações na Saúde Suplementar), que é parte integrante da Resolução Normativa 305 da ANS. Outras fontes de dados importantes incluem o DIOPS, responsável por coletar informações cadastrais e financeiras das operadoras, o SIB, que reúne dados cadastrais dos beneficiários, e o RPS, utilizado para o registro de planos de saúde e suas informações associadas.

O Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) varia de 0 a 1 e é dividido em quatro dimensões:

  • IDQS: Dimensão Qualidade em Atenção à Saúde baseada em 12 indicadores que abrangem a assistência médica, desde a prevenção até o atendimento individualizado dos beneficiários.
  • IDGA: Dimensão Garantia de Acesso, que analisa a qualidade e a disponibilidade de hospitais, laboratórios e profissionais de saúde, considerando 8 indicadores.
  • IDSM: Dimensão Sustentabilidade no Mercado, que investiga a satisfação dos clientes e a estabilidade financeira dos planos de saúde, com 6 indicadores.
  • IDGR: Dimensão Gestão de Processos e Regulação, que examina a qualidade da gestão administrativa dos planos, com 5 indicadores.

Em resumo, uma sopa de letrinhas, cheia de arquivos, de dados da própria operadora e outras fontes. Um olhar pelo retrovisor do carro, estreito e com pontos cegos, para o gestor motorista deste automóvel!

Desafios e obstáculos no caminho da excelência

Muito além de ter bons números, o desafio também está em manipular volumes gigantes de informações, garantir que a origem da informação esteja condizente com a ficha do indicador, verificar se não há divergências em códigos e cadastros, além de erros de importação.

Garantir a heterogeneidade dos dados é um dos maiores obstáculos, pois há muita falta de padronização nos sistemas de informação, com cada unidade de atendimento e rede prestadora que utilizam sistemas distintos, dificultando a consolidação e análise dos dados em nível organizacional, gerando inconsistências e lacunas na avaliação do desempenho e comprometendo a precisão das medidas.

Já existem startups atuando neste segmento, tentando ajudar as operadoras a encontrarem a chave para desvendar os caminhos das informações do IDSS, no seu mar de dados. Mas muitas vezes, uma solução de mercado pode não ser tão simples implementar, pelas particularidades de cada empresa e os risco da segurança da informação, ao integrar com terceiros, ou até mesmo a questão de LGPD.

Eu sou uma grande defensora da inovação aberta, com ideias disruptivas que podem apresentar soluções inovadoras para coleta, análise e visualização de dados, automatização de tarefas repetitivas, inteligência artificial para identificar padrões e gerar insights valiosos, além de plataformas de comunicação e engajamento com os beneficiários! Mas isto é quase um sonho, pra não dizer utopia, neste cenário do mercado de saúde que vivemos!

Unimed Porto Alegre, inovação para previsibilidade do IDSS

A Unimed Porto Alegre se destacou no cenário das operadoras de saúde ao abraçar um desafio que muitos consideravam intransponível: prever a nota do IDSS. Enquanto o mercado reagia apenas às notas já publicadas, a cooperativa se lançou em uma iniciativa ousada e inovadora, demonstrando um verdadeiro protagonismo no setor.

A instituição desafiou seus próprios profissionais a pensarem além do convencional, em um verdadeiro espírito de intraempreendedorismo. O resultado foi o desenvolvimento do Sistema de Gerenciamento e Previsibilidade IDSS, uma solução interna que revolucionou a forma como a cooperativa encarava o índice.

Esse sistema, fruto da colaboração entre a equipe atuarial, o time de business analytics e outros setores da cooperativa, representou um salto qualitativo na gestão do IDSS. Utilizando dados detalhados, fichas técnicas e informações enviadas para a ANS, a Unimed Porto Alegre criou algoritmos preditivos que permitiram a compreensão e previsibilidade da nota oficial da ANS muito além do que qualquer solução de mercado poderia oferecer.

O mais impressionante é que essa iniciativa não se limitou a um simples software ou ferramenta comercial. O Sistema é uma construção interna, adaptada às necessidades específicas da cooperativa, impulsionando a inovação e a competitividade no mercado de saúde suplementar. Mais do que uma simples solução tecnológica, representou uma mudança de paradigma, demonstrando que a criatividade e o conhecimento interno podem ser armas poderosas na busca pela excelência.

O caso da Unimed Porto Alegre é um exemplo inspirador de como as operadoras de saúde podem assumir o controle de sua própria avaliação, não se limitando a reagir às circunstâncias, mas sim moldando ativamente seu futuro. Esse protagonismo não apenas beneficia a própria instituição, mas também impulsiona todo o setor, elevando os padrões de qualidade e inovação.

Em um mercado onde a competição é acirrada e a busca pela excelência é constante, a Unimed Porto Alegre demonstrou que é possível ir além, transformando desafios em oportunidades e redefinindo o futuro do seu negócio, e quem sabe da saúde suplementar no Brasil!

Ah, mas será que outras operadoras podem chegar ao mesmo resultado? Provavelmente sim. E diria que é necessário que o façam!

A inovação está à disposição de todos, mas além da tecnologia é preciso pensar diferente para encontrar soluções aos problemas postos na gestão e saúde dos beneficiários. Quem assume ser um catalisador para o progresso, guiando a empresa em direção a um futuro mais saudável e sustentável para todos.

Créditos: https://medicinasa.com.br/nota-idss/


*Diana Jardim é Gerente de Inovação da Unimed Porto Alegre.

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Hospital São Luiz Itaim inaugura Centro Avançado de Endoscopia com foco em alta tecnologia e IA

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Novo centro oferece tratamentos menos invasivos para obesidade, tumores e distúrbios digestivos, com apoio de inteligência artificial e equipe multidisciplinar

O Hospital São Luiz Itaim, da Rede D’Or, inaugurou um moderno Centro Avançado de Endoscopia que promete transformar o cuidado com doenças do trato gastrointestinal. A estrutura une alta tecnologia, inteligência artificial (IA) e procedimentos minimamente invasivos, oferecendo alternativas inovadoras para tratar desde obesidade e diabetes tipo 2 até tumores e complicações pós-operatórias.

Segundo o médico endoscopista Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, responsável técnico pelo serviço, a proposta é clara: “Hoje conseguimos realizar procedimentos que antes exigiam cortes e internações prolongadas, com uma câmera e acesso minimamente invasivo, muitas vezes com alta no mesmo dia.”

Tratamentos modernos com alta precisão

Entre os destaques do novo centro estão técnicas de:

  • Gastroplastia endoscópica – alternativa à cirurgia bariátrica tradicional, realizada por endoscopia para reduzir o estômago;
  • Ablação da mucosa gástrica – aplicação de calor em áreas específicas do estômago para controle da glicose em pacientes com diabetes tipo 2;
  • Dissecção endoscópica da submucosa (ESD) e ressecção endoscópica de parede total (EFTRD) – para remoção de tumores e lesões digestivas de forma precisa, sem cirurgia aberta;
  • POEM e G-POEM – procedimentos para tratar distúrbios digestivos como megaesôfago e gastroparesia;
  • Vacuoterapia endoluminal – técnica inovadora que acelera a cicatrização por meio de pressão negativa aplicada diretamente no local da lesão.

O centro também se destaca por aplicar colangioscopia e ecoendoscopia guiadas por imagem em tempo real, permitindo tratamentos mais seguros para doenças do fígado, pâncreas e vias biliares.

Inteligência artificial a favor da medicina

Um dos diferenciais mais inovadores do centro é a utilização de IA no apoio ao diagnóstico precoce. A tecnologia permite detectar lesões gastrointestinais com maior precisão e agilidade, aumentando as chances de cura e reduzindo a necessidade de cirurgias invasivas.

“Unimos o melhor da medicina com o poder da tecnologia. A inteligência artificial nos permite detectar lesões com mais precisão e rapidez, algo que impacta diretamente no sucesso dos tratamentos”, afirma Fernando Sogayar, diretor-geral do Hospital São Luiz Itaim.

Um marco para o cuidado digestivo no Brasil

A proposta do novo Centro Avançado de Endoscopia é colocar o Hospital São Luiz Itaim na vanguarda do cuidado digestivo no Brasil, integrando assistência, ensino e pesquisa clínica. Com foco na humanização e na precisão, o centro representa um salto qualitativo na forma como condições gastrointestinais serão diagnosticadas e tratadas nos próximos anos.

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Justiça obriga plano de saúde a reembolsar R$ 496 mil por sessões de hemodiálise

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Decisão da 2ª Vara Cível do Butantã considera abusiva a suspensão de reembolso de tratamento vital a paciente com doença renal crônica

Em decisão proferida na última quinta-feira (8), a Justiça de São Paulo determinou que uma operadora de plano de saúde reembolse R$ 496,6 mil a um paciente com doença renal crônica que teve o reembolso de sessões de hemodiálise suspenso de forma unilateral e sem justificativa contratual válida. O caso foi julgado pela juíza Larissa Gaspar Tunala, da 2ª Vara Cível do Butantã.

Segundo os autos, o paciente depende da hemodiafiltração de alto fluxo, realizada cinco vezes por semana, e vinha sendo ressarcido desde 2013. No entanto, a operadora reduziu gradualmente os valores a partir de novembro de 2023, interrompendo completamente os pagamentos em maio de 2024, mesmo sem qualquer alteração contratual ou mudança no tratamento prescrito.

A empresa alegou estar seguindo limites contratuais, mas o argumento foi rechaçado pela magistrada, que classificou como abusiva e ilegal a recusa de reembolso para um tratamento vital à sobrevivência do paciente.

“Se há fraudes, cabe à empresa analisar com o devido cuidado as relações individuais, não penalizando aquele que não tem correlação com os fatos. No limite, importa saber se o autor está sendo tratado e se os valores de reembolso são condizentes com o que se pratica no mercado no mesmo nível de serviços”, afirmou a juíza na sentença.

Cláusulas vagas e livre escolha de prestadores

Outro ponto destacado foi a falta de clareza contratual quanto aos limites de cobertura. A juíza entendeu que o plano de saúde violou os direitos do consumidor ao impor restrições sem transparência e que, mesmo havendo uma rede credenciada, o contrato previa a livre escolha de prestadores.

“Haver rede credenciada é um irrelevante jurídico, pois o contrato permite a livre opção do consumidor”, destacou a magistrada.

Conforto e qualidade de vida preservados

Para a advogada do paciente, Giselle Tapai, especialista em Direito à Saúde, a decisão representa mais do que a garantia de um direito contratual — trata-se de preservar a dignidade e o bem-estar do paciente:

“A decisão permitirá ao beneficiário promover o seu tratamento em clínicas que ofereçam um cuidado diferenciado, como era feito antes do conflito. Ambientes confortáveis, sofisticados e acolhedores impactam positivamente a qualidade de vida do paciente e de sua família”, declarou ao portal Terra.

Precedente relevante para outros casos

A decisão judicial representa um importante precedente para casos semelhantes, nos quais pacientes com doenças crônicas enfrentam dificuldades no custeio de tratamentos contínuos por conta de reembolsos negados ou limitados de forma arbitrária pelas operadoras.

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Correios anunciam plano emergencial para contornar prejuízo bilionário em 2024

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Enfrentando um déficit histórico de R$ 2,6 bilhões em 2024 — quatro vezes maior que o prejuízo de 2023 — os Correios lançaram um pacote de medidas para tentar recuperar o equilíbrio financeiro da estatal. A proposta, divulgada internamente nesta segunda-feira (12), pretende economizar R$ 1,5 bilhão ao longo de 2025 e exige forte adesão dos mais de 86 mil empregados da empresa.

📉 Causas do prejuízo
A estatal atribui a crise principalmente:

  • à queda nas receitas com encomendas internacionais;
  • ao aumento dos custos operacionais, que chegaram a R$ 15,9 bilhões (+ R$ 716 milhões em relação a 2023);
  • aos gastos com pessoal, que subiram de R$ 9,6 bilhões para R$ 10,3 bilhões.

📦 Apenas 15% das mais de 10 mil unidades de atendimento registraram superávit, reforçando o desafio de manter a capilaridade do serviço postal em todos os municípios do país.


📋 Medidas do plano de recuperação:

  1. Redução de jornada de trabalho e salários: de 8h para 6h diárias, com 34h semanais;
  2. Suspensão de férias a partir de junho de 2025, retomando apenas em 2026;
  3. Corte de 20% nos cargos comissionados na sede;
  4. Fim do home office: retorno obrigatório ao trabalho presencial a partir de 23 de junho;
  5. Prorrogação do PDV (Programa de Desligamento Voluntário) até 18 de maio;
  6. Revisão dos planos de saúde com nova rede credenciada e economia prevista de 30%;
  7. Lançamento de um marketplace próprio ainda em 2025;
  8. Captação de R$ 3,8 bilhões com o NDB para modernização e investimento interno.

🚴‍♂️ Investimentos e transição ecológica

Apesar das dificuldades, a estatal afirma manter seu plano de transição sustentável em até 5 anos. Foram investidos R$ 830 milhões em 2024, com destaque para:

  • 50 furgões elétricos;
  • 2.306 bicicletas elétricas e 3.996 convencionais com baú;
  • 1.502 veículos para renovação da frota.

💸 Alerta de liquidez

A empresa consumiu R$ 2,9 bilhões do caixa, restando apenas R$ 249 milhões disponíveis. Isso levou ao atraso de repasses a transportadoras e agências franqueadas, resultando em entregas mais lentas e paralisações parciais dos serviços.


📢 Mensagem da direção

Segundo o documento interno, “cada pequena contribuição dos empregados será essencial para superar os desafios e construir um futuro mais promissor”.

Com o plano de contenção, os Correios tentam evitar nova crise estrutural como a enfrentada em 2016, quando também registraram prejuízo bilionário. A proposta, porém, deve gerar forte resistência dos sindicatos diante da suspensão de direitos e da redução salarial.

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