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Saúde privada passa por crise de satisfação, revela pesquisa

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O levantamento mostra que 92% das pessoas consideram o plano de saúde essencial, mas 32% estão insatisfeitos com a demora nas autorizações de procedimentos e 30% com dificuldade para agendar consultas e exames

A Minds & Hearts, empresa do grupo HSR Specialist Researchers – maior grupo de pesquisa independente da América Latina -, realizou uma pesquisa com o objetivo de fazer um “Raio-X do Setor de Saúde Privada”. O estudo identificou o nível de satisfação e os requisitos necessários para que os usuários estejam cada vez mais fidelizados aos planos de saúde. Para isso, foram entrevistadas 700 pessoas das gerações Baby Boomres, X, Y e Z, beneficiárias dos principais convênios médicos do Brasil, como Bradesco Saúde, SulAmérica, Unimed, Amil, HapVida, NotreDame, entre outros.

Um dos fatores que motivou o estudo foi o aumento de quase 15 vezes no número de reclamações dos consumidores entre 2010 e 2024, saindo de 13.448 para 198.112 reclamações por ano. “Diante desta informação, nós decidimos analisar se os beneficiários estão se tornando mais exigentes ou a qualidade percebida está caindo”, afirma Fábio Drigo, sócio da Minds & Hearts.

Segundo Drigo, uma das principais constatações da pesquisa foi de que os convênios médicos são considerados um porto seguro por 92% dos entrevistados, que consideram o plano essencial para sua estabilidade e proteção pessoal. No entanto, a confiança nas operadoras se mostrou abalada porque a percepção dos serviços oferecidos não está alinhada com as expectativas dos consumidores.

As principais fontes de insatisfação que têm impactado a confiança e a lealdade dos clientes são, segundo 32% dos entrevistados, a demora na autorização de procedimentos; 30% apontam a dificuldade para agendar consultas e exames; e 24% mencionam o descredenciamento de médicos. “Devido à importância desses serviços para o bem-estar e a saúde das pessoas, os clientes avaliam rigorosamente a adequação das redes credenciadas, tornando-se cada vez mais exigentes quanto à qualidade e variedade dos serviços prestados”, avalia Drigo.

Isto se comprova pelo fato de 46% dos participantes afirmarem que investem tempo pesquisando e comparando criteriosamente as operadoras, desde o momento da contratação. No momento da aquisição, 37% dos pesquisados, especialmente da geração Y, apontaram procura por qualidade no atendimento, 34% abrangência da rede credenciada, 22% pelo melhor preço e 6% por transparência.

O estudo também mostra que os jovens buscam mais por agilidade e os adultos por previsibilidade. Enquanto as gerações Z e Y priorizam rapidez e eficiência digital, a geração X valoriza a cobertura ampla e a estabilidade da rede credenciada. “Para atender às demandas dos clientes, fica evidenciada a necessidade de equilibrar eficiência funcional, cuidado relacional e transparência econômica para atender às expectativas dos clientes e fortalecer a percepção de segurança”, destaca o executivo.

Clientes estão dispostos a trocar de plano

Dados da pesquisa indicam ainda que os consumidores não estão apenas insatisfeitos por terem a percepção de declínio na qualidade dos serviços. Eles estão dispostos a trocar de plano se não encontrarem a qualidade e a transparência procuradas. Os reajustes abusivos podem motivar 26% dos usuários a migrarem para a concorrência e a falta de especialistas na rede credenciada é o principal motivador para 20%.

Os resultados gerais do estudo trazem aprendizados importantes para as operadoras, acredita a sócia da Minds & Hearts. “Existem sinais de envolvimento emocional com a categoria, que se investir no atendimento das expectativas pode vir a se tornar um diferencial competitivo. Em especial se investir em uma comunicação mais humanizada e tranquilizadora sobre os investimentos realizados para garantir cuidados integrais aos pacientes”, enfatiza Fábio.

Segundo ele, outra ação interessante seria as operadoras de saúde divulgarem mais e melhor suas campanhas informativas e educativas, destacando diferenciais como rede credenciada e coberturas, principalmente de procedimentos de alta complexidade e custo, bem como incorporação de benefícios extras, visando mostrar seu comprometimento com a excelência e com uma boa relação custo-benefício.


Sobre a HSR

HSR Specialist Researchers é o maior grupo independente de pesquisa de mercado do Brasil, composto por diversas empresas lideradas por sócios com sólido background em suas áreas de expertise. Nosso diferencial reside na perfeita integração entre uma infraestrutura física e tecnológica de ponta — que abrange desde a coleta e processamento de dados até sistemas, dashboards e inteligência artificial — e a liderança estratégica de especialistas, capazes de integrar estas soluções de inteligência artificial em nossos projetos para garantir agilidade e precisão nas entregas. Essa combinação fortalece nossa capacidade de transformar dados em insights, proporcionando soluções inovadoras e personalizadas que fomentam uma cultura de aprendizado e sustentam decisões estratégicas com resultados impactantes.

Por Beatriz Carneiro

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ANCP inicia coleta de dados para Atlas dos Cuidados Paliativos

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  • A Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) iniciou os trabalhos para elaboração da 4ª edição do Atlas dos Cuidados Paliativos no Brasil. O documento cumpre um papel de grande importância, não só para os profissionais atuantes, como também para a saúde de nosso país, colaborando para compreender melhor a atual conjuntura da prática.

Para tanto, a entidade convida os coordenadores dos serviços de saúde em todo o país com atuação em Cuidados Paliativos, além de diretores técnicos de Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacons) e Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacons) a participar desta primeira fase, que é a de coleta de informações.

Com base nos dados atualizados sobre a oferta e o padrão de atendimento das equipes em todas as regiões, o documento apresenta uma visão abrangente do progresso alcançado, das áreas que necessitam de maior desenvolvimento, e dos investimentos necessários para fortalecer as políticas públicas.

O resultado desse levantamento será base para o Painel Nacional de Cuidados Paliativos, desenvolvido em parceria entre a ANCP e o Centro de Inteligência do CONASS, com o objetivo de mapear, monitorar e fortalecer a Política Nacional de Cuidados Paliativos no país, e ter um retrato atual da especialidade no Brasil.

A coleta encerrará no dia 20 de junho. O formulário está disponível aqui.

A última edição do Atlas foi realizada em 2022 e mostrou a evolução do total de serviços, com o registro de 128 serviços novos (54,7%) e 106 atualizações de cadastro (45,3%), culminando em um total de 234 serviços assistenciais participantes naquela edição, o que refletiu o crescente reconhecimento e engajamento na área de Cuidados Paliativos em todo o país.

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SUS Aprova Uso de Membrana da Placenta como Curativo Biológico para Tratamento de Queimaduras

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O Sistema Único de Saúde (SUS) aprovou o uso da membrana amniótica — uma parte da placenta — como curativo biológico para tratar queimaduras de pele. A técnica, que já é utilizada em diversos países há décadas, até então estava autorizada no Brasil apenas para fins de pesquisa. Agora, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) recomendou sua adoção em hospitais públicos em todo o país.

Como Funciona o Curativo com Membrana Amniótica?

A membrana amniótica é a camada interna da placenta, que protege o feto contra impactos, desidratação, variações de temperatura e infecções durante a gestação. Após o parto, com a autorização da mãe, essa membrana é cuidadosamente retirada, limpa e armazenada em bancos de tecidos para uso médico.

O curativo biológico feito com a membrana amniótica é fino, flexível e resistente, podendo ser aplicado em diferentes áreas do corpo, como mãos e rosto, mantendo-se firmemente no local da queimadura por até 14 dias — um período superior ao dos curativos convencionais.

Ao ser colocado sobre a lesão, o curativo atua como uma barreira protetora contra bactérias e outros microrganismos, reduzindo significativamente o risco de infecções, que são uma das principais causas de morte em pacientes queimados. Além disso, a membrana possui propriedades que aceleram o processo de cicatrização.

Outro benefício importante é a redução da dor do paciente, já que o curativo cobre as terminações nervosas expostas, proporcionando maior conforto durante a recuperação.

Experiência Real e Expectativas para o SUS

O Hospital das Clínicas de São Paulo realizou recentemente uma cirurgia inovadora utilizando esse curativo em um paciente vítima de descarga elétrica. O pintor Leonardo da Silva, de 42 anos, relatou alívio da dor e evolução positiva da cicatrização.

“Quando os enfermeiros abrem o curativo, eu vejo as melhoras. A dor diminuiu, e eu tenho fé de que vou me recuperar bem”, afirmou Leonardo.

Próximos Passos para a Implementação

Com a recomendação da CONITEC, o Ministério da Saúde deverá agora regulamentar a utilização do curativo, definindo critérios para doação da membrana amniótica, procedimentos para coleta, armazenamento e uso nos hospitais e maternidades habilitados.

Mozart Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde, projeta que o curativo estará disponível para a população no início do próximo semestre, com esforços para ampliar o número de bancos de tecidos e maternidades captadoras em todo o Brasil.

Conclusão

A introdução do curativo biológico feito com membrana da placenta representa um avanço significativo no tratamento de queimaduras, trazendo benefícios como maior proteção contra infecções, aceleração da cicatrização e redução da dor. Essa inovação reafirma o compromisso do SUS com a incorporação de tecnologias que promovem melhor qualidade e humanização no cuidado aos pacientes.

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Novo Painel do FGV Ibre e Umane Revela Impacto da Desigualdade Econômica na Fixação de Médicos na Atenção Primária à Saúde no Brasil

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O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), em parceria com a organização de saúde pública Umane, lançou nesta segunda-feira um painel inovador que compila dados públicos do DataSUS, Ministério da Saúde e IBGE para mapear a Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil.

Disponível no Observatório de Saúde Pública da Umane, a plataforma oferece indicadores que vão desde acessibilidade até qualidade do atendimento, cobrindo as 27 unidades federativas e 450 regiões de saúde do país. A ferramenta é um importante recurso para gestores e formuladores de políticas públicas identificarem tendências e planejarem melhorias para fortalecer a APS.

Avanços e Desafios na Cobertura da APS

Segundo o primeiro relatório baseado nos dados do painel, 99% das regiões de saúde já alcançaram a referência nacional de um profissional da APS para cada 3,5 mil habitantes até outubro de 2024. Santa Catarina lidera com 3,157 médicos por essa proporção, enquanto o Distrito Federal registra a menor taxa, com 1,208 médicos. Quanto aos agentes comunitários de saúde (ACS), 78% das regiões atingiram a meta de um profissional para cada 750 habitantes.

Entretanto, a rotatividade de profissionais permanece um desafio: entre 2022 e 2024, a saída média de médicos da APS foi de 33,9%, com picos de 48,06% no Amapá e o menor índice no Distrito Federal, 29,23%. Entre demais profissionais, a rotatividade média foi 22,6%, com o Espírito Santo apresentando 39,75% e o Distrito Federal 24,01%.

A médica de família Marcella Abunahman, pesquisadora do FGVsaúde e coautora do estudo, destaca que compreender as causas dessas saídas é fundamental para desenvolver políticas eficazes de valorização dos profissionais.

Desigualdade Econômica como Fator de Retenção

O relatório revela forte correlação entre a rotatividade médica e o Produto Interno Bruto (PIB) regional. Regiões economicamente mais fortes, como Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal, apresentam menor rotatividade, enquanto estados com PIBs menores, como Maranhão e Paraíba, enfrentam maiores dificuldades para reter médicos.

Indicadores Complementares da APS

O painel também avalia outros serviços essenciais da atenção básica. A maioria das regiões, exceto a Norte, atingiu a meta do Ministério da Saúde para consultas de pré-natal e rastreamento do câncer de mama via mamografias.

Porém, a cobertura vacinal em menores de 1 ano segue abaixo da meta de 95%, com destaque para Alagoas e Brasília, que alcançaram 87%, e Amapá com apenas 55%.

Além disso, as internações por condições sensíveis à APS — casos que poderiam ser evitados com atendimento adequado — apresentam média nacional de 20,6%. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentam indicadores abaixo da média, enquanto Norte e Nordeste ainda enfrentam desafios maiores.

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