Conecte-se conosco

Atualidades

ANS propõe criação de planos de saúde restritos a consultas eletivas e exames

Publicado

em

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou uma proposta inovadora para criar planos de saúde com foco exclusivo em consultas eletivas e exames, deixando de lado serviços como pronto-socorro, internação e terapias. A ideia é oferecer uma alternativa mais acessível para consumidores, mantendo a cobertura em todas as especialidades médicas e fortalecendo a atenção primária e secundária.


Consulta pública e audiência sobre a proposta

A proposta foi aprovada para consulta pública nesta segunda-feira (12), com o objetivo de colher opiniões da sociedade e dos agentes do setor. Os principais marcos do processo incluem:

  • Período de contribuições: De 18 de fevereiro a 4 de abril, cidadãos poderão enviar suas sugestões e críticas à ANS.
  • Audiência pública: Marcada para o dia 25 de fevereiro, será uma oportunidade para debater os detalhes da proposta com especialistas e representantes do setor de saúde.
  • Documentos detalhados: A ANS promete disponibilizar os documentos que explicam a iniciativa ainda nesta semana.

Características dos novos planos

Os planos propostos terão foco em consultas médicas e exames diagnósticos, sem oferecer cobertura para emergências, hospitalizações ou tratamentos complexos. Alguns destaques da proposta incluem:

  • Acessibilidade: Com custo reduzido, os novos planos seriam uma opção viável para ampliar o acesso à saúde suplementar.
  • Cobertura ampla em especialidades: Garantia de atendimento em todas as áreas médicas.
  • Modelo regulatório experimental: Nos primeiros dois anos, os planos serão oferecidos em um sandbox regulatório, que permite monitoramento detalhado para avaliar sua viabilidade antes de uma eventual implementação definitiva.
  • Coparticipação: As operadoras poderão cobrar até 30% de coparticipação dos usuários nos serviços.

Impacto esperado no sistema de saúde

A ANS projeta que esses novos planos poderão incluir cerca de 10 milhões de brasileiros, ampliando o acesso ao atendimento médico e reduzindo a pressão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). A atenção primária e secundária, que resolve entre 80% e 90% das necessidades de saúde ao longo da vida, será o principal foco.

Benefícios esperados:

  • Desafogar o SUS: Reduzindo filas para exames e consultas básicas.
  • Acelerar diagnósticos: Permitindo intervenções mais precoces e eficazes.
  • Ampliar o acesso à saúde suplementar: Principalmente para pessoas que não podem arcar com os custos de um plano tradicional.

Próximos passos e avaliação futura

Ao final dos dois anos do sandbox regulatório, a ANS realizará uma avaliação detalhada dos impactos do modelo experimental para decidir se ele será mantido, modificado ou descontinuado. A proposta busca equilibrar custo e benefício, garantindo maior inclusão no sistema de saúde suplementar sem prejudicar os planos já existentes no mercado.


Conclusão

A criação dos novos planos focados em consultas e exames representa uma tentativa da ANS de atender à demanda por acesso à saúde de forma mais econômica e eficiente. Ao abrir a proposta para consulta pública e debate, a agência busca ajustar o modelo para atender às expectativas dos consumidores e às necessidades do setor. A iniciativa, ainda em caráter experimental, poderá redefinir o acesso à saúde suplementar no Brasil, com o potencial de beneficiar milhões de pessoas e aliviar a sobrecarga do SUS.

Atualidades

USP Desenvolve Sistema Nanotecnológico para Remover Medicamentos da Água Potável e Proteger o Meio Ambiente

Publicado

em

Pesquisadores da Escola Politécnica da USP criaram uma tecnologia inovadora que promete acelerar a degradação de medicamentos, como o paracetamol, presentes em águas residuais e, potencialmente, na água potável. O avanço usa nanomateriais dopados para ampliar a eficiência da fotocatálise, processo que utiliza luz ultravioleta para decompor contaminantes orgânicos.

O paracetamol, amplamente consumido no Brasil com cerca de 500 toneladas anuais, está presente em níveis nanométricos em rios e lagos, representando um desafio crescente para o tratamento de água. Douglas Gouvêa, coordenador do Laboratório de Processos Cerâmicos da Poli-USP, explica que o segredo está na manipulação precisa de nanopartículas de óxido de zinco (ZnO), um semicondutor que, quando “dopado” com cloro, potencializa a reação fotocatalítica sob luz solar.

“Controlar a dopagem do cloro permite aumentar a condutividade elétrica e a reatividade do material, acelerando a degradação do paracetamol e outros poluentes,” detalha Gouvêa. A inovação reside na técnica de lixiviação seletiva, que remove o excesso de cloro da superfície das partículas, concentrando-o nas extremidades e otimizando seu efeito catalítico.

Utilizando ondas ultrassônicas para incorporar o cloro ao ZnO e um rigoroso processo de centrifugação, os cientistas garantem uma eficiência até três vezes maior na decomposição dos micropoluentes em laboratório. André Luiz da Silva, coautor do estudo, reforça que essa nanotecnologia aplicada na escala nanométrica permite maior exposição da superfície reativa, essencial para a fotocatálise.

Os pesquisadores utilizam espectroscopia para analisar a estrutura dos materiais e confirmar a posição do cloro após a lavagem seletiva, assegurando o funcionamento ideal do catalisador. Apesar do uso de substâncias químicas potencialmente tóxicas no processo, a tecnologia é segura, pois os materiais não participam diretamente das reações químicas e não se incorporam aos poluentes.

Aplicações Futuras e Impacto Ambiental

A técnica, publicada na revista ACS Applied Nano Materials, pode ser aplicada em sistemas de tratamento de água residuais para reduzir a contaminação por fármacos antes que eles atinjam os ecossistemas naturais. Os cientistas planejam testar o método para eliminar herbicidas como o glifosato, cuja concentração já se aproxima dos limites seguros definidos para consumo.

“Esse avanço representa um passo fundamental para proteger a saúde pública e o meio ambiente, ao combater a presença silenciosa de poluentes orgânicos na água,” afirma Gouvêa.

Continue Lendo

Atualidades

Hospital São Francisco Desenvolve App para Registro Ágil da Evolução do Paciente à Beira-Leito

Publicado

em

Com o objetivo de agilizar e tornar mais eficiente o registro da evolução dos pacientes internados, a equipe de Tecnologia da Informação (TI) do Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF-RJ) desenvolveu um aplicativo inovador. Utilizado via tablet, o app está totalmente integrado ao sistema operacional do hospital, permitindo a inserção de informações em tempo real, diretamente no momento do atendimento à beira-leito.

Michelle Estefânio, gerente de enfermagem do HSF, explica a motivação por trás da solução:
“Registrar a evolução do paciente no prontuário é rotina, mas o processo envolvia muita burocracia. Precisávamos facilitar essa etapa para que os profissionais pudessem dedicar mais atenção ao paciente.”

A ferramenta entrou em operação no último dia 12 de maio, data que marca o Dia Internacional da Enfermagem, simbolizando um avanço na modernização da assistência hospitalar. Para o diretor executivo, Márcio Nunes, o projeto reflete a escuta ativa das necessidades da equipe de enfermagem:
“Simplificar processos sem abrir mão da segurança e qualidade da informação é investir no bem-estar do paciente e na valorização da linha de frente.”

Como Funciona o Aplicativo

O app permite o registro dinâmico e intuitivo de dados essenciais como sinais vitais, administração de medicamentos e balanço hídrico diretamente no prontuário eletrônico. Campos estruturados com checkboxes e textos pré-formatados diminuem drasticamente o tempo de digitação, mantendo a conformidade com normas do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), auditorias e exigências legais.

Além disso, a ferramenta possibilita o registro por imagens: a câmera do tablet é ativada para confirmar o uso correto dos medicamentos prescritos, reforçando a segurança do processo. Pietro Lima, desenvolvedor da equipe de TI, destaca essa funcionalidade como um diferencial importante.

Michelle ressalta o valor do aplicativo para a equipe:
“É um presente para os profissionais durante a Semana da Enfermagem, oferecendo uma ferramenta que torna o cuidado mais humano e menos burocrático.”

Inicialmente implantado na Unidade de Terapia Intensiva, que atende pacientes crônicos e de alta complexidade, o app deverá ser expandido gradualmente para outros setores do hospital, promovendo um padrão de registro mais ágil, centrado no paciente e próximo da rotina dos profissionais.

Continue Lendo

Atualidades

SBCO Revela: 90% dos Pacientes Oncológicos Passam por Cirurgia, Mas Investimento em Cirurgias Fica Abaixo de 30% do Total em Oncologia no Brasil

Publicado

em

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) divulgou dados recentes que destacam o papel central da cirurgia no tratamento do câncer e apontam para o desequilíbrio nos investimentos atuais em Oncologia no Brasil. Aproximadamente 90% dos pacientes oncológicos passam por algum tipo de cirurgia ao longo da sua jornada clínica, seja para diagnóstico, estadiamento, tratamento curativo ou paliativo.

Segundo Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da SBCO, cerca de 60% dos pacientes oncológicos recebem tratamento cirúrgico em algum momento, mais da metade dos cânceres sólidos iniciais são tratados exclusivamente por cirurgia, e 80% dos casos envolvem procedimentos curativos ou paliativos. Apesar disso, os dados do DATASUS mostram que, em 2023, foram investidos R$ 2,77 bilhões em quimioterapia, R$ 1,5 bilhão em cirurgias oncológicas e R$ 665 milhões em radioterapia.

“Há um desequilíbrio claro entre esses três pilares do tratamento do câncer. O investimento global ainda é insuficiente para lidar com a segunda maior causa de morte no mundo,” alerta Pinheiro.

A Necessidade de Ampliação e Redirecionamento dos Investimentos

Além de aumentar os investimentos em todos os setores da Oncologia, o presidente da SBCO reforça a importância de redirecionar os recursos para ações preventivas e de rastreamento, que são comprovadamente eficazes para reduzir a incidência da doença e os custos associados. Atualmente, grande parte dos recursos é destinada a tratamentos avançados, de alto custo e resultados clínicos limitados.

A concentração dos centros de assistência ao câncer no Sul e Sudeste do país também é motivo de preocupação, pois limita o acesso para pacientes de outras regiões, criando desigualdades que impactam diretamente o prognóstico. “O CEP do paciente muitas vezes determina o desfecho da doença,” ressalta Pinheiro.

Caminhos para o Fortalecimento da Oncologia no Brasil

Entre as estratégias recomendadas estão:

  • Fortalecimento da cirurgia oncológica com treinamento contínuo e atualização dos profissionais;
  • Criação e integração de redes hospitalares eficientes, com centralização de casos complexos em centros de referência;
  • Valorização e fortalecimento do SUS, reconhecido como o maior sistema público de saúde do mundo;
  • Melhoria da gestão e governança tanto no sistema público quanto no suplementar;
  • Incentivo à inovação em técnicas, tecnologias e modelos assistenciais para ampliar a eficácia e acessibilidade dos tratamentos.

“Com esses avanços, poderemos oferecer um cuidado mais eficiente, humanizado e acessível, beneficiando milhares de pacientes em todo o país,” conclui Rodrigo Pinheiro.

Continue Lendo

Mais Vistos