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Inovação: criação de cirurgia pioneira no mundo no HCFMUSP

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Por Francisco Cesar Carnevale

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), o maior complexo hospitalar da América Latina, é uma referência mundial em saúde. Este prestígio é resultado de uma combinação de assistência de qualidade, ensino de excelência, pesquisa avançada e investimentos contínuos em inovação e tecnologia. Esses esforços têm permitido o desenvolvimento de tratamentos revolucionários que não apenas melhoram a qualidade de vida dos pacientes, mas também ampliam o acesso à saúde e geram um impacto socioeconômico significativo no Brasil.

A radiologia, tradicionalmente conhecida por seu papel crucial no diagnóstico de diversas condições médicas por meio de exames como raio-X, tomografia e ressonância magnética, tem expandido seu alcance para incluir tratamentos. A radiologia intervencionista, uma subespecialidade terapêutica, utiliza métodos de imagem para realizar cirurgias minimamente invasivas e mais precisas. Esta abordagem proporciona aos pacientes menor risco, recuperação mais rápida e menos dor, comparado aos métodos cirúrgicos tradicionais.

Recentemente, fui surpreendido com a notícia de que serei homenageado em setembro com o prêmio mais importante da Radiologia Intervencionista durante o congresso da CIRSE 2024, em Lisboa. Este título, que avalia profissionais de todo o mundo, está para nós, médicos, como a Bola de Ouro no futebol! Ser o primeiro brasileiro e latino-americano a receber esse prêmio é uma honra indescritível, até porque é o reconhecimento de um trabalho realizado em equipe e um reconhecimento do Brasil como referência em medicina e pesquisa, superando a desconfiança que muitas vezes cerca a produção científica nacional. Sou profundamente grato por isso.

Um dos avanços mais notáveis que desenvolvemos no InRad e, de forma pioneira no Brasil e no mundo, é a técnica de embolização da próstata, uma alternativa inovadora para o tratamento da hiperplasia prostática benigna (HPB). Esta condição, comum entre homens após os 50 anos, geralmente exige a remoção total ou parcial da glândula. A técnica consiste em obstruir as artérias da próstata, bloqueando parcialmente a circulação sanguínea para reduzir seu tamanho e torná-la mais macia. Este procedimento minimamente invasivo melhora significativamente a qualidade de vida dos pacientes ao eliminar os sintomas da HPB e evitar as complicações associadas aos tratamentos tradicionais.

O projeto proporcionou ao Instituto de Radiologia uma projeção internacional e atraiu profissionais do Brasil e do exterior que buscam treinamento para aprender e replicar o procedimento ao redor do mundo.

No InRad, a radiologia intervencionista permite oferecer tratamentos para uma ampla gama de especialidades, incluindo oncologia, ortopedia, transplante de fígado e rim, além de opções terapêuticas em pediatria e ginecologia, como o tratamento de miomas uterinos. Conseguimos atender todos os institutos do complexo, incluindo o InCorICESP, Instituto da Criança e do Adolescente (ICr), Instituto Central e Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOTH).

Realizamos aproximadamente 2 mil cirurgias minimamente invasivas por ano dentro do HCFMUSP, e o impacto social desse trabalho é significativo. Já formamos internamente mais de cem profissionais capacitados a replicar e disseminar as técnicas desenvolvidas aqui, beneficiando não apenas os pacientes do HC, mas também em todo o Brasil.

Crescer e continuar a transformar

A radiologia intervencionista é uma especialidade que demanda e promove inovação, o que a torna extremamente atrativa. Temos aumentado o número de residentes e estamos otimistas em relação ao futuro, já que atuamos em diversos institutos do HC. Além disso, temos a responsabilidade de formar médicos de todo o Brasil, capacitando-os a levar esse conhecimento para suas regiões.

As conquistas que alcançamos até agora são apenas o começo de um caminho promissor. A especialidade tem potencial para transformar a jornada do paciente, oferecendo tratamentos mais eficazes e menos invasivos, que resultam em melhores prognósticos e uma recuperação mais rápida. O reconhecimento internacional que recebemos é um testemunho do impacto positivo que a radiologia intervencionista pode ter na medicina moderna.


*Francisco Cesar Carnevale é Chefe do Serviço de Radiologia Vascular Intervencionista do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da USP, do Instituto do Câncer (ICESP) e professor livre-docente pela Faculdade de Medicina da USP.]

Créditos: https://medicinasa.com.br/radiologia-hcfmusp/

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Nova infraestrutura e mais profissionais de saúde reduzem óbitos por desnutrição e malária entre os Yanomami

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O povo Yanomami, que habita uma extensa área na região Norte do Brasil, vem enfrentando há anos desafios como a desnutrição e a malária, agravados pela dificuldade de acesso a serviços de saúde e pelo impacto do garimpo ilegal. Nesse contexto, o Ministério da Saúde adotou novas medidas para fortalecer a assistência local, investindo em infraestrutura, equipes médicas e ações preventivas. Como resultado, observou-se uma queda no número de óbitos ligados à desnutrição e à malária, reforçando a importância de um suporte contínuo e integrado às comunidades indígenas.

Expansão da infraestrutura em áreas remotas

  • Construção e reforma de postos de saúde
    Pequenas unidades de atendimento em aldeias estratégicas, equipadas para resolver problemas de saúde mais comuns, facilitam a triagem e os cuidados imediatos, reduzindo a necessidade de deslocamentos longos e desgastantes.
  • Melhoria do transporte e logística
    O uso de voos regulares, helicópteros e barcos para o transporte de insumos médicos e profissionais permite superar barreiras geográficas e atender regiões de difícil acesso de forma mais ágil.

Aumento das equipes de saúde e qualificação profissional

  • Reforço no quadro de profissionais
    A inclusão de médicos, enfermeiros, nutricionistas, agentes de endemias e técnicos de laboratório expande a capacidade de atendimento, viabilizando diagnósticos precoces e manejo adequado de casos de desnutrição e de doenças infecciosas.
  • Treinamento específico para a realidade local
    Os profissionais são capacitados para lidar com peculiaridades culturais e linguísticas, bem como para a prevenção de doenças comuns na região, como malária e infecções respiratórias.

Ações de combate à desnutrição

  1. Distribuição de alimentos e suplementos
    Programas de assistência nutricional fornecem cestas básicas, fórmulas infantis e suplementos vitamínicos, priorizando grupos vulneráveis, como crianças, gestantes e idosos.
  2. Educação alimentar
    Oficinas e orientações práticas ajudam as famílias a variar a dieta, aproveitando melhor os recursos disponíveis na floresta e fortalecendo a cultura alimentar tradicional.
  3. Vigilância nutricional
    Monitoramento regular do estado nutricional das crianças e identificação de casos de risco possibilitam intervenções rápidas, evitando o agravamento de quadros de desnutrição.

Controle integrado da malária

  • Diagnóstico precoce
    Com a presença de laboratórios portáteis e testes rápidos, o diagnóstico pode ser feito na aldeia, permitindo o início imediato do tratamento e redução do risco de complicações.
  • Tratamento supervisionado
    Equipes de saúde acompanham a administração de medicamentos antimaláricos para garantir a adesão ao regime terapêutico completo.
  • Combate ao vetor
    Uso de inseticidas, distribuição de mosquiteiros impregnados e campanhas de conscientização sobre eliminação de criadouros do mosquito intensificam o controle da doença.

Resultados e perspectivas

As medidas adotadas pelo governo e parceiros resultaram na queda dos óbitos relacionados à desnutrição e na diminuição da incidência de malária na região Yanomami. Esse avanço ressalta a importância de manter esforços constantes em infraestrutura, vigilância epidemiológica e envolvimento das comunidades indígenas nas tomadas de decisão. Mesmo assim, desafios persistem:

  • Sustentabilidade das ações
    A continuidade dos programas depende de financiamento, logística estável e coordenação entre diferentes níveis de governo.
  • Segurança e combate ao garimpo ilegal
    A presença de atividades ilegais intensifica a degradação ambiental e expõe os Yanomami a riscos de violência e contaminação por mercúrio.
  • Atenção à cultura local
    Respeitar e valorizar os conhecimentos tradicionais é essencial para o êxito das ações de saúde e para garantir a adesão da comunidade.

A redução de óbitos por desnutrição e malária representa uma vitória para a saúde indígena, porém, manter esse resultado exige planejamento de longo prazo, diálogo constante com as lideranças locais e expansão das políticas públicas voltadas às áreas remotas. A iniciativa de reforçar equipes, melhorar a infraestrutura e promover ações integradas de prevenção e tratamento consolida uma abordagem que salva vidas e fortalece a autonomia e a dignidade dos Yanomami.


Fonte:
Ministério da Saúde – Nova infraestrutura e mais profissionais de saúde amplia a assistência e reduz óbitos por desnutrição e malária entre os Yanomami

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Implante cerebral para melhora do humor será testado no Reino Unido

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Um novo horizonte para o tratamento de distúrbios psiquiátricos pode estar se abrindo: um implante cerebral projetado para modular o humor e aliviar quadros de depressão resistente foi anunciado para testes no Reino Unido. O dispositivo, que funciona a partir de estímulos elétricos direcionados, promete oferecer uma alternativa a pacientes que não respondem adequadamente a medicamentos e terapias convencionais.

Como o implante cerebral funciona

O dispositivo emprega estimulação cerebral profunda (DBS, na sigla em inglês), técnica já utilizada em casos de Parkinson e distúrbios de movimento. Seu objetivo é estimular, de forma contínua ou intermitente, regiões específicas do cérebro associadas à regulação emocional. Dessa forma, o sistema busca “ajustar” a atividade neuronal, ajudando a equilibrar a produção e a transmissão de neurotransmissores que influenciam o humor, como a serotonina e a dopamina.

Principais características do implante:

  • Localização precisa: Pequenos eletrodos são implantados em áreas específicas, mapeadas com técnicas de imagem avançada.
  • Feedback em tempo real: Alguns sistemas de DBS contam com sensores internos, capazes de medir a atividade cerebral e ajustar a intensidade do estímulo conforme as necessidades do paciente.
  • Controle externo: Profissionais de saúde podem programar e monitorar as configurações do dispositivo por meio de um controlador externo, permitindo ajustes graduais até encontrar a dosagem ideal de estímulo.

Potenciais benefícios e indicações

  1. Depressão resistente ao tratamento: Muitos pacientes não alcançam melhora satisfatória apenas com antidepressivos, psicoterapia e outras intervenções. O implante poderia diminuir sintomas de depressão crônica e pensamentos suicidas.
  2. Rapidez de resposta: Enquanto medicamentos podem levar semanas para surtir efeito, os estímulos cerebrais podem apresentar respostas perceptíveis em menos tempo, embora o ajuste de parâmetros seja contínuo.
  3. Diminuição da carga de medicamentos: Uma resposta eficaz ao implante pode reduzir a necessidade de múltiplos remédios, que frequentemente causam efeitos colaterais indesejados.

Desafios e preocupações

  • Natureza invasiva: O procedimento cirúrgico de implante é delicado e requer experiência neurológica especializada. Há risco de infecção e complicações relacionadas à implantação de eletrodos no tecido cerebral.
  • Custos e acesso: Por se tratar de tecnologia de ponta, o implante pode ter custos elevados, dificultando a ampla disponibilidade.
  • Ética e privacidade: A possibilidade de influenciar diretamente o estado mental de um indivíduo suscita debates sobre consentimento, autonomia e o risco de manipulação do comportamento.
  • Regulamentação rigorosa: Agências de saúde como a MHRA (no Reino Unido) e a FDA (nos EUA) devem acompanhar de perto os testes para garantir a segurança e avaliar os resultados clínicos antes de uma possível liberação comercial.

Próximos passos e expectativas

Os ensaios clínicos no Reino Unido vão envolver pacientes voluntários diagnosticados com depressão resistente grave, selecionados conforme critérios médicos e psicológicos. Caso os resultados mostrem eficácia e baixo índice de efeitos adversos, a tecnologia pode abrir perspectivas para o tratamento de outros transtornos psiquiátricos, como ansiedade crônica e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).

Ao longo dos testes, pesquisadores analisarão a resposta dos voluntários em diferentes intervalos de tempo, observando o impacto na qualidade de vida, na interação social e no retorno às atividades diárias. No contexto de um crescimento significativo dos casos de transtornos mentais no mundo, sobretudo após períodos de crise global, o avanço de terapias neuromoduladoras pode representar um passo crucial em direção a cuidados mais abrangentes e eficazes.


Fonte: Época Negócios – Implante cerebral capaz de melhorar o humor será testado no Reino Unido

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Unimed Nacional em crise: operadora receberá aporte de R$ 1 bilhão para reforçar sustentabilidade

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A Unimed Nacional, uma das principais operadoras de planos de saúde do país, atravessa um momento de instabilidade financeira que chamou a atenção tanto do mercado quanto dos órgãos reguladores. Em meio a essa crise, a empresa se prepara para receber um aporte estimado em R$ 1 bilhão, valor que deve ajudar a reequilibrar as contas, ampliar sua capacidade de atendimento e manter a confiança de investidores, clientes e médicos cooperados.

Entenda a crise na Unimed Nacional

A situação financeira delicada da operadora foi agravada pelo aumento expressivo de custos assistenciais, especialmente após a pandemia de Covid-19, bem como por reajustes de planos e desequilíbrios atuariais em determinadas carteiras. Essas questões se somaram a desafios de governança e à necessidade de melhorar a sinergia entre as diversas unidades regionais da Unimed espalhadas pelo país.

Principais fatores que contribuíram para o cenário atual:

  • Crescimento dos custos de procedimentos de alta complexidade e de internações prolongadas.
  • Dificuldades na gestão de sinistralidade, principalmente em contratos coletivos empresariais.
  • Questões de governança, já que a Unimed Nacional precisa alinhar interesses de diferentes cooperativas estaduais e locais.
  • Suscetibilidade às variações econômicas e políticas de saúde, incluindo possíveis impactos regulatórios definidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

O aporte de R$ 1 bilhão e seus objetivos

A capitalização de R$ 1 bilhão, anunciada pela gestão da Unimed Nacional, tem como meta principal melhorar a saúde financeira da operadora. Com isso, espera-se:

  1. Reestruturação de passivos: Negociação de dívidas e reorganização da estrutura de financiamento para reduzir encargos e alongar prazos de pagamento.
  2. Fortalecimento de reservas técnicas: A injeção de recursos deve aumentar a capacidade da empresa de honrar compromissos com prestadores, fornecedores e clientes, reforçando a sustentabilidade das operações.
  3. Investimentos em modernização e tecnologia: Para controlar sinistralidade e aprimorar o atendimento, a Unimed Nacional deve intensificar o uso de ferramentas de telemedicina, prontuários eletrônicos integrados e sistemas de inteligência de dados, otimizando custos e processos.
  4. Ampliação da rede e melhoria de serviços: Parte dos recursos pode ser direcionada para ampliar a rede de atendimento e aperfeiçoar a experiência do paciente, garantindo maior satisfação e fidelização.

Possíveis impactos no mercado de saúde suplementar

A Unimed é referência no segmento de cooperativas médicas, reunindo milhares de profissionais de saúde no Brasil. Consequentemente, seus movimentos financeiros e estratégicos têm repercussões além de suas próprias fronteiras.

  • Estabilidade do setor: Uma eventual recuperação sólida da Unimed Nacional pode trazer mais previsibilidade ao mercado de planos de saúde, evitando temores de quebra ou intervenção pela ANS.
  • Concorrência e consolidação: O aporte bilionário reforça a necessidade de manter competitividade frente a outras grandes operadoras privadas, que buscam aquisições, fusões ou estratégias de verticalização para diluir custos.
  • Diálogo com a regulação: A ANS deve acompanhar de perto os desdobramentos do processo de recuperação, avaliando a solvência, as garantias assistenciais e os indicadores de qualidade assistencial para assegurar o cumprimento das normas do setor.

Desafios futuros para a Unimed Nacional

Apesar de o aporte financeiro trazer alívio no curto prazo, alguns desafios estruturais permanecem no horizonte da operadora:

  1. Eficiência na gestão de custos: Será fundamental aprimorar contratos com hospitais, laboratórios e prestadores de serviços, além de intensificar programas de saúde preventiva para reduzir o uso desnecessário de procedimentos de alta complexidade.
  2. Governança e unidade de estratégia: A rede Unimed, por ser composta por diversas cooperativas regionais, precisa alinhar diretrizes comuns, evitando fragmentação administrativa e redundâncias.
  3. Foco na experiência do beneficiário: Em um setor cada vez mais competitivo, oferecer agilidade de atendimento, precisão nos diagnósticos e uma rede ampla e de qualidade pode ser o diferencial para reter e atrair clientes.
  4. Inovação e parcerias: A adoção de inovações tecnológicas, parcerias com startups de saúde e projetos de medicina digital podem ajudar a reduzir custos e melhorar o cuidado ao paciente.

Conclusão

O anúncio de um aporte de R$ 1 bilhão na Unimed Nacional é um marco importante no processo de reestruturação da operadora. Para além de equilibrar o caixa e regularizar passivos, o objetivo é posicionar a empresa em um novo patamar de governança, eficiência e satisfação dos usuários. Esse movimento pode não apenas garantir a sobrevivência da cooperativa, mas também oferecer um sinal positivo ao mercado de saúde suplementar como um todo, indicando que, com planejamento e investimentos adequados, é possível enfrentar momentos de crise e construir modelos de gestão mais sustentáveis.

Fonte: Valor – Em crise, Unimed Nacional terá aporte de R$ 1 bilhão

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