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A relação entre chatbot e sustentabilidade no setor de saúde

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Frederico de Souza (*)

Atualmente fala-se muito em sustentabilidade, mas será que todo mundo compreende o que significa esta palavra? Há quem veja a sustentabilidade como um conjunto de práticas para evitar danos ao meio-ambiente e à sociedade. Não que esteja completamente errado, mas não se limita a esta questão. Pelo contrário, envolve tais preocupações, mas também os cuidados necessários para que a empresa, seja qual for, atue sempre dentro da lei e funcione de forma eficiente, com baixos custos e boa lucratividade, ou seja, com boa saúde financeira. De forma simples, sustentabilidade é isso.

Se a empresa investe em meio ambiente ou na sociedade, mas não lucra, não adianta porque a prática não está se mostrando sustentável. Se lucra, mas não cumpre a legislação trabalhista, não se pode considerar a operação sustentável, pois ela corre o risco de sofrer processos judiciais. E processos trabalhistas, dependendo da quantidade e dos motivos, podem derrubar uma empresa. Os exemplos são muitos.

Outra coisa é que quando o assunto é adotar práticas sustentáveis que estejam dentro do conceito ESG (Ambiental, Social e Governança) ainda tem gestor que pensa que isso é coisa de grandes corporações. Mas não é. Qualquer empresa pode e deve adotar práticas que mitiguem emissões de gases tóxicos, que contribuam para reduzir a derrubada de florestas, a poluição dos rios e por aí vai. Mas como? Bom isso deve ser feito aos poucos e de maneira planejada.

Vamos tomar como exemplo a entrega de exames por clínicas e laboratórios aos seus pacientes. Antigamente não havia outra forma que não fosse imprimir em papel. Hoje, com a tecnologia, o papel é totalmente desnecessário, desde que se implante as ferramentas certas e trabalhe para que haja mudanças na cultura e nos processos internos da clínica ou do laboratório. Hoje em dia é comum o cliente fazer um exame qualquer e receber um protocolo com login e senha que possibilita imprimir o resultado em casa.

À primeira vista parece moderno, até que o paciente perde esse papelzinho e, por não ter mais o login e a senha, se vê obrigado a se deslocar até o estabelecimento para pegar o resultado impresso. Pronto, a ideia não foi tão boa quanto se imaginava. Mas vamos imaginar uma clínica, laboratório ou hospital que tenha instalado um bom sistema de chatbot, não aqueles antigos e limitados, mas os mais modernos, que até parecem um ser-humano conversando com um cliente.

Pois bem, ao invés do paciente se deslocar, o resultado pode ser enviado pelo próprio sistema via WhatsApp. Ao fazer isso, economiza-se com a impressão que não envolve apenas papel, mas também tinta, energia elétrica, alguns segundos de tempo dos atendentes responsáveis pela tarefa. Ao mesmo tempo que a clínica economiza dinheiro com a redução de impressões, ela contribui para que menos árvores sejam derrubadas, para que menos energia seja gasta e, olha que curioso, ainda contribui com o trânsito e com a atmosfera. Afinal, o paciente não precisará se deslocar de carro piorando o trânsito e emitindo fumaça pelo caminho.

Dá para ver o quão sustentável é? Gastos são reduzidos e se aumenta a rentabilidade do negócio ao mesmo tempo que se mitiga os impactos negativos no meio ambiente e na própria sociedade. E tudo por conta da adoção de um sistema de atendimento robotizado. O chatbot, neste aspecto, é ainda mais sustentável porque ele torna os processos internos mais eficientes na medida em que ajuda a evitar desistências por conta de espera no atendimento telefônico e por falta do paciente no dia do exame.

Empresas que ainda fazem o atendimento de forma analógica, ou seja, por meio de um atendente ao telefone perdem muito com a natural demora no atendimento. Imagine ter quatro recepcionistas, mas receber dez ligações simultaneamente e isso ser recorrente durante o dia? Ora, muita gente cansada de esperar desiste do agendamento e procura o estabelecimento concorrente. No dia da consulta ou do exame em si, é comum pessoas faltarem, por qualquer razão, sem avisar. Se tivessem avisado, daria para encaixar outro paciente. Pois os chatbots são capazes de monitorar, lembrar o cliente do compromisso agendado e obter respostas sobre o comparecimento ou não.

Há clínicas, laboratórios e hospitais que melhoraram em até 11 pontos porcentuais a taxa de comparecimento de 78% para 89%. A automação por meio de chatbots ainda ajuda a liberar funcionários para outras tarefas, já que não precisam ficar tanto tempo ao telefone. Isso também influencia positivamente na eficiência e nos custos, já que novas contratações, em certos casos, se tornam desnecessárias.

Futuramente, a integração de sistemas entre clínicas, laboratórios e hospitais públicos e privados será uma realidade a ponto de não haver mais a necessidade de papel, pois a informação ficará acessível tanto para o paciente quanto para o médico pela rede de computadores. Ainda não estamos nesse nível, mas a tecnologia atual nos permite ir muito longe. Ser sustentável, então, é uma questão de iniciativa, de abandonar o passado analógico e implantar uma plataforma de atendimento omnichannel e chatbot para tornar o processo de atendimento mais eficiente, tornando o negócio mais eficiente, o ambiente de trabalho mais leve e mudando para melhor a experiência dos clientes. E isso tudo é sustentabilidade.

(*) Frederico de Souza é CEO da Botdesigner

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Computação Quântica e IA na saúde: a transformação infinita

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Por Kefreen Batista

Imagine um mundo em que diagnósticos médicos complexos são quase instantâneos e tratamentos personalizados são desenvolvidos em tempo recorde. Embora esteja em fase inicial, a eficácia dos processamentos quânticos está tornando essa realidade mais próxima do que imaginamos .

De acordo com a International Data Corporation (IDC), consultoria líder em inteligência de negócio, os investimentos no mercado de Computação Quântica (CQ) devem atingir quase US$ 16,4 bilhões até o final de 2027, representando uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de cinco anos de 48,1%.

Além disso, segundo estudos recentes publicados na ‘Revista de Estudos de Gestão, Informação e Tecnologia’, até 2025, cerca de 40% das grandes corporações estarão formando profissionais com conhecimento quântico. A mesma pesquisa sugere que a Computação Quântica está prestes a ser adotada em larga escala por meio de aplicações práticas para diversas indústrias do mundo, em especial na área da saúde.

Além de rápidos diagnósticos e tratamentos personalizados, essa tecnologia tende a revolucionar desde a simulação molecular até os ensaios clínicos, proporcionando um processamento de dados exponencialmente mais veloz. Vacinas que poderiam demorar meses para serem desenvolvidas, por exemplo, podem demorar minutos com a computação quântica.

É algo tão extraordinário que parece ser impossível. No entanto, é mais real do que nunca. Mas, como, de fato, esse processador funciona?

Diferente dos computadores clássicos, que utilizam bits (menor unidade de informação que pode ser armazenada ou transmitida), os computadores quânticos utilizam qubits (unidade de informação quântica), que representam 0 e 1 ao mesmo tempo, graças à superposição aliada ao entrelaçamento quântico, permitindo um processamento de dados bem mais rápido e eficiente.

Devido a esse sistema, a CQ tem o poder de processamento quase infinito, com possibilidades praticamente ilimitadas de ações em diversos setores. Além disso, a combinação desse recurso com a Inteligência Artificial  pode levar a avanços ainda mais significativos.

Contudo, para alcançar esses resultados exponenciais, os avanços dessa tecnologia de ponta ainda encontram alguns desafios significativos pelo caminho, como a infraestrutura desse sistema, que é considerada complexa, instável e cara.

Visto que diversos computadores quânticos estão submersos em águas quase congeladas para não sofrer interferências externas, como ruído térmico, radiação eletromagnética e vibrações, que podem causar erros nos cálculos alcançados, nenhuma das empresas investidoras da tecnologia informam ao mundo onde esses processadores se encontram, garantindo, dessa forma, ainda mais o avanço e a segurança da Computação Quântica.

Com esse potencial infinito e revolucionário, fica cada vez mais evidente que estamos à beira de uma transformação sem precedentes na saúde. Em um futuro não muito distante, podemos presenciar a simulação molecular avançada até o desenvolvimento ágil de medicamentos promovidos por essa tecnologia, que tende a remodelar completamente o panorama médico.

A promessa de um processamento de dados exponencialmente mais rápido significa que não apenas otimizaremos os tratamentos existentes, mas também abriremos novas fronteiras para curas de doenças que atualmente parecem inalcançáveis.


*Kefreen Batista é vice-presidente de tecnologias na Globant.

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Unimed Nordeste-RS passa a se chamar Unimed Serra Gaúcha

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A partir desta quinta-feira (12), a Unimed Nordeste-RS passa a se chamar Unimed Serra Gaúcha. A decisão de adotar o novo nome está alinhada à estratégia de fortalecer o vínculo com os 17 municípios que compõem a área de abrangência da cooperativa médica, como explica o presidente da Unimed Serra Gaúcha, André Leite.

“A troca de marca passa, principalmente, pela identificação das pessoas com a região. O nome não traz somente a clareza da nossa abrangência, mas carrega todo o significado que a Serra Gaúcha tem. Quando digo isso, me refiro à força que o povo serrano tem para criar, inovar, acolher e superar desafios. Tenho certeza de que essa aproximação renderá cada vez mais benefícios para a nossa comunidade”, salienta André.

Com uma trajetória de 52 anos e 58% do market share, a Unimed Serra Gaúcha se consolidou entre as maiores empresas em faturamento de Caxias do Sul, cidade que abriga sua sede. Com uma receita anual superior a R$ 1,8 bilhão, com crescimento de 14,2% em 2023 e de 13% até agosto deste ano, a companhia contribui para a economia regional, com 1,3 mil médicos cooperados, mais de 2,8 mil funcionários e gerando milhares de empregos indiretos.

Desde 2023 a Unimed Serra Gaúcha investiu cerca de R$ 25 milhões em melhorias, ampliou em quase 10% a base de beneficiários e em 8,3% o número de médicos associados.

Com uma carteira de clientes que inclui mais de 11 mil empresas, a cooperativa médica é responsável pelo cuidado de 460 mil vidas da região, número que se aproxima da população da segunda maior cidade do Rio Grande do Sul. Em número de beneficiários, é a segunda maior singular fora das capitais brasileiras e a 13ª no ranking do sistema Unimed.

Inovação

A abertura da holding “Unipart Serra Gaúcha”, em 2023, possibilitou a expansão da marca para investir em novos negócios. Além disso, a relação entre cuidar da saúde e o ineditismo em serviços especializados foram apresentados em projetos importantes para a região, como o novo Centro de Onco-Hematologia e, recentemente, a Casa Semente, que oferece atendimento individualizado para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Em março deste ano, a Unimed Serra Gaúcha foi pioneira na região ao implementar o Centro de Cirurgia Robótica, com o robô Da Vinci. Em seis meses, 77 procedimentos já foram realizados com a tecnologia.

A atenção à jornada do cliente também atingiu um novo patamar com a chegada do Command Center, uma central de monitoramento digital que supervisiona todas as ações do Complexo Hospitalar Unimed em tempo real. A proteção dos dados pessoais dos beneficiários e dos colaboradores também vem recebendo investimentos robustos em cibersecurity, para reforçar a segurança da rede.

Investimentos de R$ 80 milhões até 2025

Com olhar voltado para o futuro, a Unimed Serra Gaúcha continuará sendo referência de excelência em saúde, cuidado e desenvolvimento. Para os próximos 12 meses, estão previstos investimentos de cerca de R$ 80 milhões, tanto na área de inovação, quanto na modernização e ampliação dos serviços prestados.

Segundo o vice-presidente da Unimed Serra Gaúcha, Lisandro Pavan, até outubro deste ano, uma unidade da Unimed, que inclui atendimento ao cliente e uma cabine de telemedicina inédita na região, será implementada em um shopping de Caxias do Sul. Além disso, o Complexo Hospitalar vai receber melhorias com a ampliação de novos serviços e aumento no número de leitos, que estão sendo estruturados e serão inaugurados no próximo ano.

“Esses investimentos vêm para continuar oferecendo o que há de melhor aos nossos clientes. A gente vem trabalhando para que os municípios em que a Unimed Serra Gaúcha atua se sintam beneficiados. Um exemplo disso, que será apresentado em breve, é o projeto para um hospital de baixa e média complexidade em Farroupilha, um novo escritório em São Marcos, bem como as segunda e terceira unidades para atendimento especializado TEA, que abrirão as portas, até o fim do ano, em Caxias e Farroupilha”, projeta Lisandro.

Ainda entre as novidades que estão por vir e fruto do desenvolvimento da holding, a cooperativa médica está expandindo suas unidades de negócios. Até o fim de 2024, a Unimed Serra Gaúcha terá sua própria corretora de seguros e um sistema de estacionamento rotativo.

Créditos: https://medicinasa.com.br/unimed-serra-gaucha/

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Inovação: criação de cirurgia pioneira no mundo no HCFMUSP

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Por Francisco Cesar Carnevale

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), o maior complexo hospitalar da América Latina, é uma referência mundial em saúde. Este prestígio é resultado de uma combinação de assistência de qualidade, ensino de excelência, pesquisa avançada e investimentos contínuos em inovação e tecnologia. Esses esforços têm permitido o desenvolvimento de tratamentos revolucionários que não apenas melhoram a qualidade de vida dos pacientes, mas também ampliam o acesso à saúde e geram um impacto socioeconômico significativo no Brasil.

A radiologia, tradicionalmente conhecida por seu papel crucial no diagnóstico de diversas condições médicas por meio de exames como raio-X, tomografia e ressonância magnética, tem expandido seu alcance para incluir tratamentos. A radiologia intervencionista, uma subespecialidade terapêutica, utiliza métodos de imagem para realizar cirurgias minimamente invasivas e mais precisas. Esta abordagem proporciona aos pacientes menor risco, recuperação mais rápida e menos dor, comparado aos métodos cirúrgicos tradicionais.

Recentemente, fui surpreendido com a notícia de que serei homenageado em setembro com o prêmio mais importante da Radiologia Intervencionista durante o congresso da CIRSE 2024, em Lisboa. Este título, que avalia profissionais de todo o mundo, está para nós, médicos, como a Bola de Ouro no futebol! Ser o primeiro brasileiro e latino-americano a receber esse prêmio é uma honra indescritível, até porque é o reconhecimento de um trabalho realizado em equipe e um reconhecimento do Brasil como referência em medicina e pesquisa, superando a desconfiança que muitas vezes cerca a produção científica nacional. Sou profundamente grato por isso.

Um dos avanços mais notáveis que desenvolvemos no InRad e, de forma pioneira no Brasil e no mundo, é a técnica de embolização da próstata, uma alternativa inovadora para o tratamento da hiperplasia prostática benigna (HPB). Esta condição, comum entre homens após os 50 anos, geralmente exige a remoção total ou parcial da glândula. A técnica consiste em obstruir as artérias da próstata, bloqueando parcialmente a circulação sanguínea para reduzir seu tamanho e torná-la mais macia. Este procedimento minimamente invasivo melhora significativamente a qualidade de vida dos pacientes ao eliminar os sintomas da HPB e evitar as complicações associadas aos tratamentos tradicionais.

O projeto proporcionou ao Instituto de Radiologia uma projeção internacional e atraiu profissionais do Brasil e do exterior que buscam treinamento para aprender e replicar o procedimento ao redor do mundo.

No InRad, a radiologia intervencionista permite oferecer tratamentos para uma ampla gama de especialidades, incluindo oncologia, ortopedia, transplante de fígado e rim, além de opções terapêuticas em pediatria e ginecologia, como o tratamento de miomas uterinos. Conseguimos atender todos os institutos do complexo, incluindo o InCorICESP, Instituto da Criança e do Adolescente (ICr), Instituto Central e Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOTH).

Realizamos aproximadamente 2 mil cirurgias minimamente invasivas por ano dentro do HCFMUSP, e o impacto social desse trabalho é significativo. Já formamos internamente mais de cem profissionais capacitados a replicar e disseminar as técnicas desenvolvidas aqui, beneficiando não apenas os pacientes do HC, mas também em todo o Brasil.

Crescer e continuar a transformar

A radiologia intervencionista é uma especialidade que demanda e promove inovação, o que a torna extremamente atrativa. Temos aumentado o número de residentes e estamos otimistas em relação ao futuro, já que atuamos em diversos institutos do HC. Além disso, temos a responsabilidade de formar médicos de todo o Brasil, capacitando-os a levar esse conhecimento para suas regiões.

As conquistas que alcançamos até agora são apenas o começo de um caminho promissor. A especialidade tem potencial para transformar a jornada do paciente, oferecendo tratamentos mais eficazes e menos invasivos, que resultam em melhores prognósticos e uma recuperação mais rápida. O reconhecimento internacional que recebemos é um testemunho do impacto positivo que a radiologia intervencionista pode ter na medicina moderna.


*Francisco Cesar Carnevale é Chefe do Serviço de Radiologia Vascular Intervencionista do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da USP, do Instituto do Câncer (ICESP) e professor livre-docente pela Faculdade de Medicina da USP.]

Créditos: https://medicinasa.com.br/radiologia-hcfmusp/

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