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Nove decretos de emergência por arboviroses são registrados e alertam para reforço nas ações de controle

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Com a elevação de casos de dengue, chikungunya e zika em diversas regiões do país, o Ministério da Saúde recebeu a notificação de nove decretos de emergência publicados por estados e municípios em razão das chamadas arboviroses. Essas doenças, transmitidas principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, representam um desafio constante para a saúde pública e exigem vigilância e articulação entre diferentes esferas de governo.

O que motivou os decretos

  1. Aumento no número de casos: As regiões afetadas registraram alta expressiva de diagnósticos de dengue, chikungunya e zika, colocando pressão sobre os sistemas locais de saúde.
  2. Capacidade de atendimento: Em algumas cidades, a estrutura hospitalar e de atenção primária ficou sobrecarregada, o que levou prefeitos e governadores a adotarem a medida emergencial para facilitar ações de controle e captação de recursos.
  3. Riscos de surtos e epidemias: Com as condições climáticas favoráveis (chuvas intensas e calor), a proliferação do mosquito se intensifica, elevando a probabilidade de surtos mais graves.

Medidas previstas em decretos de emergência

Ao decretar situação de emergência, gestores ganham instrumentos legais para:

  • Aquisição facilitada de insumos: A compra de inseticidas, larvicidas, testes diagnósticos e outros materiais pode ser agilizada, diminuindo a burocracia.
  • Contratação temporária de pessoal: Agentes de endemias, profissionais de saúde e equipes de limpeza urbana podem ser reforçados de forma mais célere para combater os focos do mosquito.
  • Flexibilização de orçamento: Recursos podem ser realocados para ações prioritárias de vigilância e assistência, garantindo resposta mais imediata.
  • Acesso a apoio do governo federal: O Ministério da Saúde passa a atuar em conjunto com estados e municípios, oferecendo suporte técnico e financeiro quando necessário.

Principais ações de combate às arboviroses

  1. Eliminar criadouros: O acúmulo de água parada em vasos, pneus, garrafas e outros recipientes é o principal ponto de proliferação do Aedes aegypti. Campanhas de conscientização e mutirões de limpeza seguem fundamentais.
  2. Aplicação de inseticidas e larvicidas: Em áreas de maior incidência, equipes especializadas realizam a nebulização, visando eliminar o mosquito adulto e reduzir a taxa de reprodução.
  3. Monitoramento constante: Estados e municípios mantêm vigilância epidemiológica e entomológica, levantando dados sobre casos, focos do mosquito e evolução da doença, para ajustar medidas de forma ágil.
  4. Assistência médica reforçada: Ampliação de vagas em unidades de saúde, treinamento de equipes e distribuição de insumos — como soro e medicamentos — são cruciais para o atendimento de pacientes sintomáticos.

Como a população pode colaborar

  • Evitar água parada: Qualquer recipiente que possa acumular água deve ser descartado ou mantido protegido.
  • Usar repelentes e telas: Proteger-se do contato com o mosquito é especialmente importante em áreas de surto.
  • Notificar sintomas: Febre, dores no corpo, manchas na pele e prostração são sinais que requerem busca rápida por serviços de saúde, ajudando também no monitoramento dos casos.
  • Participar de mutirões: Aderir às ações locais de limpeza e controle vetorial é fundamental para reduzir o número de criadouros.

Desafios e perspectivas

  • Integração das ações: A sinergia entre as esferas municipal, estadual e federal é determinante para o sucesso das medidas emergenciais.
  • Mobilização permanente: Em muitos locais, a sazonalidade das chuvas aumenta o risco de arboviroses em determinados períodos do ano, exigindo planejamento e constância nas estratégias de prevenção.
  • Educação e conscientização: Os esforços de combate ao Aedes aegypti só são efetivos com o engajamento efetivo da população, uma vez que a maior parte dos criadouros está em espaços residenciais.

A notificação de nove decretos de emergência sinaliza a gravidade dos surtos de arboviroses e a urgência de ações coordenadas. O objetivo das autoridades de saúde é conter o avanço das doenças, proteger a população mais vulnerável e evitar a sobrecarga das redes de atenção. A prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado seguem como pilares-chave para reduzir impactos e salvar vidas.


Fonte:
Ministério da Saúde – Nove decretos de emergência por arboviroses foram notificados ao Ministério da Saúde

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USP Desenvolve Sistema Nanotecnológico para Remover Medicamentos da Água Potável e Proteger o Meio Ambiente

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Pesquisadores da Escola Politécnica da USP criaram uma tecnologia inovadora que promete acelerar a degradação de medicamentos, como o paracetamol, presentes em águas residuais e, potencialmente, na água potável. O avanço usa nanomateriais dopados para ampliar a eficiência da fotocatálise, processo que utiliza luz ultravioleta para decompor contaminantes orgânicos.

O paracetamol, amplamente consumido no Brasil com cerca de 500 toneladas anuais, está presente em níveis nanométricos em rios e lagos, representando um desafio crescente para o tratamento de água. Douglas Gouvêa, coordenador do Laboratório de Processos Cerâmicos da Poli-USP, explica que o segredo está na manipulação precisa de nanopartículas de óxido de zinco (ZnO), um semicondutor que, quando “dopado” com cloro, potencializa a reação fotocatalítica sob luz solar.

“Controlar a dopagem do cloro permite aumentar a condutividade elétrica e a reatividade do material, acelerando a degradação do paracetamol e outros poluentes,” detalha Gouvêa. A inovação reside na técnica de lixiviação seletiva, que remove o excesso de cloro da superfície das partículas, concentrando-o nas extremidades e otimizando seu efeito catalítico.

Utilizando ondas ultrassônicas para incorporar o cloro ao ZnO e um rigoroso processo de centrifugação, os cientistas garantem uma eficiência até três vezes maior na decomposição dos micropoluentes em laboratório. André Luiz da Silva, coautor do estudo, reforça que essa nanotecnologia aplicada na escala nanométrica permite maior exposição da superfície reativa, essencial para a fotocatálise.

Os pesquisadores utilizam espectroscopia para analisar a estrutura dos materiais e confirmar a posição do cloro após a lavagem seletiva, assegurando o funcionamento ideal do catalisador. Apesar do uso de substâncias químicas potencialmente tóxicas no processo, a tecnologia é segura, pois os materiais não participam diretamente das reações químicas e não se incorporam aos poluentes.

Aplicações Futuras e Impacto Ambiental

A técnica, publicada na revista ACS Applied Nano Materials, pode ser aplicada em sistemas de tratamento de água residuais para reduzir a contaminação por fármacos antes que eles atinjam os ecossistemas naturais. Os cientistas planejam testar o método para eliminar herbicidas como o glifosato, cuja concentração já se aproxima dos limites seguros definidos para consumo.

“Esse avanço representa um passo fundamental para proteger a saúde pública e o meio ambiente, ao combater a presença silenciosa de poluentes orgânicos na água,” afirma Gouvêa.

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Hospital São Francisco Desenvolve App para Registro Ágil da Evolução do Paciente à Beira-Leito

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Com o objetivo de agilizar e tornar mais eficiente o registro da evolução dos pacientes internados, a equipe de Tecnologia da Informação (TI) do Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF-RJ) desenvolveu um aplicativo inovador. Utilizado via tablet, o app está totalmente integrado ao sistema operacional do hospital, permitindo a inserção de informações em tempo real, diretamente no momento do atendimento à beira-leito.

Michelle Estefânio, gerente de enfermagem do HSF, explica a motivação por trás da solução:
“Registrar a evolução do paciente no prontuário é rotina, mas o processo envolvia muita burocracia. Precisávamos facilitar essa etapa para que os profissionais pudessem dedicar mais atenção ao paciente.”

A ferramenta entrou em operação no último dia 12 de maio, data que marca o Dia Internacional da Enfermagem, simbolizando um avanço na modernização da assistência hospitalar. Para o diretor executivo, Márcio Nunes, o projeto reflete a escuta ativa das necessidades da equipe de enfermagem:
“Simplificar processos sem abrir mão da segurança e qualidade da informação é investir no bem-estar do paciente e na valorização da linha de frente.”

Como Funciona o Aplicativo

O app permite o registro dinâmico e intuitivo de dados essenciais como sinais vitais, administração de medicamentos e balanço hídrico diretamente no prontuário eletrônico. Campos estruturados com checkboxes e textos pré-formatados diminuem drasticamente o tempo de digitação, mantendo a conformidade com normas do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), auditorias e exigências legais.

Além disso, a ferramenta possibilita o registro por imagens: a câmera do tablet é ativada para confirmar o uso correto dos medicamentos prescritos, reforçando a segurança do processo. Pietro Lima, desenvolvedor da equipe de TI, destaca essa funcionalidade como um diferencial importante.

Michelle ressalta o valor do aplicativo para a equipe:
“É um presente para os profissionais durante a Semana da Enfermagem, oferecendo uma ferramenta que torna o cuidado mais humano e menos burocrático.”

Inicialmente implantado na Unidade de Terapia Intensiva, que atende pacientes crônicos e de alta complexidade, o app deverá ser expandido gradualmente para outros setores do hospital, promovendo um padrão de registro mais ágil, centrado no paciente e próximo da rotina dos profissionais.

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SBCO Revela: 90% dos Pacientes Oncológicos Passam por Cirurgia, Mas Investimento em Cirurgias Fica Abaixo de 30% do Total em Oncologia no Brasil

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A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) divulgou dados recentes que destacam o papel central da cirurgia no tratamento do câncer e apontam para o desequilíbrio nos investimentos atuais em Oncologia no Brasil. Aproximadamente 90% dos pacientes oncológicos passam por algum tipo de cirurgia ao longo da sua jornada clínica, seja para diagnóstico, estadiamento, tratamento curativo ou paliativo.

Segundo Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da SBCO, cerca de 60% dos pacientes oncológicos recebem tratamento cirúrgico em algum momento, mais da metade dos cânceres sólidos iniciais são tratados exclusivamente por cirurgia, e 80% dos casos envolvem procedimentos curativos ou paliativos. Apesar disso, os dados do DATASUS mostram que, em 2023, foram investidos R$ 2,77 bilhões em quimioterapia, R$ 1,5 bilhão em cirurgias oncológicas e R$ 665 milhões em radioterapia.

“Há um desequilíbrio claro entre esses três pilares do tratamento do câncer. O investimento global ainda é insuficiente para lidar com a segunda maior causa de morte no mundo,” alerta Pinheiro.

A Necessidade de Ampliação e Redirecionamento dos Investimentos

Além de aumentar os investimentos em todos os setores da Oncologia, o presidente da SBCO reforça a importância de redirecionar os recursos para ações preventivas e de rastreamento, que são comprovadamente eficazes para reduzir a incidência da doença e os custos associados. Atualmente, grande parte dos recursos é destinada a tratamentos avançados, de alto custo e resultados clínicos limitados.

A concentração dos centros de assistência ao câncer no Sul e Sudeste do país também é motivo de preocupação, pois limita o acesso para pacientes de outras regiões, criando desigualdades que impactam diretamente o prognóstico. “O CEP do paciente muitas vezes determina o desfecho da doença,” ressalta Pinheiro.

Caminhos para o Fortalecimento da Oncologia no Brasil

Entre as estratégias recomendadas estão:

  • Fortalecimento da cirurgia oncológica com treinamento contínuo e atualização dos profissionais;
  • Criação e integração de redes hospitalares eficientes, com centralização de casos complexos em centros de referência;
  • Valorização e fortalecimento do SUS, reconhecido como o maior sistema público de saúde do mundo;
  • Melhoria da gestão e governança tanto no sistema público quanto no suplementar;
  • Incentivo à inovação em técnicas, tecnologias e modelos assistenciais para ampliar a eficácia e acessibilidade dos tratamentos.

“Com esses avanços, poderemos oferecer um cuidado mais eficiente, humanizado e acessível, beneficiando milhares de pacientes em todo o país,” conclui Rodrigo Pinheiro.

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