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Pesquisadores da UNIFRAN em parceria com a UNIARA descobrem que nanocurativo combate infecção e melhora a cicatrização de feridas

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Em experimentos com roedores, produto de celulose com nanopartículas de prata foi capaz de reduzir colônias microbianas em lesões cutâneas, acelerando a cura;

Tratamento pode beneficiar pessoas com “pé diabético” e queimaduras, além de pacientes acamados com escaras.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Franca – UNIFRAN, em parceria com a Universidade de Araraquara – UNIARA, que contou com a participação da startup BioSmart Nano, revelou que um curativo de celulose contendo nanopartículas de prata se mostrou capaz de reduzir a concentração bacteriana em feridas complexas de pele, e promover o fechamento total de feridas em menos de um mês de tratamento sem efeitos colaterais. Os resultados promissores dos testes em animais foram publicados pelos pesquisadores envolvidos no Journal of Pharmaceutical Sciences.

O processo natural de cicatrização de feridas comuns envolve três etapas (inflamatória, de proliferação e de remodelamento), dura cerca de um mês, pode ser acelerado com uma série de tratamentos de apoio e, ainda assim, afeta profundamente a qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo. No caso de feridas crônicas, como as decorrentes de queimaduras, pressão contínua em determinada região (comuns em pacientes acamados) e diabetes, que demandam terapias e procedimentos específicos, o impacto social e financeiro é ainda maior.

Para se ter ideia, a Sociedade Brasileira de Diabetes estima que, no Brasil, cerca de 13 milhões de pessoas sofram de “pé diabético” (úlceras nos membros inferiores resultantes da doença). Já os gastos com amputações decorrentes dessas lesões no Sistema Único de Saúde (SUS) somaram R$ 799 milhões entre janeiro de 2012 e dezembro de 2022.

Nesse estudo, apoiado pela FAPESP, cientistas testaram um nanocurativo que reúne os benefícios de dois tratamentos com eficácia comprovada em cicatrização e melhoria das condições fisiológicas de feridas: as nanopartículas de prata, que apresentam atividade antimicrobiana; e as membranas de celulose bacteriana, material biocompatível constituído de nanofibras sintetizadas por bactérias Gram-negativas, que dispensam a remoção do tecido lesionado e ajudam a diminuir a dor do paciente.

“Nossa ideia era que a combinação pudesse amplificar a atividade biológica dos produtos, aumentando a eficácia da cicatrização e diminuindo os possíveis efeitos tóxicos da prata – o que foi confirmado após experimentos”, conta Saulo Duarte Ozelin, que desenvolveu o estudo durante doutorado no Programa de Pós-graduação em Ciência da UNIFRAN.

Durante um período de 21 dias, um grupo de ratos com feridas semelhantes às que podem ocorrer em seres humanos foi tratado com o nanocurativo. Para efeitos de comparação, outros animais receberam diferentes terapias, incluindo o uso exclusivo da membrana, sem a presença de prata. Exames específicos analisaram a influência do tratamento na extensão da ferida, tais como a proliferação celular, o crescimento microbiano local, parâmetros histopatológicos e o conteúdo de colágeno, além de indicadores de toxicidade da prata, como ganho de peso, consumo de água e análise bioquímica de parâmetros de funções renal e hepática.

Em 48 horas, os pesquisadores observaram que o nanocurativo proporcionou redução significativa no número de colônias microbianas, em comparação com outros tratamentos: “Esse resultado é extremamente interessante porque um dos grandes empecilhos para cicatrização é a contaminação por bactérias”, afirma Denise Crispim Tavares, professora do programa de PPG em Ciências da UNIFRAN e coordenadora do estudo. “Com essa diminuição, o processo de cicatrização é acelerado.”

Após 14 dias, as lesões já haviam diminuído consideravelmente. Ao final dos experimentos, 21 dias, a taxa média de contração das feridas foi superior a 97% em relação à área inicial. Também foram observados aumento na quantidade de fibras colágenas na borda das lesões, menores níveis de necrose, angiogênese (crescimento de novos vasos sanguíneos a partir dos existentes) e inflamação – sem toxicidade sistêmica.

“Esses resultados indicam que nosso curativo tem potencial para oferecer mais qualidade de vida aos pacientes e contribuir para o seu bem-estar”, diz Hernane da Silva Barud, responsável pelo desenvolvimento das biomembranas, professor do Laboratório de Biopolímeros e Biomateriais da UNIARA e CEO da startup BioSmart Nano.

Próximos passos

As membranas de celulose bacteriana utilizadas no estudo são o foco do grupo de pesquisas de Barud na UNIARA há cerca de 20 anos e fazem parte de uma família de curativos já amplamente comercializadas pelas startups BioSmart Nano e HB Biotech, ambas associadas à universidade.

A nova versão, com a adição da prata, já é patenteada, mas deve entrar em fase de estudos clínicos com seres humanos em breve para poder chegar ao mercado.

“Além de disponibilizar aos pacientes os benefícios constatados no estudo com animais, produzir um curativo como esse no Brasil garante redução de custos em relação a opções importadas e um controle de qualidade mais eficaz”, acredita Barud.

As membranas de celulose bacteriana utilizadas no estudo são o foco de Barud desde 2004, quando iniciou mestrado no IQ/UNESP orientado pelo prof. Dr. Sidney Ribeiro. Na UNIARA há cerca de 10 anos o pesquisador vem desenvolvendo uma família de curativos que serão comercializadas pelas startups BioSmart Nano e HB Biotech.

O artigo Nanocomposite Based on Bacterial Cellulose and Silver Nanoparticles Improve Wound Healing Without Exhibiting Toxic Effect pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0022354924001394.

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Hospital São Luiz Itaim inaugura Centro Avançado de Endoscopia com foco em alta tecnologia e IA

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Novo centro oferece tratamentos menos invasivos para obesidade, tumores e distúrbios digestivos, com apoio de inteligência artificial e equipe multidisciplinar

O Hospital São Luiz Itaim, da Rede D’Or, inaugurou um moderno Centro Avançado de Endoscopia que promete transformar o cuidado com doenças do trato gastrointestinal. A estrutura une alta tecnologia, inteligência artificial (IA) e procedimentos minimamente invasivos, oferecendo alternativas inovadoras para tratar desde obesidade e diabetes tipo 2 até tumores e complicações pós-operatórias.

Segundo o médico endoscopista Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, responsável técnico pelo serviço, a proposta é clara: “Hoje conseguimos realizar procedimentos que antes exigiam cortes e internações prolongadas, com uma câmera e acesso minimamente invasivo, muitas vezes com alta no mesmo dia.”

Tratamentos modernos com alta precisão

Entre os destaques do novo centro estão técnicas de:

  • Gastroplastia endoscópica – alternativa à cirurgia bariátrica tradicional, realizada por endoscopia para reduzir o estômago;
  • Ablação da mucosa gástrica – aplicação de calor em áreas específicas do estômago para controle da glicose em pacientes com diabetes tipo 2;
  • Dissecção endoscópica da submucosa (ESD) e ressecção endoscópica de parede total (EFTRD) – para remoção de tumores e lesões digestivas de forma precisa, sem cirurgia aberta;
  • POEM e G-POEM – procedimentos para tratar distúrbios digestivos como megaesôfago e gastroparesia;
  • Vacuoterapia endoluminal – técnica inovadora que acelera a cicatrização por meio de pressão negativa aplicada diretamente no local da lesão.

O centro também se destaca por aplicar colangioscopia e ecoendoscopia guiadas por imagem em tempo real, permitindo tratamentos mais seguros para doenças do fígado, pâncreas e vias biliares.

Inteligência artificial a favor da medicina

Um dos diferenciais mais inovadores do centro é a utilização de IA no apoio ao diagnóstico precoce. A tecnologia permite detectar lesões gastrointestinais com maior precisão e agilidade, aumentando as chances de cura e reduzindo a necessidade de cirurgias invasivas.

“Unimos o melhor da medicina com o poder da tecnologia. A inteligência artificial nos permite detectar lesões com mais precisão e rapidez, algo que impacta diretamente no sucesso dos tratamentos”, afirma Fernando Sogayar, diretor-geral do Hospital São Luiz Itaim.

Um marco para o cuidado digestivo no Brasil

A proposta do novo Centro Avançado de Endoscopia é colocar o Hospital São Luiz Itaim na vanguarda do cuidado digestivo no Brasil, integrando assistência, ensino e pesquisa clínica. Com foco na humanização e na precisão, o centro representa um salto qualitativo na forma como condições gastrointestinais serão diagnosticadas e tratadas nos próximos anos.

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Justiça obriga plano de saúde a reembolsar R$ 496 mil por sessões de hemodiálise

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Decisão da 2ª Vara Cível do Butantã considera abusiva a suspensão de reembolso de tratamento vital a paciente com doença renal crônica

Em decisão proferida na última quinta-feira (8), a Justiça de São Paulo determinou que uma operadora de plano de saúde reembolse R$ 496,6 mil a um paciente com doença renal crônica que teve o reembolso de sessões de hemodiálise suspenso de forma unilateral e sem justificativa contratual válida. O caso foi julgado pela juíza Larissa Gaspar Tunala, da 2ª Vara Cível do Butantã.

Segundo os autos, o paciente depende da hemodiafiltração de alto fluxo, realizada cinco vezes por semana, e vinha sendo ressarcido desde 2013. No entanto, a operadora reduziu gradualmente os valores a partir de novembro de 2023, interrompendo completamente os pagamentos em maio de 2024, mesmo sem qualquer alteração contratual ou mudança no tratamento prescrito.

A empresa alegou estar seguindo limites contratuais, mas o argumento foi rechaçado pela magistrada, que classificou como abusiva e ilegal a recusa de reembolso para um tratamento vital à sobrevivência do paciente.

“Se há fraudes, cabe à empresa analisar com o devido cuidado as relações individuais, não penalizando aquele que não tem correlação com os fatos. No limite, importa saber se o autor está sendo tratado e se os valores de reembolso são condizentes com o que se pratica no mercado no mesmo nível de serviços”, afirmou a juíza na sentença.

Cláusulas vagas e livre escolha de prestadores

Outro ponto destacado foi a falta de clareza contratual quanto aos limites de cobertura. A juíza entendeu que o plano de saúde violou os direitos do consumidor ao impor restrições sem transparência e que, mesmo havendo uma rede credenciada, o contrato previa a livre escolha de prestadores.

“Haver rede credenciada é um irrelevante jurídico, pois o contrato permite a livre opção do consumidor”, destacou a magistrada.

Conforto e qualidade de vida preservados

Para a advogada do paciente, Giselle Tapai, especialista em Direito à Saúde, a decisão representa mais do que a garantia de um direito contratual — trata-se de preservar a dignidade e o bem-estar do paciente:

“A decisão permitirá ao beneficiário promover o seu tratamento em clínicas que ofereçam um cuidado diferenciado, como era feito antes do conflito. Ambientes confortáveis, sofisticados e acolhedores impactam positivamente a qualidade de vida do paciente e de sua família”, declarou ao portal Terra.

Precedente relevante para outros casos

A decisão judicial representa um importante precedente para casos semelhantes, nos quais pacientes com doenças crônicas enfrentam dificuldades no custeio de tratamentos contínuos por conta de reembolsos negados ou limitados de forma arbitrária pelas operadoras.

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Correios anunciam plano emergencial para contornar prejuízo bilionário em 2024

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Enfrentando um déficit histórico de R$ 2,6 bilhões em 2024 — quatro vezes maior que o prejuízo de 2023 — os Correios lançaram um pacote de medidas para tentar recuperar o equilíbrio financeiro da estatal. A proposta, divulgada internamente nesta segunda-feira (12), pretende economizar R$ 1,5 bilhão ao longo de 2025 e exige forte adesão dos mais de 86 mil empregados da empresa.

📉 Causas do prejuízo
A estatal atribui a crise principalmente:

  • à queda nas receitas com encomendas internacionais;
  • ao aumento dos custos operacionais, que chegaram a R$ 15,9 bilhões (+ R$ 716 milhões em relação a 2023);
  • aos gastos com pessoal, que subiram de R$ 9,6 bilhões para R$ 10,3 bilhões.

📦 Apenas 15% das mais de 10 mil unidades de atendimento registraram superávit, reforçando o desafio de manter a capilaridade do serviço postal em todos os municípios do país.


📋 Medidas do plano de recuperação:

  1. Redução de jornada de trabalho e salários: de 8h para 6h diárias, com 34h semanais;
  2. Suspensão de férias a partir de junho de 2025, retomando apenas em 2026;
  3. Corte de 20% nos cargos comissionados na sede;
  4. Fim do home office: retorno obrigatório ao trabalho presencial a partir de 23 de junho;
  5. Prorrogação do PDV (Programa de Desligamento Voluntário) até 18 de maio;
  6. Revisão dos planos de saúde com nova rede credenciada e economia prevista de 30%;
  7. Lançamento de um marketplace próprio ainda em 2025;
  8. Captação de R$ 3,8 bilhões com o NDB para modernização e investimento interno.

🚴‍♂️ Investimentos e transição ecológica

Apesar das dificuldades, a estatal afirma manter seu plano de transição sustentável em até 5 anos. Foram investidos R$ 830 milhões em 2024, com destaque para:

  • 50 furgões elétricos;
  • 2.306 bicicletas elétricas e 3.996 convencionais com baú;
  • 1.502 veículos para renovação da frota.

💸 Alerta de liquidez

A empresa consumiu R$ 2,9 bilhões do caixa, restando apenas R$ 249 milhões disponíveis. Isso levou ao atraso de repasses a transportadoras e agências franqueadas, resultando em entregas mais lentas e paralisações parciais dos serviços.


📢 Mensagem da direção

Segundo o documento interno, “cada pequena contribuição dos empregados será essencial para superar os desafios e construir um futuro mais promissor”.

Com o plano de contenção, os Correios tentam evitar nova crise estrutural como a enfrentada em 2016, quando também registraram prejuízo bilionário. A proposta, porém, deve gerar forte resistência dos sindicatos diante da suspensão de direitos e da redução salarial.

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