A falsificação de medicamentos é um problema grave de saúde pública que afeta milhões de pessoas no mundo inteiro. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% dos medicamentos globais são falsificados, movimentando bilhões de reais. No Brasil, essa porcentagem pode chegar a 20% em determinados segmentos, com destaque para remédios essenciais como antirretrovirais, antibióticos e medicamentos para doenças crônicas.
O impacto não é apenas na saúde: esse problema compromete a segurança do paciente, a confiança no sistema de saúde e a economia, além de afetar diretamente populações vulneráveis, que, por dificuldades financeiras, acabam recorrendo a medicamentos falsificados sem saber.
Blockchain como solução no rastreamento de medicamentos
Diante desse cenário, a tecnologia blockchain surge como uma ferramenta promissora no combate à falsificação de medicamentos, ao oferecer um sistema seguro, transparente e imutável para rastrear cada etapa da cadeia de suprimentos.
A blockchain funciona como um banco de dados descentralizado e avançado, que armazena informações em blocos interligados, criando uma “cadeia” de registros imutáveis e validados por diferentes agentes. No setor farmacêutico, ela pode desempenhar as seguintes funções:
- Autenticação de medicamentos
- Verifica a autenticidade do medicamento em todas as etapas, desde a fabricação até a entrega ao paciente.
- Garante que o produto seja original, eliminando a possibilidade de substituição por falsificados.
- Conformidade regulatória
- Ajuda a atender às normas estabelecidas por órgãos reguladores, como a FDA (EUA) e a EMA (Europa), além de possíveis regulamentações no Brasil.
- Prevenção de fraudes e roubos
- Inviabiliza práticas indevidas, como a troca de medicamentos durante o transporte ou a aplicação de produtos diferentes do prescrito.
Com essas aplicações, a blockchain promete não apenas reduzir a falsificação, mas também aumentar a confiança dos consumidores nos produtos farmacêuticos e melhorar a eficiência operacional na distribuição.
O impacto para a indústria e os pacientes
A implementação da blockchain pode revolucionar o mercado farmacêutico, trazendo benefícios tanto para a indústria quanto para os pacientes:
- Maior transparência: Cada etapa da cadeia de suprimentos é documentada e visível, garantindo mais confiança entre fabricantes, distribuidores e consumidores.
- Redução de custos: Ao minimizar perdas por fraudes e falsificações, a tecnologia ajuda a reduzir os custos gerais da cadeia produtiva.
- Segurança para os pacientes: A blockchain oferece a certeza de que os medicamentos comprados são seguros e eficazes, reduzindo os riscos à saúde pública.
Desafios e o futuro da blockchain no setor farmacêutico
Apesar das promessas, a implementação da blockchain na indústria farmacêutica ainda enfrenta desafios significativos:
- Necessidade de testes mais amplos: A tecnologia ainda precisa ser validada em escala na indústria para garantir sua eficácia e viabilidade.
- Educação e treinamento: Profissionais de saúde e agentes da cadeia de suprimentos precisam ser capacitados para operar os sistemas de blockchain corretamente.
- Integração de sistemas: A implementação da blockchain requer uma integração robusta com os sistemas já existentes nas empresas, o que pode demandar investimentos significativos.
“O rastreamento tecnológico é uma revolução no combate à falsificação de medicamentos. Com investimento contínuo e integração de sistemas, podemos garantir mais segurança e qualidade para os pacientes”, ressalta André Carneiro, CEO da BBChain.
Conclusão
A falsificação de medicamentos é um problema complexo, mas o uso de tecnologias avançadas, como a blockchain, representa um grande passo na mitigação desse desafio. Com potencial para rastrear medicamentos com precisão, autenticar sua procedência e prevenir fraudes, a blockchain se posiciona como uma ferramenta essencial para garantir a segurança dos pacientes e a integridade da cadeia de suprimentos farmacêutica.
Embora ainda seja necessário avançar em testes, capacitação e integração, o caminho está aberto para que essa tecnologia transforme o mercado e contribua significativamente para a saúde pública global.
Fonte:
Artigo escrito por André Carneiro, CEO da BBChain. Publicado em 05/02/2025.